+ Coronavírus: o impacto do Covid-19 no coração

– Importante destacar que esse protocolo é mutante, e precisa ser revisado a todo momento. O estudo foi realizado por meio da revisão bibliográficaplay toro casinovários outros artigos publicados pelo mundo, alémplay toro casinoestudos próprios e diversos debates entre especialistas com base nos primeiros atletas infectados pela Covid-19. A “novidade” do vírus exigiu e exige a utilização e consideração dos estudos sempre mais atuais e com metodologia coerente com as premissas estabelecidas – destaca o médico cardiologista Mateus Freitas Teixeira, do Vasco da Gama e coordenador do Covid Group Control durante a Copa América 2021, pesquisador que fez parte dos dois estudos.

Os resultados apontam para cuidados a que devemos estar atentos nos períodos infecção. A problema principal está relacionado à tempestade inflamatória inicial causada pela Covid-19, que pode gerar sequelas graves e/ou manifestações clínicas agudas e tardias, sendo, por isso, necessário o acompanhamento constante do atleta profissional ou amador. Essas alterações muitas vezes causam miocardite, uma inflamação do músculo cardíaco que causa, com alguma frequência, paradas cardíacasplay toro casinoatletas e que possui potencialplay toro casinolevar à morte súbita.

+ O que é miocardite: causas, sintomas e tratamentos para a doença que atinge muitos atletas
+ Coronavírus causa miocardite, inflamação no músculo do coração

– Nesses casos, eu me refiro especificamente à miocardite, ou seja, à inflamação do coração, que fez alguns atletas terem que parar suas atividades. Hoje, devemos buscar alterações subclínicas por meio dos exames que solicitamos e no dia-a-dia com os atletas. No entanto, existe uma sérieplay toro casinosequelas, além da cardíaca, como a pulmonar, a renal, a neurológica e outras que podem interferir diretamente no alto rendimento – explica Teixeira, completando. - Quando pensamos e escrevemos no protocolo foi para que médicos do esporte pudessem usar para avaliar seus atletas e também atletas amadores.

Entre os sinais da miocardite estão:

1. Cansaço
2. Arritmia cardíaca
3. Em casos mais graves Disfunção ventricular;
4. Contratilidade segmentar anormal;
5. Troponina US (uma enzima cardíaca) alterada.

Os protocolos têm como base a sintomatologia do atleta. Por meioplay toro casinohistória/avaliação clínica, o médico especialista deve colocar o atletaplay toro casinouma rotaplay toro casinoavaliações com exames. Segundo o primeiro estudo, voltado para a avaliaçãoplay toro casinomiocarditeplay toro casinoconsequência da Covid-19, os procedimentos dependem se os casos são leves, moderados ou graves,play toro casinoacordo com a classificação da Sociedadeplay toro casinoCardiologia Brasileira:

• Leves: casos assintomáticos ou com sintomas autolimitados que desaparecemplay toro casinoaté 14 dias, como febre, mialgia, cefaleia, fadiga, e sintomas respiratórios sem a ocorrênciaplay toro casinodispneia, pneumonia ou necessidadeplay toro casinooxigênio;
• Moderados: dispneia persistente após resolução inicial do quadro; dispneiaplay toro casinorepouso; necessidadeplay toro casinooxigênio suplementar; saturaçãoplay toro casinooxigênio abaixoplay toro casino92%; internação hospitalar; evidência radiológicaplay toro casinoacometimento pulmonar pela Covid-19;
• Graves: internaçãoplay toro casinoUTI; ventilação mecânica invasiva; evidênciaplay toro casinoacometimento cardíaco na internação, como elevação da troponina, alterações ecocardiológicas e arritmias ventriculares sustentadas.

Avaliação cardiológica para o retorno às atividades físicas pós-Covid-19:

1. Atletas assintomáticos ou leves, sem sintomas debilitantes - Devem ficar afastados da prática esportiva pelo tempo recomendado pelo médico, realizar avaliação clínica e exames físicos detalhados, exames laboratoriais, eletrocardiograma (ECG)play toro casino12 derivações, ecocardiograma e testeplay toro casinoesforço;
2. Atletas com casos moderados ou graves, com sintomas debilitantes e/ou internação - Devem ficar afastados da prática esportiva pelo tempo recomendado pelo médico, realizar avaliação clínica e exames físicos detalhados, exames laboratoriais, eletrocardiogramaplay toro casino12 derivações, testeplay toro casinoesforço e ecocardiograma transtorácico. Em casoplay toro casinosinaisplay toro casinomiocardite, considerar ainda usar holter e fazer uma ressonância magnética cardíaca;
3. Atletas com suspeitaplay toro casinomiocardite durante ou após a Covid-19,play toro casinofunção dos seguintes sintomas: disfunção ventricular, contratilidade segmentar anormal, derrame pericárdico e alteraçãoplay toro casinotroponina - Devem ficar afastados da prática esportiva pelo tempo recomendado pelo médico , geralmente 6 meses, realizar avaliações cardiológicas especializada periódicas segundo recomendações atuais sobre miocarditeplay toro casinoatletas. Considerar ainda usar holter e fazer uma ressonância magnética cardíaca.

Importante: atletas com suspeita não confirmadaplay toro casinoCovid-19, com dispneia, sintomas gripas, febre, diarreia ou alteraçõesplay toro casinopaladar e olfato,play toro casinomeio à pandemia devem ser tratados como COVID. Assim, ficarão isolados e sendo acompanhados por médicos. Em caso das entidades esportivas, solicita-se teste para confirmação da Covid-19. Sendo casosplay toro casinosintomas moderados, é sugerido que se faça repouso absoluto pelo tempo recomendado pelo médico, deve-se ainda passar por uma consulta cardiológica e realizar exames como ECG, ECO e teste ergométrico. Em alguns casos e pelo protocolo da Sociedade Brasileiraplay toro casinoCardiologia, solicita-se também troponina us (ultrassensível).

– Já sabemos que o pacientes sintomáticos graves, aqueles internados, apresentam possibilidadeplay toro casinodesenvolver sequela cardíacaplay toro casinoaté 40% dos casos. Porém, há uma grande zona “cinzenta” que é a dos pacientes que não apresentaram sintomas, que correspondem a 8%, ou os pouco sintomáticos (leves). Dessa forma, a aplicação dessas rotasplay toro casinoavaliações facilita o médico a liberar ou não o atleta para o esporte com uma certa segurança – explica o médico.

O cardiologista lembra que, como o protocolo ainda não pode ser considerado 100% eficaz, sob o pontoplay toro casinovista dos riscos criados pelo vírus, é importante conscientizar a equipe da importância do acompanhamento clínico constante, estando todos sempre atentos a pequenos sinais clínicos como cansaço, palpitação e algumas arritmias, mesmoplay toro casinoatletas previamente liberados para o retorno às atividades físicas, sejam eles amadores ou profissionais. No quadro abaixo, retirado do segundo estudo, ficam mais claros os critériosplay toro casinoliberação:

Teixeira reforça que os protocolos são importantes ferramentasplay toro casinodiagnóstico e, como consequência, prevenção para alterações clínicas mais graves, que possam causar, inclusive, a morte súbita. Os protocolos, os cuidados intensivos e o acompanhamento constante "são as chaves para não termos surpresas desagradáveis", ressalta.

– O conhecimento nos torna mais responsáveis. Não têm sido raros os achados, os noticiários divulgam semanalmente a grande quantidadeplay toro casinoatletas que vêm sendo afastadosplay toro casinorazão da Covid-19 e quantos ainda permanecem doentes, com algum tipoplay toro casinosequela – alerta.

Com a Copa América no Brasil, muitos médicos demonstraram preocupação com os participantes do torneio, uma vez que a imunização não será obrigatória. Vinte jogadores do River Plate infectados com Covid-19 já retomaram as atividades, mas pelo menos um deles ficaráplay toro casinofora da competição. A imprensa argentina informou que o zagueiro chileno Paulo Díaz apresentou um quadroplay toro casinomiocardite e precisará ficar pelo menos um mêsplay toro casinorepouso. Na seleção do Chile, o meio-campista Arturo Vidal também não irá participar do torneio, devido a infecção pelo novo coronavírus, que também atingiu 12 atletas da Venezuela, entre outros jogadores e membros da comissão técnicaplay toro casinooutros países.

As Olimpíadasplay toro casinoTóquio, que começamplay toro casino23play toro casinojulho, também causam apreensão. Mas, mais do que isso, os atletas amadores, menos monitorados do que os profissionais, preocupam.

Nem mesmo os jovens são imunes. Um estudo publicadoplay toro casinomaio na JAMA Cardiology revela que entre 1.597 atletas universitários submetidos a testes cardiovasculares abrangentes nos EUA, a prevalênciaplay toro casinomiocardite clínica baseadaplay toro casinosintomas foiplay toro casinoapenas 0,31%. Mas a triagem com ressonância magnética cardíaca aumentou a prevalênciaplay toro casinomiocardite clínica e subclínica por um fatorplay toro casino7,4, para 2,3%, relatam os autores, mostrando um aumento a partir da inclusãoplay toro casinoassintomáticos na avaliação.

Outro estudo com Eletrocardiograma (ECG)play toro casinoatletas da National Collegiate Athletic Association (NCAA) Divisão II revela que "aqueles que foram infectados com COVID-19 tiveram um intervalo PR (um problema na condução elétrica cardíaca) prolongadoplay toro casinocomparação com atletas compatíveis que não foram infectados".

– O Covid-19 exige uma sérieplay toro casinoprotocolosplay toro casinoprevenção e acompanhamento dos eventuais infectados. No caso dessa Copa América, o pouquíssimo tempo para a organização da competição no Brasil, exigirá muita disciplina e compromissoplay toro casinotodos os integrantes das seleções, além do próprio comitê organizador, para evitar possíveis “surtos” que possam prejudicar a competição e, principalmente, os atletas que estãoplay toro casinoinício (atletas que atuam na Europa) ou meio (atletas que atuam na América do Sul)play toro casinotemporada nos campeonatos locais – acrescenta Teixeira.