Moisés tem gestocrb x sport recifefair play e para jogada após Nino indicar lesão
A decisão não deve ser fácil. Em casa, seu time perdendo, empacado na zonacrb x sport reciferebaixamentocrb x sport recifeum campeonato muito disputado. Você recebe a bolacrb x sport recifeótima condição no campocrb x sport recifeataque, e seu marcador sente uma contusão que o impedecrb x sport recifeseguir na jogada.
O que fazer?
Escrever horas depois do fato, na tranquilidade da tela do computador, sem estar envolvido na disputa, é molezinha. Admito que se eu estivesse na situação do Moisés, talvez tivesse dado sequência à jogada, para me arrepender após uma chuveirada. Embora eu seja daqueles que na pelada acuse falta e toquecrb x sport recifemão.
Em campo, adrenalina a mil, situação adversa, o atacante Moisés, do Fortaleza, deu a melhor liçãocrb x sport recifefair play do futebol brasileiro nesta temporada. Parou a jogada e permitiu que o zagueiro Nino, do Fluminense, fosse atendido.
Imagino que Moisés tenha sido xingado no Castelão e condenado no tribunal absolutista das redes sociais.
Mas seu gesto diz muito sobre espírito esportivo. Em especial porque devemos adicionar ao contexto do jogo um pênalti não marcadocrb x sport recifecima do próprio Moisés.
Ao final da partida, o atacante do Fortaleza e o zagueiro do Fluminense trocaram abraços e camisascrb x sport recifenovo gesto carregadocrb x sport recifesimbologia num ambiente no qual pessoas se matam por causacrb x sport recifetimescrb x sport recifefutebol.
Não sei o que passou pela cabeçacrb x sport recifeMoisés naquele momento. Pode ter sido um ato intuitivo. Assim como ele pode ter pensado que não vale a pena ganharcrb x sport recifequalquer forma. Aguardo uma entrevista na qual ele esclareça.
Há inúmeros exemploscrb x sport recifefair play no esporte que emocionam. Na Olimpíada do Rio, tivemos a neozelandesa Nikki Hamblin caindo sobre a americana Abbey D´Agostino e, abdicando da vantagem na prova, optando por levantar a adversária e correr com ela até a linha final. Ambas terminaram nos últimos lugares, mas ganharam vagas na final dos 5.000 metros.
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No futebol, até gênios como Messi já renunciaram a um pênalti, avisando ao árbitro que não tinha sido. O italiano Di Canio ganhou o prêmiocrb x sport recifeFair Play da Fifacrb x sport recife2001 por se recusar a fazer um gol pelo West Ham quando percebeu que o goleiro Paul Gerrard, do Everton, tinha se machucado na jogada e deixara a baliza livre.
Mas como esquecer da mãozinha boba do francês Henrycrb x sport recife2009, eliminando a Irlanda da Copacrb x sport recife2010 e, talvez, tirando a única chancecrb x sport recifedisputar uma Copa do Mundocrb x sport recifeseus adversários? Literalmente na mão grande. “Laisses-faire, laisses-passer”? Ou a “dirtbird”?
Em 2017, o zagueiro Rodrigo Caio, então no São Paulo, foi detonado pela torcida tricolor por ter assumido que fizera faltacrb x sport recifeJô, do Corinthians, quando a arbitragem marcara o contrário. Jô tinha levado um cartão amarelo suspensivo, que foi anulado após a atitudecrb x sport recifeRodrigo Caio.
No Brasil, vigora o culto a uma talcrb x sport recifemalandragem. Na vida cotidiana e emcrb x sport recifemais perfeita imitação: o futebol. Essa esperteza que seria parte do DNA nacional é festejada pelos que se acham espertos. Os otários? Que protestem contra a corrupção e chorem as derrotas.
No futebol, há diversos episódios dessa nossa malandragem, que está absolutamente foracrb x sport recifemoda e deve ser cancelada. Até mesmo um dos maiores gênios e cavalheiros da história do futebol fez uso dela na Copacrb x sport recife1962. As imagenscrb x sport recifepreto e branco estão aí, mostrando Nilton Santos, a “A Enciclopédia”, dando um passinho maroto para fora da área após cometer um penal sobre o espanhol Collar. O árbitro caiu na dele.
Na mesma Copa, a malandragem dos cartolas brasileiros foracrb x sport recifecampo garantiu a escalaçãocrb x sport recifeGarrincha na final, após expulsão na semi. Fatos que são desprezadoscrb x sport recifefavor da narrativa vitoriosa.
Crescemos acostumados a ouvircrb x sport recifetorcedores o mantra do “roubado é mais gostoso”. Ou então a velha máxima do dentrocrb x sport recifecampo vale tudo, tem o tal códigocrb x sport recifeética do boleiro.
Moisés pode ficar marcado como o otário que ajudou a rebaixar o Fortaleza, ou o cara que contribuiu para uma grande campanhacrb x sport reciferecuperação, mesmo abrindo mãocrb x sport recifelevar vantagemcrb x sport recifetudo, certo?
Torço sinceramente pela segunda opção.