+ Viagens, lixo e propaganda: como o futebol contribui para a crise do clima

+ Mar pode engolir partedeposit 3 euro casinoSantos e do Riodeposit 3 euro casinoJaneiro, revela estudo

O Brasil viu neste ano como os eventos climáticos extremos estão mais violentos e mais frequentes. Ondasdeposit 3 euro casinocalor, chuvas torrenciais, áreasdeposit 3 euro casinodeserto, secas prolongadas, poluição do ar... Isso tem acontecido no mundo todo, principalmente por causa do aquecimento global.

Resumidamente, esse aquecimento é provocado pelos gasesdeposit 3 euro casinoefeito estufa, principalmente o dióxidodeposit 3 euro casinocarbono (CO2), que são lançados pela homem na atmosfera, através da geraçãodeposit 3 euro casinoenergia, fábricas, transporte, desmatamento e queimadas, entre outros .

Esses gases retêm o calor do sol — por isso o efeito "estufa" —, mudam o clima e perturbam o equilíbrio da natureza. Se a concentração deles aumenta, aumenta a temperatura da superfície da Terra.

As mudanças no clima estão reduzindo o tempodeposit 3 euro casinoque o futebol pode ser jogado a céu aberto,deposit 3 euro casinoacordom com estudos da Fifa e das Nações Unidas (ONU). O calor cada vez maior provoca exaustão e prejudica a qualidade do jogo. Temperaturas extremas deixam a superfície mais dura, o que aumenta o riscodeposit 3 euro casinolesões. Calendário e horários estão ameaçados.

+ Mortes relacionadas ao calor extremo podem aumentardeposit 3 euro casinoquase cinco vezes até 2050, alerta relatório

— Muitas competições ocorrem ou começam durante os meses mais quentes do ano,deposit 3 euro casinocondiçõesdeposit 3 euro casinocalor cada vez mais desafiadoras por causa do aquecimento global. O corpo humano mantém uma temperatura central constante que geralmente variadeposit 3 euro casino36,1°C a 37,8°C. Em condiçõesdeposit 3 euro casinocalor extremo, os jogadores correm o riscodeposit 3 euro casinosofrerdeposit 3 euro casinodistúrbiosdeposit 3 euro casinoestresse térmico, como cãibras, exaustão por calor ou insolação — disse Vincent Gouttebarge, chefe da equipe médica da FIFPRO, o sindicato mundial dos jogadores profissionais.

+ Fogo no Pantanal, seca no Norte, calorão no Sudeste e tempestade no Sul: Brasil sofre com eventos climáticos extremos e catastróficos

+ Flamengo antecipa treinodeposit 3 euro casinouma hora por causa do calor, e atletas são submetidos a teste do suor

No último dia 18deposit 3 euro casinonovembro, o jogodeposit 3 euro casinoSanto Domingo entre Bahamas e Guiana, pela Liga das Nações da Concacaf, foi adiado por causa das chuvas recordes que atingiram a República Dominicana — e provocaram pelo menos 30 mortes. Também no Caribe, a partida entre Jamaica e Canadá foi adiada por um dia.

Na Europa, o pé d'água provocou a mudança do local do amistoso entre Bélgica e Sérvia na última data Fifadeposit 3 euro casinonovembro, antes previsto para Bruxelas. O gramado do estádio Rei Balduíno ficou impraticável. Semanas antes, a partida entre Albânia e Irlanda pela Liga das Nações Feminina foi suspensa. Campo totalmente alagado.

Um quarto dos 92 clubes das quatro principais divisões da Inglaterra vão sofrer inundações parciais ou totais dos estádios nos próximos 30 anos. Casos do Estádio Olímpicodeposit 3 euro casinoLondres e Stamford Bridge, do Chelsea.

O mesmo deve acontecer com o Weserstadion, do Werder Bremen, da Alemanha, e a Johan Cruyff Arena, do Ajax, na Holanda. É o que aponta o relatório "Jogando contra o Relógio", do acadêmico David Goldenblatt, especialista no impacto da crise climática no futebol.

— As pessoas vão continuar jogando futebol até todos cairmos, mas o futebol com certeza vai enfrentar muitos desafios, riscos e ameaças. Já está, mas isso vai piorar nos próximos 30 anos. As projeções são péssimas. Estaremosdeposit 3 euro casinoterritório desconhecido sobre como o clima e o ecossistema vão funcionar. Se você quiser um futebol organizado, isso requer um níveldeposit 3 euro casinoestabilidade social e bem-estar econômico que vai ser complicadodeposit 3 euro casinovárias partes do mundo — comentou Goldenblatt.

Essa crise é global, mas o mundo do futebol não é atingido da mesma forma. Jogadores, torcedores, clubes, federações e confederações com menos recursos são os mais impactados. A ONU fala que "milhõesdeposit 3 euro casinoatletas" já enfrentaram algum tipodeposit 3 euro casino"perturbação climática".

Na Inglaterra, um terço dos campos para as categoriasdeposit 3 euro casinobase perdem seis semanas por temporada, por enchentes ou condições adversas.

A próxima Copa Africanadeposit 3 euro casinoNações (CAN) serádeposit 3 euro casinojaneiro, mas deveria ter acontecido entre junho e julho deste ano na Costa do Marfim. Foi adiada por causa do riscodeposit 3 euro casinotemporais: "Não queremos correr o riscodeposit 3 euro casinoter uma competição debaixodeposit 3 euro casinoum dilúvio", explicou o presidente da Confederação Africanadeposit 3 euro casinoNações (CAF), Patrice Motsepe.

Na ediçãodeposit 3 euro casino2019 da CAN, o atacante Samuel Kalu foi levado para o hospital após colapsar durantre o treino da Nigéria, por desidratação. O extremo calor foi temadeposit 3 euro casinoalertas das associaçõesdeposit 3 euro casinojogadores profissionais da Colômbia e do Chipre ao sindicato mundial da categoria.

A América Latina viu nos últimos meses o histórico estádio Azteca — do título mundial do Brasildeposit 3 euro casino1970 — ser tomado pela água,deposit 3 euro casinosetembro, antes do jogo do Cruz Azul com o América. Semanas antes, o estádio Fiscaldeposit 3 euro casinoTalca, no sul do Chile, ficou inundado. O país registrou quase 40° Cdeposit 3 euro casinotemperatura nos Andes,deposit 3 euro casinopleno inverno.

+ Estádiodeposit 3 euro casinofuteboldeposit 3 euro casinoRio do Sul é atingido por cheia e gramado fica coberto pela água

As pessoas mais afetadas pelas mudanças do clima são as que menos provocam o aquecimento global. Os 10% mais ricos da população do mundo são responsáveis por quase 50% das emissõesdeposit 3 euro casinogás carbônico, o principal entre os gases do efeito estufa. Enquanto isso, os 50% mais pobres contribuem com 12%, segundo a ONU.

— A injustiça climática piora tudo. Os eventos climáticos extremos prejudicam diretamente as pessoas menos favorecidas. Essa desigualdade precisa ser combatida justamente para se encontrar a solução do problema. O planeta é um só — disse Alexandre Prado, especialistadeposit 3 euro casinomudanças climáticas da ONG WWF Brasil.

Segundo a Organização das Nações Unidas, as concentrações desses gases bateram recordedeposit 3 euro casino2022, agravando os impactos no clima.

O consenso internacional é que a temperatura média global não deve ultrapassar o limitedeposit 3 euro casino1,5°C a mais do que na era pré-industrial do século XIX. Esse é o que os cientistas consideram como pontodeposit 3 euro casinoinflexão para o planeta. Só que isso pode acontecerdeposit 3 euro casinoseis anos, se as emissõesdeposit 3 euro casinogases do efeito estufa continuarem nesse ritmo.

Para não ultrapassar essa marca, as emissões teriam que cair 42% até 2030. Ou 28%, para 2°C, como previsto no Acordodeposit 3 euro casinoParis. Essa diferençadeposit 3 euro casino0,5°C pode significar aumentodeposit 3 euro casino160% da população mundial exposta ao calor extremo.

No atual ritmo, caminhamos para um aquecimento globaldeposit 3 euro casino3°C até 2100. O mundo já registrou um dia com temperatura média global 2°C acima da era pré-industrial. E o anodeposit 3 euro casino2023 deve terminar com o pior nesse sentidodeposit 3 euro casino125 mil anos.

+ Mundo caminha para aumento "infernal"deposit 3 euro casino3°C nas temperaturas até fim do século, diz ONU

A próxima Copa do Mundo será no Canadá, Estados Unidos e México,deposit 3 euro casino2026. As estimativas são que pelo menos seis das 16 sedes terão condições extremasdeposit 3 euro casinocalor, segundo médicos da FIFPro, com temperaturas até 30°C e 35°C. Outras seis serãodeposit 3 euro casino"alto risco".

A candidatura com três países diferentes foi considerada pela Fifa comodeposit 3 euro casinobaixo risco para o clima, apesar da estimativadeposit 3 euro casinoemissãodeposit 3 euro casino3,7 milhõesdeposit 3 euro casinotoneladasdeposit 3 euro casinocarbono — a maior da história da Copa. As viagens correspondem a 85% disso. E a Copadeposit 3 euro casino2034 vai envolver seis nações,deposit 3 euro casinotrês continentes distintos.

A indústria do futebol contribui anualmente com algo entre 0,8% e 0,9% das emissões globais, segundo estimativas do pesquisador David Goldenblatt. Pode parecer pouco, mas é o equivalente à uma nação como a Espanha ou a Polônia.

+ Copa 2022: Fifa fez promessa falsa sobre sustentabilidade, diz órgão

— A pegadadeposit 3 euro casinocarbono da elite do esporte deve ser gigante, depende do é relatado. A Copa teve esse problema. A Fifa usou metodologias diferentes para torneios diferentes. Mas não há dúvidadeposit 3 euro casinoque megaeventos esportivos têm muita emissãodeposit 3 euro casinogases do efeito estufa. A Fifa precisa cortar suas emissões pela metade até 2030. Se quer mostrar que é séria, precisa mostrar o caminho para fazer isso. Se não puder, estão só tocando bola na defesa e não atacando o problemadeposit 3 euro casinofrente — afirmou Khaled Diab, diretordeposit 3 euro casinocomunicação da Carbon Market Watch, organização que fiscaliza políticas climáticasdeposit 3 euro casinogovernos e empresas.

Essas políticas estão no centro da Conferência das Partes (COP), encontro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima, que começou hoje nos Emirados Árabes Unidos e vai até 12deposit 3 euro casinodezembro. O evento tem o objetivodeposit 3 euro casinoapontar problemas, negociar acordos e encontrar soluções. Em 2023, serão maisdeposit 3 euro casino70 mil delegadosdeposit 3 euro casino197 países diferentes. A Fifa não confirmou se o presidente Gianni Infantino estará presente.