sport vs Raniel revela recaída com álcool após acidente do filho e lembra percalços antessport vschegar ao Vasco: "Até drogas eu vendi"

- Com 14 anos eu comecei a beber. Depois, a me drogar. E até vender drogas eu vendi. É doído demais lembrar disso, parece que estou jogando sal numa queimadurasport vságua-viva. Eu era só uma criança e acabei cedendo àquele mundo perigoso que me cercava - declarou Raniel ao "The Players Tribune".

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Recomeço marcado na pele

Um dos momentos abordados pelo atleta é o anúncio da suspensão por doping, quesport vsavó Marinalva acompanhou ao seu lado pela TV. Na época, o principal nome das categoriassport vsbase do Santa Cruz precisou ficar afastado dos gramados por quase um ano.

- Achei que eu fosse perder ela também, que o coração dela não ia aguentar tanto sofrimento. Isso me machucou mais do que a própria punição, porque a vó Marinalva me ama demais, sempre quis o meu bem e foi o colo onde eu me socorri a vida inteira - contou Raniel.

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O pontosport vsvirada do atacante, como já havia revelado ao ge, está eternizadosport vsuma tatuagem no rosto, abaixo do olho esquerdo. A data 07-12-20 marca o dia que Raniel decidiu pararsport vsbeber.

- Com essa tatuagem perto do olho, que a vó Marinalva diz ser a janela da alma, todo mundo pode me ver por inteiro, por dentro e por fora. Os números não mentem: essa é a minha história, cheiasport vsdores, quedas e cicatrizes, mas verdadeira pela primeira vez. Você não precisa sentir penasport vsmim. Apenas me conhecer. Eu sou Raniel, camisa 9 do Vasco, tenho 25 anos, três filhos e uma esposa incrível. E desde 07-12-20, não boto uma gotasport vsálcool na minha boca.

A recaída que o fez mudarsport vsvida

A decisão por pararsport vsbeber veio depoissport vsdois grandes baques que o pernambucano sofreusport vs2020: a quase perda do filho Felipe, na época com nove mesessport vsvida, e a trombose agudasport vsestágio avançado, que por pouco não encerrousport vscarreira como jogador.

- Erasport vstarde. Eu e minha mulher tínhamos ido tirar um cochilo no quarto. O nosso bebê Felipe,sport vsnove meses, ficou com a babá. Quando ele adormeceu, ela o deixou num colchão no chão da sala e foi pra áreasport vsserviço, cuidar da roupa, essas coisas. Mas esqueceu a portasport vsacesso pra piscina entreaberta. Provavelmente o Felipe acordou e engatinhou até lá. Eu dei um pulo da cama com os gritos da babá. Desci as escadas correndo e vi meu filho nos braços dela, desacordado, todo molinho, e com a boca espumando - falou abertamente sobre o caso pela primeira vez.

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O bebê precisou ficar internado na UTI por 23 dias, mas por sorte sobreviveu. O choque, porém, fez Raniel se entregar à bebida mais uma vez e quase desistirsport vstudo.

- Voltei a beber e não foi pouco. Era o auge da pandemia e os jogos estavam suspensos, os estádios fechados. Eu tive uma recaída. Eu me afundei. Bebia, bebia, bebia até cair e bebia mais um pouco deitado. Só parava depoissport vsdesmaiar. Eu queria me destruir. Eu via que a qualquer momento algo grave ia acontecer comigo. E eu desejava que acontecesse, porque aquele abismosport vsque eu caí depois do antidoping no Santa Cruz ficou rasinho perto desse - revelou.

No mesmo ano,sport vsoutubrosport vs2020, Raniel teve trombose venosa profunda na perna direitasport vsdecorrência da Covid. O atacante precisou passar por cirurgia e correu o riscosport vsperder a perna.

Infância difícil no Recife

A superação do jogador vai além dos problemas citados. Ainda pequeno, Raniel perdeu o pai e foi entregue pela mãe, que não tinham condiçõessport vscriá-lo, a uma vizinha. Dione, a mãesport vscriação, faleceu quando o novo camisa 9 do Vasco tinha sete anos, e ele passou a ser cuidado pelos irmãossport vscriação.

- Na nossa casa simples no bairro do Arruda faltava tudo: roupa, material escolar, mantimentos. Lembro que eu não tinha toalha pra me enxugar depois do banho. Me secava com roupa suja. Eu saía pra bater bola na rua e quando dava três da tarde, no máximo, corriasport vsvolta pra casa. Os meninos não entendiam: “Pô, Raniel, tá metendo um montesport vsgol e vai sair no meio do jogo?”. Mas eu tinha que voltar, me lavar, me enxugar com aquela roupa suada e depois dar um trato nela no tanque. Até hoje sinto o cheiro do sabão… Um sabão quadrado, amarelinho. Aí eu torcia e pendurava a roupa na frentesport vsum ventilador pra ela estar seca na horasport vseu ir pra escola.

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Grato ao Santa Cruz pela chancesport vsse refazer mesmo após o flagra no doping, o atacante também reconhece o Cruzeiro por acreditar "num jogador com históricosport vsalcoolismo, drogas e pego no antidoping". Agora, entende que o recomeço no Vasco é parte do seu destino.

- Eu entendi que passei por tudo o que passei para estar vivo neste dia, nesta hora, neste ano,sport vsSão Januário. É aqui que vai acontecer mais uma volta pra mim. E com ela eu espero contribuir com a volta do Vasco também. Eu passei pelo que passei para ser quem eu sou hoje. E agora o Vasco faz partesport vsmim. Estou pronto para viver o melhor ano da minha vida. Mas, não importa o que aconteça nem quantos gols eu marque na temporada, eu finalmente me sintosport vspaz - destacou o camisa 9.

Titular do ataque vascaíno no início desta temporada, Raniel começou 2022 correspondendo às expectativas do treinador Zé Ricardo. O centroavante tem três golssport vscinco jogos pelo Vasco.

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