Por Luis Fernando Correia

Clínico e intensivista com certificadocasino mobile gratisInovação pelo MIT,... ver mais

Casoscasino mobile gratisSimone Biles e Naomi Osaka acendem alerta para a saúde mental no esporte

O médico Luis Fernando Correia avalia que a coragem da ginasta americana e da tenista japonesa ao expor suas fragilidades nas Olimpíadascasino mobile gratisTóquio 2020 pode ser fundamental para combater os estigmas relacionados aos transtornos mentais

Washington D.C., EUA


As pessoas estão “pifando”. E tudo fica muito claro quando a maior ginasta do mundo “pede para sair”, depoiscasino mobile gratisnão se apresentar bem durante as Olimpíadascasino mobile gratisTóquiocasino mobile gratis2021 e sentir medocasino mobile gratisnão ser capazcasino mobile gratisajudar a equipe a ganhar uma medalha. A ginasta americana Simone Biles, que desistiu das disputas por equipes e individual geral nos Jogos, disse há poucos dias que às vezes sente como se tivesse o peso do mundo sobre as costas: “Eu faço parecer que a pressão não me afeta, mas, às vezes, é difícil". Estamos falandocasino mobile gratisuma atleta que já conquistou seis medalhas olímpicas, sendo cinco na Rio-2016 (quatro ouros e um bronze) e a medalhacasino mobile gratisprata por equipescasino mobile gratisTóquio, mas que se retirou justamente da disputa por equipescasino mobile gratisfunção dacasino mobile gratissaúde mental.

Simone Biles durante finais da ginástica — Foto: REUTERS/Mike Blake

Outra estrela dos Jogos Olímpicos no Japão, Naomi Osaka, tenista número 2 do ranking mundial, se despediu do torneio precocemente ao ser derrotada pela tcheca Marketa Vondrousova, número 42 do ranking. A tenista também já deixou claro que enfrenta problemas emocionais e que toda a pressão que vem enfrentando a deixa vulnerável.

O que parece é que chegamos naquele momentocasino mobile gratisque o mundo inteiro esperacasino mobile gratiscada umcasino mobile gratisnós, e principalmentecasino mobile gratisquem está sob os holofotes da fama, no mínimo a perfeição. O problema é que níveis muito elevadoscasino mobile gratisexpectativa e cobrança são um terreno fértil para o aparecimentocasino mobile gratisansiedade, depressão e outros transtornos mentais.

Nessa Olímpiadacasino mobile gratisespecial, os atletas estão lidando com uma realidade atípica: a ausênciacasino mobile gratispúblico. Simone Biles, por exemplo, passou por um torneio classificatório para os Jogos onde as arenas estavam cheiascasino mobile gratisfãs, torcendo por ela e suas companheiras. Não se sabe o quanto dessa ausência faz com que os atletas, que já se tornaram pessoas públicas, tenham que lidar com seus demônios interiores, sem a “persona” que desenvolveram para se proteger.

A pressão é sempre enorme, cobrando resultados. Porém, vestidos com a “capa”casino mobile gratissuperatletas, pode ser suportável enfrentar essa cobrança. Mas sem o público para aplaudir e torcer, perde-se essa dupla identidade, reconhecida pelos torcedores. Quantos artistas têm reclamado da falta que está fazendo não poder “trocar” com o público durante a pandemia?

Naomi Osaka perde nas oitavas para a tcheca Marketa Vondrousova — Foto: David Ramos/Getty Images

Talvez Simone Biles tivesse “treinado” competir sem público; afinal, treinar é solitário por natureza. Mas as provas que a levaram a Tóquio tinham torcida presente. Expor essa luta interior que os atletas enfrentam os torna mais “humanos”, e para isso precisamcasino mobile gratismuita coragem depoiscasino mobile gratisatingir o Olimpo dos Campeões.

As diferentes formascasino mobile gratissofrimento mental são quase sempre associadas à desqualificação, fraqueza e vulnerabilidade. Exatamente o contrário do que se esperacasino mobile gratisum atleta olímpico. Por isso, também, relatos como oscasino mobile gratisOsaka e Biles são fundamentais para acabar com os estigmas relacionados aos transtornos mentais.

E o cenáriocasino mobile gratisfortes tensõescasino mobile gratisque vivem os atletas olímpicos não fica distante do da maioria dos empregos nos grandes centros urbanos, que frequentemente exigem dedicação praticamente exclusiva e empenho magnífico, motivo pelo qual o trabalho tornou-se uma importante fontecasino mobile gratisadoecimento psíquico na atualidade. A síndromecasino mobile gratisburnout é o exemplo mais claro e atual disso. No mundo corporativo e no mundo esportivo.

No quesito transtornos psiquiátricos, o Brasil é o país com o maior númerocasino mobile gratispessoas com transtornoscasino mobile gratisansiedade do mundo. Os dados são da Organização Mundialcasino mobile gratisSaúde.

Todos os olhos estão focadoscasino mobile gratisTóquio e, por isso mesmo, esta pode ser uma ótima oportunidade para discutir temas importantes como saúde mental, não só dos atletas galácticos, mascasino mobile gratistodas as pessoas que sofrem, muitas vezes caladas, com esses transtornos. A coragemcasino mobile gratisNaomi e Simone pode inspirar mulheres e homens a reconhecerem suas fragilidades e, com isso, buscar ajuda. Costumo dizer que o que não vira palavra, vira angústia. Mas o primeiro passo para falar sobre o sofrimento da alma é ter a sensaçãocasino mobile gratisacolhimento, que só virá quando não houver preconceito contra os transtornos mentais.

* As informações e opiniões emitidas neste texto sãocasino mobile gratisinteira responsabilidade do autor, não correspondendo, necessariamente, ao pontocasino mobile gratisvista do ge / Eu Atleta.