Existe uma diferença crucial entre jogar bem e jogar bonito. O Palmeirasblaze blaze apostasAbel Ferreira, em mais uma final após empatar com o Atlético-MG, por 1 a 1, é o exemplo perfeito para desfazer essa confusão clássica, que muitas vezes prejudica o olhar do Brasil sobre o futebol.
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Jogar bem é cumprir uma ideiablaze blaze apostasjogo. De uma forma muito simples, é entender a filosofia do treinador,blaze blaze apostasideia para aquela partida e ver o quanto o time cumpriu. Desde que chegou ao Palmeiras, Abel se caracteriza por ser extremamente mutável. Ele prefere estudar o adversário, identificar pontos fortes e neutralizá-los para não sofrer gols. Vem daí o lema da "baliza zero".
Do mesmo modo que fez contra River, Santos e São Paulo, Abel novamente mudou o Palmeiras num jogo decisivo. Usou o mesmo 5-3-2 contra o River na Argentina, mas com funções específicasblaze blaze apostasalguns jogadores: Marcos Rocha tinha como missão anular o forte ímpetoblaze blaze apostasGuilherme Arana, e assim, Rony poderia ficar mais à frente e servir como referência para o contra-ataque do Palmeiras.
Outra mudança inédita do técnico foi a funçãoblaze blaze apostasDanilo. Primeiro volante, ele jogou mais avançado até do que Raphael Veiga. Sua função era vigiarblaze blaze apostasperto Jair, volante que chegablaze blaze apostassurpresa e muitas vezes permite que um dos meias do Galo venha buscar a bola para pensarblaze blaze apostastrás.
Todas essas mudanças que você leu cumpriam a um propósito: neutralizar o ponto forte do Galo com a bola, a aproximação dos meias por dentro, com Hulk saindo da área para arrastar um zagueiro e criar espaço. O gol contra o River Plate na Argentina veioblaze blaze apostasuma aproximação, e o primeiro no Mineirão veioblaze blaze apostasum momentoblaze blaze apostasque Hulk circula pelo lado direito.
A linhablaze blaze apostascinco do Palmeiras garantia proteção extra porque Gómez acompanha Hulk por onde ele ia sem deixar a área desprotegida: Renan e Luan ficavam lá. Felipe Melo marcava Nacho ou Zaracho, enquanto Danilo encostavablaze blaze apostasJair. Vargas, autor do gol, não fez bom primeiro tempo e ajudou o Palmeiras a neutralizar a criaçãoblaze blaze apostasum time que raramente não faz gols emblaze blaze apostascasa.
Todo esse plano era acompanhado tambémblaze blaze apostasuma formablaze blaze apostasjogar com a posseblaze blaze apostasbola. O Palmeiras fez um jogoblaze blaze apostasbastante posse no primeiro tempo, e não foi mal nele. Obrigou o Atlético a fazer onze faltas só no primeiro tempo - mais do que o jogo inteiroblaze blaze apostasSão Paulo. A intençãoblaze blaze apostasAbel era com que Dudu ou Veiga circulassem, buscassem a bola láblaze blaze apostastrás e botassem Rony ou Piqueréz para correr. Ataque vertical, direto.
Agora, é preciso ver o que deu certo e não deu certo. É o balanço entre o que o time cumpriu da estratégia e não cumpriu que vai falar se o time jogou bem ou não. Vamos lá:
- O Palmeiras criou mais queblaze blaze apostasSão Paulo, mas finalizou pouco. O gol veioblaze blaze apostasuma jogada individualblaze blaze apostasVerón.
- O Galo criou pouco, mas chegou com bastante perigoblaze blaze apostasao menos quatro oportunidades que exigiram defesasblaze blaze apostasWéverton.
- Após o empate, o Atlético não conseguiu criar muito pela defesa concentrada do Palmeiras.
Pode-se dizer que o Palmeiras fez um jogo estratégico, bom na defesa e não tão bom no ataque. E assim como fez desde que Abel Ferreira chegou ao clube, foi fiel a uma proposta. Uma convicçãoblaze blaze apostasfutebol. Foi coerente e racional com o que o técnico propõe.
Jogar bem não é jogar bonito. A escolhablaze blaze apostasAbel Ferreira desagrada muita gente porque não produz um futebol bomblaze blaze apostasse assistir. Na cultura brasileirablaze blaze apostasvalorizar jogadas individuais e bola trabalhada, o Palmeiras se encaixa dentroblaze blaze apostasum "jogo feio". Pode até chamarblaze blaze apostasretranca e não gostar. O problema está quando se desvaloriza esse tipoblaze blaze apostasproposta porque ela não agrada ao gosto pessoal.
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É simples: o time respeita as regras impostas pela FIFA? Então é futebol. Bonito, feio, legalblaze blaze apostasver...é futebol igual a seleçãoblaze blaze apostas82. É um erro grave achar que um time que joga feio "não é futebol": o jogo é democrático, são as diversas maneirasblaze blaze apostasinterpretá-lo. O que torna o futebol tão rico é justamente essa multiplicidadeblaze blaze apostasjeitos.
O futebol é maior do que qualquer gosto pessoal. Você pode gostar ou não gostar da forma como o Palmeiras joga, e achar que o time pode mais. Em diversos momentos, pode mesmo - inclusive sofrer menos. O Palmeirasblaze blaze apostasAbel tem um defeito, que éblaze blaze apostaspropor jogo contra defesas fechadas. Também sofre com a faltablaze blaze apostaseficácia, perde jogos finalizando maisblaze blaze apostas30 vezes. Se você colocar tudo isso na balança, ainda é um trabalho muito positivo.
O problema morablaze blaze apostasusar esse defeito para atestar a qualidadeblaze blaze apostasum treinador, queblaze blaze apostasapenas dez meses, tem uma Copa do Brasil e duas finaisblaze blaze apostasLibertadores conquistadas, praticamente sem investimentos, no meioblaze blaze apostasuma pandemia e recheadoblaze blaze apostasjogos onde o dedo do técnico foi decisivo. De novo, o uso da balança dirá que o saldo é positivo. E continuará positivo mesmo se o Palmeiras perder a final da Libertadores.
Avaliar o trabalhoblaze blaze apostasAbel Ferreira pela ótica do gosto pessoal é um erro. Nem gênio, nem burro, o que ele faz no Palmeiras é uma aulablaze blaze apostascomo usar seus próprios recursos para vencer adversários mais fortes ou rivais. Quem gostablaze blaze apostasfutebol sabe reconhecer o mérito e valorizar quando um técnico estuda o jogo, aplica uma ideia no treino, convence seu grupo e sai com uma classificação para algo tão raro como uma finalblaze blaze apostasLibertadores.