Por Douglas Ceconello

Jornalista, um dos fundadores do Impedimento.org, dedicado a... ver mais

A caminhada mais longa: após oito anos e 14 títulos, Marcelo Gallardo despede-se do Monumentalsaque bwinNúñez

Técnico assumiusaque bwin2014 ainda sob o trauma do rebaixamento e transformou o River Platesaque bwinum dos clubes mais vitoriosos do continente.

ge.globo — Porto Alegre


Nunca o trajeto entre a saída do vestiário e o bancosaque bwinreservas deve ter sido tão longo. Para Marcelo Gallardo, certamente a última caminhada pela margem do Monumentalsaque bwinNúñez se transformousaque bwinum percurso quilométrico -- era uma espéciesaque bwindesfecho solene da trajetória começada oito anos atrás.

Emsaque bwinúltima aparição frente à torcida millonaria emsaque bwinprópria casa, Gallardo se despediu na condiçãosaque bwinlenda consolidada. Não é para menos. Sua chegada ao nortesaque bwinBuenos Aires, há oito anos, mostrou-se fundamental para a recuperação do River Plate após o inédito e retumbante descenso e a consequente peregrinação pelos quatro cantos da Argentina na segunda divisão --saque bwinvezsaque bwinsuperclássicos contra o Boca Juniors, precisava visitar o modestíssimo Boca Unidos.

Sob a sombra da planilhasaque bwinEl Muñeco, o orgulho millonario ressurgiu e o próprio Monumentalsaque bwinNúñez revigorou-se após ser incendiado pela própria torcida na fatídica data do rebaixamento contra o Belgrano. O técnico, hoje com 46 anos, na época assumiu um gigante machucado que havia se transformadosaque bwincoadjuvante continental. Nesta semana, após anunciar que não continua na próxima temporada, deixa um clube que no seu auge tornou-se hegemônico e temido, desde Jaguarão até Cartagena.

Bandeirãosaque bwinhomenagem a Marcelo Gallardosaque bwinRiver Plate x Rosario Central pelo Campeonato Argentino — Foto: Marcelo Endelli/Getty Images

Entre maiosaque bwin2014 e outubrosaque bwin2022, foram 14 títulos -- entre eles, duas Libertadores e uma Sul-Americana. A somasaque bwinconquistas o transformou no técnico mais vitorioso da história do River Plate, mas o que o esculpiusaque bwinlenda caminhante foi a vitória na Final del Mundo pela Libertadoressaque bwin2018 contra o íntimo e intransferível rival Boca Juniors -- naquele momento, desde Madrid abriram-se as portas da eternidade.

Nesta quase década à frente do River Plate, o técnico mostrou-se não apenas o excelente estrategista que lhe rendeu o apelidosaque bwinNapoleón, mas também mostrou uma capacidade impressionantesaque bwinreconstruirsaque bwinequipe e mantê-la competitiva por muito tempo. As últimas temporadas foram duras, e a síntese disso é justamente a última partida na cancha que Gallardo reergueu das cinzas: uma derrota por 2 a 1 para o Rosario Central, dirigido pelo principiante e histórico antagonista xeneize Carlos Tevez, que aniquilou as já remotas chancessaque bwintítulo. O árbitro estendeu a partida até os 109 minutos, provavelmente também na esperança, desde as entranhas do apito, que Gallardo prorrogassesaque bwinpermanência A última vez do técnico na casamata do River Plate será contra o Racing,saque bwinAvellaneda, na última rodada do campeonato.

Com a saídasaque bwinum nome histórico, o River Plate terá pela frente uma temporadasaque bwinprovação. É inevitável que,saque bwinalguma medida, o clube sinta o golpe. Afinalsaque bwincontas, encontrar o substituto para uma figura que se tornou mítica é o equivalente a tentar reimplantar um dente siso. O reflexo mais humano dessa ausência já sentida foram os torcedores que derramavam lágrimas, e as derramavam fazendo questãosaque bwinmostrar o rosto, além dos incontáveis trapos que lhe reverenciavam enquanto Marcelo Gallardo partia para a derradeira caminhada rumo ao bancosaque bwinreservassaque bwinNúñez -- seu trono, seu confidente e para sempre seu lugar na história do futebol.

Footer blog Meia Encarnada Douglas Ceconello — Foto: Arte