No campo esportivo,codigo afiliado pagbetnada adianta mais um pedidocodigo afiliado pagbetdesculpas feito protocolarmente por Enzo Fernandez - e se algum outro companheiro dele eventualmente tenha demonstrado também algum arrependimento por essa demonstração explícitacodigo afiliado pagbetselvageria. Desculpas eu escuto desde que nasci, e os povos preto e trans felizmente já não aceitam mais esse "me engana que eu gosto". Racismo e transfobia têmcodigo afiliado pagbetser exemplarmente punidos. Se quiserem dar uma resposta à altura, os clubes onde jogam os atletas flagrados vomitando impropérios deveriam aplicar-lhes pesadas multas e até alguma suspensão por um tempo qualquer.

Com relação à Fifa, que soltou uma notacodigo afiliado pagbetrepúdio e disse que vai "investigar " o episódio (investigar o que? O vídeo deixa algum tipocodigo afiliado pagbetdúvida?), também não adianta absolutamente nada notas e posicionamentos protocolares. Já disse neste Fórum que o racismo demonstrado pelos torcedores espanhóis contra Vinícius Júnior - ou contra qualquer um - só seria punido à altura se a Espanha fosse punida com a não ida à próxima Copa do Mundo, sumariamente. E isso por contacodigo afiliado pagbetofensas (no Brasil crimes) que vêmcodigo afiliado pagbetuma arquibancada muitas vezes amorfa, anônima, ou não uniforme. No caso da Argentina, são jogadores! Esses mesmos que estarão lépidos e fagueiros nos próximos jogos da seleção. Se a Fifa quer comprar briga contra o racismo e a transfobia, deveria excluir a atual campeã do mundo da próxima Copa. Vale para a Espanha, para a Argentina, Brasil, ou qualquer país que não combata as mazelas humanas.

Foracodigo afiliado pagbetcampo, é compreensível, embora injustificável, que as pautas antirracistas e anti-transfóbicas não estejam na ordem do dia na Argentina. Um dado: no último censo, apenas 0,7% da população do país se autodeclarou afrodescendente. Outro: o ex-presidente Alberto Fernandez, ainda no exercício do cargo, declarou-se "europeísta" porque, segundo ele, os primeiros argentinos chegaram ao paíscodigo afiliado pagbetbarco (em referência à colonização espanhola), enquanto "os mexicanos vieram dos índios" e os brasileiros "vieram da selva". É algo que infelizmente está enraizadocodigo afiliado pagbetpartecodigo afiliado pagbetuma nação que deu tantas lições belíssimascodigo afiliado pagbetluta contra a opressão,codigo afiliado pagbetvalorizaçãocodigo afiliado pagbetvalores culturais ecodigo afiliado pagbeteducação.

Quanto a Milei, a estratégia é rasa, tirar o foco da barbárie explícita no racismo e transfobia e criar um suposto confronto com a França. Mais: ao demitir (ou seja, executar um ato oficialcodigo afiliado pagbetgoverno) o subsecretáriocodigo afiliado pagbetEsportes, Júlio Garro, que pedira a Messi (pelo peso que tem) e à AFA (por ser o órgão oficial do futebol argentino) que se desculpassem publicamente, Milei chanceloucodigo afiliado pagbetgênero, número e grau o cântico dos jogadores. Claro e óbvio está que os franceses têm todo motivo para estarem ofendidos com o vídeo que Enzo Fernandez "produziu". Mas, afastando um pouco a lupa, o problema maior não é a referência à França, o escândalo é com relação a negros e transexuais - e aí pouco importa onde esses atacados nasceram. Ter independência e auto-determinação não dá a qualquer dirigente o direitocodigo afiliado pagbetatacar países ou gruposcodigo afiliado pagbetqualquer raça ou gênero. É algo como o governo brasileiro anterior, que bancou o quanto pode a ideiacodigo afiliado pagbetRicardo Sallescodigo afiliado pagbet"passar a boiada", como se a Amazônia não fosse a garantiacodigo afiliado pagbetvida no planeta inteiro, e sim uma propriedade privadacodigo afiliado pagbetum presidente qualquer.

A vice-presidente argentina, Victoria Villarruel, sem citar nominalmente a França, faloucodigo afiliado pagbetpaíses colonialistas. Ora, admitamos que a questão fosse a França. Se o país errou no passado, e errou feio no colonialismo, isso justifica erros do ladocodigo afiliado pagbetcá do Atlântico, décadas depois? A Françacodigo afiliado pagbethoje tem vários problemas, mas alémcodigo afiliado pagbetter dado uma enfática demonstração recentecodigo afiliado pagbetque não aceita mais extremismos na política, é um dos países com políticas mais receptivas a refugiados e à populaçãocodigo afiliado pagbetÁfrica e Ásia que busca recomeçar a vida no país. Mas, insisto: essa é uma falsa briga com os franceses. Os pontos são racismo e transfobia, e disso as autoridades argentinas não falam.

Se eu acho que os temascodigo afiliado pagbetinclusão vão ganhar peso na Argentina? Sim, um dia, porque tenho pelo país e por seu povo enormes carinho e confiança. O que é preciso é ficar mais atento às urnas - não se tratacodigo afiliado pagbetdireita ou esquerda, ambas são legítimas e podem abrigar temas caros aos seres humanos justos, mas não se pode transigir com extremismos. Se eu acho que clubes e Fifa vão responder à altura e marcar posição exemplar contra atos racistas e transfóbicos? Sinceramente acho que, neste momento, não. Mas tenho mais certeza aindacodigo afiliado pagbetque um dia o futebol, como espelho da sociedade, vai mudar, e que até lá a luta temcodigo afiliado pagbetser a cada dia, a cada hora, a cada minuto, a cada post.