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O caso voltou à tona nesta semana, com as declaraçõesroleta das emoçõesBernie Ecclestoneroleta das emoçõesque ele, então chefe comercial da Fórmula 1, e Max Mosley, presidente da FIA, souberam da armação aindaroleta das emoções2008, na semana do GP do Brasil, última corrida daquela temporada. E que optaram por não fazer nada para "não manchar a imagem da categoria". E Felipe Massa, maior prejudicado pela armação, respondeu que, com as novas revelações, iria procurar uma reparação na Justiça, para que também fosse reconhecido como campeão daquela temporada. Polêmica pronta.

Para quem não lembra, a armaçãoroleta das emoçõesBriatore visava garantir a vitóriaroleta das emoçõesFernando Alonso naquela corrida. Pressionado pela Renault, que ameaçava retirar-se da Fórmula 1 como equipe no fim daquele ano, o dirigente italiano precisava dar uma resposta à montadora francesa. E resolveu criar essa situação. Mandou Nelsinho Piquet bater na curva 14 do Circuitoroleta das emoçõesRuaroleta das emoçõesMarina Bay, único pontoroleta das emoçõesque não havia possibilidaderoleta das emoçõesum resgate do carro sem a entrada do safety car, na 15ª volta. Alonso, porroleta das emoçõesvez, já havia feito seu pit stop na volta 12. Ou seja: foi beneficiado diretamente pela atitude do companheiroroleta das emoçõesequipe. O carroroleta das emoçõessegurança provocou uma corrida aos boxes: com a precipitação no trabalho, a Ferrari acabou errando na paradaroleta das emoçõesFelipe Massa, que caiu da liderança para a última posição. O brasileiro não marcou pontos na prova, enquanto Lewis Hamilton, seu rival na briga pelo título, anotou seis com a terceira posição. O que seria decisivo para o campeãoroleta das emoções2008.

Em 2008, o blog Voando Baixo já existia havia dois anos. Era minha terceira temporada como setoristaroleta das emoçõesautomobilismo do GE.globo (na época, GloboEsporte.com). Então, acompanhei aquele campeonato muitoroleta das emoçõesperto. Em especial, toda a semana do GP do Brasil,roleta das emoçõesInterlagos, quando acompanhei a agendaroleta das emoçõesFelipe Massa. Com toda essa polêmica revivida nesta semana, vi muita desinformação ser propagada nas mídias sociais e na internet. Por isso, resolvi trazer uma espécieroleta das emoções"fato ou fake" daquela temporada, para confirmar algumas verdades e desmentir alguns mitos criados 15 anos depois daquele polêmico campeonato.

Felipe Massa e Lewis Hamilton travaram um duelo equilibradíssimo desde a primeira corridaroleta das emoções2008, se alternando na liderança do campeonato desde o GP da Austrália. A maior diferença a favor do inglês foiroleta das emoções14 pontos, obtida logo após a corrida na Malásia,roleta das emoçõesSepang, a segunda prova do ano. Já o brasileiro abriu dezroleta das emoçõesfrente após o triunfo no GP da França,roleta das emoçõesMagny-Cours, a oitava corrida. Mas se olharmos além dos pontos, veremos um enorme equilíbrio tambémroleta das emoçõesoutros números.

Pois é. Não dá para dizer que um campeonato decidido por apenas um ponto teve um desequilíbrio tão grande assim. É fato que Felipe Massa cometeu seus erros -principalmente no início do ano - e a Ferrari o deixou na mão algumas vezesroleta das emoções2008. Mas Lewis Hamilton e a McLaren erraram tanto quanto o brasileiro e a equipe italiana. Em um ano com carros equivalentes, como eram o F2008 e o MP4-23, dificilmente o rival deixariaroleta das emoçõesconquistar o título com facilidade se o rival errasseroleta das emoçõesuma escala tão maior assim. Esse é um dos mitos que foi aumentado ao longo dos anos propositalmente, até para tentar minimizar a influência da manipulaçãoroleta das emoçõesresultados promovida pela Renault no GProleta das emoçõesSingapura.

Silverstone foi um casoroleta das emoçõeserro primário da Ferrari que acabou na contaroleta das emoçõesFelipe Massa. E que a cada ano parece aumentar mais. O brasileiro teve uma corrida terrível na Inglaterra, rodando várias vezesroleta das emoçõesuma pista encharcada, não marcando pontos e terminando duas voltas atrás do vencedor Lewis Hamilton. Essa corrida transformou Massa, aos olhos do público leigo,roleta das emoçõesum piloto que não sabia andar na chuva. Pura balela:roleta das emoções2007, ele travou um duelo memorável com o polonês Robert Kubica debaixoroleta das emoçõesum dilúvioroleta das emoçõesFuji, no Japão. E aniquilou a concorrência no GP do Brasil, na decisão do campeonatoroleta das emoções2008,roleta das emoçõesuma corrida típicaroleta das emoçõesInterlagos, com aquele tradicional chove-e-para.

Mas o que aconteceuroleta das emoçõesSilverstone, então? Simples: a regraroleta das emoçõesparque fechado entre classificação e corrida já existia. Fez sol na decisão da pole, mas existia a previsãoroleta das emoçõeschuva para o domingo - o que efetivamente aconteceu. A Ferrari, então, fez um acerto extremo para pista seca para o brasileiro, que marcou a pole. Mas com o carro baixo demais, virou passageiro nas inúmeras poças d'água do circuito inglês e rodou várias vezes. Já a McLaren apostou na chuva com Hamilton - e se deu bem demais. Com um carro bem acertado e seu talento, ele deu show e venceu com uma enorme vantagem: maisroleta das emoçõesum minuto para o segundo colocado, o alemão Nick Heidfeld, da BMW Sauber.

Esta é a maior faláciaroleta das emoçõestodas. A armação engendrada por Flavio Briatore viciou a corridaroleta das emoçõestodo mundoroleta das emoçõesSingapura - só por isso já deveria ter sido anulada. Mexeu com estratégias, antecipou pit stops, jogou pilotos da frente para as últimas posições e vice-versa. Um absurdo total. Para se ter uma ideia, depois do acidenteroleta das emoçõesNelsinho Piquet, da entrada do safety car e das paradasroleta das emoçõesbox, apenas um piloto não teveroleta das emoçõesposiçãoroleta das emoçõespista mexida dos 18 que ainda estavam na corrida. Inacreditável.

A existênciaroleta das emoçõesuma corrida com resultado viciado nas estatísticas históricas da Fórmula 1 é um absurdo completo. É claro que, 15 anos depois, não dá mais para anular a corrida com efeitos esportivos, cancelando os resultados dos pilotosroleta das emoçõestermosroleta das emoçõespontos na pista. Mas a FIA deveria cancelar o GProleta das emoçõesSingapuraroleta das emoções2008 nas estatísticas. Ninguém deveria contar essa corridaroleta das emoçõesseus currículos por causa do resultado viciado pela armação da Renault. Repito: é um absurdo. E a melhor formaroleta das emoçõesfazer justiça com a maior vítima disso tudo, justamente Felipe Massa, seria também reconhecê-lo como campeão daquela temporada. Tardiamente, é verdade. Mas corretamente.

E istoroleta das emoçõesnada diminuiria a conquistaroleta das emoçõesLewis Hamilton, que também foi uma vítimaroleta das emoçõestodo esse escândalo. Aliás, todos nós que vivemos aquele ano, que nos emocionamos com aquela temporada, com a espetacular decisão do campeonatoroleta das emoçõesInterlagos fomos vítimas. Vivemos uma mentira. Cobrimos uma mentira. Nós nos emocionamos com uma mentira. O final mais emocionanteroleta das emoçõesum campeonato da história da Fórmula 1 foi uma mentira manchada pelo Singapuragate.

Roubaram aquela que talvez seja minha melhor lembrançaroleta das emoçõestrabalhoroleta das emoçõesuma pistaroleta das emoçõescorridas. Tudo isso me deixa enojado. Envergonhado. Extremamente irritado. E com aquela sensaçãoroleta das emoçõester feito papelroleta das emoçõesotárioroleta das emoçõesInterlagos naquele dia 2roleta das emoçõesnovembroroleta das emoções2008. Triste.