Josh Wander, sócio da 777 Partners, diz: "Nosso objetivo é tornar o Vasco uma superpotência global"

Sócio-fundador da companhia que pretende comprar 70% da SAF vascaína explica escolha: "O diferencial foi a história, a tradição que o Vasco tem não sósport centercampo, mas também fora"

Por Luciano Mello e Rodrigo Capelo — Riosport centerJaneiro e Barcelona, Espanha


Josh Wander: "Nosso objetivo é tornar o Vasco uma superpotência global"

Josh Wander, sócio-fundador da 777 Partners, não acreditaria se alguém lhe contasse, vinte anos atrás, que ele administraria clubessport centerfutebol pelo mundo. Para começar porque, bem,sport centerpaixão não era exatamente o "soccer" – jeito peculiar que americanos usam para denominar o esporte mais popular do planeta. Ele preferia o futebolsport centerbola oval – era presença constante nos jogos do Miami Dolphins.

Hoje, o investidor está à frentesport centeruma multinacional aindasport centerformação. Na Itália, a 777 é proprietária do Genoa. Na Espanha, a empresa possui uma participaçãosport center15% sobre o Sevilla. E agora, no Brasil, o grupo avança para comprar o controle do clube-empresa que o Vasco abrirá.

Na tarde desta terça-feira, um dia após assinar pré-acordo com o presidente vascaíno, Jorge Salgado, Josh concedeusport centerprimeira entrevista a um veículo brasileiro. O investidor conversou com o ge,sport centerdentrosport centerseu escritório,sport centerum arranha-céusport centerMiami, por cercasport center40 minutos.

A intenção da 777 é tornar o Vasco uma superpotência global. Global, aliás, é uma palavra que ele repete com frequência. Tanto para se referir ao clube carioca, quanto para tratarsport centeruma futura ligasport centerclubes do futebol brasileiro. Esses aspectos são essenciais para que a companhia obtenha o retorno que espera sobre o investimento.

A seguir, leia a entrevista completa ou veja a íntegra no vídeo abaixo.

Josh Wander falasport centerinvestimento no Vasco e manda recado à torcida: "Acreditemsport centernós"

– Primeiramente, obrigado por falar conosco. Minha primeira pergunta é: como você escolheu o Vasco para investir? O que te interessou no Vasco?

– Para começar, quero dizer como estamos incrivelmente empolgadossport centerfazer parte do Vasco da Gama esport centerrica história. Sou um fãsport centeresportes desde que nasci e mais recentemente me tornei um grande fãsport center"soccer", ou football, como é chamadosport centeralgumas partes do mundo. O entusiasmo dos torcedores brasileiros, a história do futebol no Brasil me empolga pessoalmente como fã. A possibilidadesport centerver o futebol ser jogado onde ele foi feito para ser jogado.

– Sobre o Vasco, eu acho que, comosport centertodo investimento que analisamos, estamos procurando fatores que nos façam acreditar que haverá valorização desse ativo ao longo do tempo. O Vasco está na segunda maior cidade do Brasil, no quinto maior país do mundo. Há uma população enorme, que podemos comercializar. Nossa visão é que, antessport centertudo, queremos comprar clubes que achamos que tenham cenários econômicos que fazem sentido. Que possam ser bem-sucedidos comercialmente, dentro do possível. Ter uma população grande,sport centerpaíses com uma rica história no futebol, tradição, com uma grande conexão com seus torcedores, é muito importante para nós.

Josh Wander, sócio-fundador da 777, com a camisa do Vasco — Foto: Divulgação

– Antessport centertudo, nós observamos o Vasco como um clube histórico, que está numa cidade muito populosa. Antessport centerentrarsport centermais detalhes, achamos que essa é uma oportunidade muito interessante, num país com grande crescimento populacional, numa indústria que nos últimos anos viveu problemas por causa da Covid.

– A mudança da lei no Brasil permitiu a entradasport centerinvestidores estrangeiros. Investir num clube histórico é empolgante para nós. Quando você começa a entrarsport centerdetalhes, você percebe que o Vasco tem uma história incrívelsport centerderrubar barreiras sociais e raciais. 25 anos antessport centero Jackie Robinson se tornar o primeiro negro na Major League Baseball e da Declaração Universal dos Direitos Humanos da ONU, o Vasco já era um defensor destemido dos direitos humanos, da diversidade e da inclusão. Isso nos empolga, queremos nos envolversport centernegócios nos quais possamos ir bem e fazer o bem. E o Vasco claramente está na vanguarda dessa área nos esportes. O componente ESG (siglasport centeringlês para ambiental, social e governança) nos animou. E queremos continuar essa tradição no Vasco.

– Como terceiro ponto, nós acreditamos que o Brasil, e o Riosport centerparticular, é um dos melhores, se não o melhor, local do mundosport centercaptaçãosport centertalentos futebolísticos. A possibilidadesport centerter acesso a esse talento,sport centerajudar a cultivá-lo e finalmentesport centervê-lo florescer no Vasco ousport centeroutros clubes pelo mundo é animadora. Adoramos a ideiasport centertrabalhar com pessoas que sejam as mais talentosas no que elas fazem, e a basesport centertalentos no Brasil é animadora para a 777.

– Quando vocês estavam considerando as possibilidades no Brasil, analisando o mercado, vocês consideraram outro clube sem ser o Vasco? Como foi o processo para encontrar o clube?

– Nós analisamos o mercado, claro, como faríamossport centerqualquer negócio, e olhamos quais eram as opções. Não havia tantas opções ainda, porque, para ser uma opção, o clube tem que tomar a decisãosport centervirar SAF. Olhamos alguns clubes antes do Vasco, mas acho que chegamos ao Vasco pelas razões que eu acabeisport centerdescrever. Acho que a razão principal, o diferencial na nossa perspectiva, foi a história, a tradição, o legado que o Vasco tem não só dentro do campo, mas também fora.

– A principal pergunta entre torcedores do Vasco nas últimas 24 horas é: que grupo é esse? Quem são essas pessoas? Eles querem saber mais sobre a 777. E, sabendo que as pessoas normalmente não conhecem a áreasport centerequity, gostaria que você explicasse o modelosport centernegócios.

– 777 é uma holding global que atuasport centerseis áreas: consumo e comércio; seguros; aviação; empréstimos; finançassport centerlitígio; esportes, mídia e entretenimento. Em cada uma dessas áreas, 777 tem diversas empresas no portfóliosport centerdiferentes lugares do mundo. Mas a ideia principal da estruturasport centerholding e da nossa habilidadesport centerinvestir no longo prazo é que, dentro do possível, todos os nossos negócios vão criar valor para outros negócios. Nós somos capazessport centercriar eficiências dentro do nosso ecossistema para todos os negócios, assim eles podem se beneficiar dos recursos que a 777 tem como uma holding.

– A função principal do que a 777 faz é consolidar algumas das partes mais rotineiras dos negóciossport centertodas as empresas que temos no portfólio, através do nosso ecossistema. Fazendo isso, nós criamos eficiênciassport centercusto, operacionais, potencial compartilhamentosport centerdados, a possibilidadesport centerutilizar recursossport centerum negócio num local distante do mundo no seu negócio, porque está no mesmo ecossistema.

– Na 777, nós estamos construindo essa estratégiasport centercomprar diferentes clubes, que vamos chamarsport center777 Football Group. O 777 Football Group vai se concentrarsport centermercados-chave, com tradições ricas e profundas, verdadeiras identidadessport centermarca, conexões com basessport centertorcedores que consideramos que fazem sentido. Nós vamos desenvolver talentos, vamos desenvolver fortes categoriassport centerbase, empregar análises inovadorassport centerdados do futebol para nos ajudar a tomar decisões. Vamos integrar operaçõessport centerforma parecida com a que fazemos na holding 777 e tentar contratar os melhores gestores para administrar esses negócios.

– Não é tão diferente do que fazemos na nossa holding, a diferença é que se concentrasport centerclubessport centerfutebol. Acreditamos que há real valor e que poderemos criar eficiências nesses clubes. Enquanto isso, ao administrar o clube, devemos garantir que ele possa ter o maior sucesso possível no seu ambiente atual. O objetivo vai ser sempre, para todos os clubes, osport centervencer. Mas vencer dentro do contexto do seu orçamento e dasport centerliga. Nossa esperança é que todos esses clubes se tornem muito bem-sucedidos.

Josh Wander sobre escolha pelo Vasco: "O diferencial foi a história"

– Sabemos que agora há uma tendênciasport centermultinacionais no mercado do futebol. Vocês já têm um clube italiano e uma participação num clube espanhol. Como o Vasco se encaixa nesse sistema? Vocês planejam ter alguma sinergiasport centertermossport centerinformação,sport centergestão,sport centerjogadores?

– Sim, certamente. O Vasco é fundamental nesse sistema. Vasco será o centro da nossa operação na América Latina. Na nossa visão, é uma joia da coroa no mundo do futebol, e deve ser tratado assim. Nosso objetivo é fazer tudo que estiver ao nosso alcance para garantir que o Vasco possa retomar o seu domínio no lado esportivo. Para fazer isso, nós vamos nos concentrar, com nossos outros clubes, no recrutamento, no scouting, no desenvolvimento da performance dos jogadores. Criar eficiências no negócio que tornem o negócio sustentável daqui para frente. Para que o Vasco possa se perpetuar pelos próximos 100 ou 200 anos, através da estrutura, a infraestruturasport centersustentabilidade financeira que será implementada.

– E aí, claro, todos os benefícios desse grande ecossistema do 777 Football Group, no qual provavelmente teremos maior podersport centerbarganha, teremos economiasport centerescala, poderemos usar recursossport centeroutros clubes para o Vasco e vice-versa. O tempo todo tentando defender o espírito do esporte, garantindo que todos os clubes, no seu direito, possam ter o maior sucesso possível.

– Você falou que o Vasco vai ser a joia da coroa no mercado sul-americano. Nós lemos na imprensa francesa notícias sobre o interessesport centervocêssport centercomprar o Saint-Étienne. Vocês têm planossport centercomprar outros clubes fora o Vasco? E qual é a estratégia globalsport centervocês?

– Para vocês saberem, a notícia sobre o Saint-Étienne foi novidade para mim também. Nunca falamos com ninguém sobre o Saint-Étienne ou analisamos o clube. No mundo do futebolsport centerparticular, rumores tendem a se espalhar mais rápido por causa da paixão relacionada ao esporte. A resposta é sim, nós certamente temos interessesport centercomprar outros clubes pelo mundo. Estamos analisando outros clubes.

– Em quais países?

– Alguns países na Europa. Nos próximos meses e anos, nós estaremos muito ativos no mercado mundial do futebol. Quanto mais ativos nós estivermos, melhor será para nossos acionistas e para os clubes, os torcedores, os atletas desses times que nós compramos ou dos quais fazemos parte.

– Nosso objetivo é construir valor através da combinação desses clubes. Da mesma forma que o nosso objetivo é construir valor através da combinação e do compartilhamentosport centerrecursos nos nossos negóciossport centergeral na 777. Talvez uma companhia aérea que use a tecnologia do nosso negóciosport centerempréstimos para financiar passagens aéreas. Ou uma empresasport centerleasing que faça o leasingsport centerum avião para a companhia aérea. Ou a possibilidadesport centerusar um modelosport centerdados que umsport centernossos clubes tenha criado para avaliar talentos e procurar talentos.

– Dentrosport centermultinacionais do futebol, nós temos alguns grupos, não todos, que usam alguns clubes como satélitessport centeroutros. Podemos citar o exemplo do City Football Group. O Manchester City é a joia da coroa e usa outros clubes como satélites. Alguns torcedores do Vasco têm essa preocupação. Você acha que eles têm razão para se preocupar quesport centeralgum momento do futuro, quando a 777 tiver outros clubes, o Vasco pode ser satélitesport centerum clube da Europa, por exemplo?

– Nós ouvimos isso como um dos problemas das multinacionais do futebol. Nossa visãosport centerter vários clubes é bem simples. Nós precisamos construir cada clube para ter o maior sucesso possível no lado esportivo. Todo clube terá que tomar decisões difíceis sobre seu talento, sobre seu negóciosport centeralgum momento. Como toda empresa faz. Quando você tem que tomar essa decisão, você toma essa decisão baseado no benefício econômico, na viabilidadesport centerlongo prazo do seu negócio e, claro, no custosport centercurto prazo. Então nós acreditamos que essas decisões terão que ser tomadas ao longo do tempo. Essas decisões terão que ser tomadassport centerclubes maiores esport centerclubes menores.

– Nosso objetivo é tornar o Vasco a superpotência global que acreditamos que ele pode ser, por causa dasport centerhistória, dasport centertradição e dos talentos que existem no Brasil. À medida que o Brasil evoluir como país, que o Rio evoluir como cidade, que as pessoassport centertorno desses clubes e no país prosperarem, nós acreditamos que o Campeonato Brasileiro terá a capacidade nos próximos anossport centerser um dos principais campeonatos do mundo. Quando isso acontecer, nossa esperança é que nós possamos contratar jogadoressport centeroutros países pelo mundo, não vice-versa.

– Então é realmente importante, dentro do contexto da estratégiasport centerter vários clubes, que você olhe pela lente do esporte competitivo e do espíritosport centercompetição. O espíritosport centercompetição significa que você faz tudo que estiver ao seu alcance para garantir que seu clube vença. E isso eu posso prometer aos torcedores do Vasco que nós vamos fazer.

– Vocês acabaramsport centeranunciar um investimentosport centerR$ 700 milhões no Vasco, nessa companhia que está sendo criada. Como você planeja usar esse dinheiro? Em infraestrutura, jogadores...

– Todas as alternativas que você citou. Vasco é um clube incrível, mas, como todas as coisas incríveis, há espaço para crescimento. Nós acreditamos que há espaço para crescimento na infraestrutura. Nós acreditamos que há espaço para crescimento para ajudar a sustentar os talentos que já estão no clube e melhorar a basesport centertalentos no futuro. Nós acreditamos que há espaço para crescimento nos processos, nas funções internas que ajudamsport centeráreas como desenvolvimentosport centerjogadores, cultivo, até a escolhasport centerjogadores. Implementar as ferramentas que ajudem o clube a escolher essas coisas. Ter instalações que vão ajudar a atrair jogadores do mundo todo no futuro.

– E, claro, ajudar a expandir o alcance do clube internacionalmente. A habilidadesport centerajudar a comercializar e contextualizar o negócio no século 21sport centeruma perspectivasport centerconteúdo. Ajudar jogadores e o clube a construir basessport centerseguidores pelo mundo. Todas essas coisas precisamsport centertempo, dinheiro e recursos. Nós pretendemos observar todos os aspectos do negócio e tentar fazer tudo que pudermos, com os recursos que temos na 777, para ajudar.

Wander diz que 777 vai analisar possível reformasport centerSão Januário — Foto: Thiago Ribeiro/AGIF

– Você acabousport centerfalarsport centerinstalações. O Vasco tem um estádio histórico,sport center95 anossport centeridade. Quais são seus planos para o estádio? E também instalaçõessport centerbase,sport centercentrosport centertreinamento para o time principal. Quais são seus planos para instalações no estádio e nos centrossport centertreinamento?

– Veja, está cedo, nós vamos avaliar todas as instalações enquanto avançamos nos próximos meses para tentar determinar do que elas precisam, se precisamsport centeralguma coisa. Mas, é claro, nós não queremos fazer nada para tirar o Vasco do estádio no qual ele joga há 100 anos. Nós acreditamos nisso. Como parte da nossa transação, nós concordamos com a associaçãosport centerjogar nesse estádio pelo tempo que quisermos. Não temos visõessport centercurto prazo do que devemos ou não fazer com a instalação principal, que é o estádio. Nós queremos estar lá, é onde a história foi criada, para nós é importante preservar isso. Nós vamos analisar os centrossport centertreinamento, tentar ver o que podemos fazer para ajudar no que for necessário. Mas agora o foco é atravessar os próximos três meses e chegar a um pontosport centerque a 777 esteja pronto para finalizar nosso investimento. E aí vamos levar o nosso time com o escopo completosport centerrecursos que podemos oferecer.

– A parte do estádio é muito importante. Quando você analisa o negócio do futebol atualmente, é fundamental que você tenha camarotes, muitos lugares, um estádio moderno para trazer os torcedores para perto do clube. Vocês têm planos para uma reforma completasport centerSão Januário?

– Nós iniciamos esse tiposport centerprojeto nos nossos outros clubes. E é claro que queremos fazer tudo que estiver ao nosso alcance para garantir que o clube e o negócio do clube sejam sustentáveis no longo prazo. Para fazer isso, você analisa coisas como reforma do estádio, para garantir que ele crie a lucratividade que permite ao clube existir no longo prazo. Então isso é algo que vamos analisar, mas não é o foco do que vamos fazer nos próximos meses. O foco do que vamos fazer nos próximos meses é garantir que nós finalizemos o negócio e nós avancemos para construir o negócio e o clube com nossos sócios no Brasil e os torcedores do Vasco.

– Sobre asport centeroperação no Brasil, você planeja contratar alguém para ser seu representante? Como um CEO da estrutura sul-americana... Como vocês serão representados no mercado sul-americano?

– É provável que tenhamos pessoas no dia a dia no Brasil, como nós fazemos com todos os investimentossport centerqualquer parte do mundo. Não sei qual seria o nome do cargo e tenho certezasport centerque seria maissport centeruma pessoa. Tenho certezasport centerque não será difícil convencer alguns caras do escritório a ir para o Brasil. Acho que todo mundo vê o Rio como uma linda cidade e adoraria passar um tempo lá. É certo dizer que muitossport centernós na 777 vamos passar um tempo no Brasil nos próximos anos. Estou empolgado para levar minha esposa e minha filha e mostrar a elas a bela cidade que sedia o clube que nós compramos. E pretendemos estar nele por um longo tempo.

– Você falou sobre os próximos 90 dias. O Vasco tem a tarefasport centeraprovar a venda, a tarefa política. Quero saber qual é a principal tarefasport centervocês, a principal tarefa da 777 nos próximos 90 dias. O que vocês vão fazer para conhecer melhor o Vasco? Ainda no curto prazo, vocês têm objetivos para o primeiro ano? Para o segundo ano? Objetivos esportivos, objetivos competitivos.

– Deixa eu responder antes à primeira pergunta. A primeira é basicamente uma diligênciasport centerconfirmação. Nos próximos três meses, nós vamos confirmar muitas coisas que falamos e discutimos com os diretores do Vasco, com o presidente e com representantes nos últimos meses. Nós passamos muito tempo com eles nos últimos meses, realmente entendendo o negócio, suas partes positivas, suas partes negativas. Nos próximos 90 dias, nós vamos confirmar tudo isso. Isso significa ir para o Brasil, passar muito tempo no clube, trabalhar com o time lá.

– Assim que finalizarmos isso, e estamos muito confiantessport centerque isso vai acontecer, assim que finalizarmos isso, nós vamos nos concentrar no futuro do Vasco. E o futuro mais imediato é subirsport centerdivisão. Nossa esperança é que possamos subir nesta temporada e depois perpetuar isso por um longo tempo. Nós acreditamos que o Vasco é um dos maiores e mais históricos clubes do mundo. Acreditamos que ele pertence à Primeira Divisão. E nossa esperança é ficar nela e tentar levar o Vascosport centervolta a ser uma potência global do futebol.

Josh Wander diz: "O Vasco será o centro da nossa operação na América Latina, é uma joia da coroa"

– Hoje os torcedores estão preocupados com a venda do clube. E, também, a política no Vasco é “incrível”, vocês vão descobrir. A parte política é muito difícil. Então a principal pergunta agora é: por que o Vasco deveria ser vendido para a 777? E, se você estiver falando com o torcedor do Vasco e também com o associado, o que você diria a eles para que eles aprovem essa venda?

– Eu diria: acreditemsport centernós. Nós temos o melhor interesse para o Vasco e para os torcedores,sport centercoração. Nós temos toda intençãosport centerconstruir no Vasco uma potênciasport centerfutebol global, que um dia já foi. Enquanto preservamos toda a história e as tradições, tanto dentrosport centercampo quanto forasport centercampo. A ideiasport centerfazer as coisassport centerum jeito social, que ajude a promover inclusão e diversidade, a quebrar barreiras raciais, isso é realmente importante para nós. É muito importantesport centeroutros negócios com esportessport centerque estamos focados. Tem sido assim na ligasport centerbasquete no Reino Unido, nos London Lions, um timesport centerbasquete. Nós estamos concentradossport centeresforços assim no mundo, socialmente, então esse tópico no Vasco é realmente importante.

– Eu acho que construir uma comunidade no Rio e no entorno do Vasco é realmente importante para nós, então estamos comprometidossport centergastar dinheiro para a base, gastar dinheiro para ajudar a escola, a associação, outras áreas, esforços olímpicos e paralímpicos. Nós vamos ter o mesmo compromissosport centertodas as áreassport centerque estivemos no mundo. Em última instância, esses compromissos vão se consolidar, e esses clubes pelo mundo, que fazem parte da família 777 no futebol, vão se beneficiar dessa consolidação e estarãosport centervantagem nos recursos, não apenas no camposport centerfutebol, também na comunidade. Nós acreditamos que o que estamos criando será melhor do que apenas um clube, que todo mundo vai se beneficiarsport centerestar sob o mesmo guarda-chuva, seja na reduçãosport centercustos, ou no melhor desenvolvimentosport centerjogadores, ou simplesmente por prestar um serviço melhor à comunidade. Nós vamos aprender uns com os outros, e isso é realmente importante.

– O Vasco tem uma dívida enorme, 700 milhõessport centerreais. Isso não assusta vocês? Como vocês planejam pagar essa dívida? Também gostariasport centersaber sobre novos modossport centeraumentar a receita. Pagar a dívida e aumentar a receita.

– 700 milhões é um número grande, mas a resposta, você sabe... Não nos assusta no contexto do negócio, considerando os próximos 40 ou 50 anos. Nós somos investidoressport centerlongo prazo. Não somos investidoressport centercurto prazo. Nós olhamos para isso como um negóciosport center30 anos, nãosport centerdois ou três, então temos que pensar no que vamos fazer para construir o lado das receitas do negócio, que possa ajudar a pagar a dívida e por último acabar com ela. Nós fizemos um compromissosport centernos livrarmossport centerparte da dívida, ao completar nosso investimento, e nós vamos trabalhar para negociar com a parte restante. Mas esse não é nosso foco. Nosso foco é construir o lado das receitas do negócio, que é a segunda parte dasport centerpergunta. E eu acho que isso vem, realmente, com a melhorasport centertodas as funções do negócio no Vasco.

– Nós vamos aprender mais sobre isso nos próximos dois ou três meses, mas isso começa com funções básicas, como contabilidade, operações, e passa para questões mais complexas, como jogadores, avaliação, desenvolvimento, seleção e transferênciassport centeratletas. E, com certeza, construir a marca do Vasco globalmente. Então, a possibilidadesport centerter torcedores do Vascosport centertodo o mundo, que não são necessariamente do Brasil, mas que vejam a marca que todos nós sabemos que é reconhecida como uma das melhores do mundo. Nós achamos que isso é atraente não só para torcedores no Brasil, mas pelo mundo. Essa exposição global vai ajudar o clube, e a liga, a desenvolver um modelo com maiores receitas.

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– E, então, conectar com os fãs localmente. Conectar com eles localmente deveria ser a fundaçãosport centerquase todo clube no mundo, e a habilidadesport centerse conectar com esses fãs e fazer issosport centerum jeito que seja muito mais progressista do que existe na maioria dos clubes pelo mundo. E isso significa conhecer esses fãs e onde eles estão, seja na rede social, ousport centerportais online. É importante, nós achamos, encontrar esses torcedores onde eles estão vivendo, e eles estão vivendo essencialmente no celular. Então, a habilidade para modernizar a infraestrutura no entornosport centernovas conexões com os fãs, eu acredito que seja importante. A ferramenta parasport centerúltima instância alcançar receitas maiores.

– Hoje no Brasil nós temos alguns investidores entrando, podemos citar John Textor no Botafogo, Ronaldo no Cruzeiro e também a Red Bull, que comprou um clube antes. Qual foi o peso desses outros investimentos nasport centerdecisão? Digo: suponho que uma coisa seja quando você é o único investidor chegando a um país como o Brasil, um paíssport centerque todos os clubes são associações, e outra coisa é você chegar a um país que está recebendo outros investidores.

– É. Eu não vou dizer que impactou nossa decisão. Eu acho que todos nós estamos olhando para esses clubes ao mesmo tempo, então não tenho certezasport centerque tomamos essa decisão porque eles tomaram, ou vice-versa. O que eu acho é que o investimento estrangeiro nessa incrível ferramenta, para ajudar a liga do futebol brasileiro a se desenvolver e progredir... Quanto mais donos estrangeiros chegarem, quanto mais capital as pessoas puderem prover para esses times, melhor será o que o time será do pontosport centervistasport centergovernança, futebol, marketing e promoção. E isso permite não só os times, mas a liga a receber o tiposport centernotoriedade global que,sport centerúltima instância, vai trazer mais capital para ela. Essa tem sido nossa visão, não apenas no Brasil, mas nas ligas no entorno do mundo.

– Quando você tem bons donos, que têm boas intenções, que querem o melhor para o clube, querem desenvolvê-lo, fazê-lo progredir e modernizar, e fazer coisas para o melhor pelo clube e pelos fãs, isso é muito bom para o esporte e seus agentes. Esse tem sido nosso interesse. Nós damos as boas-vindas a mais proprietários internacionais a entrar para a liga. Acreditamos que a marca do futebol brasileiro é excitante, é historicamente uma das melhores, se não a melhor, marcassport centerfutebol do mundo. E nós achamos que ela merece estarsport centerlinha com o que outras ligas no mundo têm. Então, não pode haver um lado ruimsport centerter mais capital chegando e dando apoio a essas ligas do jeito certo.

– Você usou a palavra “global” algumas vezes. E ao mesmo tempo sabemos que o futebol brasileiro não tem uma liga, não tem um produto internacional. Digo: quase ninguém sabe sobre o Campeonato Brasileiro fora do Brasil. Eu posso estar me antecipando um pouco, mas quais são seus pensamentos sobre a liga? Nós precisamossport centeruma liga?

Absolutamente. Absolutamente.

– Indo para a Itália, vocês estão no Genoa há alguns meses, e os resultados ainda não apareceram. É o primeiro clubesport centerfutebolsport centerque vocês estão no comando. Quando você chega a um clube, como é o caso do Vasco, como você recruta pessoas para gerir o clube? Não o treinador, necessariamente. Para administrar um clubesport centerfutebol, como você recruta pessoas para fazer isso?

– Nós temos recrutado nos últimos dois anos, conhecendo pessoas, desenvolvendo relações pelo mundo no futebol, e acho que é seguro dizer que nós temos uma fundação sólida entre pessoas que nos ajudam a gerir clubessport centerfutebol individualmente e também uma multinacional. O grupo 777 foi construído com um timesport centergestão que administra clubes no mais alto nível, administradores independentes, obviamente,sport centercada clube,sport centercada jurisdição geográfica. A respeito da Itália, nós estamos na Itália há vários meses e, apesar dos resultados dos primeiros meses, eu não acho que poderíamos estar mais felizes com o progresso do negócio, com o progresso do time.

– Claro que é possível que, quando você compra um clubesport centerfutebol, você seja rebaixado e os resultados não sejam os que você espera. Mas esse não é exatamente nosso foco. Nosso foco é o projetosport centerlongo prazo, construir o clube para ser sustentável na Série A pelos muitos anos que vêm pela frente. Nos últimos meses, além do capital que providenciamos para o negócio, nós mudamos a gestão, mudamos a estratégia, buscamos novas táticas, construímos as peças fundamentais do negócio, que não existiam antes, e esses blocossport centerconstrução vão nos ajudar no clubesport centerfutebol, na basesport centerfãs, nos anos pela frente. O negócio estarásport centeruma posiçãosport centerque conseguirá se sustentar sem capital adicional, e isso é realmente o mais importante. Construir um modelosport centernegócio sustentável, no qual o time possa vencer. É isso, precisamente, que gostaríamossport centerfazer no Brasil.

Josh Wander com a bandeira do Genoa antessport centerjogo do clube — Foto: Getty Images

– Nós vimos na última janelasport centertransferências o Genoa contratando basicamente jogadores jovens. O mais velho tinha 25 anos. Isso é uma estratégia do grupo ou só algo do Genoa, porque o elenco era mais velho?

– Veja, o Genoa tinha um elenco envelhecido, então era importante para nós reduzir a idade do elenco. Nós achamos que isso era crítico para o valor dos jogadores e para o desenvolvimento. Falando genericamente, a resposta é que nós gostamos da ideiasport centerconstruir por meio da juventude, e não apenas no time principal, na base também. Vai ser importante para nós criar estruturassport centerbase fortes no Vasco esport centertodos os clubes que temos. O desenvolvimentosport centerjogadores, particularmente o local, deveria ser uma marcasport centertodos esses clubes,sport centerparticular daqueles que estãosport centeráreassport centercaptação no mundo. Isso é absolutamente parte da nossa tese. Desenvolver a base é realmente importante, é também substancialmente mais barato.

– Quando olhamos para seus negócios no exterior, no futebol europeu, vemos o Sevilla. E no Sevilla vocês tiveram problemas com os sócios. Você pode explicar um pouco qual foi o problema e a situação lá?

– O Sevilla é uma situação infeliz. Nós temos 15% do Sevilla, quase 15% do Sevilla, e gostaríamossport centerser donossport centermais. Nós achamos que é um clube incrível, com uma história incrível, e nós estávamos realmente animadossport centerestar envolvidos lá. Infelizmente, ao longo dos últimos anos, houve sócios do clube que inicialmente nos deram as boas-vindas, esport centerrepente mudaramsport centerideia. Por causa disso, eles colocaram narrativas falsas sobre quem somos, no que estamos interessados. A realidade é que, o que acontece agora no Sevilla não é bom para o clube nem para os torcedores. Nós queremos o que for melhor para o clube e os fãs. Na medidasport centerque poderíamos ter adquirido mais do Sevilla, esport centerúltima instância chegar ao pontosport centerque poderíamos ajudar, do jeito que poderemos ajudar o Vasco, assim como ajudamos o Genoa, isso seria ótimo. Mas agora estamos travadossport centerum limbo.

– Vi na imprensa espanhola que vocês são chamados “the americans”, “los americanos”. Quais são as narrativas falsas que surgiram e o que vocês têm a dizer sobre elas?

– Eu não tenho certeza se faz sentido entrar nisso. Sendo transparente, estamossport centerlitígio lá há alguns anos. O mais importante a dizer é que nós queríamos muito ser parte do Sevilla, nós queríamos nos conectarmos com o clube e os torcedores, nós tentamos fazer isso por três anos. Inicialmente, o cara que nos colocou para dentro, para fazer isso e para ajudá-lo, da noite para o dia decidiu que não queria mais (refere-se ao presidente José Castro). Ele tomou decisões naquele momento que refletiram isso. Mas nós estamos muito interessadossport centerser parte do Sevilla, e espero que um dia isso funcione.

– De novo me antecipando um pouco, vocês são uma empresa que investesport centerequity. Quero dizer, vocês pegam uma companhia, investem, compram uma parte minoritária ou majoritária, melhoram a administração, dão valor para essa companhia e um dia vocês vão vender essa empresa, porque na verdade é o seu negócio. Quando se fala do Vasco, isso pode acontecer. E você já nos falou sobre a visãosport centerlongo prazo. O que é longo prazo? Vocês pretendem revender o Vasco para outro donosport centercinco anos? Dez anos? 50 anos?

– A 777 é uma companhia multinacional, não é um fundo. Nós não temos terceiros como financiadores, que requerem que vendamos algosport centerum período específico. Somos apenas eu e meu sócio, Steven Pasko, e nós temos um olharsport centerlongo prazo para todos os investimentos que fazemos. Então não compramos um negócio pra vendê-lo. Você está certo que o propósito do nosso negócio é ter lucro, e algumas vezes para ter lucro você tem que vender alguma coisa, mas isso não significa que vamos vender. Só significa que, com o tempo, se alguma coisa for boa, é possível que venda, ou que gere lucro por meiosport centerdividendos.

– Acho que o mais importante a saber é que nós queremos construir o máximosport centervalor que for possível no Vasco. E, sesport centeralgum momento alguém aparecer e nos oferecer algo que a gente ache que faz sentido, ou que é maior do que o valor que estimamos, é claro que vamos conversar. Seria desonesto dizer que, se alguém nos oferecesse uma quantia malucasport centerdinheiro por algo que nós possuímos, que não venderíamos, porque esse é o propósito do que fazemos. Mas esse não é nosso plano. Nosso plano é comprar um negócio e dar o máximosport centervalor a esse negócio enquanto formos os donos. É isso que pretendemos fazer e eu te diria que, ao longo dos últimos seis anos, a 777 estásport centernegócios e ainda não vendemos nenhum. Nós temos cercasport center50 deles. Nós não queremos vender num futuro próximo.

– É seguro dizer que vocês acreditam que o Vasco possa gerar lucros sem que vocês precisem vendê-lo?

– Sim. Nosso objetivo é construir um negócio que possa gerar lucros. E esse deveria ser o objetivosport centerqualquer negócio. Só recentemente que o valorsport centerclubessport centerfutebol pelo mundo, relativamente, se valorizou do jeito que valorizaram. Todos os negócios buscam lucro, e essa seria nossa meta no Vasco.

Josh Wander manda recado para a torcida do Vasco

– Eu queria terminar com uma pergunta engraçada. Quando olhamos para seu acordo, vocês são a 777, vocês estão investindo 700 milhõessport centerreais, vocês estão comprando 70% da companhia. Vocês consideraram investir 777 milhões no Vasco?

– Nós consideramos. Mas era mais alto do que o preço que estávamos dispostos a pagar. [risos]

– Você tem ouvido os fãs do Vasco nas redes sociais? Qual é o sentimento nas últimas 24 horas?

– Tem sido incrível, na verdade. Eu acho que, quando você faz uma grande aquisição, você fica ansioso, nervoso, seja um clubesport centerfutebol ou uma empresasport centerseguros, para encontrar os funcionários, entender como os envolvidos se sentemsport centerrelação a você. Eu acho que todos no nosso escritório ficaram felizes e animados ao ver a resposta nas redes sociais. A imprensa. Nós estamos realmente animados por ficarmos próximos dos torcedores do Vasco, do time do Vasco, seus funcionários e agentes. Nós queremos saber mais sobre a história, imergir no clube.

– Posso dizer que vou passar muito tempo no Brasil, estou animado para conhecer os torcedores. Esse é um grande acordo para nós. Essas coisas podem ficar um pouco mundanas, conforme você continuamente compra negócios, neste caso clubessport centerfutebol, mas a realidade é que nós temos a responsabilidadesport centerpreservar e promover um dos legados mais ricossport centertodo o esporte. Esse legado, como eu tenho dito sempre, não apenas está no campo, está fora do campo. Na história do Vasco,sport centerquebrar barreiras sociais. Então é uma responsabilidade que levamos muito a sério, e é uma responsabilidade que estamos animados para seguir adiante.

– Você tem uma mensagem final para os torcedores do Vasco?

Acreditemsport centernós. Acreditemsport centernós.