O que acontece com o corpo quando você come ultraprocessados

Médica endocrinologista e nutricionista explicam o que o consumo frequentebet online casino loginalimentos altamente processados pode causar no organismo no curto e no longo prazo. Entenda

Por Gabriela Bittencourt, para o EU Atleta — Riobet online casino loginJaneiro


Quanto mais baseadabet online casino loginalimentos in natura, como frutas, legumes e verduras, e minimamente processados, melhor é a dieta. Mas a vida moderna e a busca pela praticidade prometida pelos ultraprocessados contribuem para o aumento do consumo desses produtos. Um exemplo claro dessa relação é que, durante a pandemia, foi notado um aumento na presença dos ultraprocessados na alimentação dos brasileiros. Mesmo atletas e praticantesbet online casino loginexercícios recorrem a industrializados que prometem ser fitness, como shakes e barrinhasbet online casino logincereais. O EU Atleta conversou com a médica da Sociedade Brasileirabet online casino loginEndocrinologia e Metabologia Regional São Paulo (Sbem-SP) Maria Ednabet online casino loginMelo e com a nutricionista do Nupens Maria Alvim para entender o que acontece no corpo quando você come ultraprocessados.

Enquanto alimentos in natura e minimamente processados oferecem mais macro e micronutrientes, ultraprocessados são ricosbet online casino loginaditivos químicos, sódio, açúcar e gordura — Foto: Istock Getty Images

Doutorabet online casino loginCiências, na áreabet online casino loginEndocrinologia pela USP, Maria Ednabet online casino loginMelo comenta que os estudos que se tem conhecimento sobre os efeitos dos ultraprocessados consideram dados populacionais e relacionam o seu consumo aos riscosbet online casino loginobesidade, câncer, diabetes e outras doenças crônicas não transmissíveis que estão entre as maiores causasbet online casino loginmorte no mundo.

– Como os estudos sobre os ultraprocessados começaram a ser realizadosbet online casino loginsete anos pra cá e há só um ensaio clínico randomizado, é difícil falar o sobre o que acontece no corpo baseado na literatura. Mas é possível fazer uma analogia como se fôssemos máquinas. Se os alimentos são combustíveis e esse combustível não é bom, é como quando se coloca uma gasolina ruim no carro. Se fizer isso por muito tempo, o motor será danificado. O mesmo acontece com os alimentos. A pessoa ganha peso e o organismo fica metabolicamente desregulado, o que é mais difícilbet online casino logintratar. Obesidade é mais fácilbet online casino loginprevenir do quebet online casino logintratar porque a fome é maior uma vez que a doença é instalada. A pessoa perde essa regulação fina e acaba tendo muito mais dificuldade para consumir menos e resistir às tentações – discorre a médica endocrinologista.

A endocrinologista conta que que há um ensaio clínico que demonstrou que esses produtos industrializados podem favorecer o ganhobet online casino loginpeso. O estudo foi realizado ao longobet online casino loginquatro semanas e submeteu os participantes,bet online casino loginforma alternada, a dietas com alimentos in natura ou minimamente processados e baseadabet online casino loginultraprocessados. Nas duas semanas consumindo os ultraprocessados, os voluntários chegaram a ganhar,bet online casino loginmédia, maisbet online casino login900 gramas. Já ao consumir alimentos in natura ou pouco processados, tiveram uma redução médiabet online casino login900 gramas nesse mesmo intervalobet online casino logintempo. os 20 participantes ficarambet online casino loginuma clínica por quatro semanas. As dietas eram equivalentesbet online casino loginquantidadebet online casino logincalorias, macronutrientes, açúcar, sódio e fibras, diferenciando-se apenas no graubet online casino loginprocessamento dos alimentos.

– Quando consumiam só ultraprocessados, pioravam tudo. Os participantes ganharam peso, aumentaram os níveis séricosbet online casino logingordura e o açúcar no sangue, apresentaram um aumento na pressão sanguínea e piorarambet online casino logintodas as métricas que são marcadoresbet online casino loginuma alimentação saudável – comenta a nutricionista, emendando que no Brasil, 20% da população que menos consome ultraprocessados consegue atingir as metasbet online casino logincarboidrato, açúcar, gorduras, sódio, fibra e potássio apontadas pela Organização Mundial da Saúde (OMS) para redução da obesidade e doenças crônicas pelo simples fatobet online casino logincomer alimentos mais saudáveis.

bet online casino login O que acontece ao comer ultraprocessados

Pela alta palatabilidade, é difícil controlar o consumo dos ultraprocessados, que são muito calóricos e corrompem a regulação do balanço energético — Foto: iStock Getty Images

No curto prazo

  • Come-se mais. Por serem altamente palatáveis, seu consumo ativa áreas do cérebro responsáveis pela recompensa e é difícil pararbet online casino logincomer;
  • Aumento do aporte calórico e comprometimento da regulação do balanço energético;
  • Maior consumobet online casino loginaçúcar, sódio e gordura;
  • Redução no consumobet online casino loginmicronutrientes, como vitaminas e sais minerais;
  • Aumento da retençãobet online casino loginlíquidos e da sensaçãobet online casino logininchaço;
  • Ganhobet online casino loginpeso. No único ensaio clínico randomizado até o momento, os participantes tiveram o peso aumentado ao consumir ultraprocessados, ganhando cercabet online casino login900gbet online casino loginduas semanas; tanto que os autores sugerem limitar o consumo desses produtos como estratégia para prevenir e tratar obesidade;
  • Aumento dos níveisbet online casino logingordura e açúcar no sangue, com desregulação dos índices glicêmico ebet online casino logincolesterol e trigliceríderos;
  • Alterações na pressão arterial, com tendência a aumento do riscobet online casino loginhipertensão, especialmente pelo excessobet online casino loginsódio no sangue.

No longo prazo

  • Ocorrênciabet online casino loginproblemas metabólicos, especialmente se o consumo for continuado,bet online casino logingrandes quantidades e por muito tempo;
  • Riscobet online casino loginobesidade;
  • Desenvolvimentobet online casino logindoenças crônicas, como:

  1. Diabetes, pelo excessobet online casino loginaçúcar e pela faltabet online casino loginfibras e outros micronutrientes importantes;
  2. Hipertensão arterial;
  3. Diversos tiposbet online casino logincâncer, especialmentebet online casino loginmama, conforme demonstram estudos;
  4. Doenças cardiovasculares,bet online casino loginfunção da pressão alta e do aumento dos índicesbet online casino logincolesterol e triglicerídeos;

  • Aumento do riscobet online casino loginmorte por todas essas causas citadas acima;
  • Desregulação do trânsito intestinal;
  • Aumento dos riscosbet online casino logindepressão, como já sugerem pesquisas.

bet online casino login Dicas para evitar os ultraprocessados

Planeje-se para ir ao mercado e respeite a listabet online casino logincompras para evitar cair nas armadilhas dos ultraprocessados — Foto: iStock Getty Images

  1. Lembre-se da máxima: descasque mais, desembale menos. Prefira os alimentos in natura e integrais. Quanto menos processado for, melhor;
  2. Não se engane: produtos ultraprocessados enriquecidos com vitaminas ou vendidos com a promessabet online casino loginserem saudáveis, como as barrinhasbet online casino logincereais, também podem ser prejudiciais à saúde;
  3. Planeje-se para preparar mais refeiçõesbet online casino logincasa. É compreensível que, na correria do dia a dia, seja difícil cozinhar. Por isso o planejamento, que começa na lista do supermercado, é um grande aliado para conseguir atingir esse objetivo;
  4. Evite ter ultraprocessadosbet online casino logincasa. Na horabet online casino loginque bater vontadebet online casino logincomer alguma coisa, se tiver esses produtos à mão, há o riscobet online casino loginacabar fazendo essa opção;
  5. Ao fazer compras, saiabet online casino logincasa com uma lista e siga à risca o que está nela. Assim, você evita ser fisgado pelos ultraprocessados e ainda compra os ingredientes certos para as receitas planejadas para a semana;
  6. Aposte semprebet online casino loginuma dieta balanceada. Trocar um ultraprocessado por um prato cheiobet online casino logincarboidrato e proteína animal não oferece todos os nutrientes necessários para o seu dia a dia. Inclua leguminosas, frutas, legumes e verduras nabet online casino logindieta.

Segundo a endocrinologista Maria Ednabet online casino loginMelo, os ultraprocessados comprometem a regulação do balanço energético. Essas são opções altamente palatáveis e geralmente muito calóricas. Sem contar que têm baixo valor nutricional. Por causa dessa alta palatabilidade, é difícil comer um pouquinho. E como o corpo tende a economizar energia, ao recorrer a esses produtos alimentícios vendidos como sendo gostosos e práticosbet online casino loginconsumir, há esse prejuízo nessa regulação.

– Esses produtos não são para nutrir. Eles são vendidos destacando característicasbet online casino loginque são muito gostosos e que não dão trabalho: é só abrir o pacote e comer. É muito difícilbet online casino logincontrolar seu consumo pela alta palatabilidade e porque seu consumo acaba atingindo regiõesbet online casino loginprazer. Enquanto o hipotálamo regula o apetite homeostático, que envolve o que precisamos como fontebet online casino loginenergia para manter as funções, há o sistema límbico, que não quer saber se precisa daquele alimento e faz com que não haja muita racionalidade na horabet online casino logincomer – explana a médica.

Especialistas alertam que os ultraprocessados são opções prejudiciais para a saúde. Em um trabalho recente, pesquisadores do Núcleobet online casino loginPesquisas Epidemiológicasbet online casino loginNutrição e Saúde (Nupens), da Faculdadebet online casino loginSaúde Pública da Universidadebet online casino loginSão Paulo (FSP/USP), observaram a relação direta entre seu consumo e aumento do riscobet online casino loginobesidade, inclusive a visceral, associada ao desenvolvimentobet online casino logindoenças crônicas, entre adolescentes.

A nutricionista comenta que o termo ultraprocessados foi criado por pesquisadores do Nupens,bet online casino login2009, para conceituar produtos industrializados altamente refinados e adicionadosbet online casino logincorantes, aromatizantes, emulsificantes, espessantes e outros aditivos que dão textura, cor e sabor e conservam o produto por mais tempo, mas não contribuem com nutrientes. Maria Alvim aponta que há dois problemas quando se come ultraprocessados: o primeiro é a ingestão desses aditivos químicos, além do excessobet online casino loginsal, açúcar e gordura; o outro é que se deixabet online casino logincomer o alimento mais saudável, que beneficiará o seu organismo com mais fibras, proteínas e micronutrientes, como vitaminas e sais minerais, passando a consumir algo que fará mal para o corpo. Afinal, dificilmente se combinará uma lasanha congelada industrializada, por exemplo, com uma salada.

– A comidabet online casino loginverdade é a culturalmente mais apropriada. Nossa cultura envolve comer arroz, feijão, salada, não hambúrguer com nuggets. Quando comemos comidabet online casino loginverdade, socializamos muito mais e é mais provável que se comabet online casino loginum ambiente mais legal, do que quando se escolhe um produtobet online casino loginpacote ou uma lasanha congelada – observa a nutricionista, emendando que o alerta sobre os ultraprocessados também vale para atletas e praticantesbet online casino loginexercícios físicos: – Há um público que acaba consumindo ultraprocessados que têm a míticabet online casino loginserem saudáveis, diet ou light. É preciso ficar bem atento a barras proteicas e shakes que têm essa premissa. Às vezes a resposta mais prática está na comidabet online casino loginverdade, como um suco natural, frutas e castanhas.

Fontes:
Maria Alvim é nutricionista, doutorabet online casino loginSaúde Coletiva pela Universidadebet online casino loginSão Paulo e pesquisadora do Núcleobet online casino loginPesquisas Epidemiológicasbet online casino loginNutrição e Saúde (Nupens), da Faculdadebet online casino loginSaúde Pública da USP.
Maria Ednabet online casino loginMelo é doutorabet online casino loginCiências, na áreabet online casino loginEndocrinologia pela Universidadebet online casino loginSão Paulo, chefe da Ligabet online casino loginObesidade Infantil do Hospital das Clínicas da USP e endocrinologista da Sociedade Brasileirabet online casino loginEndocrinologia e Metabologia Regional São Paulo (Sbem-SP).