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O árbitro assistente Anderson Cassio Matias Silva afirmou ter sido chamado"seu negro safado" durante o jogo entre Retrô e Náutico, neste sábado, pelo Campeonato Pernambucano sub-20. O autor da agressão racista,acordo com o relato da súmula da partida, foi identificado como sendo o roupeiro do Náutico.
Alémter apontado o agressor a policiais militares que estavam no CentroTreinamento do Retrô,Aldeia, Camaragibe, onde aconteceu o duelo, o assistente foi até a delegacia do município prestar queixa. Ele foi acompanhado por toda equipearbitragem.
O repórter Yan Cavalcanti estava trabalhando no jogo. Segundo ele, havia muitas pessoas nas delegaçõesRetrô e Náutico nas arquibancadas do local da partida.
- Houve um gol anulado do Náutico e o pessoal começou a pegar muito no pé da arbitragem, do assistente, que anulou o gol. Aí, num dado momento, num contra-ataque, alguém gritou alguma coisa. Como eu estava prestando atenção no jogo, não ouvi exatamente o que ele gritou – ressalva Yan, destacando, contudo, que a reação do assistente foi imediata.
Na horaque aconteceu o assistente olhou para a arquibancada e falou: “Eu ouvi, viu?”. Aí a jogada continuou, ele olhou para trás e disse: “Foi racismo!”.
Segundo Yan, na primeira paralisação da partida após o episódio - a marcaçãouma falta -, o assistente chamou o árbitro e informou o ocorrido. Eles acionaram o delegado da partida, que chamou a polícia. Eles foram até onde estava a delegação do Náutico e, com informações do assistente, identificaram a pessoa.
Tanto o árbitro da partida, Ralfy Luis Ribeiro, como o próprio assistente registraram o ocorrido na súmula. No documento, alémrelatar, eles identificam a pessoa que teria feito a agressão e afirmam que prestaram queixa na DelegaciaCamaragibe após a partida.
Procurado pelo ge, O Náutico informou que iria se manifestar sobre o episódionota oficial, divulgada pouco antes do início do jogo contra o Vitória, nos Aflitos. No comunicado, o clube informa que o caso está sendo apurado, alegando que "a versãopessoas presentes contraria a queixa apresentada contra o roupeiro do clube".
Confira a íntegra da nota:
Nota oficial
Comunicação CNC - 29/08/2021 às 15:42
O Náutico tem trabalhado, cada vez mais, para ser um clubetodos. Sem distinçãocor, classe ou gênero. Foi seguindo tais princípios que a diretoria executiva lançou, desde o primeiro ano da atual gestão, uma sérieações voltadas para a inclusão. Como o Sócio Nação Timbu, uma categoria social do programasócios. Outra iniciativa, recente,grande repercussão, foi o lançamentouma camisa especial, preta, sob o lema Vidas Negras Importam. Ali, pela primeira vez emhistória, os atletaslinha do Timbu vestiram preto, na intençãoexpressar uma reparação histórica, por atitudes adotadas no passado. Contamos com a participação do ex-goleiro Nilson, vítimainsultos racistas anos antes, proferidos por partenossa própria torcida.
Em novembro passado,comemoração ao Dia da Consciência Negra, atletas e membros das comissões técnicas das categoriasbase participaramuma palestra com o coletivo negro Afronte, no auditório do CT Wilson Campos. Atividade sintonizada com o posicionamento assumido nesta gestão.
Por tudo isso, vimos a público novamente apresentar um posicionamento. O episódio ocorrido ontem, com suposta manifestação racistaum membro da comissão técnica da categoria sub-20, durante o jogo Náutico e Retrô, pelo Campeonato Pernambucano da categoria, está sendo apurado. A versãopessoas presentes contraria a queixa apresentada contra o roupeiro do clube. Mesmo com todos os depoimentos colhidos, inclusive diante da delegada do caso, e que atestariam a inocência do profissional, seguimos levantando as informações, porque qualquer atitude deste tipo será veementemente repreendida pela diretoria do Náutico. Não toleramos o preconceito, a discriminação, onde quer que se manifestem. Não vamos admitir que a instituição seja conivente com agressões deste tipo, se ocorrerem - e temos atuado firmemente para que fiquem no passado. Protestos contra decisõesarbitragem ou rivalidades naturais entre torcidas não podem extrapolar os limites da civilidade e do respeito.
Portanto, o jurídico do clube acompanha o caso. Sempre obedeceremos à lei, ao bom senso e estaremosconsonância com princípios humanitários. O Clube Náutico Capibaribe reforça seus objetivosagir por uma sociedade justa, igual e livrepreconceitos. Somos um clube feito por todos e para todos. Não mediremos esforços para que o futebol também seja espaço para a construção da tolerância, da cidadania e da garantiadireitos.
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