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Por Marcelo Barone — Riomc sportJaneiro


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Michel Saraiva quase foi doado ainda recém-nascido. Não conheceu a mãe, assassinada e esquartejada por, supostamente, ser delatoramc sportbandidosmc sportuma comunidade na Pavuna, no Riomc sportJaneiro. A primeira lembrança do pai, que estava preso, se deu aos oito anosmc sportidade. Uma infância com contornos trágicos. A oferta para ser "aviãozinho" do tráfico parecia tentadora para quem apanhava da vida mesmo com tão pouca idade. Perdeu amigos para a criminalidade. Mas preferiu revidar as pancadas na bolamc sportvôlei. Escolheu o esporte para estancar as feridas. Passou as duas últimas temporadas da Superliga como dono do melhor bloqueio da competição e é uma das promessasmc sportdestaque da temporada 2024/2025, que começa neste domingo.

Michel Saraivamc sportação pelo Joinville — Foto: divulgação

A vida tranquilamc sportMichel Saraiva,mc sport30 anos, casado, pai do pequeno Miguel, e jogador do Joinville,mc sportSanta Catarina, contrasta com infância turbulenta na Pavuna, bairro da Zona Norte do Riomc sportJaneiro. Ele chegou a ficar próximomc sportcrescermc sportoutro local - não por escolha própria. Quase foi doado pela família a um casalmc sportadvogados, quando ainda era recém-nascido.

- A minha mãe era muito rejeitada e, pelo que ouço, gostavamc sportbaile funk, vivia nas favelas curtindo. Ela era do mundo, então minha avó materna programou tudo para me doar. Combinou com um casalmc sportadvogados sobre a minha doação. Quando o casal chegou para me buscar, a irmã da minha avó a fez desistir da ideia, porque o sonho da minha mãe era ter um filho homem. Só que quem cuidavamc sporttudo era a minha avó. Eu tenho duas irmãs. Permaneci na minha família biológica - contou,mc sportentrevista ao ge.

O carioca foi frutomc sportuma relação extraconjugal. O pai, que era policial militar e casado com outra mulher, engravidou a mãemc sportMichel. E ela teria um destino trágico ao ser considerada delatora - X-9, na expressão popular. São histórias que escuta dos parentes que viveram nesta época, quando ele ainda tinha menosmc sportdois anosmc sportidade.

Michel Saraiva: infância sofrida no Riomc sportJaneiro — Foto: divulgação

- Eles se encontravam esporadicamente. Era uma traição. Quando a minha mãe engravidou, pensoumc sportabortar. Um vizinho, que era amigo do meu avô, sabia desse caso escondido e falou que a minha mãe teve um filho, por isso meu pai me registrou. Eles continuaram saindo às escondidas, e minha mãe frequentando os bailes. Com 1 ano e 7 meses, o que contam é que minha mãe estava curtindo um baile funk, e ela se encontrou com meu pai novamente. Ela desceu do morro, encontrou ele na beira da favela e saiu com meu pai. Quando voltou, os bandidos acharam que ela era X-9. Ela sumiu. Começa uma busca por favelas como Chapadão, Pedreira e pelos IMLs. As pessoas relatam que ela foi esquartejada e jogada ao rio. Eu não entro profundamente nessa história, não sei se meus avós viram o corpo boiando no rio. Sabem que foi assassinada. Eu tento preservar a memória da minha avó para não investigar a minha história.

Michel Saraiva com o filho, Miguel, e a avó, Luzia — Foto: divulgação

Criado pelos avós maternos, Michel Saraiva cresceu longe do pai por um outro motivo. Adilson Saraiva Hora estava preso sob acusaçãomc sportenvolvimento na chacinamc sportVigário Geral. Ele foi condenado no primeiro júri (72 anos), no segundo (59 anos e seis meses) e,mc sport2007, absolvidomc sportum terceiro julgamento.

- Ele estavamc sportregime semiabertomc sportuma dessas épocas que encontrava com a minha mãe. Eu o conheci aos oito anosmc sportidade. Em 2018, conheci a família por partemc sportpai. Minha madrasta, ganhei uma irmã, que é da PM, sobrinhos, uma família.

mc sport Tráfico ou futebol?

O sonho dos avósmc sportMichel Saraiva era que ele se tornasse jogadormc sportfutebol. Vencer pelo estudo era mera ficção naquela realidade. Foi "convidado" para ser "aviãozinho" do tráfico - jovens que costumam intermediar a vendamc sportdrogas - para ganhar R$ 200 por semana. Um valor tentador para quem tinha tão pouco. Declinou, no entanto, por medo.

- Eu vivia muito tempo na rua. Na adolescência, aos 14 anos, fiquei tentado a virar "aviãozinho". Eu era pobre. Duzentos reais faria a diferença. Mas eu era cagão (risos). Era brabomc sportargumentar, mas não matava nem uma mosca. Muitos morreram, muitos foram presos. Não queria essa realidade, eu pensava: "Vou ser alguém diferente". A única saída era o esporte.

Michel Saraiva despontou para o esporte aos 16 anos — Foto: Arquivo Pessoal

No futebol, Michel Saraiva não conseguiu ser alguém diferente. Detestava o contato físico, sentia como se a vida estivesse golpeando-o. Era coordenado, ágil e mais alto que todos os colegas. O vôlei, no Tijuca Tênis Clube, era a próxima tentativa.

- Eu entrei aos 16 anosmc sportidade, um pouco tarde. Eu estava crescendo demais, as pessoas falavam que eu precisava ganhar dinheiro com a minha altura. Comecei a estudar no Largo do Machado, entrei no vôlei por indicaçãomc sportum amigo e, para ficar mais perto dos treinos do Tijuca, eu saí da Pavuna e fui morar com uma tia no Andaraí. Isso me deixou longemc sportum tio, que morava comigo anteriormente, viciadomc sportcocaína. Quem teve um viciado morando dentromc sportcasa sabe o inferno que é. O vôlei virou meu escape para sairmc sportcasa. Eu não aguentava mais esconder as coisas para que ele não vendesse - recordou.

mc sport Destino no vôlei

Aos 17 anos - e há apenas um ano no infanto-juvenil do Tijuca Tênis Clube -, Michel Saraiva estava na seleção carioca com Alan Souza, irmãomc sportDarlan. Foi atuarmc sportConceição do Mato Dentro, passou por Uberlândia e estreou no adultomc sportSão José do Rio Preto para jogar na primeira divisão do Campeonato Paulista. Quando o patrocinador "quebrou", se transferiu para Maringá por indicação dos amigos, atrásmc sporttrabalho. Qualquer emprego. Largou o vôlei para ser vendedormc sportuma lojamc sportesportes.

- Eu precisava tocar minha vida, ia fazer 21 anos. Fui batendo na porta das lojas e consegui um emprego como vendedor. As coisas estavam dando certo no comércio, virei subgerentemc sportquatro meses, recebia R$ 3.500, uma grana muito boa para mim. Mas,mc sportMaringá, ficava o time do Ricardinho, um dos melhores levantadoresmc sporttodos os tempos. No caminho para o shopping, eu passava pelo ginásio e pensava: 'Eu gostaria muitomc sportreceber uma bola do Ricardo'. Eu, às vezes, o via andando pelo shopping e não acreditava: 'Meu Deus, é o Ricardinho'. Para matar a saudade do vôlei e me divertir, comecei a jogar na liga amadora com uma galera mais velha.

O sonhomc sportjogar vôlei profissionalmente ficou engavetado. O esporte tinha virado lazer com os novos colegas da liga amadora. Michel, entretanto, não contava que o estatístico e o preparador físico do Maringá integravam o grupo.

- Eles me pediram vídeos para mostrar ao Ricardo, porque eu tinha potencial para entrar na equipe. E faltava um central para fechar o elenco. O salário era metade do que eu ganhava na loja. Mas era o Ricardinho, eu mentalizei aquilo... Decidi acertar para jogar a Superliga 2015/2016. Eu prometi que não voltariamc sportmãos vazias. Eu não seria mais um na estatística da minha família. A primeira matériamc sportjornal dizia: "Central retoma carreira por acaso".

Michel Saraiva atuou com Ricardinho no Maringá — Foto: Arquivo Pessoal

Saraiva passou a maior parte da temporada no bancomc sportreservas, mas realizou o sonhomc sportatuar com Ricardinho, retomando a carreira nas quadras. Rodou por clubes como Campinas e Nantes, da França, até desembarcar no São José, onde foi eleito o melhor bloqueador da temporada 2022/2023. O central repetiu o feito na sequência, pelo Joinville, ano passado.

- Isso chama a atenção para o meu trabalho, espero continuar me destacando. Estar dentre os principais bloqueadores e, na última temporada, ser o maior bloqueadormc sporttermosmc sportquantidade, me traz esperançamc sportrelação à Seleção. Mostra, também, para as pessoas, que se eu consegui alcançar esse lugarmc sporttransformaçãomc sportvida, elas podem conseguir também.

Michel Saraiva contamc sportvidamc sportpalestras para inspirar pessoas e mostrar que o esporte pode ser um caminho recompensador. Aos 30 anos, alimenta a chamamc sportenvergar a camisa da seleção brasileira. É difícil, mas não é impossível para quem está acostumado a contrariar as estatísticas.

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