Quis o juiz que o principal personagem do duelo entre Vasco e São Paulo fosse o VAR e a expulsãopromo code f12betRaniel. Mas o exageropromo code f12betDaronco não foi o suficiente para esquecer os trinta minutos perfeitos do Vasco com igualdadepromo code f12betcampo Foram sete finalizações! Ou o domínio com um a mais, com dois gols construídos lápromo code f12bettrás e apenas três chutes concedidos ao São Paulo.
Melhores momentos: Vasco 2 x 0 São Paulo pela 16ª rodada do Brasileirão 2019
É preciso não esquecerpromo code f12betVanderlei Luxemburgo. Fundamental na história do futebol brasileiro, ele andapromo code f12betbaixa, mas sempre teve conteúdo. Dessa vez, mostrou como a marcação à brasileira, com os chamados encaixes setorizados, pode ser eficiente contra times tecnicamente melhores se bem aplicada.
“Isso é bem Brasil. Nós somos assim. O Raul preencheu o lado direito, fazendo o corredor com o Andrey. Mantive o 4-1-4-1 com dois meias que pisam a área. Mesma coisa com o Henrique: o Antony é muito habilidoso e canhoto, então se puxasse para dentro, poderia levar o Henrique na falta”.
O que chamamos “encaixes” tem vários nomes. Na rua é o “cada um pega o seu”, ou também “marcação por setores”. O que importa é sempre a engrenagem, o movimento dos jogadores. A ideia é sempre anular o adversário. Não deixar ele criar. São diversas ações individuais sempre impedindo o avanço do outro lado. Exemplo: o Vasco começa num 4-1-4-1 e dá campo aos zagueiros do São Paulo. Veja que Marrony até encurta o espaço, mas todo mundo à frente da bola está bem marcado. Bem encaixadinho, sem opções.
Esse tipopromo code f12betmarcação divide o campopromo code f12bet“setores”. Cada setor épromo code f12betresponsabilidadepromo code f12betum jogador, que deve atuarpromo code f12betqualquer adversário que caia por lá. Caiu no setor? Não pode deixar jogar! É responsabilidade ir até o fim e dar o máximopromo code f12betsi para isso acontecer. Exemplo: aqui o Vasco vai avançar e dá pra ver todo mundo acompanhando quem caiu no setor: Talles Magno com Juanfran, Andrey com Tchê Tchê e Marcos Júnior com Liziero.
Se você observar bem, vai ver que o 4-1-4-1 se desmancha aqui. Olha como Marcos Júnior está avançado. Ele faz isso para acompanhar o jogadorpromo code f12betseu setor. Henrique também. Ele é lateral, portando um defensor, mas está quase no ataque para perseguir Antony e não deixar ele receber a bola. Por isso dizemos que o time “encaixa” no rival.
No encaixe, o time só tenta roubar a bola quando os jogadores mais técnicos do outro lado jogam. Por isso é tão comum ver zagueiros ou o volantão livre, mas um meia mais cerebral sempre marcado. Na tentativapromo code f12betfazer o São Paulo criar mais, Daniel Alves recua e vem buscar a bola, mas o time inteiro vigia essa movimentação. Dani está no setorpromo code f12betquem? Marrony! Então ele vem e encaixa. Andrey e Marcos Júnior fazem o mesmo, e Richard, o primeiro volante, persegue Antony.
O intuito dessa “bagunça organizada” é evitar que o adversário tenha opções livrespromo code f12betpasse. Tão importante quanto encaixar a marcação é encaixar quem está próximo. E vem daí a principal crítica a esse tipo: o time agepromo code f12betacordo com o adversário, então se desorganiza todo. Se não tem um plano do que fazer quando recupera a bola, raramente vai conseguir encaixar um contra-ataque.
O volantão marcador e pegador é uma instituição do futebol brasileiro. Todos os times que fazem sucesso tem essa figura,promo code f12betAndrade a Felipe Melo, passando por Mauro Silva e Gilberto Silva. Sabe por que o camisa 5 é tão comum aqui? Porque ele é quem dá equilíbrio aos encaixes, funcionando como cobertura no setor onde está a bola e espanando jogadas que poderiam serpromo code f12betperigo.
No Vasco essa peça atende pelo nomepromo code f12betRichard. Ele é o “1” do sistema e sempre está perto da marcação. Quando alguém avança muito, ele fica perto do buraco que se abriu, como aqui: está protegendo o lateral. Se algo der errado, ele está pronto para intervir, matar essa jogada e não deixar os zagueiros saírem do lugar. O encaixe tenta sempre proteger a zaga.
O drible é considerado essencial no Brasil porque ele quebra os encaixes. Um drible no jogador que veio pressionar bagunça todo o sistema e tira os zagueiros do lugar. Mas um drible numa marcação por zona não gera o mesmo efeito. Tudo está interligado!
A marcação por encaixes é uma invenção brasileira. Ela surge após a derrota para o Uruguai na Copapromo code f12bet1950. O WM do técnico Flávio Costa tinha marcação individual, com Bigode juntopromo code f12betGigghia, Juvenalpromo code f12betMiguez e Augustopromo code f12betMoran. Segundo relatos, os dois gols nascerampromo code f12betfalhas individuais - na marcação homem a homem, um jogador tecnicamente superior tem mais chancespromo code f12betvencer o defensor.
Era preciso tornar o Brasil mais seguro para enfrentar os europeus, e o time que melhor defendia no Brasil era o Fluminensepromo code f12betZezé Moreira. Ele montara um time com diversas novidades táticas. A primeira delas era o posicionamento dos três zagueiros: eles marcavam o espaço e não mais o jogador. Vítor e Edson, os médios, tinham que dar o primeiro combate. Basicamente, encaixar no adversário. A imprensa chamou esse sistemapromo code f12bet“marcação por zona”, e,promo code f12betmovimento comum até hoje, taxou o Fluminensepromo code f12betdefensivo e "timinho". O time foi campeão carioca levando apenas 25 gols, recorde na época, e com vários 1 a 0.
A CBD acompanhava as inovaçõespromo code f12betZezé Moreira e o chamou para treinar a Seleção na Copapromo code f12bet1954. O Brasil fez jogo contra a Hungria, na Copa do Mundo, e perdeu por 4 a 2. Com a marcação por zona, que na décadapromo code f12bet1960 ganharia o nomepromo code f12betencaixe. Zezé e seu irmão, Ayrton Moreira, treinaram vários times e influenciaram uma geraçãopromo code f12betjogadores. Dois deles são especiais. Um era o ponta-esquerdo do Flupromo code f12bet1951, que no sistema por zona, ajudava Didi voltando até o meio-campo. Inspirado pelo movimento do companheiro, o ponta do Flamengo fazia o mesmo e convenceria o técnico Fleitas Solich a adotar a marcação por zona e o 4-2-4 no Flamengo tri-campeão carioca.
O nome desses pontas? Telê Santana e Zagallo. Os dois mentorespromo code f12betLuxemburgo.
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