A Fórmula 1 foi impactada na última semana por uma notícia bombástica. A RBR anunciou a saída imediataonabet tabletAdrian Newey dos projetos ligados à categoria. O mago da aerodinâmica deixará a estrutura definitivamente no inícioonabet tablet2025, após 18 anosonabet tabletcontrato (chegou lá na primeira temporada do time,onabet tablet2006). Nesse meio tempo, ele vai se dedicar ao RB17, hipercarroonabet tabletrua que a marca quer lançaronabet tablet2025 e que terá apenas 50 unidades produzidas.
Newey é a mente por trás do sucesso da RBR:onabet tablet18 anos, foram sete títulos mundiaisonabet tabletpilotos (quatro com Sebastian Vettel e três com Max Verstappen) e seisonabet tabletconstrutores (2010, 2011, 2012, 2013, 2022 e 2023). Número que pode ser ampliado nesta temporada, com mais um ano dominado pela equipe austríaca e pelo piloto holandês. Além disso, o inglêsonabet tablet65 anos foi a mente por trás do projeto mais bem-sucedido da história da Fórmula 1: o RB19onabet tablet2023, que venceu 21onabet tablet22 GPs - absurdos 95,45%onabet tabletaproveitamento, superando o mítico MP4/4 da McLarenonabet tablet1988, que triunfouonabet tablet15onabet tablet16 (93,75%) com Ayrton Senna e Alain Prost ao volante. Aliás, número que era considerado imbatível.
Só que o sucesso não se restringe apenas à era RBR. Newey começou no automobilismo como estagiário da Fittipaldionabet tablet1980, onde teve participação no desenvolvimento final do F8. Em seguida, foi contratado pela March, onde começou a projetar carros após uma questionável experiência como engenheiroonabet tabletpista. Seu primeiro modelo bem-sucedido foi o GTP, campeão do IMSAonabet tabletduas temporadas seguidas. Em 1984, começou na Fórmula Indy e desenhou o March 85Conabet tablet1985, campeão com Al Unser Sr. e vencedor das 500 Milhasonabet tabletIndianápolis com Danny Sullivan. Em 1986, foi a vez do 86C, que repetiu as conquistas do ano anterior, ambas com Bobby Rahal. Foi nesses carros que Newey aperfeiçoou seu conhecimento sobre o conceito do efeito-solo.
Newey chegou a ir para a F1 no malfadado projeto da Lola/Haas (não confundir com a atual)onabet tablet1986, mas ficou pouco tempo, voltando à Indy como engenheiroonabet tabletMário Andretti. O retorno definitivo à Fórmula 1 aconteceu no fimonabet tablet1987. O March 881 concebido por Newey levou o italiano Ivan Capelli ao segundo lugar no GPonabet tabletPortugal daquele ano e o brasileiro Mauricio Gugelmin ao terceiro no GP do Brasilonabet tablet1989. Após ter sido feitoonabet tablet"bode expiatório" pelo mau começo da Leyton Houseonabet tablet1990, foi contratado pela Williams no segundo semestre daquele ano, logo após ver Capelli chegaronabet tabletsegundo no GP da França,onabet tabletPaul Ricard, com uma sérieonabet tabletcorreções no projeto feitas por ele.
Sob a supervisãoonabet tabletPatrick Head, Newey projetou os chamados "carrosonabet tabletoutro planeta"onabet tablet1992 (FW14B) e 1993 (FW15C). Lá ele também teve seu maior fracasso: o FW16onabet tablet1994, com o qual Ayrton Senna sofreu o acidente fatal na curva Tamburello durante o GPonabet tabletSan Marino. Ele ainda venceria o campeonatoonabet tablet1996 com Damon Hill antesonabet tabletse mudar para a McLaren. Em nove anosonabet tabletWoking, foram duas conquistas,onabet tablet1998 e 1999, ambas com o finlandês Mika Hakkinen.
No total, os carros projetados por Adrian Newey conquistaram 13 títulos mundiaisonabet tabletpilotos e 12onabet tabletconstrutores. Talvez seja o projetista mais bem-sucedido da história da Fórmula 1. É uma das maiores lendas da parte técnica dos 74 anos da categoria, ao ladoonabet tabletColin Chapman, criador da Lotus, e John Barnard, que introduziu a fibraonabet tabletcarbono e vários conceitos usados até hoje. Para mim, Newey é o maior da história: ninguém conseguiu tanto sucesso por tanto tempo passando por tantas mudançasonabet tabletregulamento. E sempre ditando as tendências na categoria.
Por tudo isso, não dá para entender a ondaonabet tabletdesdém com o trabalhoonabet tabletAdrian Newey, algo que começou nos primeiros rumoresonabet tabletsaída da RBR. Tudo porque o inglêsonabet tablet65 anos montou um departamento técnico extremamente competente na equipe austríaca até para diminuironabet tabletcargaonabet tablettrabalho após tantos anos no automobilismo. Ele passa parte do ano, por exemplo, fazendo uma espécieonabet tablethome office emonabet tabletcasa na África do Sul. Até por isso, não vai mais a todas as corridas do calendário.
Ainda assim, o mago da aerodinâmica continuava tendoonabet tabletpresença sentida nos projetos da RBR. Por opção própria, não controlava mais o projeto dos carros do início ao fim. Metadeonabet tabletseu tempo na equipe ficou dedicado à F1, com o resto dividido entre o hipercarro RB17, barcos e até submarinos (um pedido do patrão Dietrich Mateschitz, que morreuonabet tablet2022). Mas seu conhecimento sobre todas as dinâmicasonabet tabletum modeloonabet tabletFórmula 1 o tornava um elemento extremamente importante, principalmente nas mudanças radicaisonabet tabletregulamento. É o chamado toqueonabet tabletMidas. Por todo o conhecimento sobre o efeito-solo, reintroduzido na F1onabet tablet2022, Newey foi o responsável por apontar o melhor conceito e desenhar - com lápis e papel emonabet tabletprancheta - duas partes-chave dos carros da equipe neste período: o assoalho e a suspensão traseira. Não à toa, a RBR foi a equipe que menos sofreu com o efeito golfinho (porpoising,onabet tabletinglês) e solucionouonabet tabletforma mais rápida - e extremamente eficiente - o problema.
Ou seja, Newey é uma contratação extremamente estratégica para qualquer equipe, ainda mais com outra mudança no regulamento técnico vindoonabet tablet2026. Apontar a direção correta do desenvolvimentoonabet tabletum carro faz com queonabet tabletequipe não perca tempo com errosonabet tabletprojeto no início da jornada. É meio caminho andado para o sucessoonabet tabletum carro, com um potencial menoronabet tabletproblemas durante o ano. Entendo o desdém da RBR: ninguém,onabet tabletsã consciência, vai valorizar um profissional que está saindo da equipe. Seria admitir uma enorme derrota. O que sinceramente não entendo é o menosprezo por parteonabet tabletoutras pessoas do meio da Fórmula 1 e do automobilismo quanto à importânciaonabet tabletNewey, por exemplo, para o sucesso recente da equipe austríaca.
É claro que temosonabet tabletconsiderar que vai longe o tempoonabet tabletque uma única mente concebia um modeloonabet tabletF1. Atualmente, um exército que pode chegar a 500 pessoas investiga todos os aspectos práticosonabet tabletum carroonabet tabletcorridasonabet tablettúneisonabet tabletvento, computadores e bancosonabet tabletprova. Mas é essencial ter alguém que coordene e faça esta toda essa estrutura funcionar da forma mais eficiente possível. E é aqui entra o papelonabet tabletum técnico tão experiente e genial como Adrian Newey.
Se Adrian Newey fosse tão desimportante assim, por que a RBR pagaria um salário no nívelonabet tabletum campeão mundial para ele? O engenheiro ganha nada menos que US$ 23 milhões (R$ 115 milhões) por ano. Em 2023, ele seria o quarto na tabelaonabet tabletpilotos, atrás apenasonabet tabletMax Verstappen, Lewis Hamilton e Fernando Alonso. E o mago da aerodinâmica vale cada centavo do seu ordenado. O currículo do inglês e o domínio recente da equipe austríaca explicam o porquê disso.
Com a estrutura montada no departamentoonabet tabletprojetos, comandado hoje pelo francês Pierre Waché, é óbvio que a RBR não ficará desguarnecida com a saídaonabet tabletNewey. Ao mesmo tempo, o cara que mostrava a direção para os projetos não estará mais láonabet tablet2025. Por isso, no mínimo um sinalonabet tabletalerta deveria estar aceso. Para isso, é só lembrar que os engenheiros que trabalhavam diretamente com o inglês na equipe e saíram para outros desafios, não conseguiram sucessoonabet tabletcurto prazo. Dois exemplos: o cipriota Peter Prodomou, hoje na McLaren, demorou oito anos para acertar um conceito na equipe inglesa; e o inglês Dan Fallows, que ainda sofre para construir um carro confiávelonabet tablettermos aerodinâmicos na Aston Martin. Será um enorme teste para Waché.
Adrian Newey já disse que ainda tem muita energia para trabalhar, não pensa aindaonabet tabletaposentadoria. E três equipes já apresentaram propostas para o mago da aerodinâmica: Ferrari, Aston Martin e Mercedes. As informações sãoonabet tabletque os timesonabet tabletLawrence Stroll eonabet tabletToto Wolff têm chances apenas remotas; a grande favorita é a Ferrari. O engenheiro inglês já disse várias vezesonabet tabletentrevistas que lhe falta trabalhar no time vermelho e que também gostariaonabet tabletestar com o heptacampeão Lewis Hamilton. É uma notícia que deve chegaronabet tabletum futuro próximo.
Com as novas regras técnicas para a temporada 2026, ter alguém como Newey chefiando seu projeto confere chances maioresonabet tabletsucessoonabet tabletcurto prazo. O histórico do inglês mostra isso. É claro que pode dar errado, mas com as tecnologias atuais é algo bem difícil, com o avanço do uso do CFD e a enorme precisão dos túneisonabet tabletvento. Ele poderá ser o elemento essencial para a ascensãoonabet tabletuma equipe que esteja há pouco tempo na Fórmula 1 ou para a volta por cimaonabet tabletum time tradicional. É um valor imenso, muito maior que o salário que será pago a ele.
Na Fórmula 1, conhecimento sempre foi uma qualidade essencial para todas as equipes. Atualmente, não há ninguém com mais conhecimento na categoria do que Adrian Newey. Vamos ver como será o futuro.
NA PONTA DOS DEDOS: Rafael Lopes e Luciano Burti comentam o GPonabet tabletMiami