Cléber Xavier lembra Copafut band aposta2022, saída do Flamengo e diz que não vê Neymarfut band apostavolta ao Brasil

Em carreira solo depoisfut band aposta24 anos com Tite, treinador analisa gol da Croácia no Catar e revela o que ouviufut band apostajustificativa pela demissão no Flamengo: "O resultado e a relação com a torcida"

Por Alexandre Lozetti, Carlos Eduardo Mansur e Raphael Zarko — Riofut band apostaJaneiro


Abre Aspas: Cleber Xavier explica decisãofut band apostase tornar técnico após trabalhar com Tite

Cléber Xavier está no mercado. Depoisfut band aposta24 anos ao ladofut band apostaTite, com muitos títulos e algumas frustrações e derrotas, Clebinho, como é mais conhecido, vai retomar carreira solo que começou na base dos dois grandes do Rio Grande do Sul.

Cléber Xavier, auxiliarfut band apostaTite, na convocação da seleção brasileira — Foto: Pedro Martins / MowaPress

Com o cuidadofut band apostanão avançar o sinal e responder pelo antigo número 1 da comissão técnica a qual pertenceu com Tite, o "novo" treinador quebrou o silêncio sobre a Copa do Catar,fut band apostaentrevista na quinta da semana passada para o Abre Aspas.

Até hoje quase um tabufut band apostamanifestações do ex-parceiro Tite, avesso a entrevistas efut band apostapoucas reflexões desde a queda para a Croácia. Também falou da demissão no Flamengo, refletiu sobre o futebol brasileiro e dois dos maiores expoentes dos últimos anos, Neymar e Vinicius Júnior.

Cléber Xavier vai seguirfut band apostacarreirafut band apostatécnico depoisfut band aposta24 anos ao ladofut band apostaTite — Foto: Raphael Zarko

fut band aposta Ficha técnica:

  • Nome: Cléber Márcio Serpa Xavier
  • Nascimento: 29fut band apostamarçofut band aposta1964,fut band apostaAlegrete, RS
  • Carreira: como treinadorfut band apostabase, trabalhoufut band apostaInter e Grêmio. Como auxiliar no profissional, trabalhou com Tite no Grêmio, São Caetano, Corinthians, Atlético-MG, Palmeiras, Al Ain, Internacional, na Seleção e no Flamengo.
  • Títulos: campeão gaúcho e da Copa do Brasil pelo Grêmio; pelo Inter, Copa Sul-Americana e Gaúchofut band aposta2008. No Corinthians, dois Brasileiros (2011 e 2015), Libertadores (2012), Mundial (2012), Paulista e Recopa (2013). Pelo Flamengo, Campeonato Carioca (2024). Na Seleção, foi a duas Copas (2018 e 2022). Conquistou a Copa Américafut band aposta2019.

ge: São 24 anos ao lado do Tite e agora uma nova etapa na carreira. Como foi essa decisão?

Cleber Xavier: — A minha carreira éfut band aposta36 anos, né? Foram 12 anos antesfut band apostaencontrá-lo no Grêmio, depois 24 anos a partir do Grêmio e até agora no Flamengo. Mas eu já vinha trabalhando um pouco na minha cabeça (a decisão), conversando com algumas pessoas do meu círculo mais íntimo, a ideiafut band apostatomar essa decisão. Apareceufut band apostavárias oportunidades para que eu conseguisse uma carreira solo, mas os projetos que a gente entrava eram muito bons. É muito difícil na cultura brasileira tu trabalhar muito tempo nos lugares. E a gente ficou nos últimos 17 anos trabalhando dois anos no Inter, seis anos no Corinthians, seis anos e meio na seleção e um ano no Flamengo. Faltou alguns dias para completar um ano no Flamengo. Então, 17 anosfut band apostaquatro clubes, na verdade três clubes e uma seleção.

Abre Aspas: Cleber Xavier relembra derrotas do Brasil nas Copas do Mundofut band aposta2018 e 2022

— É difícil essa longevidade. E a gente conseguiu projetos bons. Então nunca aparecia o momento certo e a gente sempre conversando e eu me preparando para isso na hora que surgisse um determinado momento e acabou que a gente sempre que terminava os processos, o Tite deixava a gente a vontade e toda a comissão para seguir e fazer o seu caminho. E eu achei que agora era a hora. Eu estou com 60 anos, tenho muito para dar ainda ao futebol. Tenho muitas experiências, passagens com trabalhosfut band apostagrandes clubes e resolvi entrar no mercado, formar uma equipefut band apostatrabalho, estou me preparando para a hora que surgir essa oportunidade a gente abraçar. E ele (Tite) aceitou numa boa. Achou que era a horafut band apostaeu tomar a frente, tomar as decisões, ter a última palavra, que eu estava preparado para isso. E aí foi a decisão.

A gente vive numa sociedade com boas dosesfut band apostapreconceitos relativos à idade num país quefut band apostauns tempos pra cá criou certa ansiedade pelo surgimentofut band apostajovens treinadores. Essa decisão aos 60 anos te fez prever obstáculos também?

— Eu não me sinto com 60 anos (risos), me sinto com energia. Me sinto ativo. Tenho na minha parceria que eu busco, que é o Vinícius, um menino que foi auxiliar técnico do Corinthians na base durante muitos anos e é um menino que também que tem um bom conteúdo, que tem muito boa oratória, que tem uma ativação muito forte para controlefut band apostatreino, para trabalho e a gente fazer essa parceria com outros membros que possam formar esse time se assim for necessário. Porque a princípio a minha ideia sou eu e o Vinícius. Então me sinto nas melhores condições para seguir esse caminho. Futebol tem muito da minha cabeça também e a experiência por grandes clubes, por poder trabalhar com gentefut band apostaalto nível efut band apostatodos esses clubes com a base que essa minha passagem anterior e a minha relação que eu tenho muito forte com a base nesses anos todos, ela me dá essa condição.

Fábio Mahseredjian, Cléber Xavier, Tite e Matheus Bachifut band apostaFlamengo x Bragantino — Foto: Gilvanfut band apostaSouza e Marcelo Cortes/Flamengo

Que tipofut band apostatreinador você pretende ser?

— Um treinador que tenha o controle, junto com o clube, ter uma unidadefut band apostacomando junto com o clube, com a direção, com executivofut band apostafutebol, com departamentofut band apostafutebol, num processo geral, com uma rotina bem trabalhada. Um treinador que vá para a campo fazer com que a gente treinefut band apostamaneira concentrada,fut band apostamaneira intensa, porque o futebol hoje está sendo jogado muito desse jeito. Eu também, dentro do meu pensamentofut band apostafutebol, busco um futebol vertical. O futebolfut band apostapressionar alto. Um futebol agressivo no sentido ofensivo e agressivo no sentido defensivo, claro que flexível às situaçõesfut band apostaque eu vou encontrar.

"A gente não esperava", diz Cleber Xavier sobre demissãofut band apostaTite do Flamengo

Na comissão do Tite, você ficou conhecido como um cara que direcionava a parte defensiva, Brincavam contigo, o Cleber "monta o ônibus dele". Muda agora afut band apostavisãofut band apostaquantos riscos você tem que assumir?

— Esse é o formato que veio mais a partir da Seleção, um pouco no Corinthians, quando a gente leva a rotina e a metodologiafut band apostatreinamento do Corinthians para a Seleção e a gente divide uma comissão com muitos membros. Três, quatro auxiliares e a gente fazia essas divisões. Eu cuidava muito dessa parte, às vezes com Sylvinho, às vezes com o Carille no Corinthians, com o Matheus (Bachi, filhofut band apostaTite) também. Em determinados momentos trabalhei muito na parte ofensiva também. E as discussões internas, elas acontecem nos dois momentos do jogo (defensivo e ofensivo). Nos quatro momentos, na bola parada, a gente trabalha muito issofut band apostaconjunto, para a gente poder dividir melhor nesse sentido. Mas o entendimento e a ideiafut band apostajogo, ela permanece.

O que temfut band apostasemelhanças e diferenças com as questões das equipes do Tite nos últimos anos?

— O Tite é um cara que é muito atento ao equilíbrio do jogo, a trabalhar bem os momentos do jogo, nos momentos defensivos a gente focar bem nesses momentos. Trabalharfut band apostaforma organizada. Fazer com que o time seja organizado, mas que seja agressivo na marcação, que ele seja pressionante na marcação e nos momentos ofensivos. Tite usa muito um termo: na horafut band apostadefender, defender, na horafut band apostaatacar, atacar. Vou trabalhar muito no sentidofut band apostater uma transiçãofut band apostaum momento para o outro forte. E colocar algumas ideias minhas que eu tenho, ao longo da carreira, estudado, discutido, evoluído. Colocarfut band apostaprática agora como (treinador) número um, que é diferente. Como a gente conversou no dia que eu conversei com ele, estou pronto para tomar as decisões. Claro que eu gostofut band apostafazer um time que seja vertical, que seja agressivo ofensivamente. Mas a gente tem que ter um equilíbrio. Tem momentos que tu tem que baixar a tua linha, tem momentos que tu tem que recuar a tua equipe, o jogo te traz isso. A gente está olhando isso e a realidade do jogo.

No trabalhofut band apostavocês na Seleção, houve aquele jogo contra a Inglaterra (antes da Copafut band aposta2018) que deu guinada para um modelo um pouco mais posicional, mais preocupado, com permanente amplitude, com ocupaçãofut band apostazonas do campo. Nafut band apostacabeça, como isso funciona, para onde acha que vai pender m pouco mais?

— Depende muito da característica do time. A realidade desse trabalho (na Seleção),fut band aposta2016 a 2018, nas Eliminatórias, a gente vem do Corinthians e tem um time num 4-1-4-1 com o Jadson fazendo essa flutuação da direita para dentro e criando espaços e criando aproximações e apoios. A gente consegue ter sucesso no Corinthians, um dos grandes times que a gente treinou, com a conquista no Campeonato Brasileiro que mostra isso, da forma que foi. A gente chega na seleção e nos primeiros dois jogos, Equador e Colômbia, a gente trabalha com um externofut band apostacada lado: William na direita, Neymar na esquerda e o Gabriel para o primeiro jogo. Já no terceiro jogo, a gente busca no Coutinho esse desenho, porque a gente entendia ser o melhor. E a gente leva as Eliminatórias com esse e com esse desenho. A perda do Renato Augusto como segundo meio-campista, que constrói por trás e que chega, a gente recria o Paulinho do Corinthians para ser esse meio-campista que ataca o espaço. A perda do Renato faz com que a gente faça uma mudança na equipe. A gente tenta no primeiro momento nesse jogo, contra a Inglaterra, um 0 a 0, a gente usa o Fernandinho. A gente chegou a usar o Fernandinhofut band apostaduas situações para poder ter esse jogador parecido com o Renato, que a gente não conseguia encontrar. A gente queria um jogador que ocupasse o espaço defensivo melhor e que chegasse um pouco mais, que organizasse um pouco mais. A gente não opta pelo Fernandinho, opta pelo Coutinho por dentro e o Willian por fora. Aí a gente trabalha a amplitude dos dois lados e vai para a Copa com esse desenho. A perda do Renato, ela tem muito a ver com isso.

Em 2014, você negociou com a Chapecoense. Você esteve próximofut band apostasair naquela época?

— Foi a única vez que eu fui e marquei um encontro. Eu estivefut band apostaChapecó, encontrei com a diretoria e a comissão técnica que ainda estava lá. Infelizmente, daquele pessoal que estava na reunião, muitos morreram naquele acidente (de 2016). Acho que a maioria. A gente trocou ideias, eu fiz algumas perguntas e achei que não era o momentofut band apostaeu sair para o que eles me apresentaram enquanto clube. Naquele momento eu me lembro que eu volto a Porto Alegre e vou direto ao apartamento do Tite e converso com o Tite perguntando para ele qual eram os planos. Tite sempre que ele termina um trabalho, ele recua e deixa a gente a vontade para tomar as nossas decisões. Sempre foi assim desde que eu comecei com ele no Grêmio,fut band aposta2001. Aí o Tite disse: "vou esperar um convitefut band apostaalguma seleção". Ele já estava tratando com uma seleção e eu perguntei: vou contigo nessa nova etapa? Ele falou que sim. Eu ligo para Chapecoense, agradeço e sigo. Mas o trabalho não veio. A gente desiste da seleção, que era o Japão, a gente espera um convite da seleção brasileira, mas não veio consulta nenhuma. Aí aparece a seleção do Peru, aparece a seleção do Paraguai e o Tite não aceita nem conversar. E a gente prepara para voltar. Se não aparecesse nada até o final, a gente voltaria ao mercado. A gente tem opçõesfut band apostavolta no Inter, no próprio Palmeiras, quando o Alexandre Mattos assume, mas a gente resolve voltar para o Corinthians, que era a nossa casa, onde a gente tinha passadofut band aposta2010 até 2013 a gente resolve voltar e segue o trabalhofut band aposta2015 até a metadefut band aposta2016.

Cléber Xavier, auxiliarfut band apostaTite,fut band apostatreino do Corinthians com Cássio: passagem vitoriosa pelo Parque São Jorge — Foto: Rodrigo Coca / Ag.Corinthians

A comissão que você estava se acostumou nos últimos anos a jogadoresfut band apostaelite, sejafut band apostaclubes e, principalmente, na Seleção. Nessa mudança, você está pronto para se engajar num projetofut band apostaque patamar? Está disposto a, eventualmente, arrumar projetos, vamos dizer, menos ambiciosos?

— Eu estou preparado para todas as situações. O Gilmar (Veloz) é o meu empresário, ele que está trabalhando junto comigo nessas colocações. Eu estou pronto para trabalharfut band apostaequipe nível A, da série A. Estou pronto para trabalhar fora do país. Estou pronto para trabalharfut band apostaequipe da Série B, desde que haja um projeto sólido e bem organizado. A gente está disposto a enfrentar todas essas situações.

—Eu sou um cara muito adaptável efut band apostauma relação,fut band apostauma gestão pessoal muito, muito clara, muito franca, muito, muito honesta. E tem esse entendimento, a gente no trabalho, nesses 17 anos que a gente tem, a gente trabalhou com todos os níveisfut band apostaatletas, mesmofut band apostaequipes grandes. A gente trabalhou com o nívelfut band apostaatleta médio, trabalhou com meninos da base, a gente lançou muitos atletas, a gente desenvolveu muitos atletas, a gente desenvolveu atletas que faziam uma função, a gente trabalhou para que esse atleta fizesse maisfut band apostauma função e são eles os exemplos existentes disso. Então, estou me preparando junto com o Vinicius, com o meu auxiliar, estudando bastante, assistindo a todos os jogos para onde tiver essa oportunidade e for um trabalho sólido, como eu digo, consistentefut band apostaum clube consistente. Hoje tem muitos clubes na Série B com essa consistência. Tem clubes na Série C, com essa consistência também. Então a gente está preparado.

Como é que foi essa conversa com o Tite? Foi um churrasco,fut band apostacasa?

— Foi na sala da casa dele, no escritório dele, a salafut band apostatrabalho dele. A gente marcou, passou a tarde lá, conversando, trocando ideias, analisando coisas do passado. Colocando algumas ideias para ele. E é legal que aquilo que ele coloca naquele documento que ele faz e passa a imprensa, que também surpreendeu, porque eu não esperava que ele fizesse isso. Embora o Tite seja um carafut band apostaaltíssimo, altíssimo nível, ele coloca ali bem o que ele me falou. "Estou feliz pela tua decisão. Tu está pronto para assumir uma equipe, para ser o líder dessa equipefut band apostatrabalho e torço pelo teu sucesso". E foi assim. Tem exemplo já nessa condição. O Carille que veio com a gente começou lá no começo como auxiliar. Sylvinho também, futuramente o Matheus vai seguir o caminho dele também, o Sampaio também.

"Não consigo enxergar o Neymar jogando aqui", diz Cleber Xavier

E com a família, como foi essa decisão?

— Eu tenho o meu filho, que é um professorfut band apostaeducação física, o Pedro, que é um menino que eu converso muito, hoje tem 30 anos. Ele é bem equilibrado. Tem uma relação comigo, embora morando distante, mas muito próximo das minhas decisões. O meu irmão, que é um cara mais velho que eu, a gente conversa muito e os amigosfut band apostacomissão, né? A partir daí eu levo para pra família, levo para mim e para minha esposa e para a pequena, a Nina, minha filha tem sete anos.

O auxiliar é um rosto menos exposto. Como está nafut band apostacabeça para essa exposição? Isso foi tema com a família?

— A gente não aprofundou essa discussão. O Tite tem um perfil completamente diferente do meu. Independentemente dos resultados ruins ou resultados bons que a gente teve nesses 24 anos, ele sempre foi um cara recluso. Ele sempre foi um cara na dele. Eu sou um cara mais sociável, um cara mais aberto. Claro que na condiçãofut band apostasegundo o treinador, fica mais fácil. E eu entendo que quando eu virar o primeiro, quando aparecer oportunidade, eu vou ter menos tempo para essa exposição, para circular mais. Mas eu não vou perder a minha essência, que é uma essência mais sociável, uma essência mais tranquila.

Tite e Cléber Xavier,fut band apostaGrêmio x Flamengo — Foto: Maxi Franzoi/AGIF

— Eu, particularmente, estou muito preparado para isso. Vivi, senti as dores das derrotas que a gente teve, senti muito, mas rapidamente eu já me recuperava e já estava como líderfut band apostaum grupofut band apostatrabalho no dia seguinte, trabalhando e buscando reverter. O futebol não te dá tempo. Ainda mais quando tu tá num trabalho que ele não termina. No casofut band apostatrabalhos que finalizam, tu tem um tempo maior e aí define como tu vai fazer. Mas aqueles jogos que tu perdes e no dia seguinte já tens que estar no clubefut band apostanovo, tu tem que chegar lá com toda tua força para levantar o processo. A gente tinha uma coisa muito legal que a gente fazia e é muito do Tite. Nos momentos que a gente estava muitofut band apostacima, com muito sucesso, no momentofut band apostavitória, ele reunia as pessoas que trabalhavam dentro do clube, todas as pessoas, da cozinha, o pessoal do campo, o pessoal da faxina, todos, todos, todos, sem exceção. Para acalmar e deixar a gente mais com os pés no chão. Num momento ruim, ele chamava todo mundo para levantar, para erguer a cabeça. Essa gestãofut band apostapessoas que ele tem, que eu tenho, é muito forte no nosso trabalho. A nossa relação com quem trabalha, com a gente,fut band apostatodos, é muitofut band apostarespeito, é muitofut band apostavalorizar e muitofut band apostadar voz às pessoas e muitofut band apostareconhecer o esforço das pessoas.

Você acha ou você notou que o pós-Copafut band aposta2022, essa reclusão quase que característica do Tite, foi diferente das outras?

— Não, porque ele sempre foi assim. O Tite é um cara que ele tem poucas relações, é um cara que ele não é muitofut band apostair na casa das pessoas, receber as pessoas nafut band apostacasa. Vou for colocar assim direto, pode ser o pessoal da diretoria, pode ser o presidente, pode ser relaçõesfut band apostacomissão. São poucas as vezes que a gente tem uma interação mais familiar, mais longa assim. Ela é pouca, mas ela é muito verdadeira. Sempre nos chamou para alguns encontrosfut band apostafamília, para que a gente possa conversar, para que a gente possa brincar, para que a gente possa relaxar. Mas são poucos, não é dele, não é do perfil dele.

Houve essa conversa pós-2022, ela aconteceu logo?

— Foi imediata. Todos os trabalhos que a gente encerra, imediatamente ele já chama, faz uma reunião com a comissão técnica, analisa o que a gente fezfut band apostacerto e o que a gente fezfut band apostaerrado. E como eu disse antes, coloca todo mundo à disposição, olha: "eu vou segurar um pouquinho, vou fazer isso, vou fazer aqui". "Vou ficar mais assim". "Vocês têm toda a liberdadefut band apostaprocurar o espaçofut band apostavocês e a hora que eu receber um convite, que eu decidir, não é por isso que eu vou deixarfut band apostaconvidar a todos e aqueles que puderem e vão me acompanhar". É bem natural, Sempre foi assim desde que eu trabalho com ele no Grêmio. Comecei o trabalho com elefut band aposta2001.

Abre Aspas: Cleber Xavier elege Botafogo como melhor futebol do Brasil

O que avaliaram depois da eliminação para a Croácia?

— Eu falar pouco e vou ser mais direto. Porque geralmente é um assunto mais para definição do treinador principal. No meu entender, sobre o jogo contra a Croácia: é um time muito forte, que fica muito com a bola. A gente demorou um pouco no jogo para acertar a nossa pressão alta nesse jogo. Aí (depois que) conseguimos acertar e equilibrar, o primeiro tempo foi muito parelho. No segundo tempo nós fomos melhores, acertamos essa pressão, criamos sériefut band apostaoportunidades e levamos isso para a prorrogação. Esse momento bom. Conseguimos fazer o gol e, num momentofut band apostadesatenção,fut band apostauma um errofut band apostadecisão, a gente acaba se expondo e tomando e tomando um gol. Não foi um errofut band apostase especificar que "fulano errou ou o fulano..." Foi um erro geral. A gente se expôs e acaba tomando o gol. Então essa é análise mais simples e a maioria das coisas que a gente fezfut band apostapreparação, a grande maioria como preparação e as coisas que a gente fez para o jogo, como o momento do jogo, para nós são coisas que a gente acertou.

Cléber Xavier aponta no bancofut band apostareservas, com ouvidos atentosfut band apostaTite efut band apostaauxiliares no bancofut band apostareservas da seleção brasileira — Foto: Lucas Figueiredo/CBF

Você éfut band apostarever esses jogos?

— A primeira coisa que eu fiz quando entrei no vestiário foi olhar o lance que nós tínhamos tomado o gol. Porque a gente ia para a entrevista depois e eu tinha que fazer uma análise fria, revendo. Eu já tinha a visão do campo, mas eu tinha que fazer análise, revendo o lance para poder, para poder colocar ali. Revi o jogo algumas vezes e sempre continuei com o mesmo pensamento.

Mas do pontofut band apostavista pessoal, humano, como foi? Há derrotas que ficam na cabeça e você fica vendo o jogo, tentando buscar explicações. Ou você consegue lidar apenas com o aspecto técnicofut band apostaaprendizado?

— Não sei se é frio a palavra, mas eu sou muito frio para isso. Eu gostofut band apostaver,fut band apostadiscutir com a comissão, com amigos que eu tenho, que troco ideias sobre o jogo. E isso me faz passar para dar o próximo passo, usar os erros que a gente teve como lição, usar acertos para confirmar aquilo que a gente que a gente pensa. Mas eu não fico me remoendo com esse sentimento. Passou. É difícil. A gente sabe que é difícil e a gente vive num país que a cultura do futebol é a cultura do resultado. A gente disputa um campeonato estadual primeiro, que é um campeonato que derruba muito treinador. A gente passa por um Campeonato Brasileiro que vários times têm condiçõesfut band apostaserem campeões. E a gente disputa competições sul-americanas ou Copas, entre elas a Copa do Brasil, que são competições difíceisfut band apostachegar. A gente já foi a final, tipo Copa do Brasil, e ganhamos, fomosfut band apostafinal e perdemos. Então a gente vive constantemente essa questão. Então, para mim, eu não consigo ter tempofut band apostaficar me remoendo com isso. Sempre aprendendo com os erros, tentando confirmar aqueles acertos. E as cobranças, elas vão vir. As cobranças, geralmente, vêm maisfut band apostacima dos resultados e a gente não pode se deixar levar pelo resultadofut band apostasi. A gente tem que ver o trabalho que foi feito, a dedicação que você teve, os acertos que você teve, a construção que você teve, a rotina que você teve, a relação que a gente teve com quem estava naquele processo.

Existiu um debate na época sobre a saída do Vinicius naquele jogo com a Croácia. Tem a ver com a questão da pressão (de marcação) mais do que com a produção ofensiva, com a pressão alta?

— No início, sim. O Vinicius demorou para entender o processofut band apostapressão, mas depois evoluiu. Mas você está na seleção, tem que fazer algum movimentofut band apostatroca. É difícil. Eu estou vendo agora o próprio Ancelotti, cobrado por ter um jogador como o Endrick, que é um jogador, um menino que tem um jogo vertical e ele não entrou nos últimos jogos. Poderia entrar e ajudar. Então, se não coloca, é cobrado. Se faz a troca, é cobrado, não adianta, são ideias. Às vezes tu tem um pensamento, vai consertar o processo do jogo defensivo ou ofensivo e tu acaba tomando gol naquele momento. Não dá tempofut band apostafazer a troca. E a cobrança: "ah, por que eles não trocaram? Por que demorou para trocar?" Às vezes, não é a questão da demora. Acontece naquele tempo, então a gente tem que ter a ideia. Muitas das trocas, na grande maioria, 99%, elas são discutidas antes, no pré-jogo. Elas são treinadas antesfut band apostaser discutidas no pré-jogo para que no jogo a gente faça as mudanças. É muita coisa que é outra parte importante do treinador é fazer a leitura do jogo e fazer as mudanças. Tu estás numa seleção com todo mundo ali, tu tem que trocar.

Cléber e Tite no início da parceria, ainda nos temposfut band apostaGrêmio — Foto: Paulo Franken / Arquivo / Agência RBS

Com a vantagem contra a Croácia, imagino que a discussão tenha sidofut band apostater mais um zagueiro? Acabou seguindo com o Pedro para tentar segurar a bola na frente.

— Teve a discussão. Seguimos com o Pedro para fazer o pivô ou entramos com mais um meio-campista para fechar aquele espaço e tirar a possibilidade da Croácia atacar? Teve essa discussão. A gente optou por seguir com Pedro.

Esse gol, muitas pessoas falaram assim: “Fulano errou porque não devia ter ido na linhafut band apostafundo, Fulano errou porque não disputou a bola, Fulano errou porque não fez a falta, Fulano errou porque correu errado...” Quando você revê, você achafut band apostafato que houve tantos erros individuais? Ou foi a forma como o lance se desenvolveu e o mérito do outro time foi desencadeando um montefut band apostareações? Era um gol facilmente evitável na tua visão?

— É que o gol ele é quebradofut band apostamuitos momentos. A bola vem, ela quebrafut band apostanovo. O Pedro sai, joga essa bola na passagem do Fred. Aí tu vai dizer: “mas é o segundo meio campista, não precisa sair”. Do lado esquerdo estavam passando o Rodrygo e o Neymar também. Era uma opçãofut band apostajogarfut band apostadois jogadores que são atacantes e que poderiam definir o jogo. A bola vem, o Casemiro, ele podia até ser mais duro e fazer a falta, mas ele tenta limpar a jogada e a bola acaba rebatendo e passando. O atacante puxa uma diagonal. O Alex Sandro acompanha por dentro e na finalização a bola bate, desvia. Tem uma característica do Marquinhos e do Thiago Silva que eles são muito bons bloqueadores. E a gente no processo defensivo, nos nossos conceitosfut band apostajogo defensivo a gente usa muito bloqueiofut band apostacruzamento e finalização. E esses dois são mestres nisso. Só que naquele momento a bola bate, desvia. Então são várias quebras que não dá para se dizer que foram erros ou tomadasfut band apostadecisões erradas. É do jogo, é do calor do jogo.

Quase todos os times tiveram momentosfut band apostaque os jogos foram para um terrenofut band apostaabsoluto descontrole na Copa. Argentina e Austrália, a final da Copa, Argentina x Holanda... É um torneio muito pesado no aspecto emocional?

— Porque é torneio. É quase um “mata”. No mata-mata, tu estuda, tu vai para o jogo no campo do adversário, tu usa algumas estratégias, no primeiro jogo na tua casa tu jogafut band apostaum jeito, o segundo jogofut band apostaoutro. Não é um jogo só. Na primeira Copa, a Bélgica estava perdendo para o Japão e consegue fazer a virada e ela vai para o jogo contra a gente com três mudançasfut band apostaatletas e com mudançasfut band apostaplataformafut band apostajogo. Ela mudou. E com mudanças tomamos um golfut band apostabola parada que quem bateu a bola parada nunca tinha batido bola parada na Copa. Então aí vem: “Ah, por que vocês não analisaram? Por que o jogador deixou o espaço? O Fagner não marcou o Hazard...”. A gente com cinco minutos tem a imagem do Tite chamando o Fagner, organizando. Mas a gente tomou um golfut band apostacontra-ataquefut band apostaescanteio e a gente tomou um golfut band apostabola parada, mas depois o jogo era nosso. E aí o Courtois vira o melhor do jogo, a gente perde gol passando perto. Poderia ter empatado. Não foi o sentimentofut band apostaum jogo que tu não jogou nada, que tu foi muito mal. Se fosse isso eu teria ficado muito mais tempo indignado, mais tempo sentido com essa situação. Mas não foi. Então vamos seguir, vamos embora.

Alguma das duas derrotas doeu maisfut band apostavocês? Oufut band apostavocê pessoalmente?

— Eu fico olhando para o vestiário... Eu sou o cara que eu vou consolar dentro do vestiário. Você deixa o pessoal sofrer primeiro ali e depois, com o tempo, eu vou consolando cada um. E eu fico muito nessa observação. Eu não sou um carafut band apostame fechar,fut band apostabaixar a cabeça e sofrer. Eu sou o carafut band apostachegar lá dentro, tentar levantar todo mundo e depois, na hora da reza, quando os jogadores dão seus os seus depoimentos, tu vê que jogadores da grandeza que nós tínhamos lá, muitos com um montefut band apostatítulos importantes, por clubes importantes do mundo, todos com um sentimento muito forte. Porque cada um tem afut band apostador também, afut band apostacobrança. Eu também tenho muito a realidadefut band apostaque eu não sou a figura principal. As cobranças maiores, elas vão vir na figura principal, no treinador principal, no jogador principal, no jogador que estava dentro do campo e perdeu o gol, entendeu? Então eu tento dar uma força para esses caras, porque eles estão precisando. Eles vão ser os mais cobrados.

No início da preparação para a Copa, o Vinicius foi ganhando espaço, depoisfut band apostalongo momentofut band apostaque não era titular absoluto. O Paquetá dá um passo pra trás e vocês montam o time, depois com o Raphinha também. Como foram essas discussões, essa montagemfut band apostaequipe? Vinicius mostrou que era imprescindível nesse time para mudar a ideiafut band apostavocês?

— O processofut band apostaseleção no Brasil há uma exigência muito grandefut band apostafazer renovações. Estão sempre pedindo para que se renove. Vou voltar no tempo. Entre 1958 e 1962 o Brasil teve uma sequência, aífut band aposta1966 tentou se fazer, convocou 44 atletas, tentou se fazer uma seleção continuada e renovada. Não deu certo. Em 1970 já se fez uma seleção vencedora, uma das maiores campeãs aí. Em 1974 alguns jogadores estavam lá e na derrota foi muito criticado. O próprio Zagallo, que era a referência maior, foi muito criticado. Então, assim, a gente tem que ter cuidado nessas renovações. O processofut band apostaseleção, a gente sempre trabalhou com três critérios, e a gente acha que os critériosfut band apostaconvocação eles devem ser o mesmo, aqui no Brasil pelo menos, para os treinadores que assumam a seleção. Mas fora, nos outros países, quase sempre a renovação é muito pequena.

— O Vinícius vinha num processofut band apostadificuldade no Real, sem um bom entendimento com o Zidane, não tendo um aproveitamento muito bom. E a gente traz ele para a Copa América. Trabalha muito com ele algumas questõesfut band apostafinalização, as questõesfut band apostaataque ao espaço, usando a característica dele. E eu me lembro que eu vi num programa o Zinho falando que era vizinho dele e que via ele treinarfut band apostacasa. “O Vinícius treinandofut band apostacasa, que legal”. E aí quando chega no clube, o Ancelotti recebe e trabalha muito com ele, faz essa evolução do atleta.

— Entãofut band apostaoutro momento, quando vai chegando perto da Copa, esse Vinícius evoluiu muito. A gente deu um pontapé inicial, mas o trabalho mais demorado, mais envolvente e detalhado foi do Ancelotti. E aí o Vinícius cresce. Mas tinha muitas opções boas na Copa e às vezes os jogadores demoram para amadurecer. O Raphinha, que a gente foi lá buscar, hoje vive um grande momento. Hoje tu tem na seleção aqui no Brasil dois grandes externos pela direita. Ainda bem que o Raphinha está jogando por dentro, aí tu pode tirar ele dali. Tem o Luiz Henrique, o Estevão, que está jogando muito. Então às vezes o Luiz Henrique está no jogo e não está dando a resposta. Aí tu pode usar o Estevão ali. Tem o Savinho... Então tem que ter paciência com esses critérios que a gente usa. São os critérios do momento do atleta, da história dele na seleção, que precisa levarfut band apostaconta, e a projeçãofut band apostaum atleta para o futuro. Então nós estamos vivendo agora uma fasefut band apostaque o Dorival está chegando, trouxe uma equipe para trabalhar, para dar suporte, com profissionaisfut band apostaqualidade por trás dele. Para dar essa tranquilidade, precisafut band apostadois bons resultados nessa próxima data Fifa, para seguirfut band apostamarço, mais tranquilo para fazer o trabalho dele e definir o grupo. E olha que ele já experimentou bastante gente... Acho que a partir do ano que vem,fut band apostamarço, ele começa a definir um grupo mais coeso e mais definido ali,fut band aposta30 jogadores, e vai trabalharfut band apostacima disso. Fora do Brasil não tem muito isso, não tem muito essa busca por jogadores. Vai surgindo um aqui, outro ali, mas vão se repetindo.

De cinco anos pra cá, o futebol brasileiro mudou. Muitos treinadores europeus, as SAFs, os orçamentos turbinados. Você citou Luiz Henrique e Estevão. Você acha que hoje o futebol brasileiro tem mais jogadores convocáveis do que tinha na épocafut band apostavocês? Tem mais aspectos coletivos que se podem levar para a seleção brasileira do que tinha na épocafut band apostavocês?

— Não sei, mas vou fazer uma avaliação rápida. O Bento surgiu como um goleiro. Nós tínhamos só um goleiro no Brasil dando resposta boa, que era o Weverton. Surgiu o Bento, hoje tem dois goleiros. O Arana estava pronto para ir pra Copa, mas teve aquela lesão. Ele continua ali. Surge um volante com característica diferente, que é o André, ou o João Gomes. Eles rapidamente já foram para Europa, mas estavam neste mercado. Tem o Igor Jesus, que é uma grande descoberta, está jogando muito e está aqui no Brasil. O Luiz Henrique já esteve lá fora e eu conheço o Luiz desde a época da base, sempre foi um grande jogador. E agora o Estevão, então não muda muito isso. O Brasil sempre teve bons jogadores, tanto aqui quanto lá. Tem muito a questãofut band apostagrandes jogos,fut band apostagrandes enfrentamentos, enfrentamentos com jogadores num nível maior. Isso cria no jogador uma casca maior, cria no jogador uma qualidade maior, um entendimento maior do jogo. Eu vejo muito isso.

O que um clube precisa te mostrar para conseguir te atrair?

— Uma organizaçãofut band apostatrabalho, uma rotina bem definida, o comando do futebol com qualidade, com entendimentofut band apostafutebol. Hoje, o futebol depende muito do scout para que possa fazer contratações. E volto a falar: clubes da Série A, da B ou da C não estão muito longe nesses processos. A gente fica falando que tem treinadoresfut band apostanova geração, mas tem muitos analistasfut band apostanova geração, muitos scoutsfut band apostanova geração e muitos executivosfut band apostanova geração. Temos o exemplo do Edu (Gaspar) e do (Tiago) Scuro, profissionais que saíram daqui e foram trabalhar lá fora, fazendo grandes trabalhos. Então, um clube que tem essa organização, que tem uma rotina organizada, que tem um organograma organizado, que te dê uma certa tranquilidadefut band apostatrabalho dentro dessa cultura meio maluca do futebol brasileirofut band apostanão ter continuidade. Para mim, um dos maiores problemas é a faltafut band apostacontinuidade numa comissão técnica. Mas a gente sabe que, trabalhando numa situação organizada, a possibilidadefut band apostasucesso é maior. E infelizmente, os resultados é que vão fazer com que tu permaneça.

Com 15 anosfut band apostaexperiência na base do Corinthians, Vinicius Marques vai trabalhar com Cléber Xavier — Foto: Divulgação

Já parou pra pensar sobre essa questãofut band apostao Brasil ter conseguido conquistar certo espaço para seus executivosfut band apostagrandes centros,fut band apostagrandes ligas, mas não para os seus treinadores.

— Sim.

Tem um diagnóstico sobre isso?

— Um pouco pela língua, um pouco pela demorafut band apostater um estudo mais qualificado na preparação. Então tu vê a escola portuguesa, que é muito bem preparada a partirfut band apostauma escola que vem da Universidade do Porto. Ou a escola argentina. São muitos jogadores que trabalharam muito tempo na Europa e que se prepararam para ir lá, e também tem um poucofut band apostafacilidadefut band apostalíngua. E a escola do Brasil, historicamente nossos grandes treinadores não conseguiram ter um espaço. Não éfut band apostaagora isso. Eles não conseguiram ter um espaço maior lá fora. Eu acho que o cara que mais conquistou alguma coisa lá fora foi o Felipão com o Portugal. A CBF abriu um grupofut band apostaestudo criado pelo Maurício Marques e pelo professor Osvaldo, há muito tempo atrás. Teve uma evolução muito grande, mas ela poderia ir muito mais longe do que ela é. A CBF poderia dar muito mais para preparar melhor os treinadores. Eu fiz as duas licenças, eu fiz a licença A, fiz a licença Pro. O Vini que trabalha comigo fez a licença C, a licença B, a A e a Pro. A gente aprendeu muitas coisas, mas a gente aprende muitas coisas também nas relações, no dia a dia com esses treinadores que estão ali, nas aulas, nos trabalhos que a gente te fazfut band apostaconjunto. Eu acho que o maior problema é criar um processo, que já deveria ter sido criado há mais tempo,fut band apostaestudo melhor. E a dificuldade da língua também.

Como é que você tenta fazer individualmente para suprir todas essas deficiências que você vê no processo oficial? No seu caso, depois que você decidiu que ia seguir afut band apostacarreira, você mudou afut band apostarotina?

— (A rotina) éfut band apostaestudo. Eu dei uma atenção à família quando terminou o trabalho no Flamengo e já comecei a me preparar para escolher o profissional que vai trabalhar comigo, e outros que possam vir a trabalhar depois. Trocar ideia e fazer reuniões por vídeo, para a gente poder discutir metodologia, ideias, conceitos e treinamento. E isso é uma coisa que a gente tinha na CBF, as portas abertas para receber ex-atletas, treinadores e o pessoal da imprensa para discutir futebol. Eu continuo fazendo isso, num café, num almoço, ou uma troca por telefone com muitos profissionais que já trabalharam comigo e hoje são treinadores. Ainda não saí para fazer uma visitafut band apostaalguns clubes, que é uma questão que eu pretendo também. Só que o espaço também está muito curto, porque agora parece que o calendário já vai começarfut band apostajaneiro, vai ser mais achatado ainda. Então eu estou usando muito isso para estudar, assistir jogos, separar lancesfut band apostajogos, discutir lancesfut band apostajogos. Tem um material muito farto. Eu sempre digo isso. Tem muita gente boa nessa juventude postando coisas interessantes, discussões interessantes, matérias interessantes. Isso nos faz ou confirmar o que a gente pensa ou aprender aquilo que a gente não sabe.

É tentador assistir um jogo pensando que decisões você tomaria? Ou você prefere ver o jogo tentando entender os mecanismos que quem está ali, tomando decisão, usou?

— As duas coisas. Não tem como separar. Uma hora você vê o treinador fazer uma modificação e pensa: “por que não fez isso?” Mas eu também, por ser um profissional e por ter vivido muito isso, às vezes a gente entende este processofut band apostatomadafut band apostadecisão. São 24 anosfut band apostafutebolfut band apostaelite, 24 anos tomando decisões ou auxiliando o treinador a tomar decisões direto. Até 2012, a gente usava a comunicação pelo radinho. Depoisfut band aposta2012, a gente podia ficar sentado no banco. Então a crítica não pode ser solta, porque teve uma semanafut band apostatreino, teve a preparação, estratégia para o jogo, teve o pré-jogo, teve a palestra, teve a ideia que se leva para aquele jogo, tem os jogadores chaves dentro do campo que vão te ajudar com tomadasfut band apostadecisão. Tem uma sériefut band apostacoisas que a gente tem que levarfut band apostaconta.

Neste um anofut band apostaFlamengo, no início, conseguiram levantar o time, na Copa América, que parecia ser o períodofut band apostamaior fragilidade, responderam bem, mas depois caíram na Libertadores daquela maneira. Como avalia essa passagem?

— Nesse período, do presidente Landim como comandante do clube, nós fomos a comissão que durou mais tempo. Foram 11 meses e alguns dias. O primeiro processo a gente vem com a possibilidade e com o pedido da diretoria e nós entendemos que deveria ser naquele momento, depoisfut band apostaalgumas conversas,fut band apostaclassificar o time para Copa Libertadores. Um clube da grandeza do Flamengo não podia ficar sem disputar essa competição nesse ano. Conseguimos o objetivo, paralelamente analisamos alguns atletas que a gente gostaria que continuassem ou não, que a gente montaria como elenco.

— O segundo processo foi o início do ano, porque o Flamengo vinha sem conquistasfut band aposta2023, com um anofut band apostadificuldade. Entra num ano eleitoral e a gente tem aquele entendimentofut band apostatodos, da presidência, departamentofut band apostafutebol e nosso, que a gente deveria buscar a conquista do título do Campeonato Carioca. A gente consegue ser campeão invicto.

— O terceiro momento, a gente fica com o trabalho com muita dificuldade, por ter jogadoresfut band apostademasia nas seleções. É aí que a gente entende a usar jogadoresfut band apostaduplas funções, fazer com que a gente conseguisse, naquele tempofut band apostatrabalhofut band apostadez dias, desenvolver uma maneirafut band apostajogar e continuar se mantendo no nível que a gente estava no Campeonato Brasileiro. Paralelamente a isso, as competições que vão chegando, num terceiro momento. A gente perde um montefut band apostajogadores e consegue manter,fut band apostajogos importantes, vitórias importantes nesse período. No quarto momento, foi o momento mais difícil para nós. Esse período da Copa América sacrificou muito porque alguns jogadores jogaram no sacrifício, com um pouquinhofut band apostalesão, sem o melhor momento físico, e aquilo a gente perdendo algum jogador por lesão. Foi muito difícil. É o momentofut band apostaque a gente cai e esse momento coincide, quando teve uma sériefut band apostajogos ali que foram jogos muito difíceis,fut band apostajogar no sintético. Muita gente fala assim: “ah, é desculpa”, mas jogar no sintético do Botafogo e do Palmeiras é muito difícil, porque não é um campo que você está acostumado e são duas grandes equipes competitivas e com muita qualidade.

Auxiliarfut band apostaTite, Cléber Xavier conta as melhores histórias da ‘parceirabilidade’

— Então a gente pegou dois jogos com o Palmeiras, um no campo sintético, o outro normal, jogos decisivosfut band apostaCopa do Brasil, e no Brasileiro, três jogos, na verdade. Pegou o jogo do Botafogo e teve viagem para a Bolívia, que é muito duro jogar, teve uma sériefut band apostajogos difíceis. O calendário nos colocou ali e a gente teve muita dificuldade e houve a queda. A gente continuou nessa queda. E, infelizmente, a gente não consegue passar pelo Peñarol. A gente brigou tanto para trazer uma classificação para esse anofut band apostaLibertadores, a gente não consegue passar. Faz dois jogos que não são bons jogos, a gente reconhece, mas a gente deixa o clube numa situação boa na Copa do Brasil e boa no Campeonato Brasileiro com todas essas dificuldades. A gente sai num momento difícil, que a torcida vaiou no jogo contra o Athletico. Mas a gente, sinceramente, a gente não esperava. Eu, particularmente, eu não esperava. Tanto que eu vou para casa já pensando, na minha cabeça, no jogo contra o Corinthians.

Uma discussão que acompanhou o Flamengo no ano foi o calendário e as opções. As prioridades no imaginário das pessoas são, pela ordem Libertadores, Brasileiro e Copa do Brasil. É difícil tratá-la (a Copa do Brasil) como competição menor do que o Brasileiro?

— É muito difícil, porque,fut band apostateoria, elas têm essa diferença. Mas na prática tu sempre vai me ouvir falando ou vai ouvir outros treinadores falando que o próximo jogo é o mais importante. E às vezes tu só pensa nele, tu trabalha ele e então quando cai, coincidentemente, numa competiçãofut band apostaCopa do Brasil e o teu segundo adversário é o Palmeiras, não tem como tu não ir para o jogo com o Palmeiras com o teu melhor. Com cuidado com um ou outro atleta, mas tenta ir com o teu melhor para buscar a vitória. Porque aqueles mesmos que possam dizer teoricamente que é melhor valorizar o Brasileiro do que a Copa do Brasil, eles, na derrota, vão falar. Então, para a gente, internamente, é uma ideiafut band apostadiretoria,fut band apostacomissão técnica, que nós temos que ir trabalhar para a vitóriafut band apostatodos os jogos.

Olhando para trás, o que aconteceu na sequência Nova Iguaçu e Milionários, o que aconteceu no Amazonas e jogos do Campeonato Brasileiro no meio e depois Palmeiras. O Flamengo quase sempre esteve mais composto ou no Nova Iguaçu ou na Copa do Brasil do que no Brasileiro. Dava para ter feito diferente?

— Não, porque tudo é analisado diariamente. A rotinafut band apostaum atleta. Hoje você chega no clube, tu passa por uma situaçãofut band apostaanálise do sentimentofut band apostacomo tu teve no jogo anterior, no dia anterior,fut band apostacomo tu dormiu. Depois tu vai para a fisiologia para fazer mais um poucofut band apostaanálise, aí tu passa na fisioterapia para recuperar, ai tu passa no departamento médico se tu tem algum problemafut band apostalesão. Com os clubesfut band apostaalto nível hoje tem toda essa organização. Depois tu vai fazer o teu lanche, o teu almoço, ou seja, tudo para depois o treinador receber esse material para fazer uma análise, para decidir que atleta ele vai colocar. Então, assim, a gente tinha profissionaisfut band apostaaltíssimo nível no Flamengo para ajudar a decidir isso. A palavra final é do treinador principal, mas ele também analisa muito esses detalhes e com a diretoria também sentando à mesa para dizer “não, vamos colocar o que nós temosfut band apostamelhor hoje, que é muito importante para o clube esse resultado”. Então, às vezes coincidiu. A gente jogou muitos jogos e isso não é desculpa. Às vezes serve como desculpa, mas não é. A gente jogou muitas sequênciasfut band apostatrês jogosfut band apostaseis dias e aí tinha que optar. Dava para fazer assim: “vamos jogar contra o Amazonas com todo o time reserva e vamos jogar com time titular no Brasileiro contra o São Paulo”, vamos dizer assim. Lembro que a gente jogou um jogo nesse mês contra o São Paulo com os reservas. Mas não era (assim). O time estava melhor para jogar aquele jogo do Amazonas e era importante a classificação naquele jogo contra o Amazonas, para uma sequênciafut band apostaquerer ganhar a Copa do Brasil.

Auxiliarfut band apostaTite, Cléber Xavier comemora classificação para a Copa do Mundo: "PQP! Estamos no Catar!"

Você falou da surpresa com a demissão. Houve alguma justificativa da diretoria, alguma conversa?

— Teve a justificativa com o Gilmar (Veloz), com o empresário.

E foi qual? O resultado?

— O resultado. A relação com a torcida.

Simples assim?

— Simples.

Como foi a volta aos clubes depoisfut band apostarotina tão diferente numa seleção? Houve alguma mudança na formafut band apostaencarar, trabalhar, vocês trouxeram algo do universo do futebolfut band apostaseleções, sentiram um desgaste maior?

— Quando a gente assume a Seleçãofut band aposta2016, o Edu (Gaspar, ex-coordenadorfut band apostaseleções da CBF e parceiro da comissão técnica desde o Corinthians) coloca que vai dar uma volta na Europa e aqui na América do Sul para ver como trabalham alguns departamentosfut band apostaseleções e entender alguns processos. Só que não tínhamos tempo. Era um jogo contra o Equador, estávamosfut band apostasexto, tinha toda aquela dificuldade para buscar a classificação para a Copa. Então, resolvemos trazer a rotina do Corinthians para a Seleção e fazer uma adaptação. Os jogadores se apresentam na segunda. A grande maioria não consegue treinar porque jogou domingo, fez viagens longas. Na terça-feira ainda tem que recuperar alguns atletas. E na quarta-feira tu vai montar a estratégia ofensiva, defensiva efut band apostabolas paradas para o jogo. Tivemos que baixar o volume no segundo dia para no terceiro aumentar um pouquinho, sempre trabalhando com intensidade para ter equilíbrio no dia do jogo. É claro que são jogadoresfut band apostaalto nível, conseguem entender rapidamente. Nos períodosfut band apostacopas, mais longos, desenvolvemos trabalhosfut band apostaconteúdo melhores, mas é completamente diferentefut band apostaum clube. Na Seleção, jogamos 84 partidasfut band apostaseis anos e meio. No Flamengo foram 70fut band aposta11 meses e meio.

É frustrante para um treinadorfut band apostafutebol, atualmente, dar tão poucos treinos no campo?

— Eu gostei do processofut band apostaseleção. Entendi como é, e não há outra maneirafut band apostaser. A partir do momentofut band apostaque a gente chega na CBF, a comissão técnica trabalha diariamente das 10 da manhã às 7 da noite. Antigamente, não. O treinador ia, fazia convocação e acompanhavafut band apostacasa. Hoje há uma estrutura montada. Fizemos viagens, uma condição que nos foi dada pelo Edu e pelo Juninho Paulista (sucessorfut band apostaEdu no cargo, a partirfut band aposta2019) para que pudéssemos ter uma relação próxima com os atletas, almoçar, jantar com eles, conversar com as comissões técnicas, os departamentos médicos, os diretores. Gostei desse trabalho porque você consegue desenvolver teu jogo com resultados legais. Mesmo com jogadores importantes, conseguimos transformar alguns. Fazer com que executassem duas ou três funções. E os resultados aconteceram muito nas duas eliminatórias, nas Copas Américas,fut band apostaque ganhamos uma e fomos à final na outra, e nas duas Copas do Mundo, a gente podia ter ido mais longe? Podia. É um sentimento que eu tenho.

— No clube, com esse calendário que temos, é muito desgastante. Porque tu tem que analisar jogofut band apostacimafut band apostajogo, adversáriofut band apostacimafut band apostaadversário, montar treino, recuperar atleta. O Brasil é um país continental, as viagens são muito desgastantes, embora o Flamengo dê todas as condiçõesfut band apostavoltarfut band apostavoos fretados. Às vezes era mais interessante dormir na cidade e voltar no outro dia, é difícil equilibrar essas coisas. Estou preparado para assumir uma equipefut band apostaSérie A e viver essa realidade, e lógico que há equipesfut band apostaSérie A que não disputam tantas competições, ou umafut band apostaSérie B que dispute duas, oufut band apostafora do país, com outras realidades e é preciso entender cada uma delas. Passamos duas vezes pelos Emirados Árabes e jogávamos a cada 15 dias. Hoje, para mim, o futebol está muito baseadofut band apostarecuperar atleta e fazer estratégia para o próximo jogo. Gestãofut band apostapessoal,fut band apostaatletas, com treinamentos intensos, mas muitas vezes com volume reduzido. Uma realidade que tinha no futebol brasileiro até pouco tempo atrás era treinamentofut band apostadois turnos. Hoje não existe, não tem como. Hoje tem atleta que não treina para ir para o jogo, só recupera.

Assista à entrevistafut band apostaTite e Cléber Xavier, do Flamengo, depois da vitória contra o Athletico

Isso implica, definitivamente, incorporar novos meiosfut band apostapassar a mensagem? Não limita só ao campo, é vídeo no celularfut band apostajogador, esse tipofut band apostarecurso?

— Perfeito. Hoje, há reunião individual com os atletas, ou por setores, coletiva, montar material, discutir com atleta, fazer correções nos movimentos que precisam melhorarfut band apostaposicionamentofut band apostacorpo,fut band apostafinalizações, com todos eles,fut band apostaalinhamentofut band apostasetor,fut band apostaum jogo progressivo, do que quiser fazer nas organizações ofensivas e defensivas. É muito importante, hoje, o departamentofut band apostaanálisefut band apostadesempenho. O Brasil tem muitos bons analistas espalhados pelos clubes. Alguns viraram auxiliares e podem virar treinadores porque vão desenvolvendo uma maneirafut band apostaenxergar o jogo muito boa.

E como você vê os analistasfut band apostadesempenho particulares dos jogadores?

— É muito relativo. Já vi gente que não gosta, como preparadores físicos que não gostam que os atletas tenham seus individuais. Mas, para mim, depende muitofut band apostaquem é esse profissional,fut band apostacomo ele trabalha. Acho que para muitos é um bom auxílio. O preparador físico, o fisioterapeuta e o treinadorfut band apostamovimentos táticos. Aquele coach mental eu fico meio assim. Prefiro um bom psicólogo no clube. Tem que conhecer esse profissional, tentar se aproximarfut band apostaalguma maneira para saber se ele está fazendo um trabalho que o clube precisa.

Você não vê o risco desse treinador tático individual induzir o jogador a uma solução diferente daquela que o treinador deseja?

— Por isso digo que é interessante ter um conhecimento deste profissional para entender como ele faz esse processo. Eu conheço, principalmente, preparadores físicos particulares que fazem trabalhos muito bons, que às vezes o atleta não tem no clube. Minha ideiafut band apostatrabalhar, a princípio, com um auxiliar, é porque sempre valorizei os profissionais da casa. Todos os clubes pelos quais passei têm muitos bons profissionais. Muitos viraram os principais, sejam fisiologistas, fisioterapeutas, preparadores físicos, treinadores da base, auxiliaresfut band apostapreparação. Foi assim no Grêmio, no Inter, no Palmeiras. O Magoo (Marco Aurélio Schiavo), na épocafut band apostaque trabalhei no Palmeiras,fut band aposta2006, era um p... profissional e hoje é preparador físico do clube. O Rogerinho, com quem trabalhei no Grêmio. O Marquinhos, do Fluminense. O Arthur Peixoto, auxiliarfut band apostapreparação física do Flamengo, éfut band apostaaltíssimo nível. Então, temos profissionais bons e minha ideia é valorizá-los para desenvolver trabalhos com setores e individualidadesfut band apostaatletas. Se o clube me der condiçõesfut band apostaaumentar a comissão técnica, tenho condiçõesfut band apostalevar profissionaisfut band apostaalto nível.

O Tite disse que no iníciofut band apostacarreira como treinador, ele apenas dava a ordem aos jogadores. Hoje, ele precisa convencer o jogadorfut band apostaque aquela orientação é a melhor opção. Como pretende trabalhar com isso, sendo já experiente, mas iniciando uma trajetória como treinador principal?

— Aprendi duas coisas com o Tite no Grêmio e levo comigo. Primeiro é criar um bom ambientefut band apostatrabalho, com respeito e valorizando todos os profissionais. Segundo é uma liderançafut band apostaconvencimento. Tu pode determinar, tu é o cara que faz o comando, mas procura convencer o atleta daquilo. Hoje, um dos trabalhos mais importantes do treinador é desenvolver o atleta. Há muitos que podem fazer maisfut band apostauma função. Olha o que o Gerson está jogando. Em três ou quatro funções, ele joga, e desenvolveu isso com seus treinadores. Ele se propôs a isso.

— O que desenvolvemos nele foi uma liderança. Hoje, ele é o líder do Flamengo, e é um grande líder. Esse desenvolvimentofut band apostagestão humana também é legal. Uma coisa que surge agora éfut band apostarelação aos atletas que voltam depoisfut band apostacinco, 10, 15 anos na Europa, maduros, que jogaram grandes jogos, e são muito professores dos que vêm da base e atéfut band apostaoutros mais experientes. O Flamengo tinha o Filipe Luís, agora treinador, o David Luiz faz muito isso. Vi uma entrevista recente do Roger (Machado, técnico do Internacional) falando sobre como o Fernando (volante) o ajuda,fut band apostarelação ao Luis Otávio, menino que ele tá colocando pra jogar, e até ao Rômulo, a desenvolver alguns posicionamentos, leituras. Porque às vezes não dá tempofut band apostaa comissão fazer isso.

Conheça a históriafut band aposta'Cleber Xavier', auxiliar do técnico Tite

Se você tivesse 15 dias para acompanharfut band apostaperto o trabalhofut band apostaqualquer treinador do mundo, qual você escolheria?

— Ah, se eu abrir para o mundo vou até os grandes treinadores, citaria alguns, mas vou valorizar meu colegafut band apostatrabalho, aqui do Brasil. Eu gosto muito do Roger, acho que ele é um grande treinador. Foi nosso atleta no Grêmio, se preparou, merece o que está acontecendo agora. Trabalhoufut band apostagrandes clubes, fez grandes times, teve muitos acertos, alguns erros e aprendeu, está se desenvolvendo cada vez mais. Hoje, é um grande treinador. Eu gostaria, se pudesse,fut band apostaassistir a treinamentos dele, como já fiz.

Além do Inter, que você citou, que outros times da temporada brasileira você gostafut band apostaver?

— O time que mais chama atenção é o Botafogo. Muito agressivo, vertical, com jogadores que fazem a diferença. O Luiz Henrique e o Igor Jesus estão jogando muito. Mas o Savarino e o Almada também. E o Gregore faz um primeiro meio-campista que define o setor, agressivofut band apostamarcação forte. O Marlon também. A chegada do Alex Telles, que é um grande jogador. Os dois zagueiros têm qualidade no passe e marcação forte. O goleiro se destaca. Em relação ao ano passado, melhorou muito. Não à toa lidera o campeonato e vai decidir a Libertadores. Acho que a linhafut band apostafrente do campeonato é dos melhores. O Palmeiras sempre com grandes trabalhos, o Flamengo sempre chegando com conquistas. O Inter com essa recuperação do Roger. E o trabalho do Fortaleza que a gente não pode esquecer. O Vojvoda é um grande treinador e a gestão é o exemplo do que eu gostariafut band apostater. Não é uma SAF ainda, mas um trabalho organizadofut band apostamuito tempo. O Bahia deu uma derrapada, mas é um projeto que pode crescer. E sem esquecer do Atlético-MG,fut band apostaduas finaisfut band apostacopas.

Vocês tiveram dois atletas muito importantes na Seleção, o Neymar e o Coutinho, que hoje passam longe dos melhores momentos. O Neymar, na Arábia Saudita, com sériefut band apostalesões, o Coutinho, no Vasco. Qual o tamanho da ladeira que eles têm que subir hoje para voltar ao nível que já tiveram?

— Vou começar pelo Couto, gosto muito dele, é um grande atleta, fez trabalhos muito bons conosco, principalmente nos primeiros anos. Infelizmente, depois ele teve uma queda por causa das lesões. Torço muito para que, com uma preparação maior no próximo ano e uma organização no trabalho do Rafael Paiva, que também é muito bom,fut band apostauma nova geraçãofut band apostatreinadores, ele possa crescer. E o Neymar, infelizmente, teve uma lesão séria. Espero que se recupere efut band apostamarço estejafut band apostacondiçõesfut band apostaser convocado porque ele ainda é o jogador diferente do Brasil.

Você gostariafut band apostavê-lo novamente no futebol brasileiro?

— Não. Não consigo enxergar o Neymar jogando aqui. Espero que ele se recupere, cumpra o contrato no Al-Hilal, consiga voltar para a Seleção, e eu ainda o vejo jogando num grande clube da Europa. Torço por isso.

Guardiola disse uma vez que não acredita na tese sobre tratar todos os jogadores igualmente. Disse que uma vez repreendeu um jogadorfut band apostaparticular, e ele preferia que tivesse sido na frentefut band apostatodo mundo. Noutra vez, falou para todos e o jogador se sentiu mal. Até que ponto os jogadores devem ser tratados igualmente e outros merecem tratamentos diferentes dentrofut band apostaum clube?

— A vivência que tenhofut band apostatrabalhar muitos anos com grandes jogadores e com outros que surgiram da base e depois se tornaram grandes, é que tu deve ter conversas, se aproximar, tirar o melhor deles. Deve insistirfut band apostaalguns processos. Há muitos jogadores que estavam desistindofut band apostasi mesmos, e nós conseguimos fazer com eles alguns desenvolvimento. Acho que as coisas devem ser colocadas para todos. Nunca ser mal-educado, desrespeitoso, pisar no atleta. Ele deve ter a atenção chamada na frentefut band apostatodo mundo, mas sempre depoisfut band apostauma conversa individual porque eles, realmente, são diferentes entre si. E nunca desistirfut band apostadesenvolvê-los.