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Por Cahê Mota e Raphael Zarko — Rio777 betanoJaneiro


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Filipe Luís está apaixonado. São poucos meses e poucos jogos, mas o ex-jogador hoje saboreia mais as vitórias. E aprendeu rápido que o técnico sofre muito mais - e sozinho - com as derrotas. Este Abre Aspas, gravado na primeira semana777 betanomaio, foi dia777 betanoremoer e777 betanoestudar a derrota do seu Flamengo sub-17 num clássico com o Vasco.

Abre Aspas: Filipe Luís fala777 betanocarreira777 betanotécnico e projeta chegar ao profissional

Num papo777 betanopouco mais777 betanouma hora, o catarinense777 betano38 anos, que entrou para a história do clube para o qual torcia desde criança777 betanoJaraguá do Sul, contou o porquê da decisão777 betanonão ir trabalhar com Dorival na Seleção, relatou pela primeira vez o caso777 betanoracismo contra seus garotos nos Estados Unidos e disse que entra777 betanocabeça na instável profissão que hoje desperta tantas emoções:

- Cada dia estou mais viciado777 betanotrabalhar - contou.

Filipe Luís777 betanoentrevista ao ge no Abre Aspas — Foto: Reprodução

777 betano Ficha técnica:

  • Nome completo: Filipe Luís Kasmirski
  • Nascimento: Jaraguá do Sul (SC),777 betano9777 betanoagosto777 betano1985
  • Carreira como profissional: Figueirense, Ajax, La Coruña, Atlético777 betanoMadrid, Chelsea e Flamengo. Atual treinador do sub-17 do Flamengo.
  • Principais títulos: Campeonato Catarinense (2003 e 2004) pelo Figueirense. Pelo Atlético777 betanoMadrid, foi campeão espanhol (2013/2014), da Uefa duas vezes, duas vezes da Supercopa e uma vez da Copa do Rei. Pelo Chelsea, campeão inglês (2014/2015). No Flamengo, duas Libertadores (2019 e 2022), dois Brasileiros (2019 e 2020), dois Cariocas (2020 e 2021) e da Copa do Brasil (2022). Na Seleção, conquistou a Copa das Confederações777 betano2013 e a Copa América777 betano2019. Disputou a Copa do Mundo777 betano2018.

777 betano Confira a entrevista com Filipe Luís:

ge: E agora, como a gente te chama: professor ou Mister Filipe Luís?

Filipe Luís: — Pode continuar me chamando777 betanoFilipe. Não (tenho preferência), mas o objetivo é Mister um dia.

Como está sendo esse início como treinador?

— Posso dizer que é uma chuva777 betanoemoções tudo o que eu vivi desde o ano passado até agora. A profissão777 betanotreinador é mais divertida, digamos assim. Você se diverte mais quando vê as coisas que faz com o resultado acontecendo, mas também a derrota é muito mais dolorosa, mais solitária. O desafio é muito grande, a responsabilidade é muito grande. Estou completamente apaixonado por essa profissão. E cada dia estou mais viciado777 betanotrabalhar,777 betanomelhorar e continuar evoluindo.

Como é essa rotina nessa nova função?

— O trabalho do treinador, e eu já falei com vários desde que comecei a carreira, é infinito. Não acaba nunca. Se você quiser, pode continuar e cada vez vai assistir mais jogos, mais coisas novas... Muitas vezes me pego com o laptop na cama 22h, 23h30 para ver só mais uma jogada. Ou acordo 4h da manhã porque lembrei777 betanoalguma coisa com uma ideia nova e anotei no celular. Ou para mandar mensagem para algum companheiro para lembrar777 betanoum sistema que jogava contra... Isso é principalmente ainda por falta777 betanoorganização do tempo. Sou novo nisso, estou me adaptando, me organizando e tende a melhorar. Conforme a comissão passar a ter mais clara a ideia para se organizar,777 betanoum clube profissional com seis analistas trabalhando, tudo fica mais fácil.

Filipe Luís no Abre Aspas — Foto: Reprodução

Como foi esse processo777 betanovirada777 betanochave? Ainda se pega pensando como jogador?

— Por sorte, eu já pensava como treinador muitos e muitos anos atrás. Enquanto ainda jogava. Já pensava777 betanocoisas que eu queria, ideias que eu gostava, coisas que queria passar para os meus jogadores e anotava tudo. Quando fui chegando na reta final da minha carreira, tinha essa dúvida sobre começar como auxiliar, começar como treinador da base, começar como treinador no profissional... E eu fui vendo cada vez mais, falando com mais gente, e pensei que se eu começasse como auxiliar ia ser muito difícil. Eu tenho uma ideia tão forte do meu modelo777 betanojogo, que seria difícil me adaptar para outra ideia777 betanooutro treinador. O auxiliar tem que se adaptar ao modelo do treinador. Eu pensei777 betanocomeçar a carreira solo e não estava preparado para começar no profissional. Ninguém está. Nunca fui treinador na minha vida. Por mais que a gente ache que sabe, são muitas responsabilidades e decisões que temos que tomar que não estão no nosso controle. Eu pensava777 betanocomeçar777 betanouma categoria mais perto do profissional, mas o Flamengo me deu a oportunidade777 betanocomeçar no sub-17 e não pensei duas vezes. Eles me dão toda estrutura para trabalhar, toda tranquilidade e sigo modelo777 betanojogo777 betanoum clube que quer ser protagonista a todo momento. Casou com o que eu pensava777 betanome preparar para montar toda metodologia e botar esse modelo777 betanojogo777 betanoprática para ver777 betanocampo se flui do jeito que eu quero.

Você perguntou ao Alex (ex-Palmeiras e Cruzeiro), no "Bola da Vez", da ESPN, qual a maior dificuldade que ele teve como treinador. E você, qual777 betanomaior dificuldade?

— No começo, tive dificuldade777 betanome posicionar777 betanouma forma para ver tudo o que eu queria ver no jogo. Como jogador, eu me posicionava na lateral esquerda e ali, jogando, eu via tudo. Via se o zagueiro fechava, se o cara estava se posicionando certo, o ponta direita... E me peguei na primeira semana ao lado do campo e não estava vendo nada. Tive a ajuda da comissão, que foi me guiando, guiando a equipe e fui aprendendo onde me posicionar nos treinos para dar os feedbacks necessários.

— No meu modo777 betanover, todo o modelo do futebol se define durante o treino. Depois, pouco pode se fazer. Tem o vídeo e tudo mais, mas é no campo onde realmente trabalhamos. Até eu me adaptar a esse contato777 betanoposicionamento777 betanocampo para enxergar o modelo foi o que mais me causou dificuldade. O resto foi questão777 betanoadaptação, palestras e outras coisas. Claro que há o que melhorar, mas foi mais simples. Eu já era um cara que falava bastante durante os treinos, até nos vídeos eu fazia muitas perguntas e questionamentos. O resto foi mais simples.

Você falou que sempre teve claro qual era o seu modelo777 betanojogo, mas isso depende777 betanouma mão dupla: você saber ensinar e eles aprenderem. Como se deu essa construção da metodologia?

— A metodologia foi onde eu mais precisava777 betanoajuda, processos pedagógicos e tudo mais. Eu sei como eu quero que meu time jogue, como eu quero vê-lo no campo posicionado, eu sei como eu quero que ele ataque, mas eu não sabia como fazer ele chegar até lá. Foi onde pedi a ajuda do Ivan, que é meu auxiliar, é treinador e trabalhou no Barcelona por muitos e muitos anos. Ele tem um modelo777 betanojogo parecido com o meu e fomos adaptando algumas discrepâncias para chegar a um acordo que torna o processo metodológico muito fácil. Tudo o que é treinado é777 betanocima deste modelo777 betanojogo e eu vi o time treinando uma semana e na outra já jogando da forma que eu queria. Os moleques assimilaram muito rápido, o vídeo tem um poder muito grande nisso. Claro que eu dependo muito da qualidade individual e do talento deles. Eu preciso adaptar o modelo aos valores que eu tenho, não posso pensar só como se fosse um videogame. Penso777 betanocada peça que tenho, adaptei essas questões e cada vez eu os sinto mais confortáveis777 betanocampo.

E como é esse modelo777 betanojogo que você tem tanta convicção?

— Não quero abrir muito. Sempre pensei que o treinador tem que falar o menos possível, dar menos pistas possíveis. Mas o meu modelo777 betanojogo é777 betanopropor sempre, sair jogando com a bola, posse no campo ofensivo e ataque ao espaço. É um jogo mais vertical neste ponto e baseado muito no último conceito, que é a pressão. A cada adversário que eu jogo, eu quero pressionar sempre para ter a bola, mas isso é muito difícil. Acredito ter a capacidade777 betanofazer isso, por mais que às vezes erre ou acerte. Mas é um modelo baseado principalmente777 betanopressionar e depois um jogo muito agressivo e777 betanodireção ao gol.

Há uma questão geracional muito evidente777 betanorelação à777 betanoépoca por causa da tecnologia. Rede social, telefones celulares... Há alguma cartilha com restrições777 betanouso que você siga?

— Quando eu estava no Figueirense777 betano2003, 2004, estavam chegando aqueles telefones com jogo da cobrinha, mensagens777 betanotexto, com redes sociais... Estava começando, mas não como agora que é exagerado. Se você não souber usar, é uma ferramenta poderosa e perigosa. Sou a favor do que o clube faz aqui, que é proibir celulares no refeitório, na fisioterapia, para eles conversarem e terem o ambiente777 betanoconexão. São poucas horas que eles têm aqui. Fora a gente não controla. O que tento fazer para eles é o que acontece muitas vezes no profissional quando você entra no Instagram depois777 betanoum jogo bom, mas também depois777 betanoum jogo ruim. E eles comentam: "Poxa, lá onde eu moro quando o Gabi joga mal querem matar, depois faz um gol e é o melhor". As redes sociais são muito mais intensas e eles têm que ter cuidados. Falo bastante, mas não tenho poder777 betanolimitar o uso.

Filipe Luís no Abre Aspas — Foto: Reprodução

Mas como acha que pode atrapalhar na forma777 betanoabsorver o trabalho,777 betanolidar com as exigências?

— Eu acredito que é algo que tem melhorado. Eu sou777 betano1985, cheguei ao Figueirense777 betano2000 e logo depois já estava no profissional. E a gente vem777 betanouma geração onde nossos ídolos eram reis na noite. Festas, bebidas e para jogar bem tinha que sair. Antigamente, se fazia muito isso e eu era criado nesta geração. Eu também pensava que para jogar bem tinha que sair. Então, não era treinar, ir para casa e pensar no treino. Era treinar, fazer um churrasco, festa e tudo mais com os companheiros.

— Acredito que isso tem melhorado muito. Acredito que durante os últimos anos o que estamos perdendo é o futebol777 betanorua, o futebol do drible. Em uma categoria sub-7, 8, 9 já queremos ser campeões777 betanovez777 betanoformar,777 betanoensinar e colher os frutos mais para frente. Estamos perdendo um pouco essa essência, tanto que na base a maior carência são os dribladores. Que são os que fazem a diferença, os goleadores e dribladores. Neste ponto, acho que há muita diferença. Mas o eletrônico vem para piorar? Acho que precisa saber ser utilizado. Lembro que eu também ia para casa jogar videogame também, agora são outras ferramentas. Se você sabe utilizar bem, é algo que vai ajudar. O problema está nos excessos.

Em uma categoria como o sub-17, você ainda consegue moldar personalidades e também a parte técnica777 betanocampo ou eles já chegam formados e isso precisa ser lapidado mais cedo?

— Tecnicamente eu acredito. Cuido muito da parte tática, me dedico muito a isso, e a parte técnica não temos tanto tempo para treinar, mas tento sempre implementar. É uma idade mais difícil, mas sempre se aprende e dá para melhorar. Sobre a parte comportamental, acredito sim que podemos ter uma influência muito grande. Eu vivi isso na prática quando um treinador mudou minha mentalidade com 25 anos. Se ele conseguiu isso com 25, com certeza eu tenho influência grande na educação desses meninos. Por isso, sempre coloco os valores da equipe777 betanoprimeiro lugar. Nunca negocio que o escudo do Flamengo está por cima777 betanotodo mundo. Todas as minhas decisões e valores são777 betanocima disso. Eles representam um clube, a maioria deles vive disso, e tendo isso claro tudo fica mais fácil. Já vejo uma mudança grande dentro dos jogos. E isso talvez seja o que mais agrade na função777 betanotreinador: ver a evolução deles para o que você quer.

Voltando para o processo777 betanotransição, você não se deu tempo para descansar. Como que a família lida com isso? E você, não fica estafado emocional e fisicamente justamente por não ter parado?

— Eu tirei a licença B777 betano2020 e no ano passado tirei a licença A, e as práticas eram durante o Brasileirão. Então, eu me aposentei e no dia seguinte estava às 10h na sala777 betanoaula estudando. Isso foi um impacto, mas eu amo tanto isso, amo tanto futebol, sou tão apaixonado, que vou com prazer. O difícil para mim é estar longe do futebol, é sair777 betanoférias.

Filipe Luís777 betanoestreia como treinador no sub-17 do Flamengo — Foto: Fred Huber / Globo

— Eu tenho o apoio da minha esposa e da minha família, tenho a hora certa. (Quando parei) saímos777 betanoférias, descansamos o tempo que eu pude. Não todo o tempo que a família gostaria, mas como eles me apoiam tudo fica mais fácil.

777 betano O convite da CBF: "Dizer não é difícil"

Neste período, você recebeu o convite da CBF para ser coordenador técnico. Como foi esse chamado e qual o motivo777 betanonão ter aceitado?

— O presidente Ednaldo me ligou, conversou comigo sobre a possibilidade. Primeiramente, a seleção brasileira ligar e você dizer não é difícil. Mas eu tenho tão claro que quero ser treinador, que seria desviar do meu caminho, fazer uma curva. Primeiro, por ser totalmente inexperiente para o cargo, há muito melhores do que eu para essa função e que vão ajudar mais. E segundo porque eu egoistamente quero começar essa carreira como treinador.

— Deixei a porta aberta caso ele quisesse algum cargo no campo, mas para esta função eu preferi não aceitar. Por mais que financeiramente, status, e tudo mais, seria melhor ir para lá, meu coração quer estar no campo. Não me arrependo.

Você falou há pouco o quanto a pressão por resultados prejudica a formação777 betanojovens jogadores. Você também é um técnico777 betanoformação. Até que ponto consegue descolar da necessidade777 betanovencer para evoluir nesta formação ou é algo que você mesmo, pela competitividade, não permite?

— Primeiro: eu quero ganhar. Sempre fui um cara supercompetitivo, continuo sendo, mas existem coisas que a gente não controla. O resultado a gente não consegue controlar, a maneira sim. A maneira que a gente ganha e a maneira que a gente perde. Se for para perder, que seja da minha maneira e não777 betanoqualquer jeito. Que seja agredindo o gol adversário, tentando jogar, botando a bola no chão... A partir dessa ideia e modelo777 betanojogo, os resultados eu acredito que estão mais próximos, mas do outro lado também há treinadores e jogadores muito bons. Na base, está me surpreendendo muito o nível tático dos jogos. O que me desanima um pouco é o horário, que é sempre 11h com calor e gramados muito ruins. É uma situação complicada para desenvolver essa ideia e modelo777 betanojogo777 betanoposse e progressão. Quero ganhar, mas quero ganhar da minha maneira e jogando777 betanouma forma que me leve mais perto da vitória. O clube me dá total liberdade para tomar qualquer decisão, mas você está com o escudo do Flamengo no peito e precisa ganhar todos os jogos.

Filipe Luís aplaude seus jogadores na comemoração777 betanoum dos gols do Flamengo — Foto: Paula Reis / CRF

Filipe Luís beija taça da Libertadores777 betanoGuayaquil — Foto: Divulgação / Flamengo

Esses são problemas que você viveu também no profissional e muitas vezes fica a impressão777 betanoque o futebol brasileiro se sabota. De que maneira você enxerga esse processo? Vê viés777 betanomudança?

— A mudança vem devagar, mas vem. No meu caso, vou fazer777 betanotudo o que estiver ao meu alcance para mudar esses problemas. Por exemplo, temos um jogo 11h da manhã, 38 graus, grama muito alta... Não é a melhor forma sair jogando. O certo para ganhar jogo é chutão, brigar pela segunda bola e parar perto do gol adversário. Mas não é o melhor para os meninos. Pela minha parte, eu vou fazer o que é melhor para eles e não ganhar a qualquer custo. E tenho encontrado treinadores que gostam e fazem a mesma coisa. A gente está fazendo a nossa parte. Claro que há treinadores que vão mandar dar porrada, perder tempo, enganar... É claro que isso existe no futebol, mas não777 betanomim.

— Eles vão colher os frutos no profissional. Eles não jogaram por jogar, estão aprendendo o jogo que é muito complexo. Esses jogadores dos times que ganham a qualquer custo vão chegar ao profissional com mais carências e os meus jogadores talvez não colham tantos frutos agora, mas vão chegar mais preparados quando, por exemplo, o Tite precisar deles no profissional. Esse é o meu trabalho.

— Eu cobro muito o clube por uma melhoria nos gramados, tento falar com a Federação para diminuir o tempo dos jogos... A maioria tem 15, 16 anos e é muito quente jogar às 11h, 13h da tarde. Mas isso não está no meu controle. Eu falo, tento fazer com que eles olhem para dar melhorias para a condição777 betanojogo. Se ele tem condição ruim para desempenhar, como que ele vai driblar? Ele vai tentar driblar, a bola fica presa, pisa, cai e o que o treinador vai fazer? Vai tirar, vai dar chutão e tentar ganhar o jogo a qualquer custo. É um tipo777 betanocoisa complicada que também acontece no futebol, mas tem gente nova vindo para colocar um grão777 betanoareia. Tem muitas pessoas entrando no futebol e vejo essa melhoria. Devagar, mas está acontecendo.

Pegando o tripé arbitragem, calendário e gramados, desde 2019, quando você chegou ao Flamengo, é possível enxergar uma evolução no futebol brasileiro?

— Eu, particularmente, gosto da arbitragem brasileira. É a arbitragem mais pressionada do mundo. Os programas777 betanotelevisão analisam mais a fundo o desempenho do árbitro do que taticamente uma equipe. Isso me chama muito a atenção. Existem árbitros aqui777 betanoaltíssimo nível. Não todos, obviamente, mas gosto muito da evolução que eles têm tido durante os jogos, têm deixado correr mais.

— O gramado é um ponto que me desafia e me surpreende. Dizem que faz muito calor para ter um gramado bom, mas você vai na Arábia e tem os melhores com 50 graus. Nos EUA, na Flórida, estava 40 graus e também (encontramos) o melhor gramado. Aqui no Brasil não dá, é a resposta que é dada. Não consigo entender esse ponto. Sobre calendário, realmente os Estaduais ocupam muito tempo. São importantes, não deveriam acabar, mas deveriam ser feitos777 betanooutra forma para que se possa jogar Brasileiro, Copa do Brasil e Libertadores777 betanouma forma mais pacífica, com viagens mais tranquilas, tempo para descansar. Não tem outro campeonato no mundo onde cada viagem são três, quatro horas, porque não é só a viagem até o local. É deslocamento para aeroporto, espera, conexão, ida para o hotel... São coisas que temos sempre que pensar para ter melhor desempenho, o horário dos jogos. Espero que escutem mais os jogadores, que são os grandes protagonistas.

Neste processo777 betanoformação, a figura dos pais costuma ser muito presente e não é fácil administrar. Seu filho777 betano10 anos também joga. De que maneira que você lida com isso como pai e como treinador? É uma relação que muitas vezes vai além do apoio e gera uma pressão no garoto...

— O meu filho, particularmente, prefere que eu não vá porque ele diz que fica nervoso. Eu não falo nada, deixo ele jogar, e seria hipócrita777 betanominha parte falar com um treinador lá no banco dando instruções. Existem pais que cobram, pais que apoiam, pais mais positivos... O meu pai, por exemplo, sempre me elogiava, até quando eu jogava mal. Ele via coisas boas que eu fiz no jogo para dar um feedback positivo. Tem pais que cobram mais e isso vai777 betanocada um. Eu procuro saber dos meus garotos como são os pais, porque realmente um pai que cobra atrapalha muito. É muito forte para um filho escutar777 betanoum pai que critica e que cobra. Eu não escuto muito por estar focado no que acontece777 betanocampo. Não escuto o que os pais falam e também não sei que são os pais, para mim são torcedores.

— Mas com certeza um pai que dá instrução está errado. Porque ali ele já não controla mais. Daqui a pouco, o filho está no profissional, jogando para 70 mil, e ele não vai ouvir o pai gritando do lado. Ele precisa saber fazer as coisas sozinho.

Todo esse ambiente777 betanopressão e formação da personalidade do atleta nos remete muito aos problemas cada vez mais recorrentes777 betanosaúde mental. Como trabalhar isso no dia a dia?

— Eu vou fugir um pouco disso. Acho que a parte da saúde mental do atleta não deve ser pensada só no atleta, mas no ser humano777 betanogeral. E a saúde mental777 betanoum cara que trabalha777 betanouma empresa 12 horas por dia e chega com limitações no final do mês? Ou777 betanouma mãe com três filhos? Esses também têm uma saúde mental comprometida. Pensamos muito no atleta por estar777 betanoevidência, mas isso é com todas as pessoas. A crítica, a cobrança, não é fácil777 betanolidar e as pessoas caem. E os atletas também. Não é porque ganham mais dinheiro e são famosos que são invencíveis. Todo mundo tem problemas, todo mundo tem altos e baixos, todo mundo joga bem e joga mal, todo mundo rende bem e depois para777 betanorender no trabalho. Isso acontece, todo mundo oscila. As pessoas têm que entender que cuidar da saúde mental777 betanouma maneira geral é importante. Procurar um psicólogo, um psiquiatra, o que for para você entender o que está acontecendo com você mesmo. Por isso que eu falo que saio um pouco, não é só o atleta. Está acontecendo com atletas que estão no limite, mas acontece777 betanotodo o mundo. No começo, era algo mal visto falar com um psicólogo, se tratar, procurar ajuda e não é. Eu mesmo trabalhei com psicólogo vários anos no começo da carreira e foi uma coisa que me ajudou muito, é algo excelente a se fazer até mesmo para se conhecer melhor nos tipos777 betanosentimento que tem despertado.

777 betano O caso777 betanoracismo nos EUA

O Flamengo há pouco tempo estava nos Estados Unidos para um torneio e soltou uma nota denunciando um caso777 betanoracismo contra o time sub-17. O que você pode relatar deste episódio?

— É uma situação complexa e difícil777 betanofalar. Foi depois777 betanouma derrota, depois777 betanoum jogo onde tudo se deu777 betanouma forma muito negativa. Arbitragem, ambiente, eles queriam mesmo para entrar na mente dos nossos jogadores e foi bem feito. Troquei informações e análises com o Philadelphia (Union, equipe americana que venceu por 2 a 0) depois do jogo até para aprender e ali estava no plano777 betanojogo deles que era entrar na nossa mente. Eles irritaram muito e conseguiram tirar nossos jogadores do jogo, venceram777 betanoforma justa. A arbitragem era americana e os favoreceu um pouco, mas não é desculpa para a derrota.

— No fim, a saída não era organizada. Os jogadores saíram a pé pelo campo e acabaram discutindo já depois do fim do jogo. O brasileiro777 betanosi tem uma coisa777 betanonão saber perder e tem que saber perder. Não é a mesma coisa você perder brigando do que tentando fazer tudo777 betanomelhor e depois ir lá dar a mão. Falei que o que podia ser feito estava feito, que a nossa parte são os 90 minutos777 betanobola rolando ali, que depois não há mais o que fazer.

— Acabaram saindo, se encontrando e começaram a se xingar, até que um jogador do outro time, com o pai, fez o gesto imitando um macaco para um jogador nosso. Se armou uma confusão muito grande, a polícia estava lá, e a polícia na Flórida é complicada. Já estavam com a mão na arma, com aquela pistola777 betanodar choque. Foi um momento muito tenso, muito nervoso, mas a MLS tomou todas as providências. Baniram aquele pai e o jogador do torneio, nos trataram superbem, fomos atendidos777 betanotodas as nossas questões e reclamações. Eles cumpriram tudo o que prometeram.

— Foi caso isolado777 betanoduas pessoas que foram racistas. Foram banidos e punidos. E, na minha visão, caso encerrado. É um assunto muito delicado. Se você não apoia a causa, parece que você foi racista, mas tem que entender o contexto que foi criado porque houve xingamento dos dois lados, e claro que tem um xingamento que é o pior, que é o racismo. Foi onde mais despertou o rebuliço e despertou a polêmica. Foi um aprendizado por ser uma coisa totalmente nova para mim, para todo o estafe e, por sorte, tinha representantes capacitados da MLS que cuidaram e geriram da melhor forma possível.

Neste assunto, você jogou na Europa por anos... Era algo naturalizado esse tipo777 betanoxingamento racista? Era essa777 betanopercepção?

— Eu não lembro777 betanoter vivido e vivenciado muitos temas racistas, como vi agora nos Estados Unidos. Brincando, eu até vi, porque eles mesmos, entre eles, brincam dessa forma. Mas777 betanouma forma para agredir uma pessoa não vivi muito. Vi pela televisão episódios do Balotelli, do Daniel Alves até comendo uma banana... Existem essas pessoas? Existem muitos. Nos Estados Unidos, eles falaram para gente que são muitos. E cada um tem que ser punido individualmente. Aqui no Brasil, isso é crime, lá não é, mas eles têm que pagar. Quem comete esse tipo777 betanoato precisa ser punido e ponto.

Recentemente, depois777 betanoepisódios777 betanoracismo, condenações777 betanoex-jogadores, violência contra a mulher e tantos outros, o Danilo falou como capitão da Seleção que é preciso cuidar da educação na formação777 betanojogadores. Você, agora como treinador, encara e conduz tudo isso777 betanoque maneira?

— Por sorte, o mundo está mudando. As mulheres estão ganhando cada vez mais força, cada vez estamos brigando por uma igualdade, os casos dos racistas estão sendo punidos e o mundo está se tornando um lugar melhor para se viver. Antigamente, isso acontecia e ninguém falava nada, o que é errado. Um caso777 betanoum machista777 betanocasa,777 betanoviolência, não se falava nada por se achar normal homem bater777 betanomulher. Temos que fazer a nossa parte, explicar para eles. No Flamengo temos psicólogas, assistentes sociais, pessoas que cuidam dessa parte com palestras e explicações.

— Depois desse caso do Philadelphia, contei um caso para eles. O que pode ser mais doloroso do que perder uma final777 betanoLibertadores, cumprimentar aos jogadores do Palmeiras, que ganharam da forma que foi, passar por um corredor com aplausos, o que é até irônico, pegar a medalha777 betanoprata, não tirar do pescoço, e vê-los ergue do troféu na777 betanofrente? O que há777 betanomais doloroso do que isso? Mas todos nós fizemos esse gesto. Alguns torcedores podem até dizer que é falta777 betanovergonha na cara, mas é o justo a se fazer, o certo. O Palmeiras ganhou, mereceu e levou o troféu para casa deles. Mas o que aconteceu? No outro ano, estávamos lá777 betanonovo com uma nova oportunidade. Então, tem que saber perder e se comportar, tem que ser educado, e isso que eu falo que nós treinadores, educadores, temos a missão777 betanotentar mudar o mundo. Sei que777 betanouma certa forma, se eu fizer a diferença777 betanoum desses jogadores já sou vencedor.

Seria algo como ensinar o espírito esportivo e que, naturalmente, isso impactaria777 betanooutros temas?

— Não. Acho que não. Delicadamente falar sobre machismo, desigualdade entre homem e mulher, homofobia, racismo, isso tem que ser explicado, tem que ser mais profundo. O mundo tem que arrancar, tem que acordar e está acordando. Isso tem que ser ensinado desde cedo para esses meninos que ser racista não é normal, ser machista não é normal, ser homofóbico não é normal. E o mundo tem melhorado neste aspecto.

Você falou há pouco do quanto que o tema da saúde mental é global, mas a cobrança777 betanotodos os lados sobre o atleta costuma ser maior por toda paixão que envolve. Não acha que é um ambiente muito cruel para o atleta e isso acaba gerando uma bola777 betanoneve?

— Não concordo 100% com isso, não acho que seja assim. Primeiro, porque para chegar ao profissional ele já passou por muita coisa. Há um caminho e todo mundo sabe a pressão para chegar lá. Todo mundo quer ser jogador, mas existe um preço a se pagar, existe o preço da fama. Eu sempre sonhei quando era pequeno777 betanoser famoso, mas quando você é famoso não é legal. É legal conseguir um ingresso para o Rock in Rio, que ninguém tem, lá no VIP, mas não pode ir à praia com777 betanofamília é um preço alto a se pagar, mas a gente escolhe fazer isso. Durante esse processo777 betanobase, ele vai afunilando e eliminando os fracos mentalmente. É uma seleção natural. Nem todos os que chegam são imbatíveis e fortes mentalmente, só que você já vai passando por muitas situações que vão te fortalecendo. As redes sociais neste ponto estão potencializando esses problemas777 betanosaúde mental porque a expectativa gerada nesses meninos com muitos seguidores contando um sonho e uma mentira não é real. Em vez777 betanofazer e demonstrar que são bons no campo, também têm que mostrar fora. Mostrar que são bons nas redes sociais, que têm carros bons, que vivem bem, que vão para a praia e têm um monte777 betanopessoas boas ao lado. Então, é uma pressão que eles mesmos colocam muitas vezes. A cobrança dos clubes sempre teve, e a maioria dos jogadores soube lidar bem com isso, porque já passaram por muitas situações onde foram vaiados, foram cobrados, saíram777 betanoum clube, se adaptaram a isso se tornaram mais fortes.

— Falam: "Podem me vaiar, mas me dá a bola que eu vou jogar igual". Há outros que sentem mais. Mas onde se cresce muito (a pressão) é muitas vezes algo interno, uma pressão que eles mesmo colocam. É uma linha fina e muitas vezes exagerada. Por exemplo, o Andreas errou, o Flamengo perdeu uma final777 betanoLibertadores, mas ele jogou muito. Ele errou um gol, mas o time perdeu aquela final, não foi ele. A cobrança foi toda nele. Eu quase não sinto cobrança777 betanomim, e eu saí daquele jogo machucado sem fazer quase nada. Tive cobrança? Tive, mas não como o Andreas. E ele foi muito forte mentalmente para superar, mas não deve ter sido fácil. Aí está o perigo, quando é algo exagerado, injusto, com memes e tudo mais. Mas por seleção natural normalmente o jogador já passou por tantas coisas que chega com uma cicatriz grande para ser jogador.

Ao mesmo tempo, há exemplos777 betanojogadores que param cedo. Seu ex-companheiro Hazard passou por isso, há questionamentos sobre até quando o Neymar depois777 betanopassar por tantas cobranças... Você entende que isso vem muito da saúde mental ou outros fatores?

— O caso do Hazard foi diferente porque ele machucou e não conseguiu performar. Então, quando você tem lesões constantes, ele teve dez777 betanoum ano, e ele não consegue, você fala: "Eu não preciso mais disso porque o meu corpo não me responde mais". Uma coisa é você desistir porque o corpo não deixa, e outra é você não aguentar a pressão do jogo. É diferente quando a água bate na cabeça do chuveiro e você pensa que precisa melhorar e o corpo não deixa mais. Aí, vem os problemas psicológicos. Eu passei por isso e é muito difícil.

— O caso do Hazard, o caso do Neymar agora que está com lesões todos os anos, e isso cansa. Ter lesões, não poder jogar e a pessoa fala: "volta777 betanoseis meses". Mas nesses seis meses777 betanotodos os dias ele trabalha, ele tem que fazer força, treino, bicicleta, natação, várias coisas para voltar a ser jogador. As pessoas não sabem e esse processo é muito chato, muito difícil, tem que ser muito forte mentalmente, e o Neymar teve várias. E cansa! Chega uma hora que você fala: "não quero mais isso aqui". Por saúde mental, com certeza há casos777 betanoque a pessoa acha que não precisa mais ser cobrada por aquilo e vai parar, mas normalmente é mais por lesão.

Passando um pouco pela777 betanocarreira, você falou que um treinador mudou777 betanomentalidade. Imagino que seja o Simeone... Como foi essa relação que mudou777 betanocarreira?

— Foi no dia a dia. Eu era um jogador que gostava777 betanoter a bola, me esforçava muito no campo, marcava, mas não era um cara que treinava sempre ao máximo. Não é que eu escolhia treino, mas não treinava do jeito que tem que treinar. Principalmente aquecimento, bobinhos... Eu lembro que o Simeone chegou, tinha uma escadinha e eu falava: "Isso aqui é muito chato". E ele lá777 betanofora gritando, falando que seria bom para mim, cobrando e cobrando. Ele conseguiu me falar que se eu vivesse tudo o que eu fizesse ao máximo, eu iria jogar ao máximo. Então, não era só o joguinho do final do treino. Era o pré-treino, a academia, o bobinho, o trabalho777 betanopasse... Tudo o que era feito durante o treino deveria ser ao máximo para chegar ao final com a carga ideal. E só assim eu seria competitivo, muito melhor como jogador, sendo cobrado dia a dia. Quando eu vi, se eu não vivesse ao máximo, eu ficava estranho. Foi o que mais aprendi com ele e tento passar para os meninos todos os dias.

Filipe Luís e Diego Simeone: treinador do Atlético777 betanoMadrid é modelo777 betanoprofissional para ex-jogador do Flamengo — Foto: AP

Você já falou muitas vezes que o Simeone e o Jorge Jesus são suas referências. Hoje, como técnico, como você se enxerga dentro dessas referências?

— Hoje, vejo que faço praticamente tudo que esses treinadores me ensinaram. A mentalidade que o Simeone tem. Não é fácil, porque você não chega sempre bem humorado, não chega sempre descansado, mas tem que estar ao máximo. E eu me exijo ao máximo por ser o grande líder. A energia que transmito para eles, é a que eles vão usar no treino. E se eu não estiver bem, eles não vão estar bem. Sei disso, sei da força e responsabilidade777 betanoum treinador, e tento passar. Depois, vou botando coisas do Jorge, do Tite, do Simeone, o Dorival, conforme fui me moldando passando por esses treinadores.

E você tem uma liderança mais tranquila ou mais enérgica como o Simeone?

— Eu sou bem enérgico. Durante o treino, gosto777 betanofalar muito, corrigir tudo e até demais. Mas acho que a única maneira777 betanomelhorar é intervenção imediata, feedback imediato e estou sempre ativo durante os treinos. No jogo, às vezes estou mais calmo porque pouco podemos fazer, só algum ajuste ou outro, mas777 betanomodo geral sou bem ativo.

É bravo igual o Jesus e o Simeone?

— Ah, às vezes não tem como (não ser)... Não porque eles são assim, mas acontecem coisas que não dá só para falar, tem que gritar. Não tem jeito.

Para o torcedor é muito natural que te coloquem numa linha sucessória do Flamengo. De que maneira você vê essa possibilidade? O que você projetou para a777 betanocarreira neste sentido?

— Eu tenho um planejamento777 betanocarreira muito claro das coisas que eu quero. O primeiro passo é me preparar, me sentir preparado para ir para o profissional, e a partir daí entrar no mercado777 betanotrabalho. Muitas vezes temos um plano, mas não escolhemos. A vida escolhe para gente. Eu tinha um planejamento777 betanojogar no Barcelona ou no Real Madrid e ganhar três Champions, e joguei no Atlético777 betanoMadri e não ganhei Champions, ganhei Europa League. Perdi finais. A gente planeja as coisas, mas não como elas acontecem. Então, o meu primeiro passo é me preparar. Por isso que eu comecei aqui sem nenhuma vergonha777 betanodizer que eu não estava preparado para ser treinador do profissional.

— E nas duas primeiras semanas dei graças a Deus por começar na base, onde eu posso tomar minhas decisões, posso errar e fazer tudo o que o clube me respaldar. Esse é o primeiro passo. A partir daí, o que surgir só Deus sabe. Eu vou estar nesse caminho777 betanopreparação para um dia estar no profissional seja do Flamengo, do Inter, do Cruzeiro, sei lá... Onde for poder desempenhar o meu principal objetivo, que é ser campeão.

O mercado777 betanotreinador é instável. Isso é uma coisa que te assusta?

— O mercado brasileiro tem mais oportunidades que o europeu. O europeu é mais fechado e difícil777 betanoentrar, principalmente para o treinador brasileiro. Porque aqui você não consegue ver os conceitos777 betanojogo, você não consegue preparar. Você prepara uma pressão sobre o adversário, mas vai jogar no Maracanã com 38 graus e não tem como pressionar porque os jogadores não têm pernas. Então, os europeus observam e não tem como comparar com a Europa porque o jogo não é o mesmo. Mas essa dança777 betanotreinadores é uma coisa natural aqui no Brasil.

— O Alex (Cabeção) está aí há algum tempo e vão vir outros. Tenho certeza que o Arão vai ser treinador, o Thiago Silva, o Fernandinho... Vai vir uma nova safra aí e é importante que a gente venha preparado e entre preparado para mostrar que, se não vier o resultado, o trabalho é bem feito e é questão777 betanotempo. Nós, novos treinadores, somos os capazes777 betanofazer com que essa mudança diminua um pouco e seja mais estável. Como está acontecendo com os portugueses.

Abre Aspas: Filipe Luís fala777 betanoproblemas do futebol nacional e elogia Dorival na Seleção

Como vê esse momento da Seleção com o Dorival?

— O que eu mais gosto do Dorival é a capacidade777 betanofazer conexões dentro777 betanocampo, os jogadores se sentem muito bem um com o outro... E ele tem um olho para esses talentos se juntarem e jogarem bem que é único. Seleção é um lugar muito complicado777 betanotrabalhar. É pouco tempo777 betanotrabalho e muita pressão, porque no final você tem uma semana para preparar um jogo, mas acredito que estamos nas mãos do cara ideal para isso no momento, para essa transição pós-Tite. Que a Seleção possa recuperar o brilho que perdeu e a comunhão com a torcida. E isso só vem777 betanouma forma: que a torcida se sinta identificada com os jogadores que estão ali. Não é nem necessariamente o resultado. Porque ganhar777 betano2 x 0 da Colômbia, por mais que a Colômbia esteja777 betanoum momento excelente, para o torcedor é natural. Mas fazer com que a torcida se sinta identificada, e o Dorival é o cara ideal para fazer isso. Torço muito por ele e toda comissão. Vamos ver se recuperamos o brilho.

Filipe Luís no seu início777 betanocarreira no Figueirense, com Cleber, ex-Palmeiras, e Édson Bastos. Comandados à época por Dorival — Foto: Arquivo Figueirense

Existe uma discussão sobre treinadores777 betanoseleção, que não costuma ser o top777 betanocada país. Você entende que é um trabalho onde é mais "fácil" fazer o chamado feijão com arroz?

— Eu lembro que perguntávamos muito para o Simeone quando ele estava voando no Atlético. Poxa, certeza que a Argentina ia levar e perguntávamos se ele ia embora, e a resposta, brincando, era: "Seleção é lugar para aposentado". Porque você trabalha menos no campo. Está sempre vendo jogador, mas trabalha menos.

— A França ganhou com Deschamps, que é um cara mais777 betanogrupo, a Argentina ganhou com o Scaloni que é mais metódico e tem um futebol moderno. Não tem uma receita para ganhar. Tomar um gol faltando quatro minutos e perder nos pênaltis te elimina. É muito rápido, a linha é muito fina e nem sempre o melhor vai ganhar. A Argentina também venceu a Holanda e a final nos pênaltis. Se tivesse perdido, não seriam os melhores? É uma linha muito, muito fina. O importante é que o treinador que estiver ali tenha muita coragem para tomar decisões. Aqui no Brasil, é preciso coragem. Deixar jogadores importante fora, abrir até guerra com a imprensa, muitos setores vão querer um jogador ou outro, e ele tem que pensar nos melhores para o modelo777 betanojogo dele. E fazer um grande torneio. Te pegar777 betanoum grande momento, fazer boas trocas, ler bem o jogo... Nem sempre o melhor vai ganhar uma Copa do Mundo, mas que vamos ser favoritos sempre eu tenho certeza.

Para fechar, falamos777 betanomuitos problemas que existem no futebol brasileiro e a imprensa faz parte deste processo. Como ex-jogador, qual a777 betanopercepção dessa relação entre as partes que parece cada vez mais distante?

— Eu acho que a imprensa ajuda muito mais do que atrapalha. Ao mesmo tempo777 betanoque reclamamos do jornalista que nos critica, não estamos entendendo o que está acontecendo realmente. Eu tive uma visão muito boa quando fui participar como comentarista do Seleção SporTV na Copa e vi como o jornalista se prepara, como trabalha, quantas horas ele se dedica para aquilo. Foi algo que me deu uma ideia muito boa777 betanocomo é difícil esse trabalho. Entender esse lado... Eu nunca me importei com as críticas, mas tem muito companheiros que sim. Bloqueiam no Twitter e tudo mais. Mas entender que ele não está criticando o seu caráter, o seu individual, está criticando o seu trabalho. E a partir daí conhecer vocês como vocês nos conhecem. Existir muito mais essa comunicação, e isso vai muito do nosso lado, que muitas vezes na primeira crítica se fecha. Bom, do lado dos jogadores, eu não jogo mais. Mas quando o cara te critica a primeira reação é se defender e se afastar, mas temos que tentar nos aproximar um pouco mais. Que as coletivas tenham nome, sobrenome, que o jogador saiba onde o cara trabalha... É importante voltar a ter essa ligação, essa união, porque está muito afastado. Sinto que está muito afastado e cada vez mais porrada777 betanoum lado, porrada do outro, e existem alguns realmente que atrapalham o ambiente777 betanotrabalho até injustamente. Alguns nem são jornalistas, como acontece nas redes sociais. De um modo geral, no Brasil principalmente - porque a imprensa espanhola é muito mais difícil - a imprensa ajuda mais do que atrapalha. Por quê? Porque te dá muita força. Quem joga no Flamengo e tem o nome falado todos os dias tem muita força, por mais que esteja falando mal. No meio do futebol, no meio do clube e tudo mais. É uma opinião777 betanouma pergunta difícil, mas eu acho que tem mais do jogador se defender do que do jornalista se aproximar.

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