Por Leonardo Miranda

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Uma aulapromo code f12betLuxemburgo sobre defender “à brasileira”, com encaixes por setor

Sistemapromo code f12betmarcação típico do país fez Vasco neutralizar São Paulo, mesmo antes da expulsãopromo code f12betRaniel, na melhor atuação com Luxemburgo


Quis o juiz que o principal personagem do duelo entre Vasco e São Paulo fosse o VAR e a expulsãopromo code f12betRaniel. Mas o exageropromo code f12betDaronco não foi o suficiente para esquecer os trinta minutos perfeitos do Vasco com igualdadepromo code f12betcampo Foram sete finalizações! Ou o domínio com um a mais, com dois gols construídos lápromo code f12bettrás e apenas três chutes concedidos ao São Paulo.

Melhores momentos: Vasco 2 x 0 São Paulo pela 16ª rodada do Brasileirão 2019

É preciso não esquecerpromo code f12betVanderlei Luxemburgo. Fundamental na história do futebol brasileiro, ele andapromo code f12betbaixa, mas sempre teve conteúdo. Dessa vez, mostrou como a marcação à brasileira, com os chamados encaixes setorizados, pode ser eficiente contra times tecnicamente melhores se bem aplicada.

“Isso é bem Brasil. Nós somos assim. O Raul preencheu o lado direito, fazendo o corredor com o Andrey. Mantive o 4-1-4-1 com dois meias que pisam a área. Mesma coisa com o Henrique: o Antony é muito habilidoso e canhoto, então se puxasse para dentro, poderia levar o Henrique na falta”.

promo code f12bet Encaixes fazem o adversário não criar

O que chamamos “encaixes” tem vários nomes. Na rua é o “cada um pega o seu”, ou também “marcação por setores”. O que importa é sempre a engrenagem, o movimento dos jogadores. A ideia é sempre anular o adversário. Não deixar ele criar. São diversas ações individuais sempre impedindo o avanço do outro lado. Exemplo: o Vasco começa num 4-1-4-1 e dá campo aos zagueiros do São Paulo. Veja que Marrony até encurta o espaço, mas todo mundo à frente da bola está bem marcado. Bem encaixadinho, sem opções.

Vasco no 4-1-4-1: o time não jogou com quatro volantes — Foto: Leonardo Miranda

promo code f12bet Cada jogador tem um setor que deve “cuidar”

Esse tipopromo code f12betmarcação divide o campopromo code f12bet“setores”. Cada setor épromo code f12betresponsabilidadepromo code f12betum jogador, que deve atuarpromo code f12betqualquer adversário que caia por lá. Caiu no setor? Não pode deixar jogar! É responsabilidade ir até o fim e dar o máximopromo code f12betsi para isso acontecer. Exemplo: aqui o Vasco vai avançar e dá pra ver todo mundo acompanhando quem caiu no setor: Talles Magno com Juanfran, Andrey com Tchê Tchê e Marcos Júnior com Liziero.

Vasco "encaixando" o São Paulo. Perceba como ninguém fica livre — Foto: Leonardo Miranda

Se você observar bem, vai ver que o 4-1-4-1 se desmancha aqui. Olha como Marcos Júnior está avançado. Ele faz isso para acompanhar o jogadorpromo code f12betseu setor. Henrique também. Ele é lateral, portando um defensor, mas está quase no ataque para perseguir Antony e não deixar ele receber a bola. Por isso dizemos que o time “encaixa” no rival.

promo code f12bet Pressão deve ser feita quando os mais inteligentes pegam na bola

No encaixe, o time só tenta roubar a bola quando os jogadores mais técnicos do outro lado jogam. Por isso é tão comum ver zagueiros ou o volantão livre, mas um meia mais cerebral sempre marcado. Na tentativapromo code f12betfazer o São Paulo criar mais, Daniel Alves recua e vem buscar a bola, mas o time inteiro vigia essa movimentação. Dani está no setorpromo code f12betquem? Marrony! Então ele vem e encaixa. Andrey e Marcos Júnior fazem o mesmo, e Richard, o primeiro volante, persegue Antony.

Daniel Alves cercadopromo code f12betperto pela marcação vascaína — Foto: Leonardo Miranda

O intuito dessa “bagunça organizada” é evitar que o adversário tenha opções livrespromo code f12betpasse. Tão importante quanto encaixar a marcação é encaixar quem está próximo. E vem daí a principal crítica a esse tipo: o time agepromo code f12betacordo com o adversário, então se desorganiza todo. Se não tem um plano do que fazer quando recupera a bola, raramente vai conseguir encaixar um contra-ataque.

promo code f12bet O típico camisa 5 e a importância das coberturas

O volantão marcador e pegador é uma instituição do futebol brasileiro. Todos os times que fazem sucesso tem essa figura,promo code f12betAndrade a Felipe Melo, passando por Mauro Silva e Gilberto Silva. Sabe por que o camisa 5 é tão comum aqui? Porque ele é quem dá equilíbrio aos encaixes, funcionando como cobertura no setor onde está a bola e espanando jogadas que poderiam serpromo code f12betperigo.

Richard teve papel fundamental cobrindo quem avançava para marcar — Foto: Leonardo Miranda

No Vasco essa peça atende pelo nomepromo code f12betRichard. Ele é o “1” do sistema e sempre está perto da marcação. Quando alguém avança muito, ele fica perto do buraco que se abriu, como aqui: está protegendo o lateral. Se algo der errado, ele está pronto para intervir, matar essa jogada e não deixar os zagueiros saírem do lugar. O encaixe tenta sempre proteger a zaga.

O drible é considerado essencial no Brasil porque ele quebra os encaixes. Um drible no jogador que veio pressionar bagunça todo o sistema e tira os zagueiros do lugar. Mas um drible numa marcação por zona não gera o mesmo efeito. Tudo está interligado!

Talles Magno comemora seu gol sobre o São Paulo — Foto: André Durão

promo code f12bet Maracanazzo e Cariocapromo code f12bet1951: a origem dos encaixes

A marcação por encaixes é uma invenção brasileira. Ela surge após a derrota para o Uruguai na Copapromo code f12bet1950. O WM do técnico Flávio Costa tinha marcação individual, com Bigode juntopromo code f12betGigghia, Juvenalpromo code f12betMiguez e Augustopromo code f12betMoran. Segundo relatos, os dois gols nascerampromo code f12betfalhas individuais - na marcação homem a homem, um jogador tecnicamente superior tem mais chancespromo code f12betvencer o defensor.

Era preciso tornar o Brasil mais seguro para enfrentar os europeus, e o time que melhor defendia no Brasil era o Fluminensepromo code f12betZezé Moreira. Ele montara um time com diversas novidades táticas. A primeira delas era o posicionamento dos três zagueiros: eles marcavam o espaço e não mais o jogador. Vítor e Edson, os médios, tinham que dar o primeiro combate. Basicamente, encaixar no adversário. A imprensa chamou esse sistemapromo code f12bet“marcação por zona”, e,promo code f12betmovimento comum até hoje, taxou o Fluminensepromo code f12betdefensivo e "timinho". O time foi campeão carioca levando apenas 25 gols, recorde na época, e com vários 1 a 0.

A CBD acompanhava as inovaçõespromo code f12betZezé Moreira e o chamou para treinar a Seleção na Copapromo code f12bet1954. O Brasil fez jogo contra a Hungria, na Copa do Mundo, e perdeu por 4 a 2. Com a marcação por zona, que na décadapromo code f12bet1960 ganharia o nomepromo code f12betencaixe. Zezé e seu irmão, Ayrton Moreira, treinaram vários times e influenciaram uma geraçãopromo code f12betjogadores. Dois deles são especiais. Um era o ponta-esquerdo do Flupromo code f12bet1951, que no sistema por zona, ajudava Didi voltando até o meio-campo. Inspirado pelo movimento do companheiro, o ponta do Flamengo fazia o mesmo e convenceria o técnico Fleitas Solich a adotar a marcação por zona e o 4-2-4 no Flamengo tri-campeão carioca.

O nome desses pontas? Telê Santana e Zagallo. Os dois mentorespromo code f12betLuxemburgo.