Com orgulho do próprio corpo: mulheres se rebelam contra a ditadura da magreza no esporte

Inglesas com corposbet com downloadtamanhos e padrões variados se unem para correrbet com downloadbiquíni e brasileiras acima do peso falam sobre o prazerbet com downloadpraticar atividades físicas

Por Flávia Ribeiro — Riobet com downloadJaneiro


Mulheres que correram a London 10.000bet com downloadbiquíni: contra o 'body shaming' — Foto: Reprodução/Instagram Style me Sunday

Há pouco maisbet com downloaduma semana, um grupobet com downloadmulheres gordas, magras, altas, baixas e dos mais variados tamanhos e formatosbet com downloadcorpos se juntou para correr a London 10.000, tradicional provabet com download10 km que acontece anualmentebet com downloadLondres, vestindo apenas biquínis e tops. A ideia era combater o "body shaming", expressão que se refere à vergonha do próprio corpo.

- Nós corremos com nossas roupasbet com downloadbaixo para incentivar mulheresbet com downloadtodos os tamanhos e formas a se exercitarem. Acho que a primeira coisa que deve ser feita é excluir a balança. Não tenha balançabet com downloadnenhum cômodo dabet com downloadcasa, porque você não precisa dela - disse à redebet com downloadTV britânica BBC uma das organizadoras do grupo, a blogueira Natalie Lee, revelando que pesquisas afirmam que a vergonha do próprio corpo é um dos principais motivos para as mulheres se manterem longe do esporte. - É muito importante não deixar o que outras pessoas pensam sobre você te segurar. Apenas vá lá e faça. Levante do sofá e vá. Você não precisa correr, pode caminhar. E se quiser fazer issobet com downloadroupasbet com downloadbaixo, melhor ainda.

Thaise Zaupa tinha o sonhobet com downloadum dia correrbet com downloadsaia, o que realizoubet com download2016 — Foto: Acervo pessoal

A advogada Thaise Zaupa, 43 anos, tomou essa decisãobet com downloadlevantar do sofá há seis anos, depoisbet com downloadpassar por uma depressão que a fez se isolarbet com downloadcasa e chegar a 116 kg. Em 2010, o paibet com downloadThaise morreu e ela passou um bom tempo para baixo. Até quebet com download2013 uma amiga a inscreveu numa corridabet com download5 km, a pegoubet com downloadcasa e a levou. Thaise mal acreditou, mas conseguiu terminar a prova e resolveu investir na corrida. Foi perdendo peso naturalmente até chegar aos 84 kg atuais. Em 2017, fez o Desafio do Dunga, na Disney, que consistebet com downloadcorrer as provasbet com download5 km, 10 km, 21 km e 42 kmbet com downloadquatro dias seguidos. Há um ano e meio, migrou para o triatlo.

- Ainda teria muitos quilos para perder, mas não me preocupo mais com isso. Eu nunca vou ter barriga tanquinho, barriga negativa. A minha é positiva e eu não estou nem aí. O início foi mais difícil. Porque tem abet com downloadparte psicológica e tem a opinião das pessoas. Você percebe os olhares, que dizem: "aquela gorda não vai conseguir terminar". E escuta comentários e perguntas como: "Nossa, não tem perigo você correr?" ou "Você faz triatlo? E consegue?". É esse tipobet com downloadpreconceito com pessoas acima do peso que te prende. Eu sentia muito, ficava desestimulada. No triatlo, era ruim chegar na piscina e botar maiô ao lado das outras meninas. Uma comentou que seu eu usava maiô, qualquer uma podia. Até que um dia percebi que ninguém paga meus boletos. Se o que você quer é fazer uma atividade física, faça - incentiva Thaise.

Roberta Luz Távora acredita que a mulher deve lutar por um corpo do qual gosta, não pelo corpo que os outros esperam — Foto: Acervo pessoal

Irmã do treinadorbet com downloadcorrida e colunista do Eu Atleta Gustavo Luz, a assistente social Roberta Luz Távora, 41 anos, levava uma vida sedentária. Há um ano, numa viagembet com downloadfamília, não gostou quando se viu nas fotos. Estava com 88 kg, resolveu entrar para o Vigilantes do Peso e correr com a orientação do irmão. Queria, sim, emagrecer. Mas não para ficar muito magra e sim para se sentir bem. Hoje com 68 kg, diz que ainda está cheinha, mas feliz por ter conseguido quebrar a barreira dos 5 km. Conquistar essas metas se tornoubet com downloadnova prioridade no esporte.

- Eu sempre só corria 5 km. Aí na prova Wings for Life,bet com downloadabril, meu irmão disse que tinha certezabet com downloadque eu conseguiria chegar aos 8 km. Tentei e fiz maisbet com download9 km. Na próxima, quero arriscar os 10 km - diz ela, que também faz spinning, seu exercício físico favorito, e decidiu que prefere ser feliz a ser magra. - Para eu ficar realmente magra, vou ter que passar fome. Vou ser infeliz e frustrada. Eu como brigadeiro, como torta, tenho perna, tenho coxa grossa e estou feliz. Ficar magra demais deixa com carabet com downloaddoente. E a gente tem que lutar por um corpo do qual a gente gosta, não pelo corpo que os outros esperam que a gente tenha. Senão vai criar uma geraçãobet com downloadmulheres enlouquecidas por atingir um padrãobet com downloadmagreza que, para algumas, vai ser insustentável a longo prazo.

Thaise Zaupa na linhabet com downloadchegadabet com downloaduma provabet com downloadtriatlo: "Eu nunca vou ter barriga negativa. A minha é positiva e não estou nem aí" — Foto: Acervo pessoal

Gustavo Luz é adepto do treino inclusivo: quanto mais gente diferente, melhor. Para o treinador, a ansiedade para perder peso pode atrapalhar mais do que ajudar. Ele explica que, seja gorda ou magra, a pessoa deve fazer um check-up antesbet com downloadcomeçar qualquer atividade física. E ir devagar, sem pressa para conquistar resultados.

- Se a pessoa está acima do peso, o ideal é começar caminhando, para não lesionar o joelho, e aos poucos ir passando para a corrida e aumentando as distâncias. E quando ela chegar para treinar, vai ver que tem gentebet com downloadtodo tipo correndo, nadando, pedalando. Gente nova, gente velha, que parece atleta, que não parece, gorda e magra. O que importa é praticar a atividade física e estar feliz com o próprio corpo e com a própria vida. Não adianta, por exemplo, parar totalmente com a cerveja e todas as coisasbet com downloadque gostabet com downloadcomer, porque você vai ficar infeliz. O bacana é entender o que cada um quer. Porque tem quem queira resultado, tem quem queira emagrecer, tem quem queira mais saúde e tem quem queira até ir treinar para bater papo, expandir a vida social. Tudo é válido - afirma Gustavo.

Roberta sempre teve níveisbet com downloadglicose, colesterol e triglicerídeos bons. Já para Thaise, investirbet com downloaduma atividade aeróbica era uma questão tambémbet com downloadsaúde, já que seu colesterol era alto e ela estava pré-diabética. Ela saiubet com download480bet com downloadcolesterol para 280 sem precisar usar remédio, tudo graças à corrida.

- Não pretendo ser magra, quero apenas me sentir leve e ter uma vida ativa e saudável - comenta Thaise, contando que, no início, tinha dificuldadebet com downloadencontrar roupas que coubessem nela, principalmente roupasbet com downloadginástica. - Eu usava camisetas e shorts masculinos. Meu sonho era correrbet com downloadsaia, o que conseguibet com download2016. Depois, sonhava correrbet com downloadtop. E eu também realizei. Quem é gordinha, acaba se unindo e vira parâmetro para outras. Várias meninas me disseram que começaram a correr depoisbet com downloadme ver - conta ela, na torcida para que muitas outras se animem.