Avisoevolution roletaférias: Me acorde quando setembro acabar

Nada mudou e, ao mesmo tempo, muito mudou nestes 6 mesesevolution roletapandemia, inclusive no esporte; e assim continuamos sem as respostas que gostaríamos neste 2020

Por Marcel Merguizo — São Paulo


Foi durante as fériasevolution roleta2016 que eu soube que seria um dos milhares carregadores da tocha olímpica que sairia da Grécia, percorreria o Brasil e chegaria ao Rioevolution roletaJaneiro para a cerimôniaevolution roletaabertura dos Jogosevolution roleta5evolution roletaagosto. Eu estavaevolution roletaBarcelona, cidade que me fez gostar das Olimpíadas ainda criança -talvez por culpa do Cobi, a mascote, e da cerimôniaevolution roletaabertura. No verão europeu, claro, demorei séculos para os padrõesevolution roletaconectividade atual para ver o e-mail que definiria dia e local onde eu teria o privilégioevolution roletalevar a chama olímpica por 200 metros. Meses depois, eu estavaevolution roletaBoa Vista, capitalevolution roletaRoraima, com a tochaevolution roletamãos.

Saioevolution roletaférias nesta terça-feira. Boa notícia? Talvez para a Júlia que não verá o pai trabalhando enquanto ela quer brincar. E, lamentavelmente para ela, desta vez, nem que quiséssemos, poderíamos ir a Barcelona, por mais que os planos fossem retornar à Europa ou quem sabe passar uns dias a mais no Japão após a Olimpíadaevolution roletaTóquio. Portanto, depoisevolution roletaseis mesesevolution roletaquarentenaevolution roletacasa, não sei se continuar vendo e-mails nas férias será saudável. Notícias, então, parecem consumir a alma. Mesmo que, um dia antes do merecido descanso o que se estampa no noticiário olímpico é a declaraçãoevolution roletaJohn Coates, vice do COI, dizendo que as Olimpíadasevolution roletaTóquio vão acontecer com ou sem o controle mundial da pandemia. A Covid-19, que já tirou milhõesevolution roletavidas pelo mundo, não tiraria o direito dos atletas a competiremevolution roletaTóquio a partir do próximo dia 23evolution roletajulho.

Lembrei-me das fortes declarações do atleta australiano Steve Solomon, dos 400m, ao jornal britânico “The Guardian”, há algumas semanas: “A Covid-19 tirou a glória olímpicaevolution roletauma geraçãoevolution roletaatletas - isso éevolution roletapartir o coração”. Sim, muitos atletas perderam a chanceevolution roletadisputar uma edição olímpicaevolution roletarazão do adiamento. Outros, deixarãoevolution roletaganhar medalhas. Um ano muda tudo. Ainda maisevolution roletaum como esse, definido assim por LeBron James: “Nada é normalevolution roleta2020”. E essa anormalidade também tirouevolution roletauma geraçãoevolution roletajovens atletas a chanceevolution roletadisputar os Jogos Olímpicos da Juventude,evolution roleta2022, pois o evento que seriaevolution roletaDacar, no Senegal, foi cancelado.

Erica Sena, da marcha atlética, também escreveu um texto nos últimos dias,evolution roletasuas redes sociais, sobre os sentimentosevolution roletaum atleta durante a pandemia: “Fiquei triste, chorei, chorei muito. Só vinha na minha cabeça, um ano perdido. Depois que passa aquele momento que você não quer escutar ninguém você começa a pensar com calma e tenta verevolution roletaque isso pode ser positivo. Ganhei mais um ano, ganhei mais tempo para me preparar melhor”.

Hoje reli o que publiquei neste mesmo blog Olímpicoevolution roletaabril, depoisevolution roleta40 diasevolution roletaconfinamento: “Nesse eterno Dia da Marmota, Bill Murray teria muitas perguntas a fazer aos mais diversos especialistas: se as Olimpíadas acontecerem mesmo a partirevolution roleta23evolution roletajulho, poderiam ser sem torcida nas arenas e estádios? Só é possível realizar os Jogos Olímpicosevolution roletaTóquioevolution roleta2021 se houver uma vacina contra o novo coronavírus? Como estarão os comitês olímpicos, as federações os atletas na pós-pandemia, seguidaevolution roletauma crise econômica mundial? As respostas podem demorar dias, semanas ou meses ainda.”

Seis meses, meio ano, duas estações já se foram e ainda não temos respostas claras. Nada mudou. Escrevi novamente assistindo ao pôr do sol e a foto é praticamente a mesmaevolution roletaquatro meses atrás. E ao mesmo tempo, muito mudou nestes seis meses, inclusive no esporte. Basta ver como olhávamos para Novak Djokovic, pré e (sic) pós-pandemia. Ou para Naomi Osaka, para usar um exemplo positivo, feminino e negro. E ainda, veja e entenda os atletas da NBA e da WNBA. Por mais que no momento o mundo preciseevolution roletabolhas para trabalhar, não precisamos viver nelas para enxergar o mundo. Quem sabe até outubro chega um e-mail com boas notícias. Me acorde quando setembro acabar.

Pôr do solevolution roletaSão Paulo — Foto: Marcel Merguizo

Blog Olímpico Marcel Merguizo — Foto: Reprodução