Triatleta vence perrengues e conquista vaga no mundial XTerra

Gabriel Eufrásio viajou sem dinheiro, bicicleta ou estadia para vencer o Brasileirobrazino 7cross triathlon na classebrazino 715 a 19 anos e garantir um lugar no campeonatobrazino 7novembro, no Havaí

Por Matheus Wenna, para o EU Atleta — Riobrazino 7Janeiro


O que você faria para alcançar seu sonho? O triatleta Gabriel Eufrásio,brazino 719 anos, foi ao limite para responder a esta pergunta. Em dezembro, ele se sagrou campeão brasileirobrazino 7cross triathlon (X-Tri) na categoriabrazino 715 a 19 anos,brazino 7prova do circuito XTerra realizadabrazino 7Búzios, na Região dos Lagos do Riobrazino 7Janeiro. Para isso, precisou apostar alto: viajou sem dinheiro para voltar e sem ter onde dormir na véspera da prova. De última hora, ainda foi surpreendido com mais uma adversidade, quando descobriu quebrazino 7mountain bike não poderia acompanhá-lo nos 1.500 km que percorreria para tentarbrazino 7sonhada vaga no Campeonato Mundial do XTerra, que acontecerábrazino 7novembrobrazino 72022,brazino 7Maui, no Havaí. Mas ele foi, viu e venceu, contando com a bondadebrazino 7estranhos que o ajudaram pelo caminho. O título brasileiro e a vaga no Mundial do Havaí são dele.

Gabriel celebra a vaga com o diplomabrazino 7classificadobrazino 7mãos — Foto: XTerra/Reprodução

Esta não é a primeira vez que o atleta mostrabrazino 7garra e poderbrazino 7superação. Gabriel começou a correrbrazino 72018, aos 15 anos, quando enfrentava um quadrobrazino 7depressão, tomava remédios e sentia-se bastante desmotivado com a vida. Inscrito por amigos, participoubrazino 7um treinão aberto da Uphill Marathon, tradicional circuitobrazino 7corridasbrazino 7subida, e viubrazino 7vida mudar para melhor a partir daquele finalbrazino 7semana.

– Foi ali que eu descobri a minha paixão pela corrida. Eu queria ver como era correr, nunca tinha corrido. No dia seguinte, consegui carona com uma moça até Lauro Muller (município vizinho onde aconteceria a largada da maratona) e me intrometi no meio do pessoal que ia correr. Foi difícil, cheguei a cairbrazino 7um trecho, mas consegui completar com o tempobrazino 73h40min. De lá para cá, tenho participadobrazino 7diversas competições. Entre elas, a mais recente foi o (Brasileiro de) cross triathlon do XTerra, no Riobrazino 7Janeiro (em Búzios) – ele conta.

Cross triathlon é uma espéciebrazino 7triatlo off road. Ou seja, a modalidade troca a corrida no asfalto e o ciclismobrazino 7estrada por corridabrazino 7montanha e mountain bike, com a natação seguindobrazino 7águas abertas - no casobrazino 7Búzios, no mar, como no triatlo tradicional, mas no cross pode-se também nadarbrazino 7rios, lagos e represas.

A prova aconteceu no dia 11brazino 7dezembrobrazino 7Búzios, na Região dos Lagos. Valeu como o Campeonato Brasileiro, chancelado pela CBTri, e deu vagas para o Mundial do XTerra, no Havaí. E foi aí que o sonhobrazino 7Gabriel não encontrou barreiras. Com dificuldades para custear a viagembrazino 7sua cidade, Cocal do Sul, próximo à Criciúma, no Sul Catarinense, até Búzios, no Riobrazino 7Janeiro, ele se dispôs a abrir mãobrazino 7necessidades básicas para competir.

Ao embarcar no ônibus interestadual que o levou até o Rio, ele soube que não poderia trazerbrazino 7bicicleta por faltabrazino 7espaço no bagageiro. Sem a hospedagem, a alternativa era passar a noitebrazino 7sexta para sábado embrazino 7barraca, acampado próximo ao localbrazino 7concentração da prova. No fim, seu esforço foi recompensado com a ajudabrazino 7pessoas que conheceu no caminho e o ajudaram a completarbrazino 7odisseia rumo ao lugar mais alto do pódio.

– Viajei maisbrazino 71400 km sem ter dinheiro para me hospedar e voltar para casa, sustentado pela vontadebrazino 7vencer. Estava disposto a dormir na rua, ficar sem comer e mais pelo propósitobrazino 7me qualificar para o mundial. No caminho, ainda tive a péssima surpresa ao descobrir que não poderia levar minha bicicleta. Mas acreditei, mais uma vez acreditei. Vim sem dinheiro, sem bicicleta, mas cheiobrazino 7esperança e força. Conheci uma pessoa que me hospedou, me alimentou, emprestoubrazino 7bike e ainda foi lá me fotografar. Consegui! Venci! Sou campeão! – celebrou Gabriel, relembrando os percalços enfrentados no caminho.

Gabriel quando correu o Desafio Shogun da Uphill Marathon na Serra do Rio do Rastro, tambémbrazino 72021. Anos antes, se iniciou no esporte no mesmo lugar — Foto: Reprodução XTerra

– Estava com a minha manta térmica e cobertor para dormir na rua, não tinha condiçõesbrazino 7me hospedarbrazino 7um hotel. Um casal me ajudou com a passagembrazino 7ônibus para ir até Búzios. Chegando lá, outro casal me ofereceu hospedagem, alimentação e me emprestaou uma bicicleta para que eu pudesse competir. Essa foi a primeira vez que participeibrazino 7um cross triathlon. Estava muito calor, tive dificuldade para me adaptar à temperatura. Depoisbrazino 710 km comecei a me adaptar melhor com a bike que não era minha e nem do meu tamanho. Fiquei muito surpreso com o resultado, o primeiro lugar na competição – completou o triatleta.

Classificado para o Mundial, Gabriel busca agora uma viagem com menos sacrifícios e contratempos e foco completo na parte esportiva. Para representar Cocal do Sul no Havaí, ele já começou a campanha para levantar fundos. A inscrição já está garantida, mas ele estima que precisa arrecadar 25 mil reais para custear passagem, hospedagem e alimentação, além dos custosbrazino 7visto e passaporte, e por isso Gabriel busca patrocinadores e doações.