A magia das Copas não pode induzir à desvalorização do Campeonato Brasileiro


Entre gols nos minutos finais, séries intermináveisfootball studio bet7kpênaltis e resultados sustentados sob forte pressão nos últimos instantes, as copas continentais proporcionaram uma noitefootball studio bet7kintensa emoção na terça-feira – uma jornada bonitafootball studio bet7kcampo, deplorável fora dela, entre atos racistasfootball studio bet7kRosário e no Maracanã, tentativasfootball studio bet7kagressão sofridas por corintianos, cédulasfootball studio bet7kdinheiro argentino sendo queimadas por brasileiros na Argentina, excessos da polícia local no Rio...

Voltando aos gramados, a cirandafootball studio bet7kemoções muito própria das copas, elemento que claramente as torna apaixonantes, é também um importante lembrete para um Brasil que se seduz tão facilmente pelos torneios que vendem a ilusãofootball studio bet7kum atalho para o sucesso. A aleatoriedade envolvida numa disputafootball studio bet7kmata-mata é, ao mesmo tempo, o maior atrativo destes torneios, mas também a principal razão para que não se negligencie o Campeonato Brasileiro, a disputa por pontos corridos. Este sim, o torneio doméstico mais importante. Um terreno mais controlável, capazfootball studio bet7kmedirfootball studio bet7kforma mais fiel as capacidadesfootball studio bet7kcada time, a regularidade. E, fundamental, capazfootball studio bet7kdiluir os efeitosfootball studio bet7kuma noitefootball studio bet7kque o acaso trabalhe a favor ou contra.

Rochet cobra pênalti da classificação do Inter — Foto: Bruno Ravazzolli

O Internacional fez excelente partida contra um River Plate que se apresentava como um dos mais fortes candidatos à Libertadores. Dominou claramente por cercafootball studio bet7k80 minutos, fez 2 a 0 e sofreu um gol perto do fim. Com todo o domínio do time gaúcho, a diferença entre ganhar ou perder, entre seguir adiante ou ser eliminado, poderia ter sido o escorregãofootball studio bet7kSolari na marca do pênalti, os poucos centímetros que fizeram o chutefootball studio bet7kDe Pena tocar na trave e sair, e ofootball studio bet7kIgor Gomes tocar no poste e entrar. O Internacional se reforçou bem na janela, é um time mais forte neste momento. E tal constatação não deveria dependerfootball studio bet7kqualquer destes lances que poderiam mudar o rumo da série contra o River Plate.

O Fluminense mereceu vencer o Argentinos Juniors no Maracanã, buscou mais a vitória, mesmo sem apresentarfootball studio bet7kmelhor versão. Vive, há maisfootball studio bet7kum ano com Fernando Diniz, um trabalho sólido,football studio bet7kboa qualidade. Mas vejam a quantidadefootball studio bet7kcircunstâncias envolvidas num jogo decisivo como este. Uma campanha inteira condicionada por um lance,football studio bet7kque André decide erguer o pé – e o adversário abaixa a cabeça, diga-se – numa dividida. É uma jogada no limite da interpretação do árbitro entre um cartão amarelo e um vermelho. Isso sem falar na saga do time argentino para escalar seu goleiro. O titular fora expulso uma semana antes, o reserva acabou vetado a minutos do jogofootball studio bet7kvolta, restando apenas um jovem estreantefootball studio bet7k21 anos, sem experiência internacional. E foi ele quem chegou na bola, mas não conseguiu evitar que ela entrasse no chute decisivofootball studio bet7kSamuel Xavier.

John Arias, Fernando Diniz e Germán Cano, do Fluminense — Foto: André Durão

O futebol é, por natureza, um jogofootball studio bet7kmargens pequenas. Em diversos outros esportes, dominar o rival por 80% do tempo permite abrir vantagens intransponíveis. No futebol, basta um gol para vencer, com ou sem controle das ações, com ou sem superioridade. Um acidente pode bastar numa noite. Ocorre que,football studio bet7k38 rodadas, acidentes não se repetem. Numa Copa, o imponderável é o fim do caminho.

É natural que, para clubes que não ocupem o topo da pirâmide das receitas, as Copas sejam um caminho viável para ser campeão. O que não faz sentido é entendê-los como a única finalidadefootball studio bet7kuma temporada, as únicas ocasiões quefootball studio bet7kfato valem a pena,football studio bet7kespecial se o preço for inviabilizar ou, ao menos, desvalorizar a caminhada nos pontos corridos. Porque um dos caminhos é quase indomável, incontrolável. O outro, irá dar a real medida do poderiofootball studio bet7kcada equipe, irá determinar o statusfootball studio bet7kcada clube na hierarquia do jogo, seja como candidato a título, seja como clubefootball studio bet7kLibertadores,football studio bet7kSul-Americana, oufootball studio bet7kprimeira divisão. Copas distribuem bons prêmios no curto prazo, mas a capacidadefootball studio bet7kse estabelecerfootball studio bet7kmaneira estável na pirâmide econômica do jogo é o que sustenta a capacidadefootball studio bet7kcompetir a longo prazo,football studio bet7kvoltar às copas no ano seguinte. Para quem tem poderio financeiro maior, faz ainda menos sentido negligenciar os pontos corridos, quefootball studio bet7ktese premiam os mais ricos -football studio bet7kespecial os que combinam dinheiro e projetos esportivos racionais.

É evidente que as copas apresentam decisões que se impõem, noites nobres que irão absorver o físico, o técnico e o mentalfootball studio bet7kqualquer time efootball studio bet7kqualquer torcida. São experiências únicas e é justo tratá-las com a devida nobreza, sonhar com uma taça é vital. Mas a capacidadefootball studio bet7kcompetir a cada domingo, rodada após rodada, não deve ser desprezada. Cabe ao futebol brasileiro, um dia, ser capazfootball studio bet7kfazer um calendáriofootball studio bet7kque um torneio não sabote o outro.