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Por Bruna Rodrigues — RioJaneiro


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licado da Electronic Arts. Um remake do game 2008de mesmo nome desenvolvimento por EA

dwood Shoress foi lançado para PlayStation 5 🛡 / Windows ou Xbox Series X/ S {k0}

A sua classificação geral no FIFA 23 é 89 com um potencial de89 89. Casemiro tem uma classificação 2 estrelas "skillmoves". Ele prefere atirar com o pé direito, Suas taxasde trabalho são Média / / Alto.
A EA Sports confirmou que Maradona seria retirada do jogo no início deste ano devido a uma E-Terceiros Legalidade litígios". A declaração dizia: Devido a uma disputa legal terceiros, devemos suspender Diego Maradona De aparecer {{k0} FIFA Ultimate Team Packes e UFC Drafte o SoccerAid World XI. Equipa

"O Keke (Rosberg)? Era uma b... Não tinha valor nenhum. É que nem o filho dele (Nico Rosberg, campeão2016). Ganhou um campeonato. O neguinho (Sir Lewis Hamilton) devia estar dando mais c... naquela época e ‘tava’ meio ruim". Esses foram os termos utilizados pelo tricampeão Nelson Piquetuma entrevista que ganhou notoriedadejunho2022 e levou à condenação do ex-piloto e multaR$ 5 milhões a serem direcionados para açõesigualdade e inclusão. No entanto, a 4ª Turma Cível do TJDFT (TribunalJustiça do Distrito Federal e dos Territórios) anulou a sentença.

A informação foi antecipada pelo "Metrópoles" e confirmado nesta quinta-feira pelo ge.globo. De acordo com o portal brasiliense, o desembargador Aiston HenriqueSousa afirmou: "Não há demonstraçãodiscursoódio. A utilizaçãotermos da linguagem coloquial, ainda que eivadainspiração racista sutil ou involuntária, ainda que inadequada, não traz consigo a gravidade e a relevância suficientes para caracterizar o dano coletivo” e acrescentou que "o deboche feito pelo réu poderia ter sido objeto também da prática sexual entre homem e mulher,modo que não se pode extrair daí a ocorrênciadiscursoódio contra os homossexuais”.

Nelson Piquet é alvoação judicial por falas racistas e homofóbicas contra Lewis Hamilton — Foto: GEPA pictures / Red Bull Content Pool

As falas sugerem que o que é considerado "deboche" ou "racismo sutil" não possui o mesmo peso que atos mais latentes - como, por exemplo, ofensas direcionadas do tipo "macaco" ou menções à escravidão. E ainda mais grave: explicitam como o racismo recreativo ainda não é reconhecido por seu potencial destrutivo num paísmaioria negra, como é o Brasil.

Em janeiro deste ano, o crimeinjúria racial, (que geralmente engloba ofensa ou humilhações) passou a ser considerado como uma modalidade do crimeracismo. Agora, é inafiançável e ainda teve a penaprisão aumentadaum a três anos, para dois a cinco anos - entre outras condicionais, se o ato for cometidomeioscomunicação ou publicações na internet.

Lewis Hamilton com a camisaprotesto que ele exibiu no GP da Toscana2020 e foi criticada por Vitaly Petrov — Foto: Dan Istitene/F1 via Getty Images

A Lei nº 7.716, agora atualizada pela Lei nº 14.532, faz ainda uma importante mençãoseu Artigo 20-A: "Os crimes previstos nesta Lei terão as penas aumentadas1/3 (um terço) até a metade, quando ocorreremcontexto ou com intuitodescontração, diversão ou recreação". A enfatização sinaliza que o racismo recreativo não deve ser tratado com menos rigor, pelo contrário; o artifício do humor pode ser ainda mais danoso justamente por dissimularcapacidade destrutiva.

- Termos como 'neguinho', 'criolo', 'negão' são utilizadosuma variedadesituações. Mas expressam estereótipos, representações negativas sobre pessoas negras. Elas reproduzem a ideiaque negros não são atores sociais competentes, são pessoas moralmente degradadas. Esse foi exatamente o sentido utilizado por Nelson Piquet quando fez referência a Lewis Hamilton - Explicou o doutorDireito e autor do livro "Racismo Recreativo", Adilson Moreira, ao ge.globo.

Por que racismo é aceitável se fortompiada?

Professor e doutorDireito, Adilson Moreira é autorobras que tratam do Direito antidiscriminatório — Foto: Reprodução/Redes Sociais

Não deveria ser. Mas para muita gente, personagens caracterizados com traços negrostom exagerado; a associação do cabelo sem definição da Beyoncé à ausênciacuidados capilares; um chefe utilizando expressões como "mucamo" e "meu escravo" para se referir a um funcionário"tom jocoso; memes dizendo "alvo (branco) mais que piche" para descredibilizar a teseum pastor evangélico negro e mestrando; ou ainda piadashumoristas que consideram a escravidão positivaalgum aspecto são minimizados por não se estar, necessariamente, falando sério.

A obra "Racismo Recreativo" do professor Adilson Moreira, no entanto, traz apontamentos importantes: primeiro, reforça que as piadas servem para retirar do negro e dos debates raciais a seriedade que lhes são devidas.

"O humor racista ensina pessoas negras que elas não podem almejar a mesma respeitabilidade destinada a pessoas brancas". (2019, p. 97).

Moreira ainda esclarece que as palavras não deixamcarregar significados, muitos dos quais negativos, apesar da intenção não ser ruim. A análise vai depender do contextoque as falas estão inseridas e, no caso das citaçõesPiquet, o termo "neguinho" carrega desmerecimento e suprime o uso do verdadeiro nome do individuo ao qual ele se refere: Sir Lewis Hamilton.

Torcedor espanhol da F1 pinta rostopreto para imitar Lewis Hamiltonforma jocosa; ato racista é chamado"blackface" — Foto: BBC

Vale reforçar que na entrevistaquestão, tricampeão cita vários outros pilotos, como Max Verstappen, Keke Rosberg e Nico Rosberg pelo nome. Exceto Hamilton, ao qual se refere o tempo inteiro como "neguinho".

Para o autor, além do teor malicioso e hostil, o que caracteriza o humor - ou deboche - racista é a forma como "causa dano moral aos indivíduos porque afeta diretamente a expectativa delesserem tratadosforma respeitosauma sociedade baseada no reconhecimento do status moral dos indivíduos".

Ainda na visão do professor Adilson Moreira, o racismo recreativo também é um instrumentoum sistema que funciona com base na hierarquia das raças, ao mesmo tempoque é utilizado para maquiar a gravidade do racismo no Brasil "ao classificar piadas racistas derrogatórias sobre negros como atos que não expressam desprezo ou condescendência".

O racismo recreativo e o judiciário

Em entrevista ao g1junho deste ano, Moreira afirmou que boa parte das figuras que compõem o sistema judiciário do Brasil não possuem conhecimento sobre direito antidiscriminatório. A matéria ainda aponta que,2021, o Censo do Conselho NacionalJustiça (CNJ) revelava que apenas 12,8% dos magistrados eram negro - enquanto 56% da população do país se identifica como tal.

- Eles não têm conhecimento básico sobre a psicologia social da discriminação, não sabem como estereótipos e preconceitos afetam o status coletivopessoas negras. Além disso, a primeira reaçãopessoas brancas é negar a conotaçãoepisódios racistas para proteger a imagem coletiva delas - declarou o jurista ao g1.

Campanha da Conmebol divulgadatodo o continente na luta contra o racismo — Foto: Marcos Ribolli

O cenário do sistema judiciário brasileiro expõe uma realidade latentetodos os âmbitos da sociedade: a ausêncialetramento racial. Neste caso, porém, as consequências podem ser ainda maiores, já que os vereditos podem passar mensagens fortes a depender da decisão tomada. No caso da anulaçãouma condenação devidamente justificada, a sensação é uma só: impunidade.

Racismo e processos judiciaisnúmeros

Embora o racismo seja considerado um crime hediondo - e a partir2023, a injúria racial equiparada a tal -, os números reforçam o sentimentoimpunidade. Entre 1988 e 2017, a GloboNews identificou que apenas 244 processos do gênero foram julgados. Entre 2021 e 2022, o registrocrimesinjúria racial aumentou 40% num período12 meses também no Rio,acordo com o InstitutoSegurança pública (ISP).

Em todo o Brasil, as taxascrimesinjúria racial e racismo aumentaram, respectivamente, 32,3% e 67%acordo com dados divulgadosagosto2023 pelo FórumSegurança Pública - que analisa estatísticas desde 2018. O levantamento ainda aponta que há uma estranha correção nos dados sobre crimesracismo entre um ano e outro, o que aponta para uma "ausênciaconfiabilidadedados" e o perigo da subnotificação.

Torcedora com cartazescombate ao racismo eapoio a Vinicius Junior — Foto: REUTERS/Albert Gea

Com tudo isso posto, é nítido ser um profundo erro crer que o tomdeboche ou o usouma expressão coloquial diminuam o potencial destrutivo do racismo na vidapessoas negras, cuja corpele já vem ditando seu lugar na sociedade há 500 anos: às margens. E esse é um cenário que aflige não só o Brasil, mas a Inglaterra - paísorigemSir Lewis Hamilton -, Estados Unidos e tantos outros marcados pelo colonialismo, a escravidão e a hierarquiaraças.

Piada ou não, falas que colocam o negro num lugardesmerecimento retroalimentam um sistema que justifica a ausênciapessoas pretas e pardasespaçosdestaque, bem como a desvalorizaçãotudo que o negro é e produz, e os escandalosos números que apontam para o maior encarceramento, menor escolaridade e maior númerohomicídios e suicídios nesta parcela da população - que é válido lembrar, representa a maioria no Brasil.

Por último, não custa lembrar: piada só é engraçada quando o alvo dela acha graça.

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