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Por João Ricardo Camilo, Luís Fellipe Borges, Marcos Guerra e Stanley Matias — Uberlândia, Minas Gerais


Abre Aspas: Ana Patrícia revê trajetória e detalha superação até o ouromelhores bancos de apostasParis-2024

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"O esporte salvou e salva minha vida todos os dias". Aos pés da Torre Eiffel, Ana Patrícia recebia a medalha das Olimpíadas e chorava ao cantar o hino do Brasil. Ao ladomelhores bancos de apostasDuda, ali desabafava: estava viva. A jogadoramelhores bancos de apostas26 anos não dava mais ouvidos ao bullying por ser alta. Abafava as vozes que três anos antes gritavam para que desistisse do vôleimelhores bancos de apostaspraia, até se matasse. Afastavamelhores bancos de apostasParis os traumas das ameaçasmelhores bancos de apostasmorte que a levaram à depressão. Entre lágrimas, ela sorria com o ouromelhores bancos de apostasmãos, conquistado graças a uma mente leve.

- A gente precisava ter vivido aquilo para amadurecer e olhar a questão psicológica com mais atenção. Depoismelhores bancos de apostasTóquio, eu comecei a ter muita ameaçamelhores bancos de apostasmorte. "Você é um lixo, você tem que se matar, você é uma vergonha." Foi muito traumático. Demorei maismelhores bancos de apostasum ano para conseguir respirar normalmente e entender que aquilo ali não me pertencia. Aquilo ali é um sentimento que está dentromelhores bancos de apostasuma pessoa que acha que pode falarmelhores bancos de apostasuma coisa que ela não sabe. Foi um trabalho psicológico muito grande realmente para eu conseguir me recuperar - contou Ana Patrícia.

Ficou no passado todo ódio despertado por um resultado aquém do potencial nas Olimpíadasmelhores bancos de apostasTóquio, com a eliminação nas oitavasmelhores bancos de apostasfinal ao ladomelhores bancos de apostasRebeca,melhores bancos de apostasdupla na época. Depois do ouromelhores bancos de apostasParis, Ana Patrícia recebeu carinho dos brasileiros que a pararam para fotos, autógrafos e mensagensmelhores bancos de apostasadmiração. Como não admirar uma atleta que no momento maior glóriamelhores bancos de apostassua carreira se mostra vulnerável e humana ao falar dos traumas que perturbarammelhores bancos de apostasmente?

Ao ladomelhores bancos de apostasDuda, Ana Patrícia desabafa após final do vôleimelhores bancos de apostaspraia

Em entrevista ao Abre Aspas, Ana Patrícia abriu o peito sobre os cuidados com a saúde mental. Falou sobre os momentosmelhores bancos de apostasfragilidades diante do bullying, dos haters e da depressão. Contou como driblou o medo e a ansiedade durante as Olimpíadasmelhores bancos de apostasParis. Ressaltou a capacidademelhores bancos de apostasconcentração para não se deixar levar pelas emoções da emblemática discussão com a canadense Brenda Wilkerson na final. Destacou o trabalho psicológico como pilar do ouro olímpico.

- Precisei vivenciar muitas situações e principalmente entender a importância que tinha eu falar sobre saúde mental, porque sei a dor que o bullying me causou. Minha mensagem é sempre para que as pessoas falem sobre isso. Eu tinha vergonha, parecia pequeno. E não é pequeno. Aquilo mexeu na minha autoestima, mexeu na minha confiança. Se uma pessoa conseguir falar sobre isso e se sentir melhor, minha missão já vai estar cumprida. Foi duro pra mim, e não quero que seja duro pra tantas pessoas. A gente tem que quebrar cada vez mais esse tabu.

Ana Patrícia Abre Aspas — Foto: Marcos Guerra

melhores bancos de apostas Ficha técnica:

  • Nome completo: Ana Patrícia Silva Ramos
  • Nascimento: 29melhores bancos de apostassetembromelhores bancos de apostas1997,melhores bancos de apostasEspinosa-MG
  • Principais títulos: ouro nas Olimpíadasmelhores bancos de apostasParis 2024, ouro no Mundialmelhores bancos de apostasRoma 2022, prata no Mundial do México 2023, ouro nos Jogos Pan-Americanosmelhores bancos de apostasSantiago 2023, ouro nas Olimpíadas da Juventudemelhores bancos de apostas2014.

Abre Aspas: Ana Patrícia falamelhores bancos de apostasparceria com Duda emelhores bancos de apostasconfusão na final olímpica

Ana Patríca explodemelhores bancos de apostasemoção no alto do pódiomelhores bancos de apostasParis, ao ladomelhores bancos de apostasDuda — Foto: Luiza Moraes/COB

melhores bancos de apostas Abre Aspas: Ana Patrícia

ge: Como está a vida depois do ouro? Como é ser campeã olímpica?
Ana Patrícia:
Tá sendo bem diferente. Muitos compromissos foramelhores bancos de apostasquadra. A parte mais legal é ver o reconhecimento das pessoas, o quanto elas se alegram, o quanto elas se emocionam quando nos encontram na rua, no aeroporto. Até hoje tem gente que para, parabeniza, chora. É muito gratificante ver quemelhores bancos de apostasalguma forma as pessoas também estão compartilhando e vivendo essa alegria, esses momentos que os Jogos Olímpicos nos proporcionaram.

Hoje as pessoas te idolatram, pedem fotos. Um cenário bem diferente damelhores bancos de apostasinfância. Você contou diversas vezes sobre o bullying que sofreu quando criança. Como foi lidar com o bullying quando crescia? O esporte te ajudou nesse processo?
Sempre falo que o esporte me salvou. Nessa situação do bullying, eu sofria muito quando era criança por conta da altura, por ser uma menina que gostavamelhores bancos de apostascoisas que para a sociedade são coisasmelhores bancos de apostasmenino, que é jogar futebol, que é praticar esporte. E eu normalmente praticava esportes com meninos. Minha infância toda foi marcada pelo bullying. Me sentia muito mal, porque a gente não tem muita consciência do que está acontecendo. Eu achava que não ia ser boamelhores bancos de apostasnada porque eu era alta, porque eu me sentia diminuída pelas palavras que as pessoas proferiam a mim. Aí surgiu o esporte. Um colega chamou, e no primeiro dia eu já fui bem. Minha ficha caiu: "Nossa, eu sou boamelhores bancos de apostasalguma coisa". Foi paixão à primeira vista. A partir dali foi futebol, handebol, vôlei, peteca, natação... Começou a me dar uma identidade, me dar um pertencimento. Foi uma ferramenta transformadora. Sou muito grata a tudo que aconteceu na minha vida. O esporte salvou e salva minha vida todos os dias.

Ana Patrícia comemoramelhores bancos de apostasParis após ponto — Foto: Lars Baron/Getty Images

A gente vê você falando sobre essa questão do bullying hoje com muita naturalidade. Sempre foi assim? Ou teve um momento que você não conseguia falar?
Não era um assunto que eu conseguia falar com muita segurança, porque era sensível pra mim. Até eu conseguir entender que aquilo era real, porque a gente ainda tem uma culturamelhores bancos de apostasque as pessoas julgam isso como "mimimi", né!? Palavra que eu detesto, inclusive. Tudo que você não sente, tudo que você não consegue compreender e que é do outro, você diminui a “mimimi”. Sempre que eu ia falar, parecia que era uma coisa pequena. Precisei amadurecer, vivenciar muitas situações e principalmente entender a importância que tinha eu falar sobre isso, porque sei a dor que me causou. Minha mensagem é sempre para que as pessoas falem sobre isso. O grande problema que eu tive foi que eu não conseguia falar sobre isso com outras pessoas. Tinha vergonha daquilo, parecia pequeno. E não é pequeno. Aquilo mexeu na minha autoestima, mexeu na minha confiança. Se uma pessoa conseguir falar sobre isso e se sentir melhor, minha missão já vai estar cumprida. Foi duro pra mim, e não quero que seja duro pra tantas pessoas.

Depois do ouro nas Olimpíadas, você fez um desabafo, contou o quanto sofreumelhores bancos de apostasataques depoismelhores bancos de apostasTóquio. O que você viveu depoismelhores bancos de apostasTóquio?
Pós-Tóquio foi um dos momentos mais duros na minha carreira, pra não dizer da minha vida, né!? Foi o momentomelhores bancos de apostasque entendi o poder das redes sociais. Ainda não tinha consciência da coisa do hater. A gente não conseguiu um resultado bacana, pelo menos dentro do que a gente achava que poderia. E acabei sofrendo muito hater. Muita ameaçamelhores bancos de apostasmorte. Foi bizarro pensar que a gente via falar sobre essas coisas, que elas aconteciam, mas até então nunca tinha chegado nem próximo a mim. E pós-Tóquio eu comecei a ter muito isso ali. Todo dia, toda hora. As pessoas criticavam muito o resultado, e até aí tudo bem, mas eu comecei a ter muita ameaçamelhores bancos de apostasmorte. "Você é um lixo, você tem que se matar, você é uma vergonha." Isso começou a extrapolar, não só a ser direcionada a mim, mas também a minha família. De falar: "Sua filha é uma vergonha, não sei como vocês saem na rua." Foi muito traumático. Muito traumático.

Abre Aspas: Ana Patrícia fala da importânciamelhores bancos de apostasredemelhores bancos de apostasapoio para boa saúde mental

Demorei maismelhores bancos de apostasum ano para conseguir respirar normalmente e entender que aquilo ali não me pertencia. Aquilo ali é um sentimento que está dentromelhores bancos de apostasuma pessoa que acha que pode falarmelhores bancos de apostasuma coisa que ela não sabe. Ela não está no meu dia a dia, ela não sabe o que eu tenho que passar, ela não sabe as dores que eu sinto, os desafios que eu tenho que enfrentar. Foi um trabalho psicológico muito grande realmente para eu conseguir me recuperar dessa situação, que também me educou sobre o que é do outro e o que é meu. Você pode vencer, você pode fazer o seu melhor, você pode fazer uma coisa histórica que sempre vai ter alguém para encontrar alguma coisa que não foi boa. E isso não diz respeito a mim, isso diz respeito a uma pessoa que não está dentro da minha realidade.

Você comentou que houve ameaçasmelhores bancos de apostasmorte não só para você, mas também paramelhores bancos de apostasfamília. Eu queria que você falasse um pouco disso especificamente. Como você se sentia quando você recebia essas ameaças? Como era para você receber esse tipomelhores bancos de apostasataque?
Era muito frustrante receber esse tipomelhores bancos de apostascomentário, esse tipomelhores bancos de apostasameaça, porque eu passava muito pela minha cabeça tudo o que eu tinha feito para chegar até as Olimpíadas, todos os desafios, todas as dores. As pessoas não entendem que por mais que elas fiquem tristes, a frustração delas nunca vai ser acho que 10% do que é a nossa, que estamos aqui todo dia correndo debaixo desse sol quente, nessa areia. E a parte da ameaça realmente foi uma coisa que me deixou com medo. Até entender que aquilo não era real, até minha mente se acalmar com aquilo demorou bastante tempo, porque são coisas muito sérias. Imagina alguém falando que vai te encontrar na rua e vai te matar!? Que você tenha cuidado. Fiquei muitomelhores bancos de apostaspânico. Você pensar que você pode sair na rua e alguém pode fazer alguma coisa com você por contamelhores bancos de apostasum jogo, por contamelhores bancos de apostasum campeonato, né!? A gente que tá muito exposto acaba tendo que escutar esse tipomelhores bancos de apostascoisa. Fiquei muito frustrada e senti muito medo.

Hino do Brasil no lugar mais alto do pódio! Ouro com Ana Patrícia e Duda no vôleimelhores bancos de apostaspraia

Nesses ataques, muitas vezes as pessoas falavam para você desistir, até se matar. Em algum momento você deu ouvidos a essas vozes?
Sim. Eu fiquei num momento muito fragilizada. Você se sente um lixo, porque você não tá num momentomelhores bancos de apostasentender que aquilo não é sobre você, que as pessoas não sabem o que acontece. Absorvi muito aquilo. Nos primeiros seis meses, entrei num processo depressivo mesmo. Eu falava que não queria mais, que não ia mais jogar. Tenho que agradecer muito à minha namorada (Nycaella Maia), porque se não fosse por ela provavelmente eu teria desistido. Ela que ficava: “Não, calma, você vai conseguir se tranquilizar, você vai ver que as coisas não são assim.” Tive esse momentomelhores bancos de apostaspensarmelhores bancos de apostasdesistir, levar muito a sério essa decisão. Graças a Deus isso não aconteceu, porque eu não estaria tendo a oportunidademelhores bancos de apostasestar aqui contando um pouquinho dessa história. Hoje me sinto muito orgulhosamelhores bancos de apostastudo que vivi,melhores bancos de apostastudo que passei.

Você falou do trabalho psicológico que você fazia nessa época. Eu queria que você detalhasse como é que foi esse trabalho. Você já fazia antes algum trabalho psicológico?
Eu fazia antes, mas eu não entendia a importância que ele tinha. Fazia muito mais para coisas voltadas ao esporte do que para a pessoa Ana Patrícia. Para mim, a vida é um todo indivisível. Gostomelhores bancos de apostasusar essa frase, porque eu não posso ser uma excelente atleta e ser um ser humano extremamente triste. Eu fazia uma psicologia muito voltada ao esporte, mas não olhava pra mim, pras minhas questões, pras feridas que eu carregava da vida. Realmente me afundei ali, me deprimi, aí fui buscar ajuda entendendo que eu precisavamelhores bancos de apostasajuda. A maior viradamelhores bancos de apostaschave foi isso. "Precisomelhores bancos de apostasajuda porque daqui pra frente eu não consigo sozinha". Alguns meses depoismelhores bancos de apostasTóquio, a Duda me convidou para jogar. Na formação da equipe, a gente inseriu a nossa psicóloga Bianca (Andrade). Foi a pessoa que me fez entender essa importância psicológica e que olhou pra mim para alémmelhores bancos de apostasuma atleta. Foi fundamental para que eu me recuperasse e vivenciasse esse processo com tanta leveza.

Ana Patrícia e Duda com a medalhamelhores bancos de apostasouro — Foto: Luiza Moraes/COB.

Você falou que depoismelhores bancos de apostasTóquio você começou a entender a importância do trabalho psicológico. E justamentemelhores bancos de apostasTóquio o tema da saúde mental no esporte ganhou visibilidade, muitomelhores bancos de apostasfunção do que aconteceu com a Simone Biles, que teve bloqueios mentais. Você sentiu uma viradamelhores bancos de apostaschave nesse sentidomelhores bancos de apostascuidado e atenção para a cabeça do atleta?
Acredito que sim, muito. Uma peça muito importante, que tem visibilidade muito grande, que foi a Simone Biles, falou sobre isso. Acho que desmitificou um pouco essa coisa que tinhamelhores bancos de apostascima do atleta, porque as pessoas ainda têm uma culturamelhores bancos de apostasenxergar o atleta muito como um herói, que não sente nada, que não sofre, que é blindadomelhores bancos de apostastudo. A gente também tinha essa coisamelhores bancos de apostasvender essa imagemmelhores bancos de apostasinabalável,melhores bancos de apostasforte. Nem sempre as coisas são assim. A gente tem nosso momentomelhores bancos de apostasfragilidade, nós temos medos, nós temos ansiedade. Quando as pessoas desmitificaram um pouco falar sobre saúde mentalmelhores bancos de apostasatletas, as coisas começaram a andar um pouco mais leves. Hoje a gente consegue chegar num Comitê Olímpico do Brasil e até nas próprias confederações e falar: “Olha, estou precisandomelhores bancos de apostasum auxílio na parte psicológica”. Eles vão correr atrás do melhor possível.

Por muito tempo falar sobre saúde mental era um tabu. Hoje você vê um diálogo no meio esportivo sobre esse tema?
Muito. A gente consegue conversar, ter acesso a pessoasmelhores bancos de apostasoutras modalidades. Quando a gente não compartilha, a gente acha que as coisas só acontecem com a gente. Tenho certeza que todo mundo que passar por aqui vai ter uma históriamelhores bancos de apostasalgum momentomelhores bancos de apostasdificuldade,melhores bancos de apostasalgum momentomelhores bancos de apostasfragilidade. Quanto mais a gente conseguir transformar isso numa coisa natural, do ser humano, todo mundo só tem a ganhar.

No vôleimelhores bancos de apostaspraia especificamente, o quão importante é o mental? Dá para falar 50% mental, 50% físico?
No alto rendimento acho que é 90% psicológico. Cara, você vai a uma competição como as Olimpíadas, por exemplo, quem está nas Olimpíadas e não sabe dar uma manchete, não sabe dar um toque, não sabe dar um saque? Todo mundo sabe fazer a mesma coisa. Então, o que faz a diferença ali no jogo é realmente o controle emocionalmelhores bancos de apostasalgumas situações. É o equilíbriomelhores bancos de apostastudo, porque medo todo mundo vai sentir, ansiedade todo mundo vai sentir. O que faz a diferença ali é como você lida com isso e como você consegue equilibrar tudo aquilo ali que tá acontecendo, porque tá todo mundo num nível muito parecido quando chega a uma competição como os Jogos Olímpicos.

Você falou muitomelhores bancos de apostasequilíbrio, e houve um episódio da final das Olimpíadas que foi a discussão com a canadense Brenda Wilkerson. Logo depois do jogo você falou que estava tudo resolvido, mas todo mundo viu uma Ana muito concentrada depois daquele episódio. O que você buscou para se concentrar e voltar ao jogo depois daquela situação?
É uma situaçãomelhores bancos de apostasjogo. A gente tem maturidade suficiente pra entender que a qualquer momento poderia ter acontecido aquilo, infelizmente aconteceu na final. Falo infelizmente porque acho que não precisa, mas como houve uma situação ali, eu me senti no direitomelhores bancos de apostastambém não ceder a algumas provocações. As pessoas têm falado muito sobre isso, mas a gente que vive vôleimelhores bancos de apostaspraia sabe que isso acontece, e busquei me concentrar muito. O coração vai a 200 facilmente. Entendi que ali tinha muito sentimento envolvido. Eu já estava super ansiosa, super nervosa. Depois que fui entender que tinha tocado "Imagine", que todo mundo tinha ficado rindo. Fui ver exclusivamente esse lance, que ainda não tive coragemmelhores bancos de apostasassistir ao jogo, e vi que eu abaixei. Naquele momento eu fiquei tentando só voltar, porque o coração acelera demais. Fiquei falando: "Daqui pra cima não é bom pra você, então, volta, volta, volta". Aí gente pontua a importância do trabalho psicológico.

No esportemelhores bancos de apostasdupla também tem 50% você e 50% ela. E aí entra esse fator relacionamento. Como entra essa questão do equilíbrio emocional também com mais esse fator para a modalidademelhores bancos de apostasvocês?
O vôleimelhores bancos de apostaspraia a gente brinca que é um casamento, porque 90% do tempo eu tô com a Duda. Passo muito mais tempo com a Duda do que com a minha mãe, com a minha namorada, com a minha família inteira. O fator relacional tem muita diferença. Pelo menos eu acredito muito nisso. Imagina você estar com uma pessoa que você discorda praticamentemelhores bancos de apostastudo, que os seus valores são diferentes? É um casamento, você almoça com a pessoa, você dorme com a pessoa, só não dorme na mesma cama, viu gente!? (risos) Se você faz tudo isso com alguém que você não gosta, que você não respeita, acho que fica mais difícil. Não vou dizer que é impossível, mas bem mais difícil.

Então o quão importante foi o trabalho psicológico na conquista do ouro olímpico?
De extrema importância. Seria muito difícil as coisas terem acontecido como aconteceram se a gente não tivesse se preparado tão fortemente nessa parte mental e se a gente não tivesse acreditado tanto que isso faria diferença. Tóquio foi traumático, mas a gente precisava ter vivido aquilo pra amadurecer e olhar a questão psicológica com mais atenção. Tóquio mostrou que esse equilíbrio emocional seria importante, não só na competição, mas durante o processo inteiro, porque foram dois anos e meio, inúmeras situações apareceram, inúmeros problemas apareceram. Talvez a gente não tivesse lidado tão bem se a gente não tivesse olhado com atenção pra essa parte psicológica. Graças a nossa psicóloga Bianca, que tem que dar todos os méritos para ela, porque foi fundamental.

Ana Patrícia e Duda comemoram ouro nas Olimpíadas com bandeira do Brasil — Foto: Luiza Moraes/COB

Você teve uma lesão muito séria também, uma hérnia lombar. Isso também afetou seu lado mental, além do físico?
A lesão mexeu muito na minha parte psicológica, porque do início do ano até dentro das Olimpíadas não houve um diamelhores bancos de apostasque a minha mente não se questionasse se eu ia conseguir. Vim principalmente nos últimos três meses antes das Olimpíadas sofrendo muito, com dor, com limitação, não conseguia treinar mais que 40 minutos, porque a dor já se tornava insuportável. Tive um auxílio muito grande, tanto da comissão técnica como da Bianca. Eles me fizeram focar nas soluções que eu poderia ter naquele momento, mas mexeu muito com meu psicológico. Entrei com esse fator a maismelhores bancos de apostaspreocupaçãomelhores bancos de apostastodos os jogos.

Em umamelhores bancos de apostassuas falas depoismelhores bancos de apostasParis, você citou "muitos desafios mentais”, mas que vocês conversavam sem medomelhores bancos de apostasfalar sobre os medos. Que desafios eram esses? Que medos eram esses?
Cara, as Olimpíadas te fazem questionar muitas coisas, porque você fica isoladamelhores bancos de apostasum lugar cheiomelhores bancos de apostaspessoas que você super admira. Você almoça ao ladomelhores bancos de apostasSimone Biles,melhores bancos de apostasNovak Djokovic. O ambientemelhores bancos de apostassi já gera ali uma ansiedade muito grande. A gente conversava muito sobre essas coisas, sobre o peso da responsabilidade que a gente sentiamelhores bancos de apostasestar ali,melhores bancos de apostasestar como favoritas, entre aspas. A gente conseguiu falar sobre tudo. A primeira vez que entrei na arena da Torre Eiffel eu falei: "Cara, isso aqui com certeza é a coisa mais assustadora que eu já vi na minha vida, porque é tudo mega, né!?" A gente tentou falar muito sobre isso com naturalidade e com respeito ao sentimento uma da outra e uns dos outros, que envolvia também toda a equipe.

Vocês se blindaram durante as Olimpíadas e não entraram nas redes sociais. Como foi essa estratégia?
A gente não utilizou durante as Olimpíadas. A gente usou o WhatsApp pra conversar com familiares, pessoas que estavam lá, então a gente ainda precisava manter certa comunicação. Mas redes sociais, a gente praticamente zerou. Às vezes uma coisa que uma pessoa fala que você vê até sem querer desequilibra o negócio todo. Então a gente optou por se blindar dessa forma. Acho que funcionou muito bem, né!? Acredito que a rede social naquele momento seria uma coisa que geraria ainda mais ansiedade e estresse ali dentro da competição.

Ana Patrícia salva bola — Foto: Mike Hewett/Getty Images

Mas e agora? Como é que está esse trabalho mental para continuar com uma atletamelhores bancos de apostasalto nível e buscar ainda mais conquistas? A gente acha que saúde mental é só quando tá tudo ruim, mas quando tá tudo muito bem também é importante a gente ter esse cuidado.
Com certeza, é um trabalho contínuo. Também é uma das coisas que aprendi. Você está sempre precisando. Até para lidar com a quantidademelhores bancos de apostascoisas novas que a gente está vivendo nesse pós-Olimpíadas. Você se assusta um pouco com tudo que tá acontecendo. A gente segue acreditando muito nesse trabalho, tentando ser pessoas melhores. Pra gente, nesse momento, é curtir tudo que a gente conseguiu conquistar até aqui, mas já ansiosa pra vivenciar todos os sentimentos e tudo diferente que uma competição vai apresentar pra gente.

Hoje como émelhores bancos de apostasrotinamelhores bancos de apostascuidados com a saúde mental?
Semanalmente a gente tem uma consulta com a nossa psicóloga, é um momento ali que a gente fala sobre tudo. Sempre que possível, tento sair um pouco da minha rotinamelhores bancos de apostasvôlei. Brinco que não consigo respirar vôlei 24 horas por dia, sete dias por semana. Sou bicho do mato, então sempre que tenho uma oportunidademelhores bancos de apostasestar perto da natureza, gosto muitomelhores bancos de apostasfazer isso. Entendi que faz muito bem pra minha mente. Dou muita importância pra esses momentosmelhores bancos de apostasencontro comigo mesma, com as coisas que eu gostomelhores bancos de apostasfazer, e essa terapia semanal que a gente tem, individual, e às vezes encontromelhores bancos de apostasgrupo, às vezes encontromelhores bancos de apostasdupla, que fazem muita diferença nesse processo.

Um grande aliado da saúde mental é uma redemelhores bancos de apostasapoio. Você mora longemelhores bancos de apostassua família. Então como émelhores bancos de apostasredemelhores bancos de apostasapoio?
Infelizmente não consigo ter todo mundo próximo, mas mesmo estando à distância minha família sempre se fez presente. Meus amigos também, principalmente. Nas Olimpíadas eu conversei muito com eles, eu mandava assim: "Gente, acordei, não tô conseguindo ficarmelhores bancos de apostaspé, tô nervosa". Eles: "Vai dar certo". São pessoas com quem posso falar sobre qualquer coisa sempre. Antes eu não queria falar, porque eu não queria levar problema pra eles. Hoje acontece uma coisa, e a gente já conversa, já tenta entender quais as melhores possibilidades. Eles se fazem muito presentes, isso faz muita diferença pra mim. Eu não teria conseguido sem eles.

Estamos no mêsmelhores bancos de apostassetembro, temos muitas campanhas do setembro amarelo. Namelhores bancos de apostasvisão, qual a importância desse movimento? De se falar sobre saúde mental não apenas no esporte?
A gente tem que quebrar cada vez mais esse tabu. As pessoas têm vergonha, eu ainda converso com muita gente que tem vergonhamelhores bancos de apostasfalar sobre isso, que se sente fraco por falarmelhores bancos de apostascertas coisas. A gente precisa entender que todo mundo tem problema, que todo mundomelhores bancos de apostasalgum momento vai se sentir fragilizado e que a gente tem que contar com o máximomelhores bancos de apostaspessoas possíveis para ser ajudado nesses momentos. E saúde mental não é só essa parte ruim. Saúde mental é para você se tornar uma pessoa melhor, um profissional melhor. É a buscamelhores bancos de apostasuma melhoria. Saúde mental é você como um todo. O nosso corpo não vai funcionar se a nossa cabeça não estiver boa. Fico muito feliz que a gente esteja cada vez mais conseguindo falar sobre isso, tanto no Setembro Amarelo, mas que a gente dê sempre muita atenção pra esse tema, porque émelhores bancos de apostasextrema importância.

Eu queria que você mandasse uma mensagem para quem está passando por uma situaçãomelhores bancos de apostasbullying oumelhores bancos de apostassofrer com ataquesmelhores bancos de apostashater como você já passou. O que você diria para essas pessoas?
Primeiro eu diria para essas pessoas que elas conversassem abertamente, sem vergonha, sobre isso. Essas coisas são das outras pessoas. Não pensem que vocês são o que os outros falam. A gente não é o que o outro fala. A gente é o que a gente constrói no dia a dia. E a gente é referência pelos nossos valores. Conversem, não tenham vergonha, e acreditem que vocês podem ser o que vocês quiserem.

Pódio do vôleimelhores bancos de apostaspraia — Foto: Luiza Moraes/COB

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