Ramires vira o jogo com psicóloga, carinhocasa de aposta pixAbel e desfrutacasa de aposta pixaposentadoria: “Vida melhorou”

Multicampeão por Benfica e Chelsea fala da pressão na volta ao Brasil, no Palmeiras, e encara ferida do 7 a 1casa de aposta pixfrente: “Vai ficar para o restocasa de aposta pixnossas vidas”

Por Cahê Mota e Raphael Zarko — Barra do Piraí, RJ


Abre Aspas: Ramires curte aposentadoria, revela depressão e agradece a Abel Ferreira

Nem venha com essa históriacasa de aposta pixque jogadorcasa de aposta pixfutebol morre duas vezes pertocasa de aposta pixRamires. A experiência dele está longe disso. Os quatro anoscasa de aposta pixaposentadoria não deixam dúvidas: deixar os gramados foi quase uma ressurreição, um passo necessário para quem via os dias e horas passarem e agora deixa o tempo andar bem devagar pelas ruascasa de aposta pixBarra do Piraí.

A companhiacasa de aposta pixfamília e amigos na cidade natal no Sul do estado do Riocasa de aposta pixJaneiro só deu a comprovaçãocasa de aposta pixque a decisão precoce, ainda aos 33 anos, quando defendia o Palmeiras, foi certeira. Uma misturacasa de aposta pixdever cumprido como volante multicampeão mundo afora com a descobertacasa de aposta pixprioridades que a urgência do futebol o obrigava a deixarcasa de aposta pixsegundo plano.

"Ter encerrado a carreira foi a melhor coisa que eu fiz e não me arrependo, falandocasa de aposta pixcoração"

Basta um passeio pela casa do ex-volantecasa de aposta pixBarra do Piraí para entender que os pouco maiscasa de aposta pixdez anoscasa de aposta pixcarreira foram suficiente para deixá-lo realizado. Fez amigos, fez dinheiro, fez história. Tanto que foi só a depressão bater à porta para Ramires não ter dúvidascasa de aposta pixdar um basta.

Ramires Abre Aspas — Foto: André Durão

Ídolo no Benfica e no Chelsea, reverenciado na China e com passagem marcante também pelo Cruzeiro, viu o choquecasa de aposta pixrealidade no retorno ao futebol brasileirocasa de aposta pix2019 assustar. Fosse pelas cobranças acima do tom, fosse pelo autoconhecimentocasa de aposta pixque o corpo já não respondia como antes, decidiu pelo adeus e contou com a mão estendidacasa de aposta pixAbel Ferreira para que o fim fosse como imaginado:

"Já estavacasa de aposta pixum estadocasa de aposta pixansiedade e entrando atécasa de aposta pixdepressão. Depois, eu saí, procurei um psicólogo, comecei a conversar, a me expor e a vida melhorou"

- O Abel é um cara que me trouxe paz para a decisão que eu vim a tomarcasa de aposta pixparar e encerrar a minha carreira. E me deu a oportunidadecasa de aposta pixencerrar a carreiracasa de aposta pixmaneira digna e bacana.

Gol contra o Barcelona é um dos mais importantes da história do Chelsea — Foto: Getty Images

Os jogos finais sob o comando do português e o apoiocasa de aposta pixpsicólogos nos anos seguintes são fundamentais para a convicção com que Ramires encara o tema. O mesmo vale para o momento mais delicado da carreira: a derrota por 7 a 1 para a Alemanha.

Com duas Copas do Mundo nas costas, o ex-volante foge ao padrão comportamental dos ex-companheiros e fala sobre a pior derrota da Seleção sem amarras:

"Nós éramos os 23 que representavam uma nação e quem fez toda essa nação passar essa vergonha mundialmente fomos nós. Temos que ser homens, sim,casa de aposta pixassumir"

- É uma ferida que ela não fecha nunca. Mas atravéscasa de aposta pixconversas,casa de aposta pixprocurar ajuda para poder falar, conversar, deixar sair algumas coisas para ter essa maturidadecasa de aposta pixfalar ao ser perguntado.

Hulk tem 38 anos. Thiago Silva, 40. Fernandinho, 39. Fabio, 44. São todos contemporâneoscasa de aposta pixRamires. O que significa que o ex-jogador do Cruzeiro, Benfica e Chelsea poderia,casa de aposta pixrepente, ainda estarcasa de aposta pixatividade. Aos 37 anos - mesma idadecasa de aposta pixDavid Luiz, ex-companheirocasa de aposta pixChelsea, autorcasa de aposta pixum gol pelo Flamengo nesta semana -, o cidadão ilustrecasa de aposta pixBarra do Piraí, sinceramente, nem pensa mais nisso.

Se ganhou peso e perdeu as emoções que somente uma vida num esportecasa de aposta pixmassa e paixão podem proporcionar, ganhou paz interior na aposentadoria.

Abre Aspas: Ramires relembra passagem no Chelsea e gol histórico sobre o Barcelona

casa de aposta pix Ficha técnica

  • Nome completo: Ramires Santos do Nascimento
  • Nascimento: 24casa de aposta pixmarçocasa de aposta pix1987,casa de aposta pixBarra do Piraí, RJ
  • Carreira: Joinville, Cruzeiro, Benfica, Chelsea, Jiangsu Suning e Palmeiras. Disputou duas Copas do Mundo pela Seleção (2010 e 2014). Fez 52 jogos e 4 gols pelo Brasil.
  • Principais títulos: Estadual mineiro (2008 e 2009). Primeira Liga pelo Benfica (2009/2010) e Taça da Liga (2009/2010). No Chelsea, foi campeão da Liga dos Campeões (2011/2012), da Liga Europa (2012/2013), da Copa da Liga Inglesa (2014/2015) e da Premier League (2014/2015). No Palmeiras, conquistou Paulista, Libertadores e Copa do Brasil, todoscasa de aposta pix2010. Na Seleção, a Copa das Confederaçõescasa de aposta pix2009. Medalhacasa de aposta pixbronze nas olimpíadascasa de aposta pixPequim. Vice-campeao da Libertadorescasa de aposta pix2009 pelo Cruzeiro.

ge: Para começar, temos que te perguntar como está essa vida boacasa de aposta pixaposentado? Já está acostumado?

— Eu lembro que na época, quando eu falava que ia aposentar com essa idade, a galera ficava assustada. Era muito novo, diziam que eu ia enfrentar uma dificuldade, porque tem gente que chega numa certa idade e tem essa dificuldade. Mas eu nunca tive problemacasa de aposta pixlesão na minha carreira e comecei a ter muitos. Vi que o corpo dava sinaiscasa de aposta pixque não daria para continuar. Estou curtindo, cara. Curtindo a família, os amigos, a cidade, meus filhos... Posso dizer que sou feliz na minha aposentadoria.

Viver ainda jovem coisas que a carreira não te permitiu viver foi um dos fatores que te levou a tomar essa decisão tão precocemente para os padrões?

— Com toda certeza. Tem uma galera que chega e fala: "Quando você parar lá pelos 40, 30 e poucos, você curte a vida". Mas eu pensava que há coisas que eu não conseguiria viver, principalmente com os meus filhos, depois dos 40. Tenho passado muito mais tempo com eles e tempocasa de aposta pixqualidade. Quando eu estava jogando ainda, eles iam me visitar e tinha concentração, jogo, quando chegava já era horacasa de aposta pixlevar para o aeroporto. Agora, é um tempocasa de aposta pixqualidade. Ter encerrado a carreira foi a melhor coisa que eu fiz e não me arrependo, falandocasa de aposta pixcoração. Toda vez que eu passo na rua a galera me cobra o motivocasa de aposta pixeu não ter jogado mais tempo, mas não dava realmente. A cabeça não estava mais voltada, o corpo reagiacasa de aposta pixuma forma diferente. Para tomar essa decisão, eu fiquei neste processocasa de aposta pixtreino, jogo, concentração, família... Coloquei tudo na balança, demorei um tempinho, mas quando tomei a decisão já estava consciente e convictocasa de aposta pixque era o que eu queria fazer.

Ramires Abre Aspas — Foto: gecasa de aposta pixfotoscasa de aposta pixAndré Durão

Você falou que foi uma decisão demorada. Foi um conflito entre os prós que o futebol te proporciona e também os contra, como cobrança e tudo mais? Esse processo durou quanto tempo nacasa de aposta pixcabeça?

— Eu sempre fui muito competitivo. Então,casa de aposta pixrelação ao futebol, todos os clubes que eu passei foi sempre para disputar posiçãocasa de aposta pixuma boa forma,casa de aposta pixboas condições. Sempre fui muito fiel ao que era o meu corpo. Já quando eu vim para o Palmeiras, comecei a ter uma sériecasa de aposta pixlesões e não consegui mais desenvolver como desenvolvia antes e comecei a pensarcasa de aposta pixuma aposentadoria ou ir para outro lugar. Na minha cabeça, eu estava começando a ser um peso para o clube por não estar jogando, por salário...

— O futebol para mim nunca foi só financeiro. Eu saícasa de aposta pixBarra do Piraí, fui para Joinville, ganhava 80 reais e nunca fui mudandocasa de aposta pixclubes por dinheiro, mas sempre por oportunidadescasa de aposta pixmaior visibilidade. Esse processo durou cercacasa de aposta pixdois meses amadurecendo a ideia na minha cabeça. Eu pensei, mas ficava naquela: "Será que é o certo? Será que eu estou me precipitando?". Fui amadurecendo, fui pensando, conversei com a minha mãe, com o meu irmão, e eles falaram que estariam junto comigocasa de aposta pixqualquer maneira. E a decisão que eu tinha para tomar era mesmocasa de aposta pixencerrar. Quando o Abel chegou ao Palmeiras, eu tive a oportunidadecasa de aposta pixretomar, mas já estava com aquilo na cabeçacasa de aposta pixparar e não jogar mais.

Ramires relembra derrota na Copacasa de aposta pix2010 e 7 a 1: "Marcados pelo resto das nossas vidas"

— O Abel me perguntou se eu queria sair pela porta da frente oucasa de aposta pixtrás do clube por não ter jogado. Em todos os lugares que eu passei, cheguei e saí pela porta da frente e queria isso também no Palmeiras. Ele começou a me dar oportunidade, mais minutoscasa de aposta pixjogo e eu comecei a recuperar a competitividade. O jogo é totalmente diferentecasa de aposta pixtreino. Foi um processocasa de aposta pixjogar 45, 60, 90... E quando eu joguei os 90 minutoscasa de aposta pixum segundo jogo, eu já tinha um acordo para sair do Palmeiras. E minha ideia já era realmentecasa de aposta pixencerrar. Ainda fiquei um tempo parado e pensei: "Parei mesmo, parei real. Não tem como mais ir treinarcasa de aposta pixlugar nenhum". Foi quando anunciei a aposentadoria com o coração bem leve.

Houve algum momento determinante que te deu o cliquecasa de aposta pixparar?

— Não cheguei a ter conversas com pessoas fora da minha família. Eu tinha uma amizade muito forte com o Luiz Adriano dentro do clube, nós conversávamos e cheguei a comentar com ele, que disse para não fazer isso. Comentei que minha cabeça já não estava voltada para o futebol, aconteceram várias coisas na minha vida pessoal. Ainda assim, continuei um pouco mais e depois a conversa foicasa de aposta pixfamília e com amigos mais próximos. Todos disseram que ainda tinha lenha para queimar, mas não tinha como.

Ramires, do Palmeiras,casa de aposta pixação na partida contra o Goiás — Foto: Cesar Greco/Ag. Palmeiras

Você falou do Abel e na ocasião ele faloucasa de aposta pixforma muito carinhosa sobre você e criticou muito a pressão das redes sociais. Ele termina dizendo que o homem Ramires é maior do que o jogador. O quanto esse choquecasa de aposta pixrealidade do ambiente até hostil do futebol brasileiro pesou na decisão?

— Não me surpreendeu por ter vindo do Abel. É um excelente treinador, uma pessoa extraordinária que eu pude conhecer no futebol. Até quando eu saí, ele me disse: "O que você vai fazer? Não vai ficar bebendo ou fazer bobeira". Me chamou para fazer parte da comissão técnica, ficar por perto, ter uma ocupação, mas ele viu como que eu estava. Eu voltei para o Brasil com vontadecasa de aposta pixjogar um bom futebol e as coisas não foram do jeito que eu imaginei. Lutei bastante para fazer o melhor ali dentro. As redes sociais acabam ultrapassando muito o limite. Você está trabalhando e recebe ameaças. Contra mim, não tem problema, porque eu estava sempre rodeadocasa de aposta pixseguranças. Minha preocupação maior sempre foi a família. Minha mãe, meus irmãos, meus filhos... Eles conhecem a família toda do atleta e mandam nome dos filhos na rede social ameaçando. É quando você para e fica impotente, sem ter o que fazer. Você vai jogarcasa de aposta pixPorto Alegre e sofre ameaça envolvendo seu filhocasa de aposta pixSão Paulo. Eu parei e vi que não era o caminho que eu queria seguir. O Abel é uma pessoa que eu tenho que agradecer muito. Se eu tivesse saído do Palmeiras antes, quando estava no banco, sem jogar, poderia ter sidocasa de aposta pixuma maneira muito ruim. Quando eu saí, os torcedores já falavam que era a hora que eu estava bem. Mas a decisão não foi naquela hora, já tinha sido tomada lá atrás. Conversei com o Abel, cheguei até a me emocionar, só que não tinha nem cabeça mais para seguir na comissão dele. Neste momento, já estavacasa de aposta pixum estadocasa de aposta pixansiedade e entrando atécasa de aposta pixdepressão. Depois, eu saí, procurei um psicólogo, comecei a conversar, a me expor e a vida melhorou. É preciso olhar para o lado humano do atleta, os clubes deveriam olhar um pouco mais e dar esse suporte. É uma situação que vamos ver muitos atletas passar por ter encerrado a carreira antes não porque quis, mas por lesão, por questionamentos e no meu caso não foi diferente.

— O Abel é um cara que me trouxe paz para a decisão que eu vim a tomarcasa de aposta pixparar e encerrar a minha carreira. E me deu a oportunidadecasa de aposta pixencerrar a carreiracasa de aposta pixmaneira digna e bacana.

Ramires Abre Aspas — Foto: André Durão

Você chega na pandemia também, num cenário que colaborou para isso?

— Não peguei públicocasa de aposta pixestádio. Quando cheguei, logo veio a pandemia, começamos a treinar separado. Quando os torcedores voltaram, a cobrança no estádio para mim é normal. Eu passei por Portugal e Inglaterra, onde tem a cobrança também, mas é totalmente diferente. Depois na China, a realidade era ainda mais diferentecasa de aposta pixtudo o que eu vivi. Cheguei a pensar: "Vim fazer o que aqui?". Mas foi um divisorcasa de aposta pixáguas na questão financeira. O que eu fui ganhando na China, não ganhariacasa de aposta pixlugar nenhum, ainda mais como volante. Já tinha uma situação boa no Chelsea, mas na China estabilizei legal para ficar tranquilo. Quando eu decidi minha situação na China, paguei para sair e vim para o Brasil, meu pensamento nunca foi dinheiro. Eles queriam renovar comigo lá. Tive a proposta do Palmeiras, achei muito boa, mas tinha a esperançacasa de aposta pixque encontraria um cenário diferente no ambiente do futebol brasileiro. Fui para um clube com uma estrutura espetacular, que fezcasa de aposta pixtudo para nos deixar muito à vontade. O CT era muito bom, as viagens tranquilas e não tenho o que falar do clube, só agradecer.

"Você não tem paz", diz Ramires sobre ambiente do futebol brasileiro

Qual é o diagnóstico deste ambiente do futebol brasileiro que te incomodoucasa de aposta pixcomparação ao que você viveu anos fora do país?

— É um ambientecasa de aposta pixque o alívio vem com a vitória, você não tem uma alegria. Somos atletas, sofremos a pressão diariamente, é óbvio, mas as ameaças foracasa de aposta pixcampo... E não aconteceu só comigo, aconteceu com o William, o Cássio, vários atletas, e isso é algo muito complicado. Você não tem paz para fazer o melhorcasa de aposta pixcampo pelo torcedor. Futebol são duas equipes, não vai dar empate sempre, tem que ter vencedor. Um vai ficar mais feliz e outro mais triste, mas confundem muito a questão do: "Eu ganhei, eu vou te zoar. Eu perdi, eu não posso ser zoado". Já passam do limite para uma agressão ou coisa do tipo, o que não é necessário. Não tem o vida que segue. Eu visto a camisa do meu time se ganhar ou perder, vou torcer sempre. Acho chegamos ao pontocasa de aposta pixver algumas situações, algumas cenas lamentáveiscasa de aposta pixinvasão ao CT e tudo mais. Fica aquele pergunta: "O que estão esperando acontecer para tomar uma providência?". Com os torcedores, já acontece há bastante tempo. Eles brigam e se matam por futebol e nem vão para o estádio. Essa coisacasa de aposta pixinvasão ao localcasa de aposta pixtrabalho também pode acontecer alguma coisa com torcedor, atleta, dirigente... E paro e fico me perguntando: "Por quê?". Não tem necessidade. A galera precisa botar a mão na consciência, repensar e entender que o nosso futebol é muito rico, as festas são lindas, os estádios cheios e isso é o que deve ficar. Não deve ser manchado com briga pós-jogo, antescasa de aposta pixjogo, mortecasa de aposta pixtorcedor, pedra, tirocasa de aposta pixônibus. Isso não faz parte do futebol.

Tem um vídeo que viralizou recentementecasa de aposta pixque mostra uma linha do tempo dacasa de aposta pixcarreira, do fim para o começo, um Ramires novinho no Joinville... O que passa pelacasa de aposta pixcabeça quando vê isso?

— É fogo! É fogo! Eu vi esse vídeo e brinquei com a minha noivacasa de aposta pixque o tempo fez bem (risos). Toda foto que vai mostrando, passa um filme na cabeça dos clubes, dos companheiros, das poucas amizades que você leva para vida, mas dá para conhecer bastante gente.

Tem também o lado da disciplina, do controlecasa de aposta pixpeso... Você falou que a psicologia te ajudou. A aposentadoria também é algo libertador?

— Nunca tinha feito psicólogo na carreira, o futebol me ocupava dia e noite. Assistia jogo o dia inteiro, treinava, estava sempre ligado. Mais para o final que eu comecei a pensar um pouco mais: "Será que eu tenho que conversar, procurar um psicólogo?". Porquecasa de aposta pixrepente se você conversa com a pessoa errada e isso vaza, é mais problema ainda. Eu sempre foquei no futebol. Um ano, dois anos depois da aposentadoria, quando comecei a ficar para baixo pela ausência da rotina, me fez falta e foi rápido. Hoje, para mim o bom é poder deitar a hora que eu quiser, levantar a hora que eu quiser... Eu faço os meus horários da maneira que eu gosto e que tenho que fazer. O futebol te cobra muito. Se você chegar um minuto atrasado, já vem crítica, desconto no salário. Eu faço o que quero e como quero. Sou aquicasa de aposta pixBarra do Piraí e vim para cá por amar essa cidade demais. Não tem como eu sair. Já moreicasa de aposta pixvários lugares, mas voltei pela minha família, por amar estar aqui com meus amigos, poder sair a hora que eu quisercasa de aposta pixcasa. Se chegar sem avisar, não me encontracasa de aposta pixcasa. Fico lá no bairro Boa Sorte, onde eu cresci. Não fico parado dentrocasa de aposta pixcasa. O que eu mais tenho curtido bastante e issocasa de aposta pixpoder deixar as coisas acontecerem do modo que eu quero. Tenho uma companheira espetacular que me ajudou bastante também no pós-carreira. Eu tinha uma rotinacasa de aposta pixatletacasa de aposta pixalto nível com treinos, jogos, concentração, vídeo, e hoje estou sem fazer nada. É normal entrarcasa de aposta pixdepressão se ficar parado. Aí voltei a treinar, montei um time para jogar no fimcasa de aposta pixsemana no terrão, e é legal o carinho das pessoas. Eles falamcasa de aposta pixonde levei o nomecasa de aposta pixBarra do Piraí,casa de aposta pixser o orgulho da cidade, as crianças falam que querem ser o novo Ramires. E eu falo que tem que estudar direitinho, respeitar os pais, e assim a gente tenta a ajudar na formaçãocasa de aposta pixnovos cidadãoscasa de aposta pixbem.

Abre Aspas: Ramires relembra histórias com Jorge Jesus no Benfica

Você comentou que o Abel te aconselhou a ter cuidado com a "cervejinha". Por que dessa preocupação?

— Ia ser um mundo diferente. Como eu ele também jogava, ele sabe que é diferente quando a gente vai se aposentar. Eu saícasa de aposta pixrotinacasa de aposta pixtreinos, jogos, viagens, para ficar sem fazer absolutamente nada. O cuidado que ele fala é porque houve vários exemploscasa de aposta pixex-atletas que acabaram ficandocasa de aposta pixuma situação muito vulnerável a bebida e outras coisas. Eu falei com ele que não era o meu pensamento, que eu queria mesmo era estar com a minha família e ele podia ficar despreocupado que não me veria bêbado por aí. Não é isso que eu quero para o meu pós-carreira. Tive uma carreira bonita e agora quero viver dando exemplo para meus filhos, netos... Quero viver bastante tempo para ver muita coisa legal deles também.

Você moroucasa de aposta pixLisboa, Londres, cidades turísticas. Deu para aproveitar bem os locais que viveu?

— Os lugares que eu morei posso dizer que aproveitei bem. Os lugares que eu fui jogar, não aproveitei nada. Ucrânia, Rússia, África... São lugares que eu fui jogar e não conheci. Tem o carimbo no passaporte, mas não conheço nada. O jogador vai aos lugares e as pessoas acham que está saindocasa de aposta pixLondres, conhecendo, passeando, mas não dá tempo para fazer isso. Tem horário para tudo. Aí, quando tem uma folga, você não vai sair, quer ficarcasa de aposta pixcasa.

Já são quatro anoscasa de aposta pixaposentadoria. Deu tempo para olhar para trás e entender, valorizar tudo o que você construiu no futebol com Copas do Mundo, títuloscasa de aposta pixclubes gigantes?

— Sempre fui muito tranquilo. Nunca fui planejando ganhar isso, fazer aquilo... Eu fui aproveitando as oportunidades e hoje eu paro, penso, mas é mais algo das pessoas que chegam e falam: "Cara, você ganhou Champions, jogou Copa do Mundo...". Mas eu chego e digo que já passou para fugir do assunto. Eu sou mais tranquilo sobre elogios. Mas tem dias que eu paro e fico assistindo jogos, gols, coisas que eu fiz quando jogava. Tem coisa que eu olho e nem lembrava. É tudo tão automático. Treino, jogo, treino, jogo. Não dá para ter muito a dimensão do que está acontecendo. Hoje, já aposentado, eu vou na minha salacasa de aposta pixtroféus ali e vejo que realmente foi uma carreira bonita. Quando eu comecei, queria comprar uma casa para a minha mãe, mas foram aparecendo as oportunidades. Uma coisa que o Mardela, coordenador da base do Joinville, me falou écasa de aposta pixque o cavalo arreado só vai passar uma vez. Eu entendi que tinha que montarcasa de aposta pixtoda oportunidade e sempre fui aproveitando. Era para ir lateral? Eu ia. De ponta? Eu ia. De meia? Eu ia. Acho que só não joguei no gol mesmo (risos). Em todas as posições, eu tentei ajudar. E para mim foi bom também para sempre jogar.

E se fosse para você dar um conselho para algum garoto que está começando no futebol, qual seria? Você teve seus momentoscasa de aposta pixdeslumbramento?

— Nunca tive essa fasecasa de aposta pixdeixar subir para cabeça. Quando você atinge um certo patamar no futebol, são muitos tapas nas costas, mas existe sempre os altos e baixos. De uma fase excelente, você já não joga tão bem e vem as pancadas. É preciso saber lidar com isso. Para os meninos mais novos, eu passo os processos. Ninguém vai virar um Ramires do dia para a noite. Há etapas importantes e nunca deixar subir para a cabeça. É muito difícil por ser uma realidade que você sai da pobreza extrema para Londres, Paris, clubes grandes... A basecasa de aposta pixtudo é uma família estruturada, com os pés no chão, e que não deixam o menino se deslumbrar. Eu sempre tive família e amigos que era para onde eu sempre voltava na minha carreira inteira. Todas as minhas férias no meio do ano foram aqui. Eram minhas férias, mas eles saiam do trabalho para ficarmos juntos. Isso foi importante para eu não ter esse deslumbramento. O futebol me trouxe muitas coisas boas, sou muito grato, mas nunca deixei subir para a cabeça. É assim que eu quero viver para o resto da vida.

Ramires Abre Aspas — Foto: André Durão

Sua trajetória foi marcada por sucessos muito imediatos na maioria dos desafios... Joinville, Cruzeiro, Benfica, Chelsea, China, Seleção. Como lidar com o sucesso para que ele não seja momentâneo?

— Acho que vai muitocasa de aposta pixmanter os pés no chão, manter a humildade, saber ouvir, estar ao ladocasa de aposta pixpessoascasa de aposta pixbem... Você começa a distinguir as pessoas, quem está ou não está com você justamente nestes momentoscasa de aposta pixaltos e baixos. Quando você está bem, são muitas pessoas. Lembro que no Joinville era mais a família e poucos amigos. Quando eu fui para o Cruzeiro, ainda tinha uma desconfiança, várias coisas que você escuta pelo caminho, e ao mesmo tempo você percebe quem te fala coisas positivas e te incentiva. Nunca deixei que a fama por chegar ao Chelsea... De Barra do Piraí até o Chelsea, foi uma mudança brusca, mas com as mesmas pessoascasa de aposta pixum períodocasa de aposta pixcinco anos. Foi muito rápido. É o que eu te falei: pintou oportunidade, fui. Quando me vi no Chelsea, me vi com muitas pessoas que eu nunca tinha visto se aproximando, falando que era amigo, e eu firmava com os meus amigoscasa de aposta pixverdade e minha família. Isso foi o fundamental para me manter tranquilo. Eu aprendi muito no Chelsea. Quando eu cheguei, tinha o Droga, Petr Cech, John Terry, Ashley Cole, Anelka... Eu jogava com esses caras no vídeo game. Sentei no vestiário, passava um e eu falava: "Caraca!". Não falava inglês, o Alex zagueiro me ajudou muito e eu vi que eram os caras muito maneiro. Drogba, Terry, Lampard... Eu pensava: "Como é que pode, estou aqui com os caras do vídeo game e eram os caras do Joinville que eram uma perna danada" (risos). No Cruzeiro, tive a ajuda do Fábio, Léo Silva, Ricardinho, todos com uma humildade danada. Sempre procurei observar e escutar muito para absorver as coisas boas e ter uma carreira vencedora como a deles. São pessoascasa de aposta pixmuito bom coração e que me ensinaram muito. Na Copacasa de aposta pix2010, eu era o mais novo. São coisas surreais. O Juan me ajudava muito, Lúcio, Júlio César, Maicon...

Por falarcasa de aposta pixSeleção, você sente que acasa de aposta pix2010 era mais forte e preparada para ganhar do que 2014?

— Eu acredito que sim. Converso muito com meus amigos. Se você for ver, quando a Alemanha fez uma renovação, sempre manteve os mais velhos. Na Copacasa de aposta pix2010, saímos na frente contra a Holanda, tivemos duas jogadascasa de aposta pixque sofremos os gols, porém os jogadores que estavam ali ainda tinham idade para jogar mais Copas. O grupo era forte. Sempre foi importantecasa de aposta pixCopas do Mundo ter essa mescla para entender o que é a Seleção, mas renovação ali foi muito brusca, com muitos jovens, uma responsabilidade grande. Eu estava na arquibancada naquele jogo com o Elano por estar suspenso. Quando o Robinho faz o primeiro gol, estávamos melhor e tivemos uma chance com o Kaká. Pensei ali que íamos ganhar. Era um grupo muito confiante e unido, mas é futebol. Poderíamos matar a partida, não fizemos, e sofremos dois gols. Me marcou muito naquela Copa por ser o mais novo. Você chegar e ver seus ídolos como Gilberto Silva, Juan, Lúcio, Júlio Cesar, todos chorando muito, muito mesmo, foi algocasa de aposta pixpartir o coração. Ficou marcado para mim. Foi uma situação sinistra. Tinha o Felipe Melo, que querendo ou não, a Seleção ficou anos para substituir o Gilberto Silva e ele na época era quem poderia ocupar esse espaço.

A expulsão dele é muito marcante nesta partida. Você falou que o vestiário estava abatido. Como foi a postura dele e com ele?

— Não houve cobrança, não. O Felipe foi um dos que mais chorou, tanto ele como o Júlio Cesar. No caminho do estádio para o hotel, ele ligou para os parentes e chorava mais e mais. No jantar, houve um discurso do Dunga muito emocionado falando do orgulho que tinha daquela Seleção e daqueles atletas. Era um climacasa de aposta pixdespedidacasa de aposta pixtodo mundo. Em momento algum houve cobrançacasa de aposta pixque o Felipe Melo nos desclassificou. Perdemos todos e ficamos todos chateados. A gente no futebol fica muito falando do "se"... Se eu não tivesse recebido o cartão amarelo, se eu tivesse jogado. Depois, o "se" vemcasa de aposta pixvárias maneiras. Foi um jogo que ficou marcado. Vivi isso na Seleção e no Chelsea na Champions, que também tinha muitos jogadorescasa de aposta pixsaída. Era um grupo que estava atrás daquele título. Em 2010, quando perdemos, foi devastador. Na Champions, deu tudo certo e ficava aquela sensação: "Como seria se tivéssemos ganhado a Copa? Como seriam nossas vidas?". No Cruzeiro, perdi uma Libertadores e fui massacrado, chamadocasa de aposta pixpipoqueiro, para depois lá na frente ganhar a Champions. As coisas no futebol são difíceiscasa de aposta pixentender.

Os cartões amarelos acabaram te tirandocasa de aposta pixduas das principais partidas da carreira. Como foi encarar do ladocasa de aposta pixfora?

— Quando fomos para Munique, usávamos um terno e eu lembro que eu botava e tirava a gravata toda hora. Eu pedi para o David Luiz ajustar e ele me disse: "Cara, mas já está toda arreganhada". E eu achando que estava sufocado. Se eu fosse para jogar, estaria mais tranquilo. Sem jogar, é horrível. Quando levamos o gol já aos 34 do segundo tempo e depois empatamos. Aí eu pensei que ia dar bom. Mas o Drogba faz um pênalti na prorrogação e o Robben perde. Nos pênaltis, o Mata perde o primeiro e depois do Drogba faz o gol do título. Era impossível. A ficha não cai. Anos atrás, eu estava jogando no terrão com amigos e depois era campeão da Europa. Foi algo surreal.

Como era o envolvimento do Abramovich no dia a dia?

— Ele ia bastante. Quando eu cheguei, as pessoas falavam muito bem dele, falou que levava para o iate dele, mas eu não peguei essa fase, não (risos). Às vezes, estávamos no DM tratando, ele entrava e cumprimentava todo mundo, ia ao vestiário depois dos jogos. Era bem presente com a distância entre chefe e funcionário. Quando vinham os seguranças, já sabíamos que ele estava chegando.

A premiaçãocasa de aposta pixMunique na final da Champions foi dobrada?

— A gente estava esperando isso aí, né?! Vai que dava um iate para cada um (risos). Mas foi uma premiação muito boa para cada atleta. Na época, foi uns 360 mil libras para cada um. Foi depositado para todo mundo e não demorou muito, já na semana seguinte.

Ramires Abre Aspas — Foto: André Durão

Voltando para a Seleção, a cena do vestiáriocasa de aposta pix2010 foi mais impactante do quecasa de aposta pix2014?

— Não. Em 2014, foi bem mais. Poxa, 7 a 1casa de aposta pixcasa foi uma coisa... Eu entrei no segundo tempo, eu e Paulinho, estava 5 a 0 para eles. Quando começa, até temos algumas oportunidades, umas três, mas é difícil. Foi uma derrota muito difícil. No intervalo, você ir para o vestiário com 5 a 0 para o adversário, jogandocasa de aposta pixcasa, da maneira que aconteceram os gols, foi algo marcante também. Um olhava para o outro e pensava: "O que está acontecendo?". Ninguém falava nada, só se olhava. Thiago Silva desceu, falou algumas coisas, o Felipão também falou. Todo mundo tentou. É algo que desestabiliza. Quando você leva um gol já fica meio desestabilizado para empatar por algum momentinho. Nessa partida, nós não conseguimos fazer isso. Tomamos um gol, outro, outro, outro, outro. Não é possível, era o primeiro tempo ainda. Quando fomos para o vestiário, era preciso buscar forças. Se eles fizeram cinco, nós também poderíamos, mas é muito difícil.

Neste ambiente, um silêncio sepulcral, o Felipão vira e fala: "Ramires, você vai entrar!". Não passa uma sensaçãocasa de aposta pix"o que eu vou fazer?".

— É exatamente isso. Foi isso que eu pensei. O jogo está 5 a 0 e na minha cabeça ele iria chamar atacantes para jogar. Ele chamou o Paulinho e eu. Tanto que quando ele fala, a gente se olha tipo assim: "O que nós vamos fazer aqui?". Nos abraçamos e falamos, vamos fazer o melhor, correr até o final, tentar chamar esses caras... E corremos, pegamos, marcamos, mas com 5 a 0 já é complicado. Você faz um gol é 5 a 1, 5 a 2... É uma subida no morro. Quando você vai ver, está sete. Joga aqui, joga ali, mas não tinha o que fazer. Infelizmente, todos os envolvidos neste jogo e que estavam na Seleçãocasa de aposta pix2014 vão ficar marcados pelo resto das vidas. Não acho legal alguns atletas que estavam lá querer tirar proveito da situação, falar coisas que não existiram. Todos têm que ser homemcasa de aposta pixchegar e assumir: "Eu estava ali, eu entrei, eu joguei, isso faz parte da minha carreira". Quando eu for contar a minha história para os meus filhos, eu vou contar isso porque faz parte da minha história. É uma situação bizarra, que ninguém queria, mas aconteceu.

Essa é uma cicatriz que muitos dos seus companheiros se recusam a falar, se afastam, mas você encara com muita maturidade e naturalidade. Como é esse tema entre vocês?

— Esse é um impacto que ficou para a vidacasa de aposta pixtodos. Não foi só para nós, atletas. Acredito que foi algo que impactou a nós, atletas, ao torcedor, a imprensa... Foi algo mundial e principalmente para os brasileiros. Nós éramos os 23 que representavam uma nação e quem fez toda essa nação passar essa vergonha mundialmente fomos nós. Temos que ser homens, sim,casa de aposta pixassumir. É uma ferida que ela não fecha nunca. Mas atravéscasa de aposta pixconversas,casa de aposta pixprocurar ajuda para poder falar, conversar, deixar sair algumas coisas para ter essa maturidadecasa de aposta pixfalar ao ser perguntado. Eu no começo também não gostavacasa de aposta pixfalar, não me sentia à vontade, confortável para falar. Às vezes, a maneira que você coloca alguma coisa pode prejudicar um ou outro, mas ali estava todo mundo comprometido a fazer o melhor. É uma situação que nenhum atleta quer passar no clube, na Seleção, então, nunca. Esperamos sempre dar alegria para o nosso povo. Acabou que não conseguimos e saímos da maneira que saímos, com uma goleada histórica e que vai ficar para o restocasa de aposta pixnossas vidas. Não tem como apagar o que aconteceu. É uma ferida aberta que não cicatriza. Se passar o jogo na TV, eu não assisto. É difícil eu assistir jogo meu normal, esse eu não assistocasa de aposta pixmaneira alguma.

Foi um jogo que você trata como o ápicecasa de aposta pixpressão que vivida dentro do futebol?

— É difícil falar porque eu não consegui assistir ao jogo depois. Vi os gols, o jogo inteiro eu não consigo. Eu desligo a TV. A gente tentacasa de aposta pixvárias formas explicar, mas é difícil por não saber o que passa na cabeçacasa de aposta pixcada companheiro. Você não escuta quem grita, ou não se deve passar uma bola para um volantecasa de aposta pixcostas. Teve gol ali que é inexplicável. Eu não acredito que levamos aquele gol que eles tocam, tocam, tocam e fazem o gol. A cabeça fica se perguntando, treinamos para caramba, chegamos ao extremo nos treinamentoscasa de aposta pixpreocupação e chegamos a esse resultado que não era justo para nossa campanha.

Mas talvez não foi essa preocupação tão grande, o consumo tão grandecasa de aposta pixtudo que envolvia aquela Copa, que acabou impedindo o timecasa de aposta pixcolocarcasa de aposta pixprática?

— É muita informação, né?! Nas Copas que eu joguei, eu não assistia programacasa de aposta pixTV. Eu colocava série, filme, ia ver coisas relacionadas ao que fazer no jogo... Não ficavacasa de aposta pixrede social. Mas tem, sim, essa responsabilidade por estar no seu país, representar bem, ganhar uma Copa no Brasil. Ia ser uma coisa, mas o desfecho não foi legal mesmo. Esperávamos uma final no Maracanã contra Argentina ou Holanda.

Ramires Abre Aspas — Foto: André Durão

Você viveu também o outro lado da moeda,casa de aposta pixuma classificação histórica e improvável no Camp Nou, contra o Barcelonacasa de aposta pixGuardiola e Messi com um golaçocasa de aposta pixcobertura. Como você lida também com esse lado positivo da eternidade por algo que você fezcasa de aposta pixcampo?

— Estive há pouco tempocasa de aposta pixLondres para um jogocasa de aposta pixhomenagem e quando cheguei lá fiquei até surpreso com a recepção. Na época, quando eu passei na zona mista comemorando, eu vivia um mistocasa de aposta pixalegria por estar na final, mas eu estava suspenso e não ia jogar. Me perguntaram se eu tinha noção do que tinha feito e eu não sabiacasa de aposta pixnada naquele momento. Combinei com o David Luiz: você não vai jogar a final da FA Cup e eu prometo ser campeão, mas você me promete ganhar a Champions. Fiz a minha parte e ainda fiz o gol na final contra o Liverpool. Na comemoração, eu cobrei ele. É muito bacana. Meu filho mais novo,casa de aposta pix9 anos, agora começou a pesquisar algumas coisas e as pessoas falam com ele: "Seu pai fez um golcasa de aposta pixcavadinha no Barcelona". Aí ele fala: "Caraca, pai, e aquela dança?". Isso é muito legal. É algo que vai ficar para o resto da vida, até depois que eu falecer. Estávamos perdendo o gol com um a menos e o Ramires deu uma cavadinha no Valdés com o Camp Nou lotado. Às vezes, eu boto para ver o gol e penso: "Que loucura!". O David me falava muito para fazer a cavada. Na hora, quando o passe do Lampard veio perfeito, o Valdés saiu, vieram Dani Alves, Piqué e Puyol para fechar, eu logo cavei. Ela saiu certinho, na continha da luva dele. Quando eu vi o gol, eu fiz a dança dos amigos aquicasa de aposta pixBarra do Piraí brincando. Deu tudo certo. Depois, nós defendendo igual a uns loucos, colocamos o ônibus na frente do gol, o Ashley Cole dá um chutão para frente e eu não tinha visto onde tinha ido a bola. O time do Barcelona estava todo perto da nossa área. Quando eu olhei, vi uma camisa branca dominando a bola, ele correndo, a gente correndo junto, ele dribla o Valdés, chuta e acabou. Foi um momento muito louco.

Quando você lembra disso tudo e avaliacasa de aposta pixcarreira,casa de aposta pixqual prateleira você se encaixa: mediano, bom, excelente ou craques?

— No futebol, tem os foracasa de aposta pixsérie com Ronaldinho, Romário, Ronaldo, Neymar, Cristiano... Depois, tem uma outra galera que vem com Hazard, Haaland, uma galera boa. Eu acho que venho neste terceiro escalão aí. Para um volante, fazer o que eu fizcasa de aposta pixgols, assistências, acho que me coloca nesta lista aí. Mas tem muita gente na primeira, muita gente na segunda e muita gente na terceira também.

Você nunca escondeucasa de aposta pixninguém que torce para o Flamengo e acabou não jogando no seu clubecasa de aposta pixcoração. Em algum momento isso te gerou problemas?

— No Joinville, nunca deu problema, havia outros jogadores que falavam. Mas no Cruzeiro começou aquilo: "Ele é carioca, torce para quem?". Uma vez me perguntaram na entrevista e eu falei que era Flamengo, mas não ficava falando direto. Eles ficavam cobrando: "E quando jogar contra o Flamengo, como vai ser?". Mas sou profissional e se tiver oportunidadecasa de aposta pixfazer gol, vou fazer. Até que teve um jogo no Brasileirão que eu perdi um gol e fiz outro, acabaram brincando que dava para ser mais. Eu nunca faltei com o respeito, não ficava falando o tempo inteiro ser torcedor, mas era uma época mais leve do que é hoje. Um atleta falar isso atualmente é bem mais complicado.

Ramires e Lampard comemoram gol do Chelsea contra o Barcelonacasa de aposta pix2012 — Foto: Shaun Botterill/Getty Images

E essa também é uma das vantagens da aposentadoria, poder torcer à vontade?

— Ah, é... Eu tenho minhas camisas aqui, tenho uma que troquei com o Ibson ainda na época que jogava, tenho uma chopeira do Flamengo e outra do Cruzeiro. Ainda não fui ao Maracanã, ficam me chamando. Preciso ir viver a arquibancada.

Por fim, e como está a vida profissional do Ramires? Ainda está próximo do futebol?

— Sim, mas com um trabalho bem mais tranquilo. Tenho a minha empresa, a RSN Agenciamentos Esportivos, onde temos alguns atletas jovenscasa de aposta pixbuscacasa de aposta pixparcerias para colocá-loscasa de aposta pixclubes e tentar melhorar a vida tanto do jovem como da família. Damos um suporte à família. No futebol, eu vivenciei muitas coisas e o que eu quero trazer para a empresa é esse apoio aos familiares quando o menino tem essa ascensão para manter o pé no chão. O que fazer com o dinheiro, acompanhamento com psicólogo, dar um suporte legal enquanto ele estiver atuando e também quando encerrar. Espero que dessa forma a gente consiga atingir os nossos objetivos e ajudar aquicasa de aposta pixBarra do Piraí, região e todo o Brasil com tantos talentoscasa de aposta pixbuscacasa de aposta pixuma oportunidade.