Opinião: o centenárioapostasapostas em cassinoscassinosAdemir Menezes, um artilheiro no meu coração

Artilheiro da Copaapostasapostas em cassinoscassinos50 e ídolo das torcidasapostasapostas em cassinoscassinosVasco e Sport completaria 100 anos nesta segunda-feira

Por Lucas Fitipaldi* — Recife


Ídolo do Sport e da Seleção, Ademir Menezes faria 100 anos nesta segunda

Nascido há exatos 100 anos,apostas em cassinos8apostasapostas em cassinoscassinosnovembroapostasapostas em cassinoscassinos1921, o cidadão Ademir Marquesapostasapostas em cassinoscassinosMenezes morreu vítimaapostasapostas em cassinoscassinosum câncerapostas em cassinos11apostasapostas em cassinoscassinosmaioapostasapostas em cassinoscassinos1996. O jogador, que pela proeminência do maxilar ficou conhecido como Queixada, foi vítimaapostasapostas em cassinoscassinosum gol. Em 16apostasapostas em cassinoscassinosjulhoapostasapostas em cassinoscassinos1950.

O chute devastadorapostasapostas em cassinoscassinosGhiggia é relembrado até hoje como o último lance da final da Copaapostasapostas em cassinoscassinos1950. Porque devorou tudo o que veio depois. Como se o jogo tivesse acabado ali,apostas em cassinosmorte súbita. Uma lembrança que atravessa o tempo e consagra o nome do atacante uruguaio,apostas em cassinoscontraste ao esquecimentoapostasapostas em cassinoscassinosuma geraçãoapostasapostas em cassinoscassinosjogadores brilhantes, cujas trajetórias foram eclipsadas a partirapostasapostas em cassinoscassinosum único lance. Como se, fenômeno da natureza, aquela bola, ao cruzar a linha da metaapostasapostas em cassinoscassinosBarbosa,apostas em cassinoscâmera lenta, fosse apagando-as. O alto preçoapostasapostas em cassinoscassinosuma derrota sem precedentes na história do futebol brasileiro. Por pouco, não evitada.

Carrossel Ademir Menezes especial Sport — Foto: Arte/GloboEsporte.com

Nos minutos finais, o Brasil quase chegou ao empate. Uma bola cabeceada por Ademir foi defendidaapostasapostas em cassinoscassinosforma espetacular pelo goleiro uruguaio Máspoli. O lance é descrito com veemência na narração original da transmissão pelo rádio e, muitos anos depois, foi remoído pelo próprio Ademirapostas em cassinosuma longa entrevista ao jornalista Geneton Moraes Neto, pernambucano como ele.

Carrasco do Brasil na Copaapostasapostas em cassinoscassinos50, Ghiggia relembra histórias do Maracanazo

O golapostasapostas em cassinoscassinosempate daria o título ao Brasil. Seria o 10°apostasapostas em cassinoscassinosAdemir, até hoje, o brasileiro com o maior númeroapostasapostas em cassinoscassinosgols numa única ediçãoapostasapostas em cassinoscassinosCopa do Mundo: artilheiro isolado daquele Mundial.

No documentário Um artilheiro no meu coração, o jornalista Sérgio Cabral, “um vascaíno bem nascido graças a Ademir”, segundo as palavras do próprio, exagera: “Se Ademir faz aquele gol, a discussão hoje era: Pelé ou Ademir?.”

Mas, logo no início do filme, o também jornalista Achiles Chirol tem uma definição menos apaixonada, que resume a essência da intençãoapostasapostas em cassinoscassinosCabral. Diz Chirol: “Aquela Seleçãoapostasapostas em cassinoscassinos50 tinha jogadores que, se não tivessem perdido a Copa, estariam hoje sendo lembradosapostas em cassinostodos os lugares. Vocês não precisariam estar fazendo um levantamento histórico da históriaapostasapostas em cassinoscassinosAdemir, porque ela estaria plantadaapostas em cassinostodos os lugares.”


O desabafo do próprio Ademir,apostas em cassinosoutro trecho da já citada entrevista ao conterrâneo Geneton, vai na mesma linha: “O segundo lugar pro Brasil não serve. Então, eu chego aqui, saio no Rioapostasapostas em cassinoscassinosJaneiro, tenho muitos amigos e é sempre aquela conversa… olha, esse é o Ademir que jogou na Copaapostasapostas em cassinoscassinos50. Quer dizer, ele não diz que eu fui campeão pelo Vasco, que eu fui campeão pelo Sport, que eu fui campeão pelo Fluminense, que eu fui campeão Pan-Americano, Sul-Americano… não, ele diz: foi aquele do Maracanã, que o Uruguai venceu, esse é o Ademir… quer dizer, e os outros títulos que eu tenho acabaram. Eu sou o eterno vice-campeão.”

Ademir Menezes — Foto: Reprodução TV Globo Nordeste

Não é difícil imaginar o que teria sucedido a Ademirapostas em cassinoscasoapostasapostas em cassinoscassinostítulo do Brasil. Não só a ele. Em vezapostasapostas em cassinoscassinosGhiggia, haveria toda uma geraçãoapostasapostas em cassinoscassinoscraques brasileiros imortalizada, a reluzir ao longo da história, antecedendo os que hoje são tratados como os primeiros heróis do futebol brasileiro, os campeõesapostasapostas em cassinoscassinos1958: Pelé, Garrincha, Vavá, Nilton Santos, Zito, Gilmar, Zagallo e companhia.

Ademir haveriaapostasapostas em cassinoscassinoster o merecido reconhecimento, ao ladoapostasapostas em cassinoscassinosnomes como oapostasapostas em cassinoscassinosZizinho, Barbosa, Jair, Friaça... pois Ademir foi este tipoapostasapostas em cassinoscassinosjogador raro, que apareceapostasapostas em cassinoscassinostemposapostas em cassinostempos, e se mantém como referência por um período considerável, no topo, empilhando feitos. Hoje, pouco lembrados. Mas, nos anos 40, o ilustre pernambucano chegou a receber maisapostasapostas em cassinoscassinoscinco milhõesapostasapostas em cassinoscassinosvotos ao vencer um concurso que se propunha a mensurar a personalidade mais popular do país.

Ademir Menezes na décadaapostasapostas em cassinoscassinos40, quando integrou a seleção pernambucana — Foto: Reprodução/Jornal Pequeno

Ademir é um dos maiores jogadores da história do Vasco da Gama, com 301 gols marcados pelo clube. A grande figura do lendário time que dominou o futebol do Rioapostasapostas em cassinoscassinosJaneiro por quase uma década, o Expresso da Vitória. É também o personagem centralapostasapostas em cassinoscassinosum capítulo marcante da história do Fluminense, quando foi contratado como estrela pelo Tricolor das Laranjeirasapostas em cassinosuma negociação bombástica, polêmica, que o tirouapostasapostas em cassinoscassinosSão Januário e, no fim das contas, resultou no gol do título que tirou o Fluminense da fila no Campeonato Cariocaapostasapostas em cassinoscassinos1946.

Ademirapostasapostas em cassinoscassinosMenezes, o Queixada, é um dos maiores ídolos do Vasco — Foto: Reprodução

Foi ainda o jogador mais precoce eapostasapostas em cassinoscassinosmaior sucesso já revelado pelo Sport. Um precursor ao abrir as fronteiras do Nordeste para o futebol do Sudeste ainda muito jovem. Pela maneira como atuava, alterou sistemas táticos. Interferiu na forma do jogo. Ficou marcado por seus "rushes", as arrancadas descritasapostas em cassinospoesia e crônica sob a pena dos mestres João Cabralapostasapostas em cassinoscassinosMelo Neto e Armando Nogueira.

Ademir Menezes quando defendia o time profissional do Sportapostas em cassinos1940 — Foto: Reprodução/Jornal Pequeno

Pela Seleção, marcou 37 golsapostas em cassinos41 jogos. Formou a linha ofensiva no primeiro título do Brasil no exterior, dois anos depois do Maracanazo, no Pan-Americanoapostasapostas em cassinoscassinos1952, no Chile, com direito a um afago do destino: a vitória sobre o Uruguai durante a campanha.

Outro punhadoapostasapostas em cassinoscassinosgolsapostas em cassinosCopas do Mundo poderia se juntar aos nove marcadosapostas em cassinos1950, não fosse o hiatoapostasapostas em cassinoscassinosduas edições:apostas em cassinos1942 e, sobretudo,apostas em cassinos1946, quando já desfrutava do auge da carreira. Um período sem Copasapostas em cassinosvirtude da Segunda Guerra Mundial.

Em 1950, Brasil goleia o México por 4 a 0 pela Copa do Mundo

Eu, que sempre me enxerguei como um conhecedor do futebol, já tinha 22 anosapostasapostas em cassinoscassinosidade quando tomei conhecimento da trajetória deste nobre conterrâneo,apostas em cassinosmeadosapostasapostas em cassinoscassinos2006, à procuraapostasapostas em cassinoscassinosum tema para materializar o projetoapostasapostas em cassinoscassinosconclusão do cursoapostasapostas em cassinoscassinosjornalismo na Universidade Católicaapostasapostas em cassinoscassinosPernambuco, um documentário.

Decidi então pesquisar sobre o jogador da estátuaapostasapostas em cassinoscassinosbronze que reluzia num giradouroapostas em cassinosfrente à sede do Sport Club do Recife. Quem era aquele? Apesar da estátua, o nome do homenageado causava desconhecimento e estranheza. A inquietação acabou por convencer outros dois colegas a encarar a empreitadaapostasapostas em cassinoscassinoscontar a históriaapostasapostas em cassinoscassinosAdemir.

Hoje, Ademir Menezes está eternizado com uma estátua na sede do Sport — Foto: Reprodução/TV Globo

Quinze anos depois, no país sem memória, a pergunta sobre quem foi Ademir Menezes ainda ecoa como uma grande interrogação.

* Jornalista, Lucas Fitipaldi atualmente é chefe da reportagem do Globo Esporteapostas em cassinosPernambuco. Ao ladoapostasapostas em cassinoscassinosDiego Trajano e Mellyna Reis, dirigiu e roteirizou o documentário Um Artilheiro no Meu Coração.