Cedo ou tarde demais, Filipe Luís é o novo treinador do Flamengo. É uma jogada ousada, entre o arriscado e o genial, da gestão que toca o clube desde 2019.

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Só não é uma jogada inovadora. Desde a saída repentinapoker supremaJorge Jesus no meio da pandemiapoker suprema2020, o Flamengo flerta entre a total ousadia e o populismo na escolhapoker supremaseus treinadores. O desconhecido Domenèc deu lugar a Rogério Ceni, na época cravado como "melhor treinador brasileiro depoispoker supremaTite". Renato Gaúcho deu vida ao sonho e cedeu espaço ao desconhecido Paulo Sousa.

O Flamengo nunca parou realmentepoker supremaestarpoker supremaebulição mesmo nas vitórias, como a dramática saídapoker supremaDorival e o conturbado anopoker suprema2023 mostraram. A chegadapoker supremaTite era a esperançapoker supremaum futuro mais estável. O discurso sereno, a conhecida segurança defensivapoker supremasuas equipes e a promessapoker supremarenovaçãopoker supremamomento crucial, com a saídapoker supremajogadores importantes, acenavam um futuro onde o Flamengo saberia para onde ir alémpoker supremabuscar o próximo treinador.

Tite acenava o futuropoker supremaum projeto esportivo que jamais se concretizou

O casamento entre Tite e a torcida jamais aconteceu. É possível colocar na balança as muitas lesões, o cansaço e a ausênciapoker supremaPedro na reta final. Mas um elenco da envergadura dos atuais jogadores, com novos protagonistas como Luiz Araújo, Pulgar, De La Cruz e Everton Cebolinha, teve poucos jogospoker supremapleno domínio e destaque no ano. A derrota por 3 a 0 para o Atlético-MG no ano passado foi um sinalpoker supremaalerta que era preciso esperar mais.

Nem o melhor Campeonato Carioca da história e o G-4 do Brasileirão recompensavam a espera. Quando o nívelpoker supremadificuldade aumentava, o Flamengo jogava mal, como o empate com o Millonarios, derrota para o Palestino e a vitória magra na Copa do Brasil sobre o Amazonas. Nem o 6 a 1 sobre o Vasco tirou a desconfiança.

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O campo sempre deixou muito claro o motivo: um time com dificuldadepoker supremacriação e fluidezpoker supremajogadas ofensivas. Muito dependentepoker supremaPedro oupoker supremaLuiz Araújo pelo lado direito. Sem Arrascaeta, que já não consegue mais uma sequência, e De La Cruz, a criatividade foi embora. Sem Pedro, os gols sumiram. A bola parada aérea passou a ser um problema e tirou o clube da Libertadores epoker supremaum confronto mais próximo pela liderança do Brasileirão.

A chegadapoker supremaFilipe Luís é o remédio para a decepção. Inquestionavelmente ídolo e estudioso, ele sempre deixou claro que seria treinador do Flamengopoker supremaum dia. Seu conhecimento ímpar do jogo e a humildadepoker supremaaceitar o desafio no sub-17 só tornava seu futuro ainda mais promissor. Não há quem não gostepoker supremaFilipe, pelo que desfilavapoker supremacampo e pela classe, elegência e promessapoker supremabom futebol que se desenhava no futuro.

No fim das contas, não se tratapoker supremaFilipe Luís oupoker supremaTite. Se tratapoker supremaum futuro que segue sem projeto ou norte, apenas trocando treinadores no sabor da derrota. E olha que Tite saiu após vitória, assim como Dorival - até nisso a Gávea redesenha.

A ausênciapoker supremaum projetopoker supremaclube além das meras vitórias sempre foi uma constante nos últimos anos do Flamengo. Se até 2022 ela cobrava um preço rapidamente remediado com uma trocapoker suprematreinador e um título, o anopoker suprema2023 deixou claro que o clube precisa ir além.

O primeiro ano sem títulospoker supremaexpressão deixou escancarada a necessidadepoker supremauma revisão estrutural. Everton Ribeiro saiu, Arrascaeta convive com graves problemas físicos e Gabigol tevepoker supremahistória no clube reescritapoker supremamodo inesperado. Não houve ninguém realmente capazpoker supremaassumir um protagonismo - Gerson faz excelente temporada como meia, e assim como todo o time, foi mal nos dois jogos contra o Peñarol. Diversos treinadores chegaram e deram errado. O time é muito diferente daquelepoker suprema2019 ou opoker suprema2020.

A receita do clube é contratar, contratar, demitir e contratar. O dinheiro vem das conquistas cada vez mais escassas. É um caminho não exatamente sustentável. O Flamengo não perde por elenco ou por técnico - perde pela desunião entre setores, pela faltapoker supremaum norte que nem na épocapoker supremaJorge Jesus existiu.

Trazer alguém tão promissor no futuro para o presente só tem um destino: a glória ou o fiasco total. Se Filipe ganhar a Copa do Brasil ou o distante Brasileirão, a cartada será tida como genial. Como foi a apostapoker supremaCarpegiani oupoker supremaCarlinhos, ganhadorpoker suprematantos títulos nos anos 1990. Se o Flamengo não conseguir uma melhora, a faltapoker supremaexperiênciapoker supremaFilipe será o primeiro fator levantado.

Há questões maiores e mais profundas para o Flamengo resolver. Num primeiro momento, elas ficarão guardadas. E tudo indica que continuarão assim quando o futuropoker supremaFilipe Luís, que parecia distante, se revelar. O primeiro jogo da semifinal da Copa do Brasil já é nesta quarta (02), contra o Corinthians.

Com ou sem título, com Tite ou Filipe, o Flamengo segue carentepoker supremaum projeto esportivo sólido. Se Tite jamais foi o "técnico dos sonhos", a ideia que ele representava poderia permanecer viva no clube, com outros nomes,poker supremaoutro contexto. Resta saber se será com Filipe Luís.

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