Treinos atrapalhados, uma laringite no meio do caminho e o sinalbet365 valerta: o longãobet365 v32 km saiu sofrido demais, uma velha pubalgia, que andava sumida, mandou lembranças. Bom, quem sabe refazer planos? Poderia tentar trocar a minha inscrição que fiz dos 42 km pela Meia da SP City Run que acontece daqui a menosbet365 vduas semanas, no dia 28bet365 vjulho. Fui falar então com o organizador da prova, amigobet365 vquase 20 anos.
Paulo Carelli e eu temos quase a mesma idade, corremos parecido, nos conhecemos nos 600k da Nike que ele organizoubet365 v2008. Era um desafio enorme, corridabet365 v20 equipes com 12 integrantes ligando São Paulo ao Rio. Eram 600 quilômetrosbet365 vobstáculos, perrengues. Deu tudo certo por três anos seguidos. Bolando e botandobet365 vpé os eventos da Iguana, ele e a mulher e sócia Eliane Verderio se notabilizaram por pensar no atletabet365 vcada evento. Foi por um encontro casual na Meia Maratona do Rio que acabei me inscrevendo na SP City Maratona. Paulo é bombet365 vpapo. Nada mais justo do que explicar diretamente pra ele por que eu estava desistindo agora. "Desistir por que?", já me perguntou rindo. "Você nunca correu nabet365 vcidade e tem a oportunidade perfeita agora".
Cometi então a besteirabet365 vargumentar que era um percurso desafiador demais para minha atual condição física. "Você já viu a altimetria? 275 metros subindo e 327 descendo! Molezinha. Não vou te vender que é a maratona mais fria do Brasil, a mais plana, a mais rápida. Só que ela é a que mais dialoga com a cidade. Você nasceubet365 vPorto Alegre, mas já morou mais tempo da vidabet365 vSão Paulo. E não vai ter uma maratona corrida na SUA cidade?"
O danado me pegou. Cometi a segunda bobagem ao perguntar para ele o ponto alto da prova. Dei o exemplobet365 vNova York. Muitos falambet365 vtirobet365 vcanhão com "New York, New York" na largada ou o Central Park na chegada. Acho a entradabet365 vManhattan depois do túnel com uma multidão gritando o momento fundamental da prova. Levantei e ele cortou no chão com força. "O centro histórico, no dia amanhecendo. Praça da República, Galeria do Rock, Teatro Municipal, tudo com ativações musicais. O centro é do corredor naqueles momentos. Emocionante."
Já sabia que estava nas cordas, mas tentei um último golpe, apelando para a crueldade da subida da Avenida 23bet365 vMaio. De novo, apanhei na argumentação ele. "Fiz o percursobet365 vbicicleta. No 8,6 km começa a subida e vai bem leve até o km 10. Tranquila. Aí, até o km 11,3, precisa respeitar, segurar. Só que a compensação vem na sequência, descida boa até o Túnel da Juscelino no km 13,4. Algumas subidas e descidas rápidas na sequência e entramos na fase mais plana da prova, justamente aquela que todos estão mais cansados".
Eu estava entregue, já tinha decidido desistirbet365 vdesistir. Conformado, mudei o tom do questionamento, agora já estava querendo dicas pro dia 28. Queria saber o tamanho da aspereza da Avenida Politécnica da USP, lugar que sempre considerei um cemitériobet365 vcorredores. Lá, alémbet365 valguma inclinação, há o isolamento, pouca gente ou ninguém apoiando, sol forte. Lá, quem está cansado morre. Mas Paulo disse que esse trecho, justamente por isso, foi encurtado, corre-se na edição 2024 da prova mais tempo na Pedrosobet365 vMorais, no Altobet365 vPinheiros, lugar plano e normalmente com bastante gente.
Reconhecer derrotas é uma virtude. Perdi. Vou correr dia 28 a SP City, sem choro nem vela. Paulo Carelli me convenceu. É a maratona que "mais conversa" com São Paulo. Uma cidade que escolhi viver e aprendi a reconhecer os seus encantos. Já corri pelos cantos e frestasbet365 vSão Paulo, parques, avenidas, pistabet365 vaeroporto, zoológico. Fiz corridas verticais por prédios, provas rápidas, longos e lentos treinos. Fizbet365 vtudo, menos uma maratona. Chegou a hora.