A briga pelo título da Fórmula 1bets 962021 entre Lewis Hamilton e Max Verstappen, é também um duelobets 96gerações: o britânico, 12 anos mais velho que o rival, corre há 14 anos na categoria - contra sete do piloto da RBR. Mas não ébets 96sua experiência que o heptacampeão da Mercedes obtém motivação na disputa pelo campeonato, mas na batalha que trava fora das pistas por diversidade.
- Este ano não tenho utilizado minha experiência do passado como motivação. Tenho me alimentado da energiabets 96fazer esse trabalho positivo. Me dei conta disso ano passado; quando subi no pódio com a camiseta que deu voz à Breonna (Taylor, socorrista afroamericana morta pela polícia) foi algo muito motivador pra mim - revelou Hamilton.
O britânico utilizou uma camiseta com a frase "prendam os policiais que assassinaram Breonna Taylor" no GP da Toscanabets 962020,bets 96setembro. Vencedor da etapa, ele subiu ao pódio com a peça, ao que não pôde repetirbets 96outras ocasiões já que logo após a prova, a F1 definiu que os pilotos seriam proibidosbets 96utilizar na cerimônia quaisquer adereços além do macacãobets 96corrida.
Hamilton, hoje com 36 anos, renovou seu contrato com a Mercedes até 2023, atrelandobets 96permanência na F1 à luta antirracista. Na atual temporada, ele enfrenta a concorrênciabets 96Verstappen: depoisbets 96ver o rival sair na frente nas primeiras provasbets 962021, o holandês virou o jogo com uma vitóriabets 96Mônaco e mais três triunfos (França, Estíria e Áustria).
O piloto da Mercedes chegou a recuperar a liderança do campeonato após a etapa da Hungria, na qual chegoubets 96segundo, porém, Max retomou a posição duas rodadas mais tarde ao vencer na Holanda e com a vitória nos Estados Unidos no último domingo, abriu 12 pontosbets 96vantagem na tabela.
Assim como outros esportes, a F1 sentiubets 962020 os reflexos do homicídiobets 96George Floyd, um afroamericano morto por policiais - mas por intermédiobets 96Hamilton, cuja cobrança levou a F1 a criar a força-tarefabets 96diversidade "We race as one" (Corremos como um,bets 96português).
De lá pra cá, o britânico desenvolveu projetos como a Comissão Hamilton, quebets 96parceria com a Academia Realbets 96Engenharia Britânica investigou a ausênciabets 96negros no automobilismo, e a instituição Mission 44, criada com porte pessoalbets 9620 milhõesbets 96libras (cercabets 96R$ 140 mi).
A iniciativa mais recente da Mission 44 é um projeto que formará professores negros no Reino Unido. Esses esforços, segundo ele, lhe trouxeram um propósito que a F1 por si só não havia lhe dado:
- Esse é o trabalho que faço nos bastidores agora e estou curtindo. Isso me ajuda a correr? Sim. É minha nova direção, E sinto que está me dando mais longevidade porque temos muito trabalho a fazer. Também traz um propósito real para minha vida. Correr não é um propósito, é só algo que você faz. Houve momentosbets 96que eu não sabia se ia conseguir continuar, e talvez haja outra coisa que eu queira fazer. Mas eu não havia encontrado meu propósito até o ano passado.
A Mercedes também desenvolveu ações como a Mulberry STEM Academy, para meninasbets 96grupos minoritários; a Ignite, que promove educação e empregos para estudantes e pessoas não-brancas no automobilismo e uma nova parceria com a Associaçãobets 96Engenheiros Negros e Etnicamente Minoritários do Reino Unido (AFBE-UK).
- Agora sinto que tenho uma missão na vida e não se trata apenasbets 96ganhar campeonatos e corridas, o que é legal, masbets 96causar impacto e ajudar os jovens a seguirbets 96frente. Minha sobrinha e meu sobrinho vão ter conversas na escola sobre engenharia e podem querer estudar ciências, serem crianças não-brancas que podem ser engenheiros na F1 ou na NASA, onde quer que seja. Eu amo isso - celebrou Hamilton.
Os esforços da Mercedes integram o programa Accelerate 25, cujo objetivo é aumentar a taxabets 96funcionários não-brancos do time para 25%. Porém, nos primeiros anosbets 96Hamilton na F1, o ambiente no qual o britânico convivia era bem diferente;bets 962008,bets 96segunda temporada na categoria, ele sofreu o episódio racista mais marcantebets 96toda abets 96carreira durante a pré-temporadabets 96Barcelona.
Com os rostos pintadosbets 96preto e camisetas com a frase "famíliabets 96Hamilton", torcedores proferiram ofensas racistas ao então piloto da McLaren das arquibancadas. Conhecido hoje como "blackface", o ato consistebets 96pintar uma pessoa brancabets 96preto para imitar,bets 96forma jocosa, pessoas negras.
O episódio foi repudiado pela Federação Internacional do Automobilismo (FIA), que chegou a criar uma campanha antirracista para o GP da Espanha, porém, nenhuma outra ação foi tomada.
- Lembro-me da dor que senti naquele dia, mas não disse nada sobre isso. Eu não tinha ninguém. Ninguém disse nada. Eu vi pessoas na minha indústria ficando quietas - desabafou Hamilton.
Mais tarde naquele ano, o site espanholbets 96uma das maiores agências publicitárias do mundo utilizou termos discriminatórios para se referir ao britânicobets 96postagensbets 96apoio à Fernando Alonso, seu rival diretobets 962007 e que minimizou o episódio da pré-temporada, dizendo não ser necessária a campanha da FIA e justificando que "quanto menos se falar disso, melhor".
- Talvez iniciativas tivessem ocorrido na F1 sem Lewis, mas certamente não na dimensão do que ele desencadeou aqui - comentou Toto Wolff, chefebets 96equipe na Mercedes.
Enquanto conciliabets 96luta por diversidade dentro e fora da F1, Hamilton tem cinco etapas restantes para descontar a diferençabets 9612 pontos no campeonato para Verstappen,bets 96busca do inédito octacampeonato. A dupla volta a se enfrentarbets 967bets 96novembro, no GP do México.