STJD mantém título com Gabriel Casagrandeguia apostas esportivasprimeira instância

Após o julgamento do caso dos pneus na Comissão Disciplinar do Superior Tribunalguia apostas esportivasJustiça Desportiva (STJD) na tarde desta segunda-feira, Gabriel Casagrande teve o tricampeonato, conquistado no último domingoguia apostas esportivasInterlagos, mantido, soube o blog Voando Baixoguia apostas esportivasprimeira mão. Por unanimidade - placarguia apostas esportivas4 a 0 - os auditores decidiram manter as desclassificações dos pilotos das equipes TMG e Crown na etapa do Velopark, no caso dos pneusguia apostas esportivaschuva. Ainda cabe recurso, e a defesa dos times vai recorrer ao Pleno do STJD - a última instância. O novo julgamento ainda não tem data marcada. Se os pontos forem devolvidos aos times, o campeão passaria a ser Felipe Baptista, da Crown Racing.

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A decisão seguiu o que era esperado nos bastidores. No Autódromo José Carlos Pace, neste fimguia apostas esportivassemana, já era falado abertamente que era provável haver uma pressão para que o resultadoguia apostas esportivaspista do domingo fosse mantido pelo STJD. Foi exatamente o que aconteceu no julgamento na Comissão Disciplinar, que conta com quatro auditores. No julgamento no Pleno do tribunal, serão nove votantes.

No novo julgamento da Comissão Disciplinar, Viviane Eleonora Wolff Monteiro, procuradora-chefe do STJD, determinou a troca do procurador responsável pelo caso. Saiu Ricardo Coriolano, que tinha dado parecer favorável às equipes, e entrou Anderson Deola, que atua no Pleno. Um detalhe importante: Viviane é esposaguia apostas esportivasFelipe Zeraik, diretor jurídico da CBA, que atuou na acusação. Ela também trabalhou no Zeraik Advogados Associados, firma da famíliaguia apostas esportivasFelipe, entre 1993 e 2006. Vale lembrar que a CBA é uma das partes envolvidas no caso.

No julgamento original, o mérito da questão sequer chegou a ser avaliado. Como a Confederação Brasileiraguia apostas esportivasAutomobilismo (CBA) não convocou representantes das equipes TMG e Crown para participar da inspeção na fábrica da Hankook, na Coreia do Sul, a Comissão Disciplinar do STJD considerou que o processo não respeitou o direito à ampla defesa. Por isso, a decisão foi pela extinção do processo aindaguia apostas esportivasprimeira instância. Entretanto, se julgado procedente no Pleno, o recurso faria com que tudo voltasse à Comissão Disciplinar para que o mérito fosse avaliado, estendendo ainda mais a duração do processo.

7guia apostas esportivassetembroguia apostas esportivas2024. Debaixoguia apostas esportivaschuva, a Stock Car realizou a classificação para a etapa do Velopark,guia apostas esportivasNova Santa Rita, no Rio Grande do Sul. Desde então, uma enorme polêmica dominou os bastidores da maior categoria do automobilismo brasileiro. O chamado "pneugate" gerou discórdia por quase três meses. Até que, no dia 5guia apostas esportivasnovembro, as equipes TMG e Crown Racing foram avisadas da desclassificaçãoguia apostas esportivasseus quatro carros da etapaguia apostas esportivasquestão, a oitavaguia apostas esportivas2024, por uma suposta infração ao artigo 15.5 do regulamento técnico. Segundo a Confederação Brasileiraguia apostas esportivasAutomobilismo (CBA), as equipes teriam usado "pneusguia apostas esportivaschuva adulterados" na classificação.

Importante: nem CBA e tampouco a Vicar, empresa organizadora da Stock Car, deram publicidade às punições. A confederação informou apenas às equipes envolvidas na polêmica, na última terça-feira. Já a Vicar soltou um comunicado interno endereçado a todos os times da categoria e extremamente sucinto também na última semana. Com exclusividade, o Voando Baixo teve acesso aos dois documentos e ao laudo enviado no dia 31guia apostas esportivasoutubro pela Hankook, fornecedora oficialguia apostas esportivaspneus da categoria. Importante: os pneusguia apostas esportivaschuva dos carrosguia apostas esportivasFelipe Massa, Rafael Suzuki, Felipe Baptista e Enzo Elias foram enviados à Coreia do Sul para análise na fábrica da empresa.

Li com muito cuidado o regulamento técnico da Stock Car, principalmente o artigo 15.5, além dos documentos recebidos elaborados por CBA, Hankook e Vicar. Escutei com atenção os vários lados envolvidos na polêmica do "pneugate". E trarei aqui alguns pontos importantes - esses pontos me fazem crer que essa história tem enorme potencial para se arrastar até o fim da temporada 2024 - com risco, inclusive,guia apostas esportivaspodermos ter mudançasguia apostas esportivasresultados na tabelaguia apostas esportivaspilotos após a decisão, marcada para 14 e 15guia apostas esportivasdezembro no Autódromo José Carlos Pace,guia apostas esportivasInterlagos.

O artigo 15.5 do regulamento técnico reza sobre o "usoguia apostas esportivasaditivosguia apostas esportivaspneus". Ele é bem específico sobre o tema, inclusive, citando a proibição expressa do "usoguia apostas esportivassubstâncias":

"Proibido o usoguia apostas esportivasqualquer tipoguia apostas esportivassubstância que altere as características físicas, químicas e/ou mecânicas dos pneus. Proibido o usoguia apostas esportivasválvulasguia apostas esportivascontroleguia apostas esportivaspressãoguia apostas esportivaspneus. A critério dos Comissários quaisquer pneus novos, lacrados na etapa, poderão ser mantidosguia apostas esportivasparque fechado a qualquer momento do evento."

As equipes TMG e Crown foram punidas,guia apostas esportivasacordo com o documento emitido pela CBA, por uma suposta infração a esse artigo. Nos documentos enviados aos times, um para cada carro, o item 5 diz:

"O artigo 15.5 do Regulamento Técnico da Categoria é expresso ao proibir a adoçãoguia apostas esportivasprocedimentos que importem na alteraçãoguia apostas esportivascaracterísticas físicas, químicas e/ou mecânicas destes."

Só que o texto original falaguia apostas esportivasproibição do "usoguia apostas esportivassubstâncias". Entretanto, o comunicado que anuncia a punição aos carros fala sobre "adoçãoguia apostas esportivasprocedimentos". O problema é que o regulamento não falaguia apostas esportivasprocedimentos; ele é bem claro, inclusive, ao proibir apenas o usoguia apostas esportivassubstâncias. Claramente, estamos dianteguia apostas esportivasuma zona cinzenta do regulamento técnico.

Realmente, as equipes TMG e Crown fizeram experimentos com os pneusguia apostas esportivaschuva da Hankook, visando a tentativaguia apostas esportivasum ganhoguia apostas esportivasaderência eguia apostas esportivasdesempenho. A questão é que nenhum procedimento adotado pelas equipes envolveu o usoguia apostas esportivassubstâncias - aditivos químicos. Como já vimos, o regulamento proíbe expressamente isso. Inclusive, o relatório da empresa sul-coreana não cita,guia apostas esportivasmomento algum, uma possível confirmação do usoguia apostas esportivasaditivos. A Hankook apenas cita alterações nas propriedades dos compostos, como dureza e características viscoelásticas, além da composição química do pneu. Mas isso não significa o usoguia apostas esportivassubstâncias. O comunicado da CBA, inclusive, é claro nesse sentido ao citar na decisão a palavra "procedimentos".

Quais foram os experimentos, então? As equipes, que trabalhamguia apostas esportivasuma mesma sede, na cidadeguia apostas esportivasAmericana, interiorguia apostas esportivasSão Paulo, contrataram um engenheiro especializadoguia apostas esportivasborracha. Ele teve a ideiaguia apostas esportivasaquecer os pneusguia apostas esportivaschuvaguia apostas esportivasum forno industrial, para tentar ter algum ganhoguia apostas esportivasaderência eguia apostas esportivaselasticidade. Foram feitos vários testes e chegou-se a uma temperatura e ao tempo idealguia apostas esportivas"cozimento" para isso. Lembram da zona cinzenta? O calor é uma formaguia apostas esportivasenergia térmica, não uma substância. De acordo com o texto do artigo 15.5 do regulamento técnico, não há proibição ao procedimento idealizado por TMG e Crown.

Sobre aquecimentoguia apostas esportivaspneus, o regulamento técnico da Stock Car traz mais uma pegadinha. E justamente no artigo anterior, o 15.4, que fala justamente sobre "aquecimento dos pneus". Só que ele é bem claro nas situaçõesguia apostas esportivasque esse procedimento é proibido. Vamos ao texto:

"Proibido o usoguia apostas esportivasqualquer equipamento que resulte no aquecimento artificialguia apostas esportivaspneus durante todo transcorrer do evento, excetuando quando previsto no regulamento particular da prova. Se autorizado o equipamento será padrão, disponibilizado pelo fornecedor oficial e com uso restrito somente aos pneus para condiçãoguia apostas esportivaspista seca (“slicks”)."

Viram a pegadinha? O regulamento técnico proíbe apenas aquecer os pneus durante um evento - que significa uma etapa do campeonato,guia apostas esportivasacordo com a nomenclatura adotada nas regras. Não fala do período entre as corridas ou entre as temporadas.

Outro ponto importante: TMG e Crown entregaram à CBA todo o estudo feito com o aquecimento dos pneus no forno industrial. Além disso, voluntariamente, deixaram todos os pneus slicks (para pista seca) a disposição da confederação para que uma inspeção fosse feita. Ela foi realizada na quinta-feira passada, mas o resultado ainda não foi divulgado às equipes pela CBA. Por tudo isso, as equipes vão recorrer da desclassificação da etapa do Velopark, que impacta diretamente nas chancesguia apostas esportivastítulo dos times eguia apostas esportivasseus pilotos.

A Fórmula 1, categoria máxima do automobilismo internacional, é a campeãguia apostas esportivaspesquisasguia apostas esportivaszonas cinzentas nos regulamentos técnico e esportivo. É a essência do esporte a motor competitivo. Só neste ano tivemos dois casos: o "DRS duplo" da McLaren, que ficou explícito no GP do Azerbaijão,guia apostas esportivasBaku, e o mecanismoguia apostas esportivasregulagemguia apostas esportivasaltura da RBR, exposto durante o GP da Cidade do México. E o que a Federação Internacionalguia apostas esportivasAutomobilismo (FIA) faz nesses casos? Quando ela considera que é algo que fere o espírito da regra, ela bane a novidade posteriormente após mudar o texto da regra. Antes da mudança do regulamento, explorar essa zona cinzenta específica era algo legal. Logo, não há como punirguia apostas esportivascorridas anteriores.

CBA e Vicar ainda não deram publicidade às desclassificações, apenas fizeram comunicações internas às equipes. A única posição oficial - e pública - até agora sobre o caso veio das equipes punidas. TMG e Crown publicaram uma nota conjunta na semana passadaguia apostas esportivassuas mídias sociais reiterando que já estão recorrendo das desclassificações no STJD do automobilismo. E é aí que mora o risco para o campeonato: como são duas instâncias, o julgamento pode terminar após a data marcada para a decisão da temporada 2024, marcada para Interlagos.

Já a CBA se manifestou apenas nos documentos enviados às equipes com o anúncio das punições. No documentoguia apostas esportivasque a Vicar, organizadora da categoria, mandou para os times, um trecho se destaca:

"Reiteramos que a integridade das competições e a segurançaguia apostas esportivastodos os envolvidos são prioridades absolutas para o campeonato. Contamos com a colaboraçãoguia apostas esportivastodas as equipes para o cumprimento rigoroso do regulamento técnico e desportivo."

Sobre a polêmica, a Vicar enviou a seguinte nota ao Voando Baixo:

"A Vicar reafirma seu compromisso com a integridade do esporte e respeita a autonomia da CBAguia apostas esportivassuas deliberações técnicas e disciplinares. Seguimos confiantes no trabalho desenvolvido por todas as partes envolvidas - autoridades, equipes, pilotos e patrocinadores - para garantir a excelência e a credibilidade da competição."

E a nota da Confederação Brasileiraguia apostas esportivasAutomobilismo (CBA):

"A CBA entende que cumpriu seu papel ao identificar a irregularidade, enviar para análise e desclassificar os envolvidos. Acredita, também, que o caso não acabou, pois os desclassificados podem recorrer. Então, sob o pontoguia apostas esportivasvista prático, é um casoguia apostas esportivasdesclassificação como tantos outros que acontecem durante o ano."

Independente do mérito da desclassificação e dos recursos que estão sendo apresentados para tentar uma mudança, toda essa confusão é muito nociva para o automobilismo, para o fãguia apostas esportivasautomobilismo e também para a Stock Car como categoria. Já temos problemasguia apostas esportivasmudançasguia apostas esportivasresultadosguia apostas esportivasquase todas as etapas por causa dos julgamentos dos comissários esportivos da CBA. Uma bomba como essas pode jogar a imagem da categoria, construída ao longoguia apostas esportivastantos e tantos anos, na lixeira. Fora que pode afugentar patrocinadores importantes para as equipes e também para a organização da Stock Car.

Agora, entrando no méritoguia apostas esportivassi da punição, é um enorme castigo para a CBA. Há anos muita gente fala (eu sou um dos que faz mais barulho quanto a isso) que os regulamentos das categorias regidas pela entidade são extremamente mal-escritos, às vezes dando brechas, às vezes criando zonas cinzentas e interpretações inversas à intenção inicial. Enquanto o automobilismo não profissionalizar esses processos aqui no Brasil, seguiremos imersos nesta bagunça. Uma pena para todo mundo que depende do esporte para trabalhar, viver e, no caso do fã, se divertir.

Que o STJD faça justiça nesse caso, seja qual decisão for. E que a decisão seja muito rápida, para não terminarguia apostas esportivasafetar a imagemguia apostas esportivasum dos campeonatos mais equilibrados nos últimos anos da Stock Car. Ainda assim, vejo tudo isso com extremo lamento.