Ana Patrícia desabafa sobre bullying e ameaçasbolão boa esporte apostas onlinemorte antes do ouro: "Penseibolão boa esporte apostas onlinedesistir"

Campeã olímpicabolão boa esporte apostas onlinevôleibolão boa esporte apostas onlinepraia abre o peito sobre saúde mental: "Tóquio foi traumático, mas a gente precisava ter vivido aquilo para olhar a questão psicológica com mais atenção"

Por João Ricardo Camilo, Luís Fellipe Borges, Marcos Guerra e Stanley Matias — Uberlândia, Minas Gerais


Abre Aspas: Ana Patrícia revê trajetória e detalha superação até o ourobolão boa esporte apostas onlineParis-2024

"O esporte salvou e salva minha vida todos os dias". Aos pés da Torre Eiffel, Ana Patrícia recebia a medalha das Olimpíadas e chorava ao cantar o hino do Brasil. Ao ladobolão boa esporte apostas onlineDuda, ali desabafava: estava viva. A jogadorabolão boa esporte apostas online26 anos não dava mais ouvidos ao bullying por ser alta. Abafava as vozes que três anos antes gritavam para que desistisse do vôleibolão boa esporte apostas onlinepraia, até se matasse. Afastavabolão boa esporte apostas onlineParis os traumas das ameaçasbolão boa esporte apostas onlinemorte que a levaram à depressão. Entre lágrimas, ela sorria com o ourobolão boa esporte apostas onlinemãos, conquistado graças a uma mente leve.

- A gente precisava ter vivido aquilo para amadurecer e olhar a questão psicológica com mais atenção. Depoisbolão boa esporte apostas onlineTóquio, eu comecei a ter muita ameaçabolão boa esporte apostas onlinemorte. "Você é um lixo, você tem que se matar, você é uma vergonha." Foi muito traumático. Demorei maisbolão boa esporte apostas onlineum ano para conseguir respirar normalmente e entender que aquilo ali não me pertencia. Aquilo ali é um sentimento que está dentrobolão boa esporte apostas onlineuma pessoa que acha que pode falarbolão boa esporte apostas onlineuma coisa que ela não sabe. Foi um trabalho psicológico muito grande realmente para eu conseguir me recuperar - contou Ana Patrícia.

Ficou no passado todo ódio despertado por um resultado aquém do potencial nas Olimpíadasbolão boa esporte apostas onlineTóquio, com a eliminação nas oitavasbolão boa esporte apostas onlinefinal ao ladobolão boa esporte apostas onlineRebeca,bolão boa esporte apostas onlinedupla na época. Depois do ourobolão boa esporte apostas onlineParis, Ana Patrícia recebeu carinho dos brasileiros que a pararam para fotos, autógrafos e mensagensbolão boa esporte apostas onlineadmiração. Como não admirar uma atleta que no momento maior glóriabolão boa esporte apostas onlinesua carreira se mostra vulnerável e humana ao falar dos traumas que perturbarambolão boa esporte apostas onlinemente?

Ao ladobolão boa esporte apostas onlineDuda, Ana Patrícia desabafa após final do vôleibolão boa esporte apostas onlinepraia

Em entrevista ao Abre Aspas, Ana Patrícia abriu o peito sobre os cuidados com a saúde mental. Falou sobre os momentosbolão boa esporte apostas onlinefragilidades diante do bullying, dos haters e da depressão. Contou como driblou o medo e a ansiedade durante as Olimpíadasbolão boa esporte apostas onlineParis. Ressaltou a capacidadebolão boa esporte apostas onlineconcentração para não se deixar levar pelas emoções da emblemática discussão com a canadense Brenda Wilkerson na final. Destacou o trabalho psicológico como pilar do ouro olímpico.

- Precisei vivenciar muitas situações e principalmente entender a importância que tinha eu falar sobre saúde mental, porque sei a dor que o bullying me causou. Minha mensagem é sempre para que as pessoas falem sobre isso. Eu tinha vergonha, parecia pequeno. E não é pequeno. Aquilo mexeu na minha autoestima, mexeu na minha confiança. Se uma pessoa conseguir falar sobre isso e se sentir melhor, minha missão já vai estar cumprida. Foi duro pra mim, e não quero que seja duro pra tantas pessoas. A gente tem que quebrar cada vez mais esse tabu.

Ana Patrícia Abre Aspas — Foto: Marcos Guerra

bolão boa esporte apostas online Ficha técnica:

  • Nome completo: Ana Patrícia Silva Ramos
  • Nascimento: 29bolão boa esporte apostas onlinesetembrobolão boa esporte apostas online1997,bolão boa esporte apostas onlineEspinosa-MG
  • Principais títulos: ouro nas Olimpíadasbolão boa esporte apostas onlineParis 2024, ouro no Mundialbolão boa esporte apostas onlineRoma 2022, prata no Mundial do México 2023, ouro nos Jogos Pan-Americanosbolão boa esporte apostas onlineSantiago 2023, ouro nas Olimpíadas da Juventudebolão boa esporte apostas online2014.

Abre Aspas: Ana Patrícia falabolão boa esporte apostas onlineparceria com Duda ebolão boa esporte apostas onlineconfusão na final olímpica

Ana Patríca explodebolão boa esporte apostas onlineemoção no alto do pódiobolão boa esporte apostas onlineParis, ao ladobolão boa esporte apostas onlineDuda — Foto: Luiza Moraes/COB

bolão boa esporte apostas online Abre Aspas: Ana Patrícia

ge: Como está a vida depois do ouro? Como é ser campeã olímpica?
Ana Patrícia:
Tá sendo bem diferente. Muitos compromissos forabolão boa esporte apostas onlinequadra. A parte mais legal é ver o reconhecimento das pessoas, o quanto elas se alegram, o quanto elas se emocionam quando nos encontram na rua, no aeroporto. Até hoje tem gente que para, parabeniza, chora. É muito gratificante ver quebolão boa esporte apostas onlinealguma forma as pessoas também estão compartilhando e vivendo essa alegria, esses momentos que os Jogos Olímpicos nos proporcionaram.

Duda e Ana Patrícia são recebidas com festabolão boa esporte apostas onlineUberlândia

Hoje as pessoas te idolatram, pedem fotos. Um cenário bem diferente dabolão boa esporte apostas onlineinfância. Você contou diversas vezes sobre o bullying que sofreu quando criança. Como foi lidar com o bullying quando crescia? O esporte te ajudou nesse processo?
Sempre falo que o esporte me salvou. Nessa situação do bullying, eu sofria muito quando era criança por conta da altura, por ser uma menina que gostavabolão boa esporte apostas onlinecoisas que para a sociedade são coisasbolão boa esporte apostas onlinemenino, que é jogar futebol, que é praticar esporte. E eu normalmente praticava esportes com meninos. Minha infância toda foi marcada pelo bullying. Me sentia muito mal, porque a gente não tem muita consciência do que está acontecendo. Eu achava que não ia ser boabolão boa esporte apostas onlinenada porque eu era alta, porque eu me sentia diminuída pelas palavras que as pessoas proferiam a mim. Aí surgiu o esporte. Um colega chamou, e no primeiro dia eu já fui bem. Minha ficha caiu: "Nossa, eu sou boabolão boa esporte apostas onlinealguma coisa". Foi paixão à primeira vista. A partir dali foi futebol, handebol, vôlei, peteca, natação... Começou a me dar uma identidade, me dar um pertencimento. Foi uma ferramenta transformadora. Sou muito grata a tudo que aconteceu na minha vida. O esporte salvou e salva minha vida todos os dias.

Ana Patrícia comemorabolão boa esporte apostas onlineParis após ponto — Foto: Lars Baron/Getty Images

A gente vê você falando sobre essa questão do bullying hoje com muita naturalidade. Sempre foi assim? Ou teve um momento que você não conseguia falar?
Não era um assunto que eu conseguia falar com muita segurança, porque era sensível pra mim. Até eu conseguir entender que aquilo era real, porque a gente ainda tem uma culturabolão boa esporte apostas onlineque as pessoas julgam isso como "mimimi", né!? Palavra que eu detesto, inclusive. Tudo que você não sente, tudo que você não consegue compreender e que é do outro, você diminui a “mimimi”. Sempre que eu ia falar, parecia que era uma coisa pequena. Precisei amadurecer, vivenciar muitas situações e principalmente entender a importância que tinha eu falar sobre isso, porque sei a dor que me causou. Minha mensagem é sempre para que as pessoas falem sobre isso. O grande problema que eu tive foi que eu não conseguia falar sobre isso com outras pessoas. Tinha vergonha daquilo, parecia pequeno. E não é pequeno. Aquilo mexeu na minha autoestima, mexeu na minha confiança. Se uma pessoa conseguir falar sobre isso e se sentir melhor, minha missão já vai estar cumprida. Foi duro pra mim, e não quero que seja duro pra tantas pessoas.

Depois do ouro nas Olimpíadas, você fez um desabafo, contou o quanto sofreubolão boa esporte apostas onlineataques depoisbolão boa esporte apostas onlineTóquio. O que você viveu depoisbolão boa esporte apostas onlineTóquio?
Pós-Tóquio foi um dos momentos mais duros na minha carreira, pra não dizer da minha vida, né!? Foi o momentobolão boa esporte apostas onlineque entendi o poder das redes sociais. Ainda não tinha consciência da coisa do hater. A gente não conseguiu um resultado bacana, pelo menos dentro do que a gente achava que poderia. E acabei sofrendo muito hater. Muita ameaçabolão boa esporte apostas onlinemorte. Foi bizarro pensar que a gente via falar sobre essas coisas, que elas aconteciam, mas até então nunca tinha chegado nem próximo a mim. E pós-Tóquio eu comecei a ter muito isso ali. Todo dia, toda hora. As pessoas criticavam muito o resultado, e até aí tudo bem, mas eu comecei a ter muita ameaçabolão boa esporte apostas onlinemorte. "Você é um lixo, você tem que se matar, você é uma vergonha." Isso começou a extrapolar, não só a ser direcionada a mim, mas também a minha família. De falar: "Sua filha é uma vergonha, não sei como vocês saem na rua." Foi muito traumático. Muito traumático.

Abre Aspas: Ana Patrícia fala da importânciabolão boa esporte apostas onlineredebolão boa esporte apostas onlineapoio para boa saúde mental

Demorei maisbolão boa esporte apostas onlineum ano para conseguir respirar normalmente e entender que aquilo ali não me pertencia. Aquilo ali é um sentimento que está dentrobolão boa esporte apostas onlineuma pessoa que acha que pode falarbolão boa esporte apostas onlineuma coisa que ela não sabe. Ela não está no meu dia a dia, ela não sabe o que eu tenho que passar, ela não sabe as dores que eu sinto, os desafios que eu tenho que enfrentar. Foi um trabalho psicológico muito grande realmente para eu conseguir me recuperar dessa situação, que também me educou sobre o que é do outro e o que é meu. Você pode vencer, você pode fazer o seu melhor, você pode fazer uma coisa histórica que sempre vai ter alguém para encontrar alguma coisa que não foi boa. E isso não diz respeito a mim, isso diz respeito a uma pessoa que não está dentro da minha realidade.

Você comentou que houve ameaçasbolão boa esporte apostas onlinemorte não só para você, mas também parabolão boa esporte apostas onlinefamília. Eu queria que você falasse um pouco disso especificamente. Como você se sentia quando você recebia essas ameaças? Como era para você receber esse tipobolão boa esporte apostas onlineataque?
Era muito frustrante receber esse tipobolão boa esporte apostas onlinecomentário, esse tipobolão boa esporte apostas onlineameaça, porque eu passava muito pela minha cabeça tudo o que eu tinha feito para chegar até as Olimpíadas, todos os desafios, todas as dores. As pessoas não entendem que por mais que elas fiquem tristes, a frustração delas nunca vai ser acho que 10% do que é a nossa, que estamos aqui todo dia correndo debaixo desse sol quente, nessa areia. E a parte da ameaça realmente foi uma coisa que me deixou com medo. Até entender que aquilo não era real, até minha mente se acalmar com aquilo demorou bastante tempo, porque são coisas muito sérias. Imagina alguém falando que vai te encontrar na rua e vai te matar!? Que você tenha cuidado. Fiquei muitobolão boa esporte apostas onlinepânico. Você pensar que você pode sair na rua e alguém pode fazer alguma coisa com você por contabolão boa esporte apostas onlineum jogo, por contabolão boa esporte apostas onlineum campeonato, né!? A gente que tá muito exposto acaba tendo que escutar esse tipobolão boa esporte apostas onlinecoisa. Fiquei muito frustrada e senti muito medo.

Hino do Brasil no lugar mais alto do pódio! Ouro com Ana Patrícia e Duda no vôleibolão boa esporte apostas onlinepraia

Nesses ataques, muitas vezes as pessoas falavam para você desistir, até se matar. Em algum momento você deu ouvidos a essas vozes?
Sim. Eu fiquei num momento muito fragilizada. Você se sente um lixo, porque você não tá num momentobolão boa esporte apostas onlineentender que aquilo não é sobre você, que as pessoas não sabem o que acontece. Absorvi muito aquilo. Nos primeiros seis meses, entrei num processo depressivo mesmo. Eu falava que não queria mais, que não ia mais jogar. Tenho que agradecer muito à minha namorada (Nycaella Maia), porque se não fosse por ela provavelmente eu teria desistido. Ela que ficava: “Não, calma, você vai conseguir se tranquilizar, você vai ver que as coisas não são assim.” Tive esse momentobolão boa esporte apostas onlinepensarbolão boa esporte apostas onlinedesistir, levar muito a sério essa decisão. Graças a Deus isso não aconteceu, porque eu não estaria tendo a oportunidadebolão boa esporte apostas onlineestar aqui contando um pouquinho dessa história. Hoje me sinto muito orgulhosabolão boa esporte apostas onlinetudo que vivi,bolão boa esporte apostas onlinetudo que passei.

Você falou do trabalho psicológico que você fazia nessa época. Eu queria que você detalhasse como é que foi esse trabalho. Você já fazia antes algum trabalho psicológico?
Eu fazia antes, mas eu não entendia a importância que ele tinha. Fazia muito mais para coisas voltadas ao esporte do que para a pessoa Ana Patrícia. Para mim, a vida é um todo indivisível. Gostobolão boa esporte apostas onlineusar essa frase, porque eu não posso ser uma excelente atleta e ser um ser humano extremamente triste. Eu fazia uma psicologia muito voltada ao esporte, mas não olhava pra mim, pras minhas questões, pras feridas que eu carregava da vida. Realmente me afundei ali, me deprimi, aí fui buscar ajuda entendendo que eu precisavabolão boa esporte apostas onlineajuda. A maior viradabolão boa esporte apostas onlinechave foi isso. "Precisobolão boa esporte apostas onlineajuda porque daqui pra frente eu não consigo sozinha". Alguns meses depoisbolão boa esporte apostas onlineTóquio, a Duda me convidou para jogar. Na formação da equipe, a gente inseriu a nossa psicóloga Bianca (Andrade). Foi a pessoa que me fez entender essa importância psicológica e que olhou pra mim para alémbolão boa esporte apostas onlineuma atleta. Foi fundamental para que eu me recuperasse e vivenciasse esse processo com tanta leveza.

Ana Patrícia e Duda com a medalhabolão boa esporte apostas onlineouro — Foto: Luiza Moraes/COB.

Você falou que depoisbolão boa esporte apostas onlineTóquio você começou a entender a importância do trabalho psicológico. E justamentebolão boa esporte apostas onlineTóquio o tema da saúde mental no esporte ganhou visibilidade, muitobolão boa esporte apostas onlinefunção do que aconteceu com a Simone Biles, que teve bloqueios mentais. Você sentiu uma viradabolão boa esporte apostas onlinechave nesse sentidobolão boa esporte apostas onlinecuidado e atenção para a cabeça do atleta?
Acredito que sim, muito. Uma peça muito importante, que tem visibilidade muito grande, que foi a Simone Biles, falou sobre isso. Acho que desmitificou um pouco essa coisa que tinhabolão boa esporte apostas onlinecima do atleta, porque as pessoas ainda têm uma culturabolão boa esporte apostas onlineenxergar o atleta muito como um herói, que não sente nada, que não sofre, que é blindadobolão boa esporte apostas onlinetudo. A gente também tinha essa coisabolão boa esporte apostas onlinevender essa imagembolão boa esporte apostas onlineinabalável,bolão boa esporte apostas onlineforte. Nem sempre as coisas são assim. A gente tem nosso momentobolão boa esporte apostas onlinefragilidade, nós temos medos, nós temos ansiedade. Quando as pessoas desmitificaram um pouco falar sobre saúde mentalbolão boa esporte apostas onlineatletas, as coisas começaram a andar um pouco mais leves. Hoje a gente consegue chegar num Comitê Olímpico do Brasil e até nas próprias confederações e falar: “Olha, estou precisandobolão boa esporte apostas onlineum auxílio na parte psicológica”. Eles vão correr atrás do melhor possível.

Por muito tempo falar sobre saúde mental era um tabu. Hoje você vê um diálogo no meio esportivo sobre esse tema?
Muito. A gente consegue conversar, ter acesso a pessoasbolão boa esporte apostas onlineoutras modalidades. Quando a gente não compartilha, a gente acha que as coisas só acontecem com a gente. Tenho certeza que todo mundo que passar por aqui vai ter uma históriabolão boa esporte apostas onlinealgum momentobolão boa esporte apostas onlinedificuldade,bolão boa esporte apostas onlinealgum momentobolão boa esporte apostas onlinefragilidade. Quanto mais a gente conseguir transformar isso numa coisa natural, do ser humano, todo mundo só tem a ganhar.

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No vôleibolão boa esporte apostas onlinepraia especificamente, o quão importante é o mental? Dá para falar 50% mental, 50% físico?
No alto rendimento acho que é 90% psicológico. Cara, você vai a uma competição como as Olimpíadas, por exemplo, quem está nas Olimpíadas e não sabe dar uma manchete, não sabe dar um toque, não sabe dar um saque? Todo mundo sabe fazer a mesma coisa. Então, o que faz a diferença ali no jogo é realmente o controle emocionalbolão boa esporte apostas onlinealgumas situações. É o equilíbriobolão boa esporte apostas onlinetudo, porque medo todo mundo vai sentir, ansiedade todo mundo vai sentir. O que faz a diferença ali é como você lida com isso e como você consegue equilibrar tudo aquilo ali que tá acontecendo, porque tá todo mundo num nível muito parecido quando chega a uma competição como os Jogos Olímpicos.

Você falou muitobolão boa esporte apostas onlineequilíbrio, e houve um episódio da final das Olimpíadas que foi a discussão com a canadense Brenda Wilkerson. Logo depois do jogo você falou que estava tudo resolvido, mas todo mundo viu uma Ana muito concentrada depois daquele episódio. O que você buscou para se concentrar e voltar ao jogo depois daquela situação?
É uma situaçãobolão boa esporte apostas onlinejogo. A gente tem maturidade suficiente pra entender que a qualquer momento poderia ter acontecido aquilo, infelizmente aconteceu na final. Falo infelizmente porque acho que não precisa, mas como houve uma situação ali, eu me senti no direitobolão boa esporte apostas onlinetambém não ceder a algumas provocações. As pessoas têm falado muito sobre isso, mas a gente que vive vôleibolão boa esporte apostas onlinepraia sabe que isso acontece, e busquei me concentrar muito. O coração vai a 200 facilmente. Entendi que ali tinha muito sentimento envolvido. Eu já estava super ansiosa, super nervosa. Depois que fui entender que tinha tocado "Imagine", que todo mundo tinha ficado rindo. Fui ver exclusivamente esse lance, que ainda não tive coragembolão boa esporte apostas onlineassistir ao jogo, e vi que eu abaixei. Naquele momento eu fiquei tentando só voltar, porque o coração acelera demais. Fiquei falando: "Daqui pra cima não é bom pra você, então, volta, volta, volta". Aí gente pontua a importância do trabalho psicológico.

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No esportebolão boa esporte apostas onlinedupla também tem 50% você e 50% ela. E aí entra esse fator relacionamento. Como entra essa questão do equilíbrio emocional também com mais esse fator para a modalidadebolão boa esporte apostas onlinevocês?
O vôleibolão boa esporte apostas onlinepraia a gente brinca que é um casamento, porque 90% do tempo eu tô com a Duda. Passo muito mais tempo com a Duda do que com a minha mãe, com a minha namorada, com a minha família inteira. O fator relacional tem muita diferença. Pelo menos eu acredito muito nisso. Imagina você estar com uma pessoa que você discorda praticamentebolão boa esporte apostas onlinetudo, que os seus valores são diferentes? É um casamento, você almoça com a pessoa, você dorme com a pessoa, só não dorme na mesma cama, viu gente!? (risos) Se você faz tudo isso com alguém que você não gosta, que você não respeita, acho que fica mais difícil. Não vou dizer que é impossível, mas bem mais difícil.

Então o quão importante foi o trabalho psicológico na conquista do ouro olímpico?
De extrema importância. Seria muito difícil as coisas terem acontecido como aconteceram se a gente não tivesse se preparado tão fortemente nessa parte mental e se a gente não tivesse acreditado tanto que isso faria diferença. Tóquio foi traumático, mas a gente precisava ter vivido aquilo pra amadurecer e olhar a questão psicológica com mais atenção. Tóquio mostrou que esse equilíbrio emocional seria importante, não só na competição, mas durante o processo inteiro, porque foram dois anos e meio, inúmeras situações apareceram, inúmeros problemas apareceram. Talvez a gente não tivesse lidado tão bem se a gente não tivesse olhado com atenção pra essa parte psicológica. Graças a nossa psicóloga Bianca, que tem que dar todos os méritos para ela, porque foi fundamental.

Ana Patrícia e Duda comemoram ouro nas Olimpíadas com bandeira do Brasil — Foto: Luiza Moraes/COB

Você teve uma lesão muito séria também, uma hérnia lombar. Isso também afetou seu lado mental, além do físico?
A lesão mexeu muito na minha parte psicológica, porque do início do ano até dentro das Olimpíadas não houve um diabolão boa esporte apostas onlineque a minha mente não se questionasse se eu ia conseguir. Vim principalmente nos últimos três meses antes das Olimpíadas sofrendo muito, com dor, com limitação, não conseguia treinar mais que 40 minutos, porque a dor já se tornava insuportável. Tive um auxílio muito grande, tanto da comissão técnica como da Bianca. Eles me fizeram focar nas soluções que eu poderia ter naquele momento, mas mexeu muito com meu psicológico. Entrei com esse fator a maisbolão boa esporte apostas onlinepreocupaçãobolão boa esporte apostas onlinetodos os jogos.

Em umabolão boa esporte apostas onlinesuas falas depoisbolão boa esporte apostas onlineParis, você citou "muitos desafios mentais”, mas que vocês conversavam sem medobolão boa esporte apostas onlinefalar sobre os medos. Que desafios eram esses? Que medos eram esses?
Cara, as Olimpíadas te fazem questionar muitas coisas, porque você fica isoladabolão boa esporte apostas onlineum lugar cheiobolão boa esporte apostas onlinepessoas que você super admira. Você almoça ao ladobolão boa esporte apostas onlineSimone Biles,bolão boa esporte apostas onlineNovak Djokovic. O ambientebolão boa esporte apostas onlinesi já gera ali uma ansiedade muito grande. A gente conversava muito sobre essas coisas, sobre o peso da responsabilidade que a gente sentiabolão boa esporte apostas onlineestar ali,bolão boa esporte apostas onlineestar como favoritas, entre aspas. A gente conseguiu falar sobre tudo. A primeira vez que entrei na arena da Torre Eiffel eu falei: "Cara, isso aqui com certeza é a coisa mais assustadora que eu já vi na minha vida, porque é tudo mega, né!?" A gente tentou falar muito sobre isso com naturalidade e com respeito ao sentimento uma da outra e uns dos outros, que envolvia também toda a equipe.

Vocês se blindaram durante as Olimpíadas e não entraram nas redes sociais. Como foi essa estratégia?
A gente não utilizou durante as Olimpíadas. A gente usou o WhatsApp pra conversar com familiares, pessoas que estavam lá, então a gente ainda precisava manter certa comunicação. Mas redes sociais, a gente praticamente zerou. Às vezes uma coisa que uma pessoa fala que você vê até sem querer desequilibra o negócio todo. Então a gente optou por se blindar dessa forma. Acho que funcionou muito bem, né!? Acredito que a rede social naquele momento seria uma coisa que geraria ainda mais ansiedade e estresse ali dentro da competição.

Ana Patrícia salva bola — Foto: Mike Hewett/Getty Images

Mas e agora? Como é que está esse trabalho mental para continuar com uma atletabolão boa esporte apostas onlinealto nível e buscar ainda mais conquistas? A gente acha que saúde mental é só quando tá tudo ruim, mas quando tá tudo muito bem também é importante a gente ter esse cuidado.
Com certeza, é um trabalho contínuo. Também é uma das coisas que aprendi. Você está sempre precisando. Até para lidar com a quantidadebolão boa esporte apostas onlinecoisas novas que a gente está vivendo nesse pós-Olimpíadas. Você se assusta um pouco com tudo que tá acontecendo. A gente segue acreditando muito nesse trabalho, tentando ser pessoas melhores. Pra gente, nesse momento, é curtir tudo que a gente conseguiu conquistar até aqui, mas já ansiosa pra vivenciar todos os sentimentos e tudo diferente que uma competição vai apresentar pra gente.

Hoje como ébolão boa esporte apostas onlinerotinabolão boa esporte apostas onlinecuidados com a saúde mental?
Semanalmente a gente tem uma consulta com a nossa psicóloga, é um momento ali que a gente fala sobre tudo. Sempre que possível, tento sair um pouco da minha rotinabolão boa esporte apostas onlinevôlei. Brinco que não consigo respirar vôlei 24 horas por dia, sete dias por semana. Sou bicho do mato, então sempre que tenho uma oportunidadebolão boa esporte apostas onlineestar perto da natureza, gosto muitobolão boa esporte apostas onlinefazer isso. Entendi que faz muito bem pra minha mente. Dou muita importância pra esses momentosbolão boa esporte apostas onlineencontro comigo mesma, com as coisas que eu gostobolão boa esporte apostas onlinefazer, e essa terapia semanal que a gente tem, individual, e às vezes encontrobolão boa esporte apostas onlinegrupo, às vezes encontrobolão boa esporte apostas onlinedupla, que fazem muita diferença nesse processo.

Um grande aliado da saúde mental é uma redebolão boa esporte apostas onlineapoio. Você mora longebolão boa esporte apostas onlinesua família. Então como ébolão boa esporte apostas onlineredebolão boa esporte apostas onlineapoio?
Infelizmente não consigo ter todo mundo próximo, mas mesmo estando à distância minha família sempre se fez presente. Meus amigos também, principalmente. Nas Olimpíadas eu conversei muito com eles, eu mandava assim: "Gente, acordei, não tô conseguindo ficarbolão boa esporte apostas onlinepé, tô nervosa". Eles: "Vai dar certo". São pessoas com quem posso falar sobre qualquer coisa sempre. Antes eu não queria falar, porque eu não queria levar problema pra eles. Hoje acontece uma coisa, e a gente já conversa, já tenta entender quais as melhores possibilidades. Eles se fazem muito presentes, isso faz muita diferença pra mim. Eu não teria conseguido sem eles.

Estamos no mêsbolão boa esporte apostas onlinesetembro, temos muitas campanhas do setembro amarelo. Nabolão boa esporte apostas onlinevisão, qual a importância desse movimento? De se falar sobre saúde mental não apenas no esporte?
A gente tem que quebrar cada vez mais esse tabu. As pessoas têm vergonha, eu ainda converso com muita gente que tem vergonhabolão boa esporte apostas onlinefalar sobre isso, que se sente fraco por falarbolão boa esporte apostas onlinecertas coisas. A gente precisa entender que todo mundo tem problema, que todo mundobolão boa esporte apostas onlinealgum momento vai se sentir fragilizado e que a gente tem que contar com o máximobolão boa esporte apostas onlinepessoas possíveis para ser ajudado nesses momentos. E saúde mental não é só essa parte ruim. Saúde mental é para você se tornar uma pessoa melhor, um profissional melhor. É a buscabolão boa esporte apostas onlineuma melhoria. Saúde mental é você como um todo. O nosso corpo não vai funcionar se a nossa cabeça não estiver boa. Fico muito feliz que a gente esteja cada vez mais conseguindo falar sobre isso, tanto no Setembro Amarelo, mas que a gente dê sempre muita atenção pra esse tema, porque ébolão boa esporte apostas onlineextrema importância.

Eu queria que você mandasse uma mensagem para quem está passando por uma situaçãobolão boa esporte apostas onlinebullying oubolão boa esporte apostas onlinesofrer com ataquesbolão boa esporte apostas onlinehater como você já passou. O que você diria para essas pessoas?
Primeiro eu diria para essas pessoas que elas conversassem abertamente, sem vergonha, sobre isso. Essas coisas são das outras pessoas. Não pensem que vocês são o que os outros falam. A gente não é o que o outro fala. A gente é o que a gente constrói no dia a dia. E a gente é referência pelos nossos valores. Conversem, não tenham vergonha, e acreditem que vocês podem ser o que vocês quiserem.

Pódio do vôleibolão boa esporte apostas onlinepraia — Foto: Luiza Moraes/COB

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