Ex-atleta do NBB desabafa sobre preconceito após se maquiar para esconder vitiligo: "Me escondia"

Por Nós, série do Globo Esporte BA, conta a históriaapostas onlineapostas online em dominódominóEdu Mariano: "É forte quando você escuta que preto não pensa, só sabe correr"

Por Costta Filho, Gabrielle Gomes e Ruan Melo — Salvador


Por Nós: duplo preconceito marcou a trajetóriaapostas onlineapostas online em dominódominóEdu Mariano no NBB

Paulistaapostas onlineapostas online em dominódominóFranca, Edu Mariano tem longa história no NBB, na principal liga do Brasil, com 11 temporadas disputadas, sendo seis delas pelo Vitória. Ao longo da caminhada, fez história ao conquistar um inédito terceiro lugar pelo clube rubro-negro,apostas online em dominó2015/2016, e criou identificação. Mas a caminhada no basquete nem sempre foiapostas onlineapostas online em dominódominósorrisos para o então jogador, que precisou lidar com o preconceito por conta da cor da pele.

No mês da Consciência Negra, o Globo Esporte BA promove a série "Por Nós", que conta a históriaapostas onlineapostas online em dominódominóatletas que sofreram e combateram o preconceito no esporte. Após Marily dos Santos, agora é a vezapostas onlineapostas online em dominódominóconhecer Edu Mariano, que atualmente é treinadorapostas onlineapostas online em dominódominóbasquete.

- Eu estava pensandoapostas online em dominóparar e tive a oportunidadeapostas onlineapostas online em dominódominócrescerapostas online em dominóSalvador,apostas onlineapostas online em dominódominóvoltar a jogar. Salvador me devolveu o basquete novamente. A cultura do futebol é forte, mas a galera abraçou. Quando a gente chegouapostas online em dominóCajazeiras que não tinha piso flutuante, que falaram que não iria dar certo. Aí a nossa fé pegou e trouxe tudo isso para acontecer, e hoje a gente está fazendo o basquete ser realidadeapostas online em dominóSalvador. Time o momento para conquistar e virar realidade. A gente não tinha o NBB, só o estadual. Hoje a gente tem um estadual legal e tem oportunidadeapostas onlineapostas online em dominódominójogar outros campeonatos, como o brasileiro e a Sul-Americana.

Edu Mariano atualmente é treinador — Foto: Mustafá Tambuc / TV Bahia

Durante a caminhada no basquete, Edu, que foi pivô, celebrou conquistas e lamentou frustrações. Mas alguns dos momentos tristes aconteceram simplesmenteapostas online em dominórazão da cor da pele.

- O cara fala que você que é preto está para fazer rebote, marcar, porque não pensa. A gente sofre muito. O americano que vem pode fazer tudo. Mas, você, jogador preto...A gente pode colocar alguns que foram armadores, posição que pensa o jogo. Eu tinha potencial como outros têm. Mas essa função é tirada da gente. E dizem que você vai ser pivô mesmo não tendo estatura.

"É forte quando você escuta que preto não pensa, só sabe correr".

Edu sofreu preconceito por ser negro e por ter vitiligo, doençaapostas onlineapostas online em dominódominópele que se caracteriza pela perdaapostas onlineapostas online em dominódominópigmentação e que resultaapostas online em dominómanchas brancas.

Edu Mariano jogou no NBB por 11 temporadas — Foto: Mustafá Tambuc / TV Bahia

- Eu, por ser preto, já tem aquela dificuldade. E eu por ser um preto com vitiligo...Há um tempo a gente não tinha esse momentoapostas onlineapostas online em dominódominófalar que era uma coisa simples. Tinha gente que achava que era contagioso. Tinham pessoas que eu ia cumprimentar, dava a mão para a pessoa que se negava. Ou pegava no meu punho e não na mão. Teve situaçãoapostas onlineapostas online em dominódominójogo que eu estava bem, e a torcida gritar: "Está perdendo a cor". Fora ser chamadoapostas onlineapostas online em dominódominóoutras coisas, que parecia uma vaca. Foi frustrante. A gente pensaapostas online em dominóparar, mas é forte.

Diante dos comentários maldosos e das situações constrangedoras que passou, Edu se escondeu ao evitar entrevistas e fazer o o usoapostas onlineapostas online em dominódominómaquiagem.

- Como pintava, quando entrava na quadra ninguém via. Mas muitas vezes, na hora que eu estava no quarto com meu parceiroapostas onlineapostas online em dominódominóquarto, que eu lavava o rosto, o cara perguntava o que aconteceu. Muitas vezes eu me maquiei para me proteger, não ter uma zoação. Eu podia fazer o melhor jogo, se viesse dar entrevista, eu corria para o vestiário porque não queria ser holofote, para não estar ali tomando pancada. Então eu me escondia - recorda.

Edu Marianoapostas online em dominóentrevista ao Globo Esporte BA — Foto: Mustafá Tambuc / TV Bahia

As ofensas sofridas por Edu não foram as primeiras, tampouco as únicas na história do NBB. Em dezembro do ano passado, o argentino Nicolás Copello, atleta do Minas, recebeu pena máximaapostas onlineapostas online em dominódominódez jogosapostas onlineapostas online em dominódominósuspensão, alémapostas onlineapostas online em dominódominómultaapostas onlineapostas online em dominódominóR$ 8 mil por provocações racistas a Matheus Santos, o Buiú, do Cerrado Basquete.

Os casosapostas onlineapostas online em dominódominóracismo fizeram a Liga Nacionalapostas onlineapostas online em dominódominóBasquete (LNB) dar um passo pioneiro no combate ao preconceito no esporte no Brasil, com o lançamento do Tratado Antirracista e Pela Diversidade,apostas online em dominóabril deste ano. O documento, disponível no site da LNB, estabelece protocolos para casosapostas onlineapostas online em dominódominódiscriminação racial, violência contra a mulher, LGBTfobia, xenofobia e capacitismoapostas online em dominójogos da liga, orientando o acolhimento à vítima, a denúncia e o encaminhamento para julgamento, tanto na esfera civil quanto na esportiva.

Edu Mariano — Foto: Mustafá Tambuc / TV Bahia

Edu celebra o primeiro passo, mas espera que mais ações se espalhem pelo Brasil.

- Hoje eu acredito que deu o primeiro passo. Mas a gente tem que fortalecer cada dia mais. E não só na Liga, no NBB, na autoridade máxima do basquete. Eu acho que tem que ser no CBB, na Liga Ouro, nos campeonatosapostas onlineapostas online em dominódominóbase. Tem acontecido, mas muitas vezes a gente finge para não dar repercussão e não ser escanteado.

Em 2018, Edu fundou o Instituto Edu Mariano (IEM), que oferece aulas gratuitasapostas onlineapostas online em dominódominóbasquete no bairroapostas onlineapostas online em dominódominóMussurunga,apostas online em dominóSalvador. O objetivo é apoiar e fortalece as equipesapostas onlineapostas online em dominódominóbase do basquete.

- Eu sou espelho para os meninos que estão ali. Hoje estamos trabalhando no Instituto, com 300 a 400 minutos. Eles não podem sofrer o que eu sofri. Precisam ser valorizados - afirma.

A exemplo do basquete, esporte no qual cada jogada é construída para que o time avance junto, a luta contra o racismo exige o mesmo espíritoapostas onlineapostas online em dominódominóequipe. Cada passo dado, cada conquista, é como uma assistência para as próximas gerações.

- A gente tenta, chora sozinho, mas volta. Antigamente eu corria para o vestiário, não queria ser holofote. A gente não está sacaneando ninguém. Só está fazendo o que gosta. Mas muitas vezes a pancada vem. Façoapostas onlineapostas online em dominódominótudo por basquete. Façoapostas onlineapostas online em dominódominótudo para que o meu filho possa viver esse momento. É legal ser reconhecido no shopping, na quadra, na rua. Mas muitas vezes você sofre pelo que escuta.