Criou-se uma grande expectativa quando Marcelo Bielsa foi anunciado como técnico da seleção uruguaia,fi2 betagostofi2 bet2023. No mínimo, parecia uma promessafi2 betexcelente entretenimento poder acompanhar uma seleção qualificada e sempre competitiva sendo dirigida por um técnico incensado pelo futebol ofensivo e pelas soluções pouco usuais -- que, junto ao temperamento excêntrico, lhe renderam o apelidofi2 bet"Louco".
Mas um homem é um homem e suas circunstâncias. E poucos técnicos apresentam circunstâncias tão exigentesfi2 betconvivência quanto Marcelo Bielsa. Inclusive, o apelidofi2 bet"El loco" surgiu após ele ameaçar torcedores do Newell's com uma granadafi2 bet1992. Nem semprefi2 betpersonalidade apresentou esse viés explicitamente bélico, mas manter uma rotina harmoniosa com Bielsa é tarefa árdua.
Nos últimos dias, a recente relação entre a Celeste e Bielsa sofreu uma rachadura nafi2 betainda frágil fundação quando Luis Suárez, um dos maiores ídolos uruguaios, revelou o desconforto dos jogadores com o comandante. Entre outras situações, o técnico sequer cumprimenta seus atletas. Chegou a colocar o atacante Agustín Canobbio para cumprir tarefasfi2 bet"sparring" da seleção e culpou especificamente ele por uma derrota diante do Equador. Assim,fi2 betmeio a um ciclonefi2 betrelacionamento, o Uruguai entrafi2 betcampo para as próximas rodadas das Eliminatórias.
Acontece que Bielsa possui uma aura incompatível com os resultados que apresenta ao longofi2 betsua carreira -- e mesmo com seu próprio comportamento. Das Olimpíadasfi2 bet2004 ao título da segunda divisão inglesa com o Leeds,fi2 bet2020, foram quase duas décadas sem títulos e com poucos trabalhos relevantes. Porque Bielsa é um mentor conceitualfi2 bettécnicos, mas ele mesmo tem dificuldadefi2 betcolocar suas próprias ideias na prática. Um filósofo que fala para um grupofi2 betfanáticos, como a caricaturafi2 betum Sócrates nascidofi2 betRosário discursandofi2 betpraça pública para quem quiser ouvir. O comportamento bizarro contribui decisivamente para a construção do personagem.
Com frequência, Bielsa gostafi2 betfalar do aspecto humano do futebol, mas suas ações muitas vezes caminham no sentido oposto. Entre outros problemas, Suárez afirmou que o técnico proibiu o grupofi2 betjogadoresfi2 betsaudar a torcida na chegada ao estádio. Também teria desestimulado a relação com funcionários da seleção, que foram impedidosfi2 betfazer as refeições junto com os atletas.
Logo que Bielsa assumiu o Uruguai, um caso passou quase despercebido: por diferenças imediatas, o encarregado do complexofi2 bettreinamentos da Celeste pediu demissão após maisfi2 betdez anos no cargo. Anos atrás, quando comandava o Leeds, mandou um colaborador espiar um adversário. Mais do que viver para o futebol e pela "nobreza dos recursos utilizados", como ele mesmo disse, Bielsa parece viver guiado pela missão únicafi2 betdisseminar o bielssismo.
Seria possível dizer que é uma reaçãofi2 betjogadores mimados como resposta a uma nova diretrizfi2 bettrabalho, na dura transição após a Era Maestro Tabárez, quando a Celeste funcionava com um ambiente quase familiar. Mas Luis Suárez parece exatamente o opostofi2 betum atleta que se enquadre neste estereótipo. Além disso, suas declarações receberam respaldofi2 betoutras referências do grupo, como Sergio Rochet e Federico Valverde.
É sempre tentador cobiçar um técnico que pense fora da caixinha (no casofi2 bet"El Loco" Bielsa, também fora da casinha), na expectativafi2 betestabelecer um padrão inovadorfi2 betfutebol. O problemafi2 betBielsa é que os resultados e o desempenho ficam muito aquém do que o personagem promete. E, no caso do Uruguai, seu ego parece incompatível com o paisito efi2 betformafi2 betencarar o futebol e a vida.
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