Menos dor, melhor rendimento: acupuntura conquista atletas

Técnica chinesa tem sido cada vez mais usada no tratamentolesões ligadas ao esporte; médico explica o procedimento e detalha os benefícios. Confira!

Por Renata Domingues — RioJaneiro


Tradicional técnica da medicina chinesa, a acupuntura vem ganhando cada vez mais espaço entre os atletas amadoresplantão. Quem corre, pedala ou pega peso na academia convive com dores e lesões que atrapalham o rendimento e muitas vezes levam ao afastamento da atividade. Foi o que aconteceu com o baiano Alexandre Reis. Hoje ele se dedica às maratonas aquáticas e nada todos os dias. Mas isso não seria possível sem a acupuntura. Com o tratamento, ele se livrouuma hérniadisco na lombar, pontosgatilho nos ombros euma fascite plantar. Lesões que adquiriu durante o períodocinco anosque ficou sedentário.

- A maratona aquática mudou a minha vida, e a acupuntura me ajudou diretamente nesse processo. Minha confiançafazer todas as minhas atividades, desde o lado pessoal até o profissional, só aumenta. Faço há 10 anos e indico para qualquer um. Espero poder continuar fazendo o meu esporte até ficar bem velhinho - comentou Alexandre.

Alexandre virou atletamaratona aquática graças a acupuntura — Foto: Arquivo pessoal

Mas como pequenas agulhas podem ser tão eficientes? De acordo com o doutor Walter Viterbo, médicoAlexandre e donouma clínica referênciaacupunturaSalvador, a base do procedimento é a endorfina, que está relacionada ao prazer e à diminuição da dor, tendo dois tiposação, local e central. Assim, o sistema nervoso seria estimulado a partir dos acupontos, gerando respostas positivas no tratamentodiversas patologias.

- A inserção da agulha estimula as terminações nervosas existentes na pele e nos tecidos subjacentes, principalmente os músculos. A mensagem gerada por esses estímulos segue pelos nervos periféricos, até o sistema nervoso central, medula e cérebro. Aí, deflagra a liberaçãodiversas substâncias químicas conhecidas como neurotransmissores, desencadeando uma sérieefeitos importantes, tais como: analgésico, anti-inflamatório e relaxante muscular, além da ação moduladora sobre as emoções, o sistema endócrino e imunológico e sobre várias outras funções orgânicas - explicou.

Alexandre se trata com acupuntura há 10 anos — Foto: Arquivo pessoal

O médico lembra ainda que os benefícios da acupuntura vão além do tratamento do local lesionado, tendo influência sobre a ansiedade e o sono, por exemplo, pontos cruciais na vidauma atleta.

- No caso dos atletas pode ser usada na recuperaçãolesões e também no lado emocional, pois promove a produçãoendorfina, que diminui o cortisol, que é o hormônio do estresse, da ansiedade. Também ajuda a melhorar a qualidade do sono, fazendo com que a pessoa tenha um nívelregeneração maior no sono.

Doutor Viterbo é especialistaacupuntura e tem uma clínica referência na Bahia — Foto: Arquivo pessoal

No geral,duas a três sessões por semana são suficientes para que os benefícios da acupuntura comecem a aparecer. Claro que casos mais sériosreabilitação ou pós-operatório precisamuma frequência maior.

- O atleta que faz acupunturaforma regular tem um equilíbrio melhor do que aquele que não faz - afirma Viterbo.

A acupuntura também pode ser uma saída para aquelas pessoas que não gostam ou não querem tomar remédios. O médico garante que é possível conseguir bons resultadostratamentos apenas com as agulhas.

- Existem resultados positivos só com acupuntura. Claro que para um atleta que quer voltar à ativaforma rápida, é indicado que associe a outras terapias.

O próprio doutor Walter Viterbo é praticantemuay thai e também se trata com acupuntura. Ele ressalta que cada caso é único, e as respostas ao procedimento serão diferenciadas.

- Um dos preceitos da filosofia da medicina tradicional chinesa é atender o paciente como um ser único, integral e holístico, enxergar o indivíduo como um todo, respeitando as suas individualidades. Cada paciente responderáacordo com acapacidade genética para esses estímulos.

Doutor Viterbo é praticantelutas e também faz acupuntura com os colegas médicos — Foto: Arquivo pessoal

E você? Ficou curioso para testar as agulhinhas ou prefere correr delas?