De ídolo a credor milionário: como o Mogi Mirim chegou ao fundo do poço após atritos com Rivaldo

Clube que marcou época com o Carrossel Caipira, 30 anos atrás, perdeu terrenos por dívidas para pentacampeão, corre riscoeleições sportingbetter seu estádio leiloado e agoniza na última divisãoeleições sportingbetSP

Por Leonardo Lourenço — São Paulo


O escudo do Mogi Mirim, amassado e corroído no portãoeleições sportingbetque a tinta vermelha se confunde com a ferrugem, é símbolo involuntário do momento atual do tradicional clube do interioreleições sportingbetSão Paulo,eleições sportingbetgrande brilho na décadaeleições sportingbet1990, mas que hoje pena na última divisão estadual.

Rivaldo se afasta da presidência do Mogi Mirim para se dedicar somente ao São Paulo

A peça, aindaeleições sportingbetpé, mas castigada pelo tempo e faltaeleições sportingbetcuidados, se destacaeleições sportingbetfrente a um imenso terreno na entrada da vizinha Mogi Guaçu. O Centroeleições sportingbetTreinamentos, um patrimônio invejável a outras equipeseleições sportingbetmesmo porte, agora se esconde num matagal capazeleições sportingbetquase cobrir as traves onde antes eram camposeleições sportingbetfutebol.

Escudo do Mogi Mirimeleições sportingbetfrente ao CT do clubeeleições sportingbetMogi Guaçu — Foto: Marcos Ribolli

O estádio Vail Chaves, até outro dia um modelo para rivais do interior, está interditado, penhorado e com decisão judicial para que seja leiloado. De outro lado, a Procuradoria Geral paulista processa o Mogi Mirim para que a área, doada ao clube no século passado, seja devolvida ao estado.

No CT, galinhas, algumas vacas e um cachorro barulhento ocupam o lugar, que apesar do tal escudo, das cores e da história, não mais pertence ao Mogi Mirim.

Na matrícula daquele imóvel o nome que preenche o campo “proprietário” é oeleições sportingbetRivaldo Vitor Borba Ferreira.

Campeão da Copa do Mundoeleições sportingbet2002 com a seleção brasileira e eleito o melhor do planetaeleições sportingbet1999, quando defendia o Barcelona, Rivaldo estourou no futebol no Mogi Mirim,eleições sportingbet1992, no time que seria conhecido como “Carrossel Caipira”. Voltou ao clubeeleições sportingbet2008, como presidente.

Em 2013, quando o Mogi já ostentava uma dívidaeleições sportingbetcercaeleições sportingbetR$ 12 milhões com seu próprio presidente, Rivaldo recebeu dois terrenos, um deles o do CTeleições sportingbetMogi Guaçu, para abater R$ 6,8 milhões dessas obrigações. A operação é contestada na Justiçaeleições sportingbetação que já dura oito anos.

CT do Mogi Mirim é ocupado por vacas — Foto: Marcos Ribolli

eleições sportingbet 11 camposeleições sportingbetfutebol

Segundo a matrícula do imóvel, o terrenoeleições sportingbetMogi Guaçu tem 79 mil metros quadrados, o equivalente a 11 camposeleições sportingbetfutebol.

Ele fica numa área nobre da cidade, numa avenida movimentada, e é separado por uma ruaeleições sportingbetum grande condomínioeleições sportingbetalto padrão – com casas à venda por valores próximos a R$ 1,5 milhão, segundo anúncios na internet.

Em novembroeleições sportingbet2015, três sócios do Mogi Mirim foram à Justiça para tentar reverter as transferências dos terrenos – além do CTeleições sportingbetMogi Guaçu, um segundo imóvel,eleições sportingbet24 mil metros quadrados e avaliadoeleições sportingbetR$ 550 mil, também foi repassado ao ex-atleta.

Na ação, afirmam que o processo foi premeditado e o classificam como um “atalho” para que Rivaldo tomasse posse das áreas.

– Ainda que o Rivaldo seja credor do Mogi Mirim, o negócio que ele fezeleições sportingbettransferir os CTs para o nome dele é nulo – afirma o advogado Renato Francoeleições sportingbetCampos, que representa os autores da ação.

Mato toma conta do terreno onde fica o CT do Mogi Mirim — Foto: Marcos Ribolli

Campos defende que Rivaldo, na condiçãoeleições sportingbetdevedor (como presidente do clube) e credor, não poderia tomar a decisão.

– As partes são as mesmas. Não se sabe se o preço era aquele mesmo. Ele, como credor e devedor, fixou o preço. Não se sabe se ele, como presidente, tinha a capacidadeeleições sportingbetdecidir pensando no melhor para o Mogi Mirim ao dar os CTs como pagamentoeleições sportingbetuma dívida dele mesmo.

À Justiça, Rivaldo negou ter subvalorizado os imóveis. Pelo contrário: apresentou avaliações com valores inferiores ao que “pagou” pelos terrenos – uma diferençaeleições sportingbetaté R$ 1,3 milhão, na época,eleições sportingbetbenefício ao Mogi.

Uma avaliação contratada pelos sócios, entretanto, avaliou o CTeleições sportingbetMogi Guaçueleições sportingbetR$ 15,8 milhõeseleições sportingbet2015.

– Isso não passaeleições sportingbetboataria – diz o advogado Betellen Dante Ferreira, defensoreleições sportingbetRivaldo, que nega que o ex-jogador tenha planejado se apossar dos imóveis e a ilegalidade da transferência.

Segundo Ferreira, quando o acordo foi fechado, Rivaldo estava afastado da presidência do clube – atuava no São Caetano – e era representado por um procurador, o advogado Wilson Bonetti, que é quem assina o termo. Além disso, segundo Ferreira, o negócio ainda foi avalizado pelos órgãoseleições sportingbetcontrole do Mogi Mirim.

– Rivaldo estava afastado do Mogi Mirim desde 2011, ele ainda tinha compromissos profissionais (como atleta). Fora do Brasil e, posteriormente, no Brasil. Ele jogoueleições sportingbetAngola, no São Paulo, São Caetano.

Entrada do CT do Mogi Mirim, alvoeleições sportingbetdisputa que envolve Rivaldo — Foto: Marcos Ribolli

O caso caminha devagar na Justiça, que decretou sigilo na ação. Os terrenos continuam como propriedadeseleições sportingbetRivaldo, mas com uma anotaçãoeleições sportingbetsuas matrículaseleições sportingbetque são alvoeleições sportingbetcontestação na Justiça – o que afasta, teoricamente, interessados na compra dos imóveis.

Os dois advogados admitem a possibilidadeeleições sportingbetum acordo para resolver a questão. A ideia principal é aeleições sportingbetque Rivaldo construa uma estrutura no terreno menor para uso das equipes do Mogi Mirim e fique com a área maior. Há uma discordância sobre o tamanho do investimento do ex-jogador para colocar esse novo CTeleições sportingbetpé.

A ação foi proposta por três sócios que acompanharam os períodos mais gloriosos do Mogi.

Deles, dois morreram recentemente e o único ainda vivo é Henrique Stort, 72 anos. Ex-jogador e ex-dirigente do Mogi Mirim, ele conta, entre muitas histórias, que foi dele a ligação que levou Rivaldo para o clube, 31 anos atrás.

eleições sportingbet "Se não contratar agora, você perde o jogador"

– Um empresário chamado Chacrinha foi quem indicou o Rivaldo. Eu fui com o Vadão ver Santa Cruz x Ponte Preta,eleições sportingbetCampinas, pela Copinha. O Wilson ligou. Eu disse: "Conversa com o Vadão, mas se não contratar agora, você perde o jogador" – lembra Stort.

Os personagens citados por ele são todos históricos no Mogi: o técnico Oswaldo Alvarez, o Vadão, que montou o time conhecido como Carrossel Caipira – e que depois treinaria grandes clubes e a seleção brasileira feminina, mortoeleições sportingbet2020 –, e Wilson Barros, presidente e mantenedor do clube por quase 30 anos.

– O Vadão era preparador físico. O Wilson insistiu para ele ser treinador, ele não aceitavaeleições sportingbetjeito nenhum. Descemos num bar. O Wilson falou: "Vadão, te dou um ultimato". Eu dei três chutes na canela do Vadão por baixo da mesa e ele aceitou.

Rivaldoeleições sportingbetjogo do Mogi Mirim contra o Corinthians no começo da décadaeleições sportingbet1990 — Foto: Agência Estado

O treinador implantou no Mogi o 3-5-2, esquema à época pouco difundido no Brasil, e que depois geraria as comparações com a seleção holandesa.

A ida a Campinas para observar Rivaldo ainda rendeu outras duas contratações: a dos atacantes Leto e Válber, o trio que se tornou símbolo do timeeleições sportingbet1992 e 1993.

Stort foi atleta do Mogi Mirim por anos durante a décadaeleições sportingbet1970, quando atuou junto com seu irmão, Hugo, citado como um dos maiores jogadores da história do clube.

Henrique Stort, que levou Rivaldo ao Mogi Mirim — Foto: Marcos Ribolli

Aposentado, foi convidado no início dos anos 1980 por Wilson Barros, um bem-sucedido empresário da cidade, para ser seu braço direito no comando da equipe.

– Era uma coisaeleições sportingbetamor mesmo, era a vida dele – conta Marcos Barros, filhoeleições sportingbetWilson.

Para ajudar a bancar o clube, Wilson negociava com fornecedoreseleições sportingbetsua empresa, uma distribuidoraeleições sportingbetautopeças. Nos acordos, incluía uma fatiaeleições sportingbet2% do valor da compra que era destinada ao Mogi Mirim.

Com a Lei do Passe aindaeleições sportingbetvigor, conseguiu construir patrimônio para o Mogi Mirim, o que incluiu a ampliação do estádio, a compra dos terrenos dos CTs e maiseleições sportingbetuma dezenaeleições sportingbetapartamentos.

– Tínhamos esses 15 ou 16 apartamentos para os jogadores casados ficarem, tínhamos os CTs, três ônibus – lembra Marcos.

Com a Lei Pelé, no fim da décadaeleições sportingbet1990, e a extinção do passe, que tirou dos clubes essa “propriedade” sobre os atletas, o Mogi se segurou entre as equipes da elite estadual até 2006, quando foi rebaixado no Paulista.

A equipe passou duas anos na segunda divisão do estado até garantir o acesso num empate sem gols com o Oesteeleições sportingbet2008. Wilson celebrou a volta à elite com os jogadores no vestiário. Com a saúde fragilizada, morreu dois dias depois, aos 63 anos.

Marcos Barros, filhoeleições sportingbetWilson Fernandeseleições sportingbetBarros, ex-presidente do Mogi Mirim — Foto: Marcos Ribolli

eleições sportingbet “A cidade pediu o Rivaldo”

A morteeleições sportingbetWilsoneleições sportingbetBarros fez com que a família do empresário decidisse se afastar da gestão do Mogi Mirim. Marcos Barros, filho do ex-presidente, assumiu o comando do clube nesse períodoeleições sportingbettransição.

À época, Rivaldo, ainda atleta, já tinha se aventurado na gestãoeleições sportingbetclubes, como o Guaratinguetá e o Figueirense, com a empresa CSR,eleições sportingbetque era sócio do ex-volante Cesar Sampaio.

– Apareceram algumas situações, mas a própria cidade pediu. Era o Rivaldo, né? O tempoeleições sportingbetque ele esteve no (comando do) Mogi, o time ficou bem, apesar do lance dos CTs – conta Marcos Barros.

No acordo para que Rivaldo assumisse a presidência do clube, o ex-jogador, que na época defendia o Bunyodkor, do Uzbequistão, pagou à vista cercaeleições sportingbetR$ 1,8 milhãoeleições sportingbetempréstimos feitos pela família Barros ao Mogi Mirim, alémeleições sportingbetR$ 518 mil a outros credores.

Com o pentacampeão na direção, o time chegou à Série B do Brasileiro e à que consideraeleições sportingbetmaior conquista: o títuloeleições sportingbetcampeão do interioreleições sportingbetSão Paulo,eleições sportingbet2012.

Rivaldo presidiu o Mogi Mirim entre 2008 e 2015 — Foto: Geraldo Bertanha/ Mogi Mirim

A dívida, porém, disparou. A maior parte dela com o próprio Rivaldo. Quando deixou o clube,eleições sportingbet2015, o valor total dos empréstimos do ex-jogador ao clube chegava aos R$ 15 milhões.

– O Mogi Mirim nunca foi um clube que se sustentou com as próprias pernas, sempre precisoueleições sportingbetinvestimento. Era assim antes do Rivaldo, assim aconteceu depois – diz o advogado Betellen Dante Ferreira.

Nesse período, o Mogi Mirim assinou uma parceria com uma empresa do Uzbequistão que tinha como sócio o mesmo investidor do Bunyodkor, onde Rivaldo jogava.

A parceira deveria pagar 115 mil euros por mês e teria,eleições sportingbetcontrapartida, 50% dos valores arrecadados com a vendaeleições sportingbetatletas.

À Justiça, Wilson Bonetti, que foi procuradoreleições sportingbetRivaldo e dirigiu o clube enquanto ele ainda era jogador, afirmou que o dinheiro, por contrato, deveria ser depositado nas contas do Mogi, mas era pago diretamente a Rivaldo.

Esse depoimento motivou uma petiçãoeleições sportingbetperícia mais ampla nas contas do clube e do ex-jogador por parte dos sócios que questionam a transferência dos CTs na Justiça, que ainda não decidiu sobre esse pedido.

Ferreira nega, e diz que provou na ação que os pagamentos eram feitos para o clube.

– O Rivaldo era jogador e consultor esportivo (do Bunyodkor). A empresa fez um contrato direto com o Mogi Mirim, nenhuma relação com o contrato pessoal do Rivaldo. Eu levei recibos ao processo que comprovam que os pagamentos foram feitos na conta do Mogi Mirim – declara o advogado.

– Eu afirmo que o Rivaldo jamais se aproprioueleições sportingbetdinheiro do Mogi Mirim.

Rivaldo é dono, presidente e jogadoreleições sportingbetum clubeeleições sportingbetSão Paulo

Foieleições sportingbet2013, após cinco anos do ex-atleta na presidência, que foi feito o acordoeleições sportingbetque os dois terrenos dos CTs do Mogi foram transferidos a Rivaldo como parte do pagamento dessas dívidas.

– Para que houvesse a continuidade do investimento, era preciso fazer algum pagamento. O Mogi não tinha dinheiro para pagar o Rivaldo, a maneira encontrada foi pagar parte desses investimentos com patrimônio.

O advogado admite que teria sido menos problemático se Rivaldo tivesse cobrado a dívida após deixar o comando do clube, o que ocorreriaeleições sportingbet2015, mas que a perspectiva para a equipe era ruim.

– Talvez até fosse menos problemático se houvesse alguma possibilidadeeleições sportingbeto Mogi Mirim continuar sem o Rivaldo. Ele ainda demorou quase dois anos para sair por desinteresse (de outros investidores).

Uma solução foi encontradaeleições sportingbet2015: Rivaldo transferiu o comando do Mogi Mirim a doiseleições sportingbetseus colaboradores, o investidor português Victor Simões e o executivo Luiz Henriqueeleições sportingbetOliveira. O último assumiria a presidência, enquanto Simões seria o vice e responsável por pagar R$ 10,5 milhões a Rivaldo, dívida que ainda restava com o ex-jogador, parcelados por 11 anos.

Assim foi feito. Aliás, mais ou menos.

Simões e Oliveira brigaram, e o investidor deixou o clube meses depois. Da dívida com Rivaldo, só a primeira parcela foi paga – e hoje é alvoeleições sportingbetcobrança na Justiça, numa disputa entre Simões e Rivaldo.

Oliveira, que até pouco tempo antes não tinha qualquer relação com o clube ou a cidade, se manteve na presidência do Mogi Mirim – com exceçãoeleições sportingbetum período curtoeleições sportingbetque foi afastado da cadeira pela Justiça.

Desde então, o time foi rebaixadoeleições sportingbettodos os torneios do qual participou. Despencou da Série B do Brasileiro para a quarta divisãoeleições sportingbetSão Paulo. Bateu no fundo do poço, mas agora se agarra nas paredes, já que esse buraco vai crescer no ano que vem.

eleições sportingbet É a última divisão, mas dá para cair

Em São Paulo, a última divisão é chamada eufemisticamenteeleições sportingbetSegunda Divisão, ainda que existam outras três acima dela (a A-1, elite, A-2 e A-3). Por regra, os times são formados por atletaseleições sportingbetaté 23 anos.

O Mogi chegou à Bezinha, como torcedores preferem chamar o torneio, ao ser rebaixado da A-3eleições sportingbet2018. Nos dois anos seguintes, porém, não disputou campeonatos. Jogoueleições sportingbet2021, quando teve só uma vitória, ficou fora mais um ano, e retornou na atual temporada.

Mogi Mirim disputa a quarta divisão com time formado por atletas sub-23 — Foto: Marcos Ribolli

Com um time formado por garotos, a maioria recebendo um salário-mínimo, como é comum neste nível do futebol nacional, o Mogi Mirim perdeu os três jogos que fez até agora – neste sábado enfrenta o Grêmio São-Carlense, foraeleições sportingbetcasa.

A perspectiva não podia ser pior. Ainda que esteja jogando a última divisão, é possível ser rebaixado, mais uma vez.

A Federação Paulistaeleições sportingbetFutebol prevê criar uma quinta divisão no ano que vem – e dela se salvarão só os 16 melhores clubes da Bezinha, enquanto os outros 20 terão um degrau a mais pra escalar a partireleições sportingbet2024.

– Para administrar o Mogi tem que matar uns dois leões por dia. É um clubeeleições sportingbettradição, a gente está trabalhando muito para manter a estrutura ainda funcional, uma estrutura grande e pesada. Eu espero, o mais breve possível, que nós consigamos achar um parceiro para assumir a operação do clube atravéseleições sportingbetuma SAF – afirma o presidente Luiz Henriqueeleições sportingbetOliveira.

Luiz Henriqueeleições sportingbetOliveira, presidente do Mogi Mirim, observa treino do time — Foto: Marcos Ribolli

Oliveira atuava na gestão do Duqueeleições sportingbetCaxias, no Rio, anteseleições sportingbetser levado ao Mogi por Rivaldoeleições sportingbet2014. Ao se afastareleições sportingbetVictor Simões, ficou sozinho na administração do clube paulista, e manteve o modeloeleições sportingbetseus antecessores.

– Sou um credor do clube, hoje o maior credor do clube. Eu pretendo recuperar (esse dinheiro) agora que pacificamos o Mogi. Temos a permissãoeleições sportingbetcriar uma sociedade anônima do futebol e espero trazer um parceiro com recurso que possa não só sanear as dívidas, mas manter o clube.

O cartola tem uma administração conturbada no Mogi Mirim – por isso cita a suposta pacificação atual.

Com controle total dos órgãos internos, tornou quase impossível o surgimentoeleições sportingbetuma oposição – Henrique Stort, o descobridoreleições sportingbetRivaldo, é umeleições sportingbetseus maiores críticos e já tentou se candidatar à presidência, sem sucesso.

A última eleiçãoeleições sportingbetOliveira chegou a ser anulada pela Justiça, que determinou que um escritórioeleições sportingbetadvocacia atuasse como interventor no ano passado, mas a decisão caiu.

Vídeoeleições sportingbetbriga por bola no Mogi Mirim viraliza nas redes sociais

Em 2022, ele cedeu a gestão da base a uma empresa parceira, mas a relação também acabou na Justiça – imagenseleições sportingbetatletas sendo expulsos do alojamento eeleições sportingbetfuncionários das duas partes disputando a tapas um carrinho cheioeleições sportingbetbolas repercutiram na mídia.

O caos no clube colocaeleições sportingbetrisco, agora, o maior patrimônio do Mogi Mirim, o estádio Vail Chaves.

Uma dívidaeleições sportingbetpouco maiseleições sportingbetR$ 1 milhão com uma empresaeleições sportingbetsegurança fez a Justiça penhorar o imóvel numa ação que tramita desde julhoeleições sportingbet2019, mas na qual o Mogi só se fez representar por um advogado no último 28eleições sportingbetabril, quando a juíza Maria Tilkian Neves já havia determinado que a área, avaliadaeleições sportingbetR$ 63 milhões, fosse a leilão – decisão publicada no dia 12eleições sportingbetabril.

O estádio Vail Chaves, do Mogi Mirim — Foto: Marcos Ribolli

O clube também se vê ameaçadoeleições sportingbetperder o estádio para o Estadoeleições sportingbetSão Paulo.

A Procuradoria Geral paulista processa o Mogi Mirim para reaver o terreno onde foi construído o Vail Chaves. A área foi doada ao clubeeleições sportingbet1952 na obrigaçãoeleições sportingbetmanter o localeleições sportingbetboas condições e para seu objetivo principal, oeleições sportingbetreceber eventos esportivos – a ação foi proposta um dia depois da determinação do leilão.

Vail Chaves foi o dirigente que, na décadaeleições sportingbet1952, ajudou o Mogi Mirim a receber a área para erguer o estádio. Ele foi, também, o primeiro a batizar o local, mas não o único.

Por muitos anos, o local teve o nomeeleições sportingbetWilson Fernandeseleições sportingbetBarros, o mecenas que colocou o Mogi Mirimeleições sportingbetdestaque no futebol nacional. Um evento traumático, entretanto, fez o cartola tirar seu próprio nome da fachada.

A fachada do estádio Vail Chaves; é possível ver as marcas da homenagem a Wilson Barros, quase apagadas — Foto: Marcos Ribolli

Em 1999, Wilson teve uma filha sequestrada e prometeu dar ao estádio o nomeeleições sportingbetPapa João Paulo II se ela retornasse salva para casa, o que aconteceu. A homenagem durou até a chegadaeleições sportingbetRivaldo à presidência.

Evangélico, o ex-jogador decidiu trocar o nome do papa pelo do próprio pai, Romildo, o que gerou desgaste com torcedores – antes, ele sugeriu retomar o nomeeleições sportingbetWilson, mas a família Barros declinou da homenagem. Em 2016, depois da saídaeleições sportingbetRivaldo, o clube recuperou o nomeeleições sportingbetVail Chaves.

O estádio, deteriorado, só tem sido utilizado pela equipe para treinos. Ele foi interditado pela Federação Paulistaeleições sportingbet27eleições sportingbetmarço, após o Autoeleições sportingbetVistoria dos Bombeiros e os laudoseleições sportingbethigiene e prevenção a incêndio terem vencido.

Arquibancadas do estádio Vail Chaves, do Mogi Mirim, tomadas por mato — Foto: Marcos Ribolli

Nos dois jogos que fez até agora como mandante, o Mogi Mirim atuou na vizinha Itapira – derrotas para o XVeleições sportingbetJaú, por 3 a 1, e para o União São João, por 2 a 0. As duas partidas somaram 156 pagantes e prejuízoeleições sportingbetquase R$ 13 mil.