+ Quanto mais natural melhor: alimentos ultraprocessados elevam riscoreal bet é legalizadoobesidade
+ Aprenda a ler rótulos e saiba exatamente o que está comprando

Com tantos malefícios para a saúde, o que explica o aumento do consumoreal bet é legalizadoultraprocessados? De acordo com a nutricionista Luna Azevedo, é fácil entender porque os alimentos in natura ou minimamente processados e ingredientes culinários processados nos domicílios perderam espaço para a comida processada e, sobretudo, a ultraprocessada: esse tiporeal bet é legalizadoalimento recebe vários aditivos, ou seja, substâncias “não naturais” que são adicionadas com objetivoreal bet é legalizadoaumentar a durabilidade e realçar o sabor, motivo pelo qual são extremamente viciantes, alémreal bet é legalizadopráticos.

- Os alimentos ultraprocessados são formulados para que sejam extremamente saborosos, com a adiçãoreal bet é legalizadoaçúcares, gorduras, sal e vários aditivos, muitas vezes para induzir hábito ou mesmo para criar dependência. A publicidade desses produtos comumente chama a atenção para o fatoreal bet é legalizadoque eles são “irresistíveis” - afirma a nutricionista.

A listareal bet é legalizadoultraprocessados é imensa e abarca desde carnes processadas, como salsicha e hambúrgueres, até aperitivos do dia a dia, como salgadinhosreal bet é legalizadopacote, bolachas e biscoitos recheados, sorvetes e outras guloseimas. De acordo com nutrólogo Higor Vieira,real bet é legalizadocomum, os alimentos ultraprocessados compartilham o fatoreal bet é legalizadoterem passado por maior processamento industrial, no qual são adicionados outros ingredientes, como conservantes, edulcorantes ou intensificadoresreal bet é legalizadocor, alémreal bet é legalizadoaspectos microbiológicos, que ajudam a preservar a segurança alimentar do produto, e neurológicos, que afetam a grelina, conhecida como o “hormônio da fome”.

- Eles apresentam uma segurança microbiológica, ou seja, são alimentos que têm um controle sobre contaminação e qualquer problema relacionado a microrganismos. Além disso, possuem durabilidade e, como já vêm prontos na maioria dos casos, não apresentam necessidadesreal bet é legalizadograndes esforços culinários, sendo vendidosreal bet é legalizadograndes porções e a baixo custo. No entanto, para além dessas questõesreal bet é legalizadopraticidade, eles apresentam uma repercussão metabólica que interrompe a sinalização entre o intestino e o cérebro na regulação do apetite; ou seja, eles inibem o processoreal bet é legalizadocontrole do apetite, tornando-se alimentos viciantes - conta Higor Vieira.

Confira lista com alguns exemplosreal bet é legalizado“ultraprocessados” mais conhecidos (e consumidos) feita pelo nutrólogo Roberto Teixeira:

• Carne processada, como salsicha, bacon, hambúrgueres, nuggetsreal bet é legalizadofrango;
• Refeições prontas, como lasanha e pizza;
• Bebidas açucaradas, como sucosreal bet é legalizadopó ereal bet é legalizadocaixa, alémreal bet é legalizadorefrigerantes;
• Salgadinhosreal bet é legalizadopacote;
• Batata frita pronta;
• Chocolate;
• Pão produzidoreal bet é legalizadolarga escala, como oreal bet é legalizadoforma ou sovado;
• Sopas instantâneas;
• Barrasreal bet é legalizadocereal ou cereal matinal;
• Macarrão instantâneo e seu tempero;
• Shakes para substituir refeições.

- Eu considero os sucosreal bet é legalizadopó como os piores, já que não têm nenhum nutriente original da fruta, contendo apenas vários aditivos químicos. As batatas fritas, principalmente essas industrializadas, os salgadinhosreal bet é legalizadomilho e empanadosreal bet é legalizadofrango também são bem ruins para saúde, porque são alimentos que, alémreal bet é legalizadonão possuírem nenhum nutriente para o corpo, são ricosreal bet é legalizadoaditivos químicos, carboidratos refinados e gorduras saturadas - afirma o nutrólogo Roberto Teixeira.

As pesquisasreal bet é legalizadorelação ao tema crescem proporcionalmente ao consumo desses alimentos, assim como os alertas por parte dos pesquisadores. O estudo conduzido pelo National Institutes of Health (NIH), dos Estados Unidos, indicou que o consumoreal bet é legalizadocomidas ultraprocessadas estaria ligado ao ganhoreal bet é legalizadopeso e à ingestãoreal bet é legalizadomais caloriasreal bet é legalizadomenor tempo. Na pesquisa do NIH, 20 jovens adultos saudáveis (10 homens e 10 mulheres) concordaramreal bet é legalizadorealizar testesreal bet é legalizadouma clínica durante 28 dias. Essas pessoas foram aleatoriamente divididasreal bet é legalizadodois grupos, sendo que um recebeu uma dieta ultraprocessada e o outro, uma dieta com alimentos naturais, frescos e sem ultraprocessados. Após essas semanas iniciais, a dieta era trocadareal bet é legalizadoum grupo para outro, fazendo com que todos os voluntários passassem pelo menos 14 dias comendo alimentos ultraprocessados e mais 14 dias consumindo alimentos mais naturais. Diantereal bet é legalizadoum cardápio que tinha uma quantidadereal bet é legalizadocalorias, macronutrientes, fibras, açúcar e sódio muito parecidos, os voluntários receberam três refeições diárias e podiam comer o quanto quisessem.

No final, os resultados evidenciaram que, quando as pessoas estavam na fase ultraprocessada do experimento, elas comiam,real bet é legalizadomédia, 508 calorias a mais por dia, sendo que,real bet é legalizadoduas semanas, elas ganharam quase 1 kgreal bet é legalizadomédia. Por outro lado, as pessoas que estavam no grupo dos ultraprocessados e passaram para o grupo não ultraprocessado, perderam,real bet é legalizadomédia, 1 kg nessas duas semanas. Os níveisreal bet é legalizadogordura corporal também aumentaram quando os participantes estavam na fase dos ultraprocessados e diminuíram na fase dos alimentos não processados.

Em relação ao consumo, os pesquisadores avaliaram a velocidade nas refeições e viram que os alimentos ultraprocessados eram consumidos mais rapidamente que os alimentos não processados. Os autores sugerem que limitar alimentos ultraprocessados da dieta diminui o consumoreal bet é legalizadocalorias e resultareal bet é legalizadoperdareal bet é legalizadopeso, enquanto que o consumoreal bet é legalizadouma dieta com uma grande proporçãoreal bet é legalizadoprodutos ultraprocessados aumenta o consumo energético e leva ao ganhoreal bet é legalizadopeso, principalmente pela capacidadereal bet é legalizado“enganar o nosso corpo” enquanto os consumimos, como ressalta Luna Azevedo.

- A maioria dos alimentos ultraprocessados é formulada para ser consumidareal bet é legalizadoqualquer lugar e sem a necessidadereal bet é legalizadopratos, talheres e mesas. É comum o seu consumoreal bet é legalizadocasa enquanto se assiste a programasreal bet é legalizadotelevisão, na mesareal bet é legalizadotrabalho ou andando na rua. Essas circunstâncias, frequentemente lembradas na propagandareal bet é legalizadoalimentos ultraprocessados, contribuem para um "comer sem atenção", que prejudica a capacidade do organismo “registrar” adequadamente as calorias ingeridas - pontua a nutricionista.

Duas outras pesquisas, publicadas no periódico científico British Medical Journal, já haviam atestado perspectivas ainda mais assustadoras sobre o consumo dos ultraprocessados: pessoas que consomem esse tiporeal bet é legalizadoalimento têm menor longevidadereal bet é legalizadovida e maiores chancesreal bet é legalizadodesenvolver doenças cardíacas.

O primeiro estudo, realizado na Espanha, revelou que pessoas que consomem maisreal bet é legalizadoquatro porções por diareal bet é legalizadoalimentos industrializados apresentam um risco 62% maiorreal bet é legalizadomorrer se comparado a quem come menosreal bet é legalizadoduas porções por dia, sendo que, para cada refeição adicionalreal bet é legalizadoultraprocessados, o riscoreal bet é legalizadomorte aumentareal bet é legalizado18%. Já o segundo estudo, feito por pesquisadores franceses, apontou que pessoas que comem esses alimentos estão mais propensss a sofrer acidente vascular cerebral, ataque cardíaco e outros problemas cardiovasculares.

Conduzido pela equipe da Universidadereal bet é legalizadoNavarra, o estudo espanhol ​​monitorou os hábitos alimentares e a saúdereal bet é legalizadoquase 20.000 pessoas entre 1999 a 2014, sendo que ao longo desse período, 335 participantes morreram. Após excluir efeitos causados por fatores como idade, sexo, índicereal bet é legalizadomassa corporal (IMC) e tabagismo, os pesquisadores notaram que os riscos permaneciam altos para quem consumia maisreal bet é legalizadoquatro porções por diareal bet é legalizadoalimentos ultraprocessados: o riscoreal bet é legalizadomorte, por exemplo, aumentoureal bet é legalizado18%.

Por outro lado, a equipe francesa, da Universidadereal bet é legalizadoParis, reuniu detalhes sobre as dietas e a saúdereal bet é legalizadomaisreal bet é legalizado105.000 pessoas. Depoisreal bet é legalizadoacompanhá-las por maisreal bet é legalizadocinco anos, os pesquisadores perceberam que os participantes que consumiram os alimentos ultraprocessados estavamreal bet é legalizadomaior riscoreal bet é legalizadodoenças cardiovasculares. Além disso, as observações mostraram também que se o nívelreal bet é legalizadoconsumo cresceu ao longo do estudo,real bet é legalizado10% para 20%, o riscoreal bet é legalizadodesenvolver problemas cardíacos aumentoureal bet é legalizado12%. A pesquisa, no entanto, destacou que a descoberta não prova que esses alimentos são a causa direta dessas doenças uma vez que os resultados encontrados sugerem que 277 casosreal bet é legalizadodoenças cardiovasculares surgiriam a cada anoreal bet é legalizado100.000 consumidoresreal bet é legalizadoalimentos ultraprocessados, contra 242 casos no mesmo númeroreal bet é legalizadoindivíduos cujo consumo era menor.

Muitas pessoas, para justificar o consumo, afirmam que os alimentos ultraprocessados têm preços mais acessíveis, alémreal bet é legalizadoserem mais práticos na comparação com outros tiposreal bet é legalizadoalimentos. O nutrólogo Higor Vieira, apesarreal bet é legalizadoressaltar essa praticidadereal bet é legalizadotorno da preparação, pondera que o preço final pode sair mais caro do que o imaginado.

- A questão da praticidade tem que ser levadareal bet é legalizadoconsideração, as pessoas estão cada vez mais apertadasreal bet é legalizadorelação ao tempo, então ter aquele alimento mais prático e rápidoreal bet é legalizadoser preparado ajuda. Agora, o preço não é uma justificativa plausível. O preço, teoricamente mais baixoreal bet é legalizadoum ultraprocessado, é uma resposta a curto prazo, porque se você avaliar a médio/longo prazo, esse alimento pode gerar doenças, afastamentoreal bet é legalizadoatividades, inclusive o trabalho, perdareal bet é legalizadorendimento, e no final das contas irá se tornar mais caro. Nessa conta, o denominador deve ser areal bet é legalizadosaúde, não o preço ou a praticidade apenas - ressalta o nutrólogo.

Se você procura alternativas, saiba que elas não são nada mirabolantes. Os alimentos in natura ou minimamente processados, como arroz, feijão, vegetais e frutas, possuem um preço mais baixo que o conjunto dos ultraprocessados. De fato existem frutas e verduras cujos preços são mais caros, mas os nutrientes necessários para uma boa alimentação conseguem ser encontradosreal bet é legalizadoopções mais acessíveis, alémreal bet é legalizadotambém serem alimentosreal bet é legalizadoconsumo prático. É importante terreal bet é legalizadomente que todos os alimentos ultraprocessados possuem emreal bet é legalizadocomposição alto teorreal bet é legalizadoconservantes e aditivos prejudiciais à saúde, alémreal bet é legalizadobaixo teorreal bet é legalizadonutrientes. Entretanto, os embutidos, como salsicha, salame e mortadela, são excepcionalmente prejudiciais, já que, alémreal bet é legalizadocontar com a própria gordura saturada das carnes, que é um fatorreal bet é legalizadorisco para doenças crônicas, também contêm nitritos e outros conservantes e aditivos com alto potencial cancerígeno. Costuma-se dizer que se um produto contém maisreal bet é legalizadocinco ingredientes, provavelmente é considerado ultraprocessado.

É preciso cuidado com as pegadinhas na hora da compra. Muitos produtos ultraprocessados estão nas prateleiras dos supermercados com denominações que podem conduzir o consumidor. Você encontra produtos com letras garrafais "sem glúten", "sem lactose", "0% gordura", "com adição de…" "sem adição de…”, a presença dessas chamadas nas embalagens pode nos levar a acreditar que esses alimentos são melhores, mas nem sempre é assim. Em muitos casos, para eliminar esses nutrientesreal bet é legalizadoum produto, outros precisam ser adicionados para manter textura e sabores parecidos com os produtos originais, e esses alimentos acabam ficando muito longe do que eram originalmente.

Para quem ainda tem dúvidas por onde começar, o nutrólogo Higor Vieira recomenda como um bom início não apenas a procura por um profissional da área da nutrição, mas também o despertar do próprio interesse pela comida e o consumo, e para isso, aconselha o Guia Alimentar para a População Brasileira, do Ministério da Saúde, que é referência mundial e oferece à população informações sobre alimentação saudável e a prevençãoreal bet é legalizadodoenças crônicas como obesidade e diabetes, ajudando a quem deseja fazer melhores escolhas alimentares.