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Por Marcelo Monteiro

Jornalista e colecionador da história do futebol

Rioapostas jogosJaneiro

Marina Ziehe/COB

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O Brasil conquistou 20 medalhas nos Jogos Olímpicosapostas jogosParis. Após a chama olímpica ser apagada com o soproapostas jogossete atletas no Stadeapostas jogosFrance, segue aceso o debate sobre o desempenho verde-amarelo na capital francesa. Foi bom? Foi decepcionante?

Há argumentos aceitáveis para ambos os lados.

Foi ruim porque o país só levou três medalhasapostas jogosouro. Menos da metade do que obteve nos dois Jogos Olímpicos anteriores (sete no Rio-2016 eapostas jogosTóquio 20/21). E um prêmio a menos do que há três anos no Japão (foram 21 pódios).

E pior ainda: o país ganhou menos ouros do que há 20 anos atrás. Em Atenas-2004, foram cinco. Conclusão dessa corrente: andamos para trás apesar do significativo aumento do investimento no esporte no período.

Mas na Grécia, ganhamos exatamente a metadeapostas jogosmedalhas do totalapostas jogosagora: 10. Ponto para a corrente oposta. "Avançamos muito. Dobramos a metaapostas jogos20 anos". E ganhandoapostas jogosmodalidades que até o início dos anos 2000 seriam impensáveis, como ginástica, canoagem e taekwondo.

A discussão é complexa. Na horaapostas jogoscomparar resultados olímpicos, este que vos escreve, que sempre curtiu muito as Olimpíadas, lembra da infância. A primeira recordação que tenho são os Jogosapostas jogos1980,apostas jogosMoscou. Não por acaso, o ursinho Misha é o meu mascote preferido até hoje.

Na capital russa, mesmo com boicote dos Estados Unidos e alguns aliados, o Brasil levou quatro suadas medalhinhas. Cada conquista era uma festa. Foram dois ouros e dois bronzes. Os ouros vieram da vela. Esporte praticado por uma fração ínfima da população brasileira. Um dos ganhadores foi Lars Bjorkstrom, campeão da classe Tornado com Alex Welter. Lars era sueco, naturalizado brasileiro.

Os dois bronzes foram da natação (com o revezamento 4x100 livre masculino) e do inesquecível João do Pulo no salto triplo. Até hoje, muitos dos que acompanharam a competição falam que o então recordista mundial foi "roubado" para que dois soviéticos ficassem nos lugares mais altos do pódioapostas jogoscasa.

Após as oito medalhasapostas jogosLos Angeles (pulei muito com o primeiro lugarapostas jogosJoaquim Cruz nos 800m) e seisapostas jogosSeul, caímos para trêsapostas jogosBarcelona-92. Daliapostas jogosdiante, foram sempre, pelo menos, dez medalhas.

Chego ao ponto que gostariaapostas jogosdebater: ganhar 20 medalhas com três ouros é melhor ou pior do que levar dez com cinco primeiros lugares? Pelo critério oficialapostas jogosclassificação do Comitê Olímpico Internacional, é pior.

Equipeapostas jogosjudô do Brasil, medalhaapostas jogosbronzeapostas jogosParis 2024. — Foto: Miriam Jeske/COB

Em Atenas-2004, com dez pódios (cincoapostas jogosouro, duasapostas jogosprata e trêsapostas jogosbronze), o Brasil ficouapostas jogos16º lugar na classificação. Melhor que Holanda, Espanha e Canadá.

Agoraapostas jogosParis, com o dobroapostas jogosmedalhas (20, três ouros, sete pratas e dez bronzes), terminouapostas jogosvigésimo. Atrás da Irlanda, que levou na bagagem para Dublin... sete medalhas. A questão é que quatro delas sãoapostas jogosouro.

Se fosse levadoapostas jogosconta o totalapostas jogospremiações, o Brasil ficariaapostas jogos13º. À frente da Espanha, que foi 18 vezes ao pódio.

Com a experiênciaapostas jogosquem sofria nos anos 80 e 90 para ver os atletas nacionais entre os três primeiros, prefiro, particularmente, ganhar o maior número possívelapostas jogosmedalhas. Ser campeão olímpico é fenomenal, histórico. Mas ser um medalhista, mesmoapostas jogosbronze, não impede o atletaapostas jogosescrever o seu nome para sempre na história do esporte.

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