Presidente da LaLiga cobra normais rígidas para criação da Liga Brasileira
Presidente há nove anos da LaLiga, o poderoso e endinheirado Campeonato Espanhol, Javier Tebas se transformou no ponto focalbetfair e seguroum grupo empresarial que quer gerir a aindabetfair e segurodiscussão liga brasileirabetfair e segurofutebol.
Minutos depoisbetfair e seguroapresentar seus planos a clubes das Séries A e B, na última terça-feira,betfair e seguroSão Paulo, o advogado espanholbetfair e seguro59 anos concedeu entrevista exclusiva ao ge e foi direto e enfático sobre os rumos que o futebol brasileiro precisa tomar para atrair os milhõesbetfair e segurodólaresbetfair e seguroinvestidores estrangeiros.
— O que eu disse a eles (dirigentes) é que temos uma oportunidade única no mundo. Há fundos que querem investirbetfair e segurocompetições, há uma disrupção no âmbito digital e, se você não está inserido, vai ficar para trás. O futebol brasileiro tem que se dar conta, eleger qual modelo quer para chegar a estar nessa tendênciabetfair e segurocrescimento. Sozinho não vai vir. E, se seguir igual, não vai vir. Isso é claro — disse.
Na visãobetfair e seguroTebas, o futebol brasileiro pode se colocar entre as cinco maiores ligas do planeta, mas para isso precisabetfair e segurocontroles econômicos rígidos, normasbetfair e seguroconformidade e, talvez o mais difícil, união entre os clubes no momentobetfair e seguroconcordar com a divisão do dinheiro.
— Se eu fossebetfair e seguroum clube brasileiro, não me preocupariabetfair e segurobrigar agora por 3% (do dinheiro). Eu me preocuparia com os 3.000% que há fora e não estão conseguindo — reforçou.
No comando da liga espanhola desde 2013, o executivo é um dos trunfos das empresas XP Investimentos e Alvarez & Marsal para vencer a concorrência e assumir o projetobetfair e segurodesenvolvimento da liga brasileira.
Leia abaixo a entrevista com Javier Tebas:
ge: O que foi apresentado aos clubes brasileiros?
Javier Tebas: — Da nossa parte, transmitimos a experiência do que foi a LaLiga nos últimos anos, contamos como passamosbetfair e segurouma situação econômica gravíssimabetfair e seguro2013 para chegarbetfair e seguro2022 com um fundobetfair e seguroinvestimento como o CVC para investir na competição. Toda essa transição e os princípios básicos para conseguí-la. Creio que o futebol brasileiro pode fazer igual para se tornar um dos cinco ou seis campeonatos mais importantes do mundo.
Como a experiência da LaLiga pode ajudar o futebol brasileiro neste momento?
— Todos somos clubes, é verdade quebetfair e segurodiferentes países, mas há muitas circunstâncias que se reproduzembetfair e segurodiferentes países, são similares. Há normas para entrar na indústria do futebol, como tem que entrar o futebol brasileirobetfair e seguroverdade. Normasbetfair e segurocompliance,betfair e segurogovernança,betfair e segurocomo tem que estruturar as categorias, normasbetfair e seguroexportaçõesbetfair e segurodireitosbetfair e segurotransmissão. Isso é um denominador comumbetfair e segurotodo o futebol mundial. Posso explicar como podemos ajudar como consultaria para que consigam isso.
Por que a LaLiga se interessoubetfair e seguroparticipar do processobetfair e segurocriaçãobetfair e segurouma liga no Brasil?
— Desde anos atrás pensamos que queremos uma indústriabetfair e segurofutebol profissional fortebetfair e segurotodo o mundo. Não nos interessa campeonatos fracos, um Campeonato Italiano fraco, um Campeonato Francês fraco ou um futebol brasileiro fraco. Necessitamosbetfair e segurouma indústria forte porque se produz muito intercâmbiobetfair e segurorecursos, jogadores e dinheiro entre as competições. Nossos clubes, não só os grandes, também os pequenos e médios saem beneficiados. Afinal, uma indústria global. É como se na União Europeia não interessasse que os polacos crescessem. Não gostobetfair e segurover competições que poderiam ser muito mais do que são porque não entendem bem a indústria ou são muito curto-prazistas.
Vimos o trabalho da LaLiga no Equador e algo similar no México. Podemos fazer um paralelo com o que pode ser feito no Brasil?
— Sim. No México nem tanto, mas, sim,betfair e segurorelação ao Equador,betfair e seguroque fizemos uma consultoriabetfair e segurotudo o que é relacionado a direitos audiovisuais, controle econômico, compliance. São os clubes que têm que decidir, eleger qual modelo querem para o futebol profissional brasileiro. O que eu disse a eles (dirigentes) é que temos uma oportunidade única no mundo. Há fundos que querem investirbetfair e segurocompetições, há uma disrupção no âmbito digital e, se você não está inserido, vai ficar para trás. O futebol brasileiro tem que se dar conta, eleger qual modelo quer para chegar a estar nessa tendênciabetfair e segurocrescimento. Sozinho não vai vir. E, se seguir igual, não vai vir. Isso é claro.
Qual deve ser a prioridade dos clubes brasileiros?
— Constituir uma liga, uma instituiçãobetfair e seguroque estejam os clubes das Séries A e B, que tenha normabetfair e segurogovernança, compliance e controle econômico. Essa é a prioridade mais a curto prazo. Se fizer isso a curto prazo, o segundo é o crescimentobetfair e segurovaloresbetfair e segurodireitosbetfair e segurotransmissão. E os fundosbetfair e seguroinvestimento virão sozinhos. Mas, se não fizerem isso, eles não virão.
Há temas mais sensíveis, como o dinheiro. Isso acontece na Espanha, no Equador e, claro, aqui também. Qual o modelo ideal, como fazer para que o dinheiro vá para todos com justiça?
— O que tem que fazer é que o dinheiro cresça. Agora já está decidida uma formabetfair e segurorepartição, pode ser melhor ou pior, mas não está mal. O importante é que esse dinheiro cresça, e sabemos que pode crescer. Não seria perdoável ao futebol brasileiro que não se aproveite suas oportunidadesbetfair e segurocrescerbetfair e segurodireitos audiovisuais. Uma vez que sabemos que vai crescer, tem que variar um pouquinho o que se tem.
— Se eu fossebetfair e seguroum clube brasileiro, não me preocupariabetfair e segurobrigar agora por 3%. Eu me preocuparia com os 3.000% que há fora e não estão conseguindo. Digo fora do Brasil, a nívelbetfair e segurodireitos audiovisuais, patrocínios,betfair e segurotudo. E tenho certeza que estão (perdendo) porque a gente está nessa indústria. Eu não me dedico a gerir clubesbetfair e segurofutebol, me dedico a gerir competições, como a LaLiga, que crescemos. É isso que eles devem se convencer, que não se preocupem tanto com a divisão agora e, sim, com o que vamos crescer. É certo que vai crescer. Vai haver acordobetfair e segurocomo repartir esse dinheiro? Não tenho a menor dúvida.
Uma vez que seja criada a liga brasileira, qual o percentual dela que deve ser vendido no primeiro momento? Você tem um "número mágico"?
— Terá que analisar bem. Nós, na Espanha, chegamos a um acordo com o CVC, vendemos 8%. Depende um pouco das necessidades do futebol e também do valor que vão dar. Se fizer a liga e as normas, o valor que podem dar vai ser muito maior do que se não fizesse nada. Terá que verbetfair e segurocada momento, mas eu acho que o futebol brasileiro, fazendo bem as coisas, teria que vender pelo menos uns 15%. Porque é preciso dinheiro para que os clubes reformem estádios, façam a transformação digital. Então poderia vender uns 15%, que teria que estar a maisbetfair e seguro1 bilhãobetfair e segurodólares. Eu creio que se fizerem o que tem que fazer, vão ver (esse dinheiro).
— Eu me dedico a trabalhar e falar com fundos e tratarbetfair e segurodireitos audiovisuais, sei o que está passando no mercado e o que exigem para que cresça. Na Espanha, há oito anos tínhamos muitos clubes quebrados, não aparecia ninguém para investir na LaLiga. Depoisbetfair e segurooito anos, fizemos compliance e governança, havia um fundo que pagou 2 bilhõesbetfair e seguroeuros por 8%. Aqui aconteceria o mesmo e não teria que esperar tanto tempo.
O que os dirigentes do Brasil perguntaram na reunião? Quais eram as dúvidas?
— Bem, a pergunta é a que ocorre geralmentebetfair e segurotodos os lados quando se discutem temasbetfair e segurocoletividade, pois temos que reunir todos, que é: o que aconteceu? Mais importante do que o dinheiro, é como conseguir fazer essa liga. Evidentemente, a resposta é eles que têm que decidir e colocar-sebetfair e seguroacordo. Minha mensagem é que é preciso tentar, nem sempre se consegue 100% como um clube quer, às vezes é preciso ceder. E eu creio e espero que se deem contabetfair e seguroque é uma oportunidade única que há agora no mercado e na indústria do futebol a nível mundial para o futebol brasileiro. Há dinheiro e vontadebetfair e seguroinvestir aqui, mas, se não fizerem mudanças, não vão conseguir.
Você sabe do problema histórico que há no Brasil para unir os clubes?
— Em todos os lugares é igual (risos).
E o que fazer para consertar isso?
— Tem que trabalhar, estar com os clubes, nunca se pode conseguir 100% do que a gente quer. Tentar trabalhar para que a questão pessoal não leve a prejudicar o coletivo. Tem que trabalhar muito, mas isso acontecebetfair e segurotodos os lados, não é um tema único daqui. O que acontece é que temos que ser capazesbetfair e segurosuperá-lo. Há uma diferença agora que a indústria, com o dinheiro que há fora e com o crescimento inédito que o futebol brasileiro pode ter, vai ajudar que haja mais unidade. Mas é preciso trabalhar, isso não vem por acaso. Sempre digo que, às vezes, com estratégia se consegue mais com o fundo (de investimento). Vejo muita estratégia, muita psicologia com os clubes, muito ensino, tem que estar muito preparado para explicar bem as coisas. Eu creio que nenhum clube, se conhecesse o que tem e o que pode ser, negaria o projetobetfair e segurouma liga estruturadabetfair e segurocrescimento. É preciso que explicar a eles muito bem.
Em um cenário hipotético, se você fosse o dono do futebol brasileiro hoje, qual seria o modelo escolhido para uma liga? Qual é o modelo ideal?
— O modelo é uma liga que depende da federação, mas a primeira e a segunda divisão são autônomas na hora da decisão, com normasbetfair e segurocompliance importantes e normasbetfair e segurocontrole importantes e venda centralizada dos direitos audiovisuaisbetfair e segurotransmissão. A partir daí, cresce. Esse é o modelo. Se quiser seguir com o modelo que há agora, com essa mesclabetfair e segurodivisãobetfair e seguroreceitas individual e coletiva, mas sem controlebetfair e segurouma instituição, esse é outro modelo, mas com ele não vai crescer.
Se fizermos um ranking das ligasbetfair e segurofutebol ao redor do mundo hoje, onde está o Brasil e onde pode chegar?
— Vamos ver... Eu não vou me equivocar no que vou dizer. O Brasil não está entre as dez primeiras, pode estar entre 10 e 15. E pode estar entre as cinco primeiras. Sem nenhuma dúvida, não tenho dúvida que Brasil pode e deve estar, essa é uma responsabilidade que os clubes devem ter. Se podendo estar ali entre os cinco primeiros, preferem o egoísmo para não estar... É uma reflexão que tem que ser feita. Vocês são jornalistas daqui do Brasil, não tenho que explicar a projeção que tem o futebol brasileirobetfair e seguroum país com 215 milhõesbetfair e segurohabitantes, com boa penetração da televisão paga, com muitas mais operadorasbetfair e segurotelevisão do quebetfair e seguroqualquer país da Europa, com um futebol que o mundo todo segue. Eu não tenho que contar. Eu não acredito que inventamos nada. É o caminho. Estará entre as cinco primeiras (ligas), competirá com a Europa. Tenho vontade que o futebol brasileiro compre jogadores da Europa. E poderá chegar, tenho certeza.
Mesmo com a desvalorizaçãobetfair e seguronossa moeda perante asbetfair e seguropaíses desenvolvidos?
— Como tem que subir muitíssimo o valor dos direitos internacionaisbetfair e segurotransmissão do futebol brasileiro, a desvalorização da moeda não vai importar tanto. Você tem uma visãobetfair e segurocurto prazo,betfair e segurohoje. Eu falo da indústria,betfair e seguro15 a 20 anos. Talvez aconteça que então o real esteja mais forte do que o euro. Eu já vi o real muito forte e não faz tantos anos. Aqui falamosbetfair e seguroprojetos a médio ou longo prazo, nãobetfair e segurotrês, quatro ou cinco anos. Não me preocupa essa questão do câmbio nesse modelobetfair e segurofutebol brasileiro. Além disso, pode aproveitar a oportunidade e, se vender os direitos internacionais, nos cobrambetfair e segurodólares ou euros, e esse câmbio desvalorizado beneficia os brasileiros.
A LaLiga também vai ajudar a encontrar investidores para o futebol brasileiro?
— Com certeza. Às vezes perdemos a perspectiva do que é o dinheiro investidobetfair e segurouma competição. Com certeza, vamos ver, podemos ajudar e podemos ratificar aos fundos se as medidas que o futebol brasileiro estão tomando são adequadas, para que fiquem tranquilos. Porque um fundo põe dinheiro para ganhar dinheiro. Para destruir dinheiro, conheço poucos ou nenhum. Então, o fundo quer pôr dinheiro para ganhar e tem que ter segurançabetfair e seguroque as decisões que vão ser tomadas no futuro são para ganhar dinheiro. Podemos dar a consultoria, a ajuda, não vamos enganar o nosso fundo. Acredito e espero que o futebol brasileiro tome o caminho adequado, pois aí estaremos para ajudar no que for necessário.
A reunião contou com representantes dos principais clubes do Brasil, mas não o atual bicampeão da Libertadores, o Palmeiras. Qual o seu balanço do encontro?
— Este é um pontobetfair e seguropartida, não é um pontobetfair e segurochegada. Se falta um clube, vamos tentar convencê-lo. Querobetfair e seguroverdade que qualquer um que seja, Palmeiras, Corinthians, qualquer um... Se a gente senta, explica bem qual é o caminho, qual é o modelo que vai servir para ele crescer... Vamos falar da Premier League. Ela começoubetfair e seguro1990, com o maior clube do mundo, o Manchester United, e ele cresceu muitíssimo. Cresceria tanto sozinho? Não. E o Liverpool? Não. Cresceram com a Premier organizada, com normas, com compliance, com tudo o que estamos pedindo. Quando você explica e trabalha, os clubes acabam entendendo que vão crescer muitíssimo mais.
Você tem falado com o Ronaldo? Sua presença aqui tem alguma influência dele?
— Bem, Ronaldo é presidente do Valladolid,betfair e segurovezbetfair e seguroquando ele vai nas reuniões da liga, não vai a todas, eu gostaria que fosse mais. Ele tembetfair e seguroequipebetfair e segurogestão. Ele sabe que eu viria aqui porque creio que, ao fazer a aquisição do Cruzeiro, ele quer que aconteça como foi com o Valladolid. Mesmo caindobetfair e segurodivisão, não perca dinheiro. É isso que se consegue com o controle econômico.