Por Leonardo Miranda

Jornalista, formadopromo betwayanálisepromo betwaydesempenho pela CBF e espe... ver mais

Flamengo, Renato e a lição: não existe futebol sem tática

Vitória sobre o Barcelona teve brilho dos talentos do Flamengo, assim como sofrimento e momentospromo betwayfaltapromo betwaycontrole. Em todos os momentos, teve tática.


Renato Gaúcho nunca se vendeu como um técnico que prioriza organização tática. Sempre deixou claro que seu ponto forte era recuperar jogadores e explorar ao máximo a individualidadepromo betwaycada um. Por isso, quando o Flamengo sofre mais que o normal, como foi na vitória contra o Barcelona, há a ideiapromo betwayque não existe táticapromo betwayseu time.

O Flamengo não jogou mal, apenas oscilou. Foi atacado demais no primeiro tempo e poderia ter matado o jogo com um a mais. Teve momentospromo betwayamplo domínio com a bola, como nos dois gols.Com quatro defesas difíceis, Diego Alves foi o melhor do jogo. Andreas Pereira, jogando como volante no 4-2-3-1 do time, se destacou.

Em todos os momentos, nos bons e nos ruins, teve tática no timepromo betwayRenato. Tática e talento são coisas interligadas, não separadas. Tática é a formapromo betwayexplicar como jogadores estão organizados no espaçopromo betwayjogo. Se vinte e dois homens ou mulheres estãopromo betwaycampo, tem tática. O que mudapromo betwaytreinador para treinador é o tipopromo betwayorganização, que é a ideiapromo betwayjogo.

Renato Gaúcho na vitória do Flamengo sobre o Grêmio, pela Copa do Brasil, no Maracanã — Foto: André Durão

O papelpromo betwayum treinador é tomar decisões para chegar num determinado objetivo: vencer o jogo. Essas decisões sempre,promo betwayQUALQUER SITUAÇÃO, sãopromo betwayordem tática (porque envolvem o jogo) epromo betwaygestãopromo betwaygrupo (porque envolvem as pessoas que estão lá dentropromo betwaycampo).

Pegue como exemplo o lance do primeiro gol do Flamengo: foi uma jogada tática e ao mesmo tempo, individual. David Luiz carrega a bola e chega num lado todo preenchido pelo Barcelona. Ele toca para Andreas Pereira, que gira o jogo para Isla, bem aberto no outro lado.

  • Esse lance teve tática: o avançopromo betwayDavid Luiz tem o objetivopromo betwaycriar superioridade tática naquela região. Criar jogo mesmo. Para que o time não sofra, enquanto ele sobe, Arão e Andreas ficam mais atrás dando cobertura.
  • E teve individualidade: David Luiz é bom com os pés, e ao avançar, essa característica aparece mais nele. Mesma coisa com Andreas: ao ficar mais atrás, ele consegue pegar mais na bola e organizarpromo betwaytrás, como se sente mais confortável.

Primeiro gol começa com Andreas virando o corredor para Isla — Foto: Reprodução

O que aconteceu no primeiro gol do Fla se repetiupromo betwayoutros momentos do jogo. Olha o mesmo tipopromo betwayorganização no espaço (a tática) que serve para potencializar as individualidades (o talento) dez minutos depois do gol. Se há padrão, como dá para dizer que os gols são por acaso?

David Luiz novamente participandopromo betwayuma triangulação no Flamengo — Foto: Reprodução

É por existir tática ao mesmo tempo que existe individualidade que o Flamengo chega no terço final e faz o gol. Isla recebe, Gabigol aproxima e Andreas se organiza no campo no espaço deixado por Gabi. Esse movimento, que são as trocas que Renato treina no time, ajuda a deixar a defesa do Barcelona mais desorganizada, o que ajuda a deixar Bruno Henrique marcado apenas pelo lateral.

Andreas avança e trocapromo betwayposição com Gabigol — Foto: Reprodução

Percebeu que a ação tática altera a individualidade? As duas coisas JAMAIS estarão separadas.

Quando o Renato recua o time no 2º tempo, com a vantagem no placar, essa decisão é também tática. Ele quer chamar o adversário, mas defendendo bem, geralmente com Thiago Maia. Aí, explora a velocidade do Michael no contra-ataque. Ao mesmo tempo, também afeta na gestãopromo betwaygrupo. É o tipopromo betwaycenário que potencializa o Michael e o Vitinho. As entradas do Rodinei, querido pelo grupo inteiro, também foram uma formapromo betwaydeixar todos confortáveis dentropromo betwayum cenário que sabem jogar.

O que aconteceu é que o Barcelona mostrou coisas que Renato ainda não tinha vivenciado no Flamengo. E nem ele, nem seus jogadores, responderam plenamente a essas mudanças, muito porque Renato acredita que os jogadores devem combinar e se conversar para resolver problemas do jogo.

Pega a forma como o Barcelona agrediu as costaspromo betwayArão e Andreas. A defesa do Flamengo, que jogapromo betwaylinha (algo que Renato mantevepromo betwayCeni) foi bastante exigida epromo betwayvários momentos se viu quebrada, com um zagueiro ou lateral fora do setor dos companheiros. Nesses momentos, Diego Alves salvou o que poderia ter sido gols do adversário.

Defesa do Flamengo sofreu com o ataque do Barcelona na primeira etapa — Foto: Reprodução

Olha aqui, a mesma coisa. Andreas, que jogou bem demais, sofreu muito nos momentos que o Fla defendia. Foi exigido que ele defendesse mais, fechasse a entrada da área e marcasse quem se aproximava. Não é a dele.

Andreas e Arão deixaram a entrada da área desprotegida — Foto: Reprodução

Tem técnico que prioriza a tática. Tem quem priorize a individualidade. Priorizar não significa deixarpromo betwaylado. É só dar mais foco a uma coisa. Com Renato, o foco é nesses ajustes para explorar as individualidades. Como tudo na vida, essa formapromo betwayver o futebol rende bons frutos e tem defeitos.

O ponto bom é que Renato costuma chegar e rapidamente melhorar os resultados e o nívelpromo betwayfutebol da equipe. Em 2016 no Grêmio, chegou e rapidamente mudou o sistemapromo betwaymarcação,promo betwayzona para individual. Jogadores como Kannemann crescerampromo betwayrendimento no que rendeu a Copa do Brasil, e no ano seguinte uma Libertadores.

O ponto ruim é a faltapromo betwayevolução frente a cenários diferentes - a mesma coisa que o Barcelona fez! Quando o Grêmio precisavapromo betwayum novo modelo e novas soluções, começou a ir mal, comopromo betway2018, 2019 e mais especificamente comopromo betway2020. Na última temporada, Renato tentava fazer mais ou menos o que faz no Fla: toca bola até conseguir a vantagem, depois recua e contra-ataca.

Quando o Flamengo fez 4 a 0 no Grêmio, teve tática. Quando perdeupromo betway1 a 0 para o mesmo Grêmio, teve tática. Com qualidades e limitações como qualquer ser humano na terra, Renato não é um mero boleiro, ou um grande estrategista. É um treinadorpromo betwayfutebol que prioriza a gestãopromo betwaygrupo e colhe os frutos bons e ruins dessa escolha.