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Por Emanuelle Ribeiro, Raphael Zarko e Tébaro Schmidt — Riojoguinho da blazerJaneiro


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Pablo Vegetti nasceu numa vila chamada Santo Domingo, no estadojoguinho da blazerSanta Fe - a maisjoguinho da blazer500 km da capital do país Buenos Aires. Uma cidadezinha que chamajoguinho da blazer"pueblo"joguinho da blazerapenas 2,5 mil pessoas. Éjoguinho da blazerlá que saiu o homem que mudou a história do Vascojoguinho da blazer2023. Fez 10 golsjoguinho da blazer21 jogos e foi peça fundamental no time que escapou do rebaixamento na última rodada.

Aos 35 anos, o "Pirata" vive situação inédita na carreira: tem statusjoguinho da blazerídolo num timejoguinho da blazermassa depoisjoguinho da blazertrajetória periférica na vidajoguinho da blazeratleta. No Abre Aspas do ge - a entrevista foi realizada na segunda-feira (dia 15), após a vitória contra o Internacional,joguinho da blazerPorto Alegre -, o atacante conta da dificuldadejoguinho da blazersairjoguinho da blazercasa e do aspecto psicológico quase invisível que também explica essa trajetória incomum.

joguinho da blazer Abre Aspas: Pablo Vegetti

Vegetti Vasco Abre Aspas — Foto: André Durão

joguinho da blazer Ficha técnica

  • Nome completo: Pablo Ezequiel Vegetti Pfaffen
  • Nascimento: Santo Domingo, na Argentina,joguinho da blazer15joguinho da blazeroutubrojoguinho da blazer1988
  • Carreira: Villa San Carlos, Rangersjoguinho da blazerTalca (Chile), Ferro Carril, Gimnasia, Colón, Boca Unidos, Instituto, Belgrano e Vasco. Foi artilheiro das três principais divisões do campeonato argentino. Pelo Vasco, tem 24 golsjoguinho da blazer51 jogos. Médiajoguinho da blazerquase um gol a cada duas partidas.
  • Título: Campeão da segunda divisão pelo Belgranojoguinho da blazer2022.

Você é nascido numa cidade muito pequena na Argentina. Sua mãe nos contou que você não queria sairjoguinho da blazerlá. Por que?

— Não gostavajoguinho da blazersairjoguinho da blazerlá. Em Santo Domingo tinha tudo. Lá foi minha infância, tenho meus amigos. Meu povoado para mim era tudo. Você cresce e vai fazendo o seu caminho, mas não queria... Eu tinha teste para jogar no River oujoguinho da blazeroutro clube. Ia passando os testes, mas eu sabia que não ia embora (risos). Então ficava lá (em Santo Domingo). Depois com o tempo comecei a sair um pouco mais.

Você jogava num clube pequeno lá. Como era?

— Sim, era Unionjoguinho da blazerSanto Domingo. As cores eram branca com a faixa preta. Parecia o Vasco. Quando era criança eu gostava muitojoguinho da blazerjogar bola. Brincava o tempo todo com a bola, mas num povoado tão pequeno você não tem muita possibilidadejoguinho da blazerfazer outra coisa. Então a bola para mim sempre foi tudo. Brincava, jogava, fazia todos os esportes. Mas o principal era isso, brincar com meus amigos. Aproveitava muito dos jogos do fimjoguinho da blazersemana, dos pequenos encontrosjoguinho da blazeroutras cidades. A família me acompanhava muito. Tive uma infância muito bonita. Minha mãe é professorajoguinho da blazereducação física. Ela trabalhavajoguinho da blazertodas as escolas do povoado. Do Jardim, com crianças pequenas, à escola primária, secundária e terciária.

Ela te dava aula?

— Sim,joguinho da blazertodo o tempo. Era bom e não era bom (risos). Porque os professores falavam tudo que eu fazia. Meu pai era caminhoneiro. Mas eu não gostava da profissão dele. Não via graça na profissão porque ele ia muito embora, então eu não podia desfrutar dele. Ele me pedia a todo tempo para acompanhar, mas não gostava muito. Ele era muito trabalhador, eu aprendi muito do que é a responsabilidade com o sacrifício do meu pai e da mamãe, porque foram muito trabalhadores, mas era uma profissão muito difícil porque ele não ficava muito tempojoguinho da blazercasa.

Acha que essa distância do seu pai também influenciou para você demorar a sairjoguinho da blazercasa?

— Depois que a gente cresce a gente começa a analisar tudo e encontra uma razão para esses comportamentos que eu tinha... Acho que pode acontecer. Eu era muito próximo da minha mãe. Meu pai sempre esteve presente, mas é uma profissão que era muito difícil porque ficava muito tempo fora, era algo como um mês fora que a gente não o via. E eu acho que isso que eu não gostei da profissão dele e por isso não quis acompanhá-lo. Eu via que meus amigos tinham os pais todo o tempo com eles, trabalhavam ali no povoado, enquanto ele tinha que viajar. Então acho que hoje me dei conta que eu sofria muito por isso e acho que não gostavajoguinho da blazerviajar oujoguinho da blazerir embora.

Hoje você é pai e seu filho te acompanha muito. Como é essa relação?

— Meu filho mudou a minha vida. Eu tento ser uma versão melhorada do meu pai, aprendi muito com ele (pai), mas quero melhorar ainda. Antes, depoisjoguinho da blazerum jogo que não era bom, que a gente perdia, que eu não fazia gol, eu ficava muito putojoguinho da blazercasa. E agora a gente tem um jogo ruim, volto para casa, olho para ele e passa tudo. Muda o humor. Mas eu não gosto tanto da exposição dele. Acho que ele tem demais (exposição). Aconteceu no Belgrano e aqui a torcida dá muito carinho para mim e para ele. Se a torcida o ama, eu amo a torcida, amo o clube. Mas a gente sai e conhecem muito meu filho. Não gosto muito. Faz parte do trabalho, da profissão, mas muitas vezes tento não expô-lo tanto.

Você chegou há quase um ano,joguinho da blazeragosto do ano passado. Parece que não sentiu a diferença da Argentina para o Brasil. Foi fácil a adaptação?

— Foi muito, muito fácil. Eu falo que se a família está bem, eu estou bem. Eu trabalho tranquilo, jogo tranquilo, viajo tranquilo. Chegojoguinho da blazercasa e a gente não tem problema. É muito difícil quando você está bem no clube e chegajoguinho da blazercasa e a família não pode se adaptar. Mas se está tudo bem, me dá muita tranquilidade para fazer meu trabalho. Eu falo com eles o tempo todo e eles estão muito felizes aqui, querem ficar por muito tempo.

Mas tudo é diferente. O jogo, a língua, os costumes...

— Eu acho também que quando as coisas vão bem dentro do campo é muito mais fácil. A gente aqui chegou num momento ruim, onde a exigência era muito alta, mas nem todas as experiências são iguais. A princípio o que mais me custou foi o ritmojoguinho da blazerjogo, que é muito mais intenso, mais dinâmico. Com o passar do tempo eu fui me adaptando, mas são muitos jogos seguidos. Isso foi o mais difícil, eu tive que mudar muitos hábitosjoguinho da blazeralimentação,joguinho da blazerrecuperação,joguinho da blazerdescanso, mas foi rápido.

Como foi essa negociação para vir?

— Eu amo o Belgrano, acho que foram cinco anos muito especiais para mim, dentro e fora do campo. Com seis meses que eu cheguei ao clube, coloquei a braçadeirajoguinho da blazercapitão. Joguei a Série B lá, com a exigênciajoguinho da blazerque o time tinha que subir. Foi muito desgastante e eu achava que era um momento legal para sair. Para estar no Belgrano, ser capitão e dar o máximo dentro e fora do campo, eu tinha que ter uma energia muito alta. Eu estava um pouco esgotadojoguinho da blazertoda essa trajetória que a gente fez no clube. A gente foi campeão, subiu para a Série A, permaneceu na Série A, eu pude sair goleador da Série B e da Série A com o clube.

Pablo Vegetti, atacante do Belgrano — Foto: Divulgação / Belgrano

— Claro, sempre vão ficar coisas por cumprir, mas eu achava que era um momento para sair, para renovar minha energia, meus objetivos. Foi difícil, mas eu estava muito convencidojoguinho da blazersair. A gente começou a olhar outras opções, tinha o América-MG, num momento apareceu o Vasco, depois o Vasco caiu, voltou a aparecer no final da janela. Falei com os dirigentes do Belgrano, falaram um valor, falei para o Vasco. Tudo foi muito rápido. Era o momentojoguinho da blazertrocarjoguinho da blazerares.

Você chegou no fim da semana e já estreou com gol. Você conhecia algum companheirojoguinho da blazertime?

— Cheguei quarta e no domingo fui para o jogo. Eu lembro que no gol contra o Grêmio, quando sai a jogada, vem o cruzamento do Pec e eu faço o gol. Eu sou muitojoguinho da blazeragradecer a quem faz a assistência oujoguinho da blazercomemorar o gol com quem faz a assistência. Nesse momento eu não sabia quem era, então foi assim, foi um abraço (faz o gesto e ri). Mas eu não sabia quem era. Foi um momento muito engraçado, porque olhava e não conhecia ninguém.

Ajoguinho da blazertrajetória mostra um jogador que fez sucesso tarde num cenáriojoguinho da blazergrande clube e, hoje, no principal mercado sul-americano. Por que essa demorajoguinho da blazerdecolar na carreira?

— Hoje eu entendo que tudo acontece por algum motivo. E todo o meu caminho foi indo para que hoje eu esteja aqui, aproveitando o momento. Quando comecei a desfrutar da profissão, quando comecei a desfrutar do trabalho, do dia a dia, do treino, foi quando as coisas aconteceram dentro do campo.

— Eu acho que essa carreira tem muitojoguinho da blazerpsicológico. Os jogadores profissionais não estão preparados para muitas coisas que acontecem. Os jogadores têm que render todo fimjoguinho da blazersemana. A gente treina, se no fimjoguinho da blazersemana anterior fez um gol, no próximo tem que fazer dois, três. Tudo tem pressão, tudo tem exigência. Mas tem muita coisa boa que muitas outras profissões não tem.

— Mas a gente não está preparado psicologicamente para tudo que acontece. A mim também foi algo que me prejudicoujoguinho da blazeralguns momentos, por isso que a princípio tive uma carreira com muitos "vai e vem" e hoje tenho seis anosjoguinho da blazerregularidade. Mas isso é difícil que muitas vezes os jornalistas ou a torcida entenda. Mas acontece muito. Muitos jogadores que a gente fala: "Por que esse jogador não chegou? Por que esse jogador ficou no caminho, se é um craque, se era..." Mas o futebol, como na vida, é muito psicológico. Se você não está preparado para entender tudo que acontece, é muito difícil. Muito ruim. Então acho que por isso no princípio da minha carreira eu tive esses altos e baixos e hoje tenho regularidade, tranquilidade. Pude conseguir estabilidade dentro e fora do campo.

Você faz algum acompanhamento psicológico?

— Minha mulher é psicóloga. A gente precisa ir muito a psicólogo, mas eu não (risos). Eu acho que consigo resolver as coisas sozinho. Tenho meus momentos ruins, mas graças a Deus, eu consigo sair rápido ou resolver sozinho. Quando a gente não consegue resolver as coisas sozinho, é muito difícil, muito. Às vezes parece fácil que eu fale que eu resolvo as coisas sozinho. Há momentos que não são fáceis, que você fica muito ruim, mas se a gente não pode sair, a gente tem que pedir ajuda.

— Hoje, no futebol, tem jogadores que tiram a própria vida, que vivem sob muita pressão, então são situações muito difíceis. Eu acho que acompanhamento psicológico é muito, muito importante. Sinceramente, eu comeceijoguinho da blazeralgum momento da minha vida, mas eu não me sentia cômodo. São muitas exigências, muita exposição que te dá essa carreira. Você tem que estar todo o tempo olhando as críticas, entendendo muitas coisas, escutando muita gente falar merdajoguinho da blazervocê, quando não conhecem você. Tem que saber a que dar importância e a que não dar importância.

Vegetti Vasco Abre Aspas — Foto: André Durão

Você se refere a críticas, por exemplos,joguinho da blazertorcedores na internet?

— Muitas vezes você olha nas redes sociais e quer responder. Eu respondia porque eu sentia que ficava aliviado, mas depois você entende com o tempo que não tem sentido. Você dá importância a alguém que está falando merdajoguinho da blazervocê. Deixa que falem,joguinho da blazeralgum momento vão cansar. Se você responde é como que mostrar que está acreditando no que ele está falando. Deixa que falem, trabalhe tranquilo, desfrute do trabalho, da família. Depois tente responder no campo. Tentar fazer tudo o que está ao alcance. Se você termina o jogo vazio, se na semana trabalhou bem, descansou bem, se alimentou bem, se recuperou bem, mas no jogo acontecem muitas coisas, não dependejoguinho da blazermim. Então se você faz tudo bemjoguinho da blazeralgum momento o trabalho paga.

— Não tem que olhar as críticas, não tem que olhar. Hoje você é o melhor do mundo, amanhã é a merda mais grande do mundo. Não é assim. Eu não acho que sou o melhor, nem o pior. Tento manter equilíbrio dentro e fora do campo. O problema está quando você acredita no que falam. Porque muitas vezes acontece que falam que você é o melhor do mundo e você acredita. É muito ruim para o jogador.

Abre Aspas: Vegetti fala sobre acidente grave dos pais antesjoguinho da blazerassinaturajoguinho da blazercontrato

Antesjoguinho da blazervocê ir para o seu primeiro time, com pouco maisjoguinho da blazer20 anos, você passou por um drama. O acidentejoguinho da blazercarro dos seus pais. Como foi isso najoguinho da blazervida?

— Eu acho que muitas coisas que aconteceram durante esse período, eu as eliminei (da cabeça), não me lembro. Foi um momento muito ruim, também ia acontecer issojoguinho da blazerassinar meu primeiro contato como profissional. Aconteceram muitas coisas que eu apaguei da memória. Foi um antes e depois. Esse momento foi ruim, mas hoje entendo que isso, ao longo do tempo, me fez bem. Me fez tomar decisões. Ele me fez ser o que sou hoje. Nesse momento eu sofri muito. Mas hoje eu agradeço, entre aspas, o que aconteceu. Porque eu estou aqui, minha família também. E eu sou hoje o que sou por tudo o que aconteceu no meu caminho. Mas há muitas coisas que nesse momento eu não lembro.

Pablo Vegetti ao lado dos pais, Reinaldo e Alejandra — Foto: Arquivo Pessoal

Lembrajoguinho da blazercomo recebeu a notícia?

— Algumas coisas pontuais eu lembro. Disso, do momentojoguinho da blazerreceber a notícia,joguinho da blazermuitas outras coisas. Meu pai estavajoguinho da blazerestado muito grave. Teve que ser transferido para Buenos Aires. E ele poderia não resistir a viagemjoguinho da blazerSanta Fe a Buenos Aires. Depois ficoujoguinho da blazerBuenos Aires muito tempo e se recuperou. Mas a recuperação também teve muitos problemas, muitas operações. Mas eu acho que nesse momento eu estava também muito convencido do que eu estava fazendo,joguinho da blazerque eram minhas últimas oportunidades. E acho que hoje eu sinto que fui um pouco egoísta naquele sentido, porque eu estava muito focado. Também posso analisar que eu teria sofrido muito se eu não estivesse focado. Há muitas coisas que acontecem no caminho, que hoje sendo mais velho ou lembrando, olhando o caminho que a gente percorreu, vai entendendo tudo. Mas foi muito difícil para a família, porque meu pai teve que deixarjoguinho da blazertrabalhar, minha mãe já estava se aposentando.

Não é comum começar no futebol sem base, com ajoguinho da blazeridade. Você pensa nisso?

— Eu achava que não era muito comum, mas se você fala com um ou outro companheiro, vê que acontece. Não é normal, mas acontece mais do que se pensa. Achava que era o único, mas vi que não. Eu joguei futebol toda a minha vida, mas não era profissional. Eu jogava onde queria, não ia para um time profissional porque eu não queria. Mas quando eu quis ir, eu fui. Comecei e deu certo. Essa possibilidade não chega sempre. Ela chegou no momento justo e eu falei: "É agora ou nunca". Assumi a responsabilidade, depois aconteceu o acidente dos meus pais.

Vegetti Vasco Abre Aspas — Foto: André Durão

Você chegou a dizer que se arrependiajoguinho da blazerjogar no Colón, time do seu coração. Por que?

— Eu estava no Gimnasiajoguinho da blazerLa Plata e chegou a proposta do Colón. Para mim era realizar um sonho. Decidi com o coração, mas não decidi com a cabeça. Tomei a decisãojoguinho da blazercabeça quente. Não me arrependo, mas se pudesse voltar um tempo atrás eu teria pensadojoguinho da blazeroutra maneira. O clube estava muito ruim, havia subido para a primeira divisão há seis meses, muitos problemas políticos e, quando chegou a proposta, não analisei. Eu também cometi muitos erros. Não era o jogador e a pessoa que sou hoje. Foi uma decisão um pouco rasa, mas eu realizei o sonhojoguinho da blazervestir a camisa do Colón. Isso para mim foi muito importante, mas o momento não era aquele.

Você jogou nas três divisões da Argentina. O que passou por lá?

— Eu joguei na terceira divisão um ano, fomos campeões, o clube subiu e fui embora. Depois joguei a B Nacional, saí campeão com o Belgrano, a gente subiu e fui embora. Muitos dos times que joguei na terceira divisão hoje estão na segunda e os da segunda estão na primeira. Nos campos que eu jogava ontem muitos jogadores da primeira divisão estão jogando agora. Uma loucura isso. Joguei campeonatos regionais, tipo um Carioca, foram muitas coisas que me ajudaram a aprender e a crescer.

— Eu sou o único jogador na Argentina que foi artilheiro das três divisões e também da segunda e da primeirajoguinho da blazerforma consecutiva. Isso me ajudou a crescer e ser o jogador que sou hoje.

O que foi determinante parajoguinho da blazerregularidade nos últimos anos?

— Eu estava no Gimnasiajoguinho da blazerLa Plata, fiquei oito meses sem jogar. Eu joguei um jogojoguinho da blazerjaneiro e voltei a jogarjoguinho da blazersetembro. Eu tinha contrato com o clube e ninguém me falou que eu não estava nos planos do treinador. Eu quis ficar porquejoguinho da blazerjaneiro, na pré-temporada, fomos fazer um jogo forajoguinho da blazerLa Plata, eu joguei, fiz gol e achei que ia ter oportunidade. Depois desse jogo, o treinador me tirou, nunca falou comigo e fiquei treinando separado. Fiquei puto com a situação, com o clube também, eu tinha mais um ano e meiojoguinho da blazercontrato. Na janelajoguinho da blazerjulho, o clube disse que queria rescindir o contrato, eu aceitei, mas queria que cumprissem com o pagamento do contrato todo. Estava puto por estar parado há tanto tempo, sem ninguém falar comigo.

— Tinha possibilidadejoguinho da blazerir a um clube da primeira divisão, mas eu queria que o clube me pagasse tudo. Hoje também me arrependo disso. Acabei saindo do clube, o mercado da primeira divisão havia fechado e o da segunda divisão fechariajoguinho da blazeruma semana. Fiz a rescisão e fui jogar a segunda divisão por um clube do interior, Boca Unidosjoguinho da blazerCorrientes. Eu falei: "Ou morro aqui ou volto a nascer". Era um clube muito pequeno, sem torcida, acabou caindo para a terceira divisão, mas eu fiz um segundo turno muito bom, com 12 gols, mas quando cheguei o clube já estava numa situação ruim. Falei para mim: "É agora ou tenho que deixar o futebol". Tive resiliência. Depois veio o Instituto, fiz 15 gols, fui artilheiro, fui para o Belgrano e aconteceu tudo.

O que levou desse caminho?

— A vida do jogadorjoguinho da blazerfutebol é resiliência, trabalho o tempo todo, é como a vida. Na vida não está tudo bemjoguinho da blazertodo momento e no futebol também não. Aqui no Vasco mesmo há um mês ou mais estava tudo ruim, e hoje estamos no melhor momento desde que eu cheguei. As coisas mudam o tempo todo. O que tem que fazer é hoje. O treinojoguinho da blazerhoje,joguinho da blazeramanhã, o jogo depois. Não podemos ficar nem no bom nem no ruim. Se eu faço dois gols hoje, eu não posso me apegar a isso. Se eu errei dois gols hoje, também não posso ficar com isso. Tem que seguir o caminho, como na vida.

As caras e bocasjoguinho da blazerVegettijoguinho da blazerentrevista no Abre Aspas — Foto: André Durão

Você se tornou capitão do Vasco. Como ganhou a confiança dos jogadores?

— Primeirojoguinho da blazertudo tem que ser uma boa pessoa. Isso é fundamental. Para que as coisas aconteçam dentro do campo e dê tudo certo, a gente tem que formar um bom grupo. Quando eu cheguei, eu vi que o grupo não estava bem, que havia muita diferença entre os jogadores estrangeiros e os jogadores do Brasil. Eu falei: "Estamos todos juntos, ou nos salvamos todos ou morremos todos". Não tenho problema com ninguém, falo com todo mundo, brinco com todo mundo.

— Não dá para ser amigojoguinho da blazertodo mundo, mas tem que ter uma boa relação no trabalho, pensarjoguinho da blazerconjunto, e isso eu acho que hoje mudou muito, se vê dentrojoguinho da blazercampo. Acho que também por causa da minha personalidade, por como me comporto dentro do grupo e dentro do campo. Falar é fácil, mas tem que fazer conexões, isso é minha personalidade, brinco muito com todos. Os brasileiros gostam muito disso. Havia grupos diferentes e isso não era bom. Não tinha problema, briga, mas eu falava que tínhamos que estar todos juntos.

Ejoguinho da blazeronde saíram esses tapas nos jogadores contra o São Paulo?

— Saiu no momento (risos). Depois eu vi que saíram muitas notícias, mas foi um momentojoguinho da blazermuita felicidade, não me contive. Deu certo, vou voltar a fazer (risos).

Foi uma formajoguinho da blazermotivar?

— Eu não era capitão, agora sou, mas tento ser o mesmojoguinho da blazersempre, não muda nada. Sei que é uma responsabilidade grande usar a braçadeirajoguinho da blazerum clube como o Vasco, mas sou o mesmojoguinho da blazersempre. Esse momento aconteceu, não penseijoguinho da blazerdar tapa na cara, aconteceu. Foi um jogo muito bom para nós, começamos a jogar melhor e deu certo. Futebol é resultado. Se eu desse os tapas e o São Paulo virasse, iam dizer que os tapas não foram bons.

Quem você elege como os três melhores atacantes do Brasil?

— Tem o Estêvão. É um jogador que tem muito futuro. Mas não é minha posição. Na minha posição, acho que, por números, o Pedro está tendo um ano muito bom. Depois, acho que o Lucero também está fazendo um grande ano no Fortaleza. Tem muitos, não quero esquecerjoguinho da blazernenhum. Acho que, hoje, o futebol do Brasil tem um nível muito alto. Você encontra jogadoresjoguinho da blazermuito nível, mas acho que esses dois caras hoje estão muito bem, seus times estão bem também. Vemos o Calleri fazendo o que está fazendo no São Paulo. Cano também, mas o Fluminense agora não está passando por um bom momento. Mas é um jogador que tem características que eu gosto muito, é muito goleador, muito intuitivo.

O pequeno Pablo Vegetti com a camisa da Argentina e a bola nos pés — Foto: Arquivo Pessoal

Você está nesse bolo?

— Não sei se estou ou não estou nesse grupo. Tento fazer o melhor para o Vasco, para que a gente volte a ter um clube no nível que merece, que o clube merece, que a torcida merece. O que eu encontrei aqui foi um clube muito popular, com uma torcida incrível. Então a gente merece mais, o time merece mais. Acho que hoje estamos conseguindo. A gente não tem que sofrer, tem que pensarjoguinho da blazerbrigar por coisas muito importantes. Mas isso não acontecejoguinho da blazerum momento para outro. Isso acontece com muito trabalho. Na verdade acontece quando você também tem uma estrutura forte. Acho que o Vasco está começando a ter isso.

— Eu falo que um time grande como o Vasco não pode ter estrutura deficiente. Para que um clube como o Vasco brigue por títulos todo o tempo, tem que ter uma estrutura forte. Hoje estamos vendo isso, estamos trabalhando muito. O Pedrinho passa uma imagem que era muito necessária para nós, agora com a vinda do Felipe... Estamos vendo outra coisa no clube. Mas a gente tem que seguir melhorando. Aprovaram o estádio novo, que vai ser muito importante para o clube. Tomara que eu possa jogar nele algum jogo também (risos). O que se vê no Vasco hoje é muito bom, mas tem que começar a construir aos poucos. Não vamos começar a falar agora que vamos ser campeõesjoguinho da blazertudo porque estaríamos falando mentira. Tem que começar a brigar por coisas importantes. Mas a estrutura do clube tem que crescer junto. Você não pode falar que vai sair campeãojoguinho da blazertudo, e a gente não melhorar as coisas que têm que melhorar.

Qual zagueiro mais difíciljoguinho da blazerenfrentar?

— Cara... Não tem jogo fácil. Eu falo para os meus amigos na Argentina: estou muito surpreso com a liga brasileira. Eu gosto muito, demais,joguinho da blazertudo. Desfrutojoguinho da blazercada jogo,joguinho da blazercada estádio que jogamos, é uma liga muito top. A intensidade nunca abaixa. Eu dizia que, na Argentina, você tem jogosjoguinho da blazerque fala: "Esse jogo vai ser mais tranquilo, a gente vai poder respirar". Não, aqui é o tempo todo ao máximo, todos os jogos a gente termina extenuado. Se você relaxa com qualquer time, pode perder. Tem zagueirosjoguinho da blazermuito nível. Aqui os zagueiros são muito mais rápidos do que na Argentina, muito mais fortes. É como falei no caso dos centroavantes, (se eu esquecer) estaria falando maljoguinho da blazeralguém. Mas o jogojoguinho da blazerque eu mais sofri até agora foi o jogo contra o Bahia, lá, no ano passado. Quando a gente empatoujoguinho da blazer1 a 1. Nesse jogo, eu falei com a comissão técnica anterior, com Ramón e Emiliano, que nesse jogo eu sofri muito. Não sei por que, mas lembro que esse jogo para mim foi muito ruim.

Afinal, o que aconteceu no vestiário depois da derrota para o Criciúma? Ramón pediu demissão?

— Foi um momento difícil. Acho que foram acontecendo muitas coisas que não eram boas para o clube, para o que a gente estava vivendo. Nesse momento, havia muitas dúvidasjoguinho da blazertudo, eles se encarregavamjoguinho da blazertudo que acontecia aqui dentro. Ninguém esperava que eles fossem embora do clube, então foi muito difícil, teve um impacto muito grande para o time. Porque eles têm uma relação muito boa com os jogadores, muito próximajoguinho da blazernós no dia a dia. Mas eu falo que, se eles contassem com a estrutura que o Vasco hoje está montando, as coisas dariam muito mais certo. Hoje eles estão no Corinthians, fazendo um novo trabalho, um novo processo. Para nós, esse momento foi muito ruim. Depois houve muita trocajoguinho da blazer"manager" também, veio o Rafael, que fez coisas muito boas. Vai embora o Rafael, vem o Álvaro Pacheco. Tudo que aconteceu com ele. Todos os problemas com a 777. Então aconteceram muitas coisas que também nos afetaram.

— Não é uma desculpa, mas é muito difícil para nós fazer as coisas bem dentro do campo, quando escuta muitas coisas que vão acontecer. O time sempre se blindou ao máximojoguinho da blazercada treinamento, com o treinador que fosse. Quando se falava maljoguinho da blazeralguém, era muito doloroso. Mas o que acontecia aqui dentro era muito ruim, muita instabilidade. E hoje se vive tudo o contrário. Rafael está fazendo um trabalho enorme, impressionante, com muita humildade, muito trabalho. É um cara muito legal. Como a gente falava ontem com o comando do Pedrinho e todo o estafe, acho que tudo isso está mudando, mas não vai ser fácil, como falei. Tomara que sim, que a gente saia campeão amanhã, mas seria muito difícil. Mas temos que começar a mudar para poder conseguir esse tipojoguinho da blazercoisa.

Você tem um cabeceio muito forte. Qual o segredo?

— Ah, eu quero que todas as bolas cheguem na área. Eu fico muito puto quando a bola não chega. Mas eu entendo também que a gente não pode ficar o tempo todo colocando bola na área. Mas acho que é uma característica, é algo como uma virtude que eu tenho. Não sei como explicar. É o meu trabalho, é algo que está no meu jogo. Mas os zagueiros também começam a conhecer o movimento, então eu tenho que tentar fazer algum outro movimento para me desmarcar. Mas é uma característica muito boa que eu tenho e tento resolver dentro da área. Eu digo que sei que eu faço um esforço enorme, tenho muito desgaste físico no jogo ajudando o time.

— Eu digo que gostariajoguinho da blazerficar o tempo todo dentro da área, que é o meu lugarjoguinho da blazerconforto. Mas a gente, para ajudar o time, tem que sair da zonajoguinho da blazerconforto e fazer outro tipojoguinho da blazertrabalho. Mas é uma virtude que eu tenho, que eu tento aproveitar. É uma condiçãojoguinho da blazerintuição,joguinho da blazergoleador. E se eu explico, perde a magia (risos).

Você até deu bronca, brincando com o Leandrinho, que não cruzou bola para você e chutou...

— (risos). Claro, o Leandrinho é um jogador que tem muito futuro. Mas, se ele não cruzar, vai embora (risos). Eu quero que todas as bolas cheguem na área. Não só cruzamentos, mas fazendo uma tabela. Acho que o time está crescendo muito. Mas temos um recurso muito bom que são os cruzamentos. A gente fala "goljoguinho da blazerplay station", ir para fora e cruzar. Se você vê muito futebol europeu, a maioria dos gols é assim, cruzando. Depois tem muitas outras alternativas. Mas eu quero que todas as bolas cheguem na área, fico muito puto quando não chega, mas faz parte. Mas estamos fazendo um trabalho muito bom e acho que vai dar certo, se a gente seguir por esse caminho, trabalhando. E se a gente seguir nesse caminho a níveljoguinho da blazerclube, com essa estrutura, com o apoio que estamos tendo com o Pedrinho e seu estafe, a movimentação que estão fazendo na janela, acho que as coisas que virão vão ser muito boas para o Vasco.

Você tinha sonhos quando era menino. Tinha um ídolo, talvez sonhasse com a seleção argentina. Quais são os seus sonhos hoje?

— Eu falo que nasci na geração errada. Ajoguinho da blazer1988 tem os melhores atacantes da Argentina (risos). Mas pensarjoguinho da blazerjogar pela seleção sempre esteve muito longe para mim. Meu ídolo era o Batistuta. Eu o acompanhava muito, gostava muito. Via os jogos da Fiorentina, da Roma. Mas depois, maior, a gente vai vendo atacantes diferentes, tenta fazerjoguinho da blazerversão pessoal. Não é bom copiar ou imitar, mas eu olho muito para tentar imitar diferentes coisas, tirar coisas boasjoguinho da blazerdiferentes jogadores e tentar imitá-las. Se eu voltar no tempo e lembrar o que queria fazer, quando era menino sempre quis ser jogador profissional. Acho que eu não visualizava o momento que estou vivendo hoje, a carreira que eu fiz, acho que tudo foi acontecendo. Mas o tempo todo eu agradeço pelo que o futebol me deu, que a vida me deu. Mas sou um cara que nunca se conforma, que sempre quer ir por mais. Acho que é isso que faz com que eu cresça, que eu queira mais todo o tempo, que queira ganhar sempre. Se você me pergunta hoje, acho que (o futebol) me deu mais do que eu sonhava naquele momento.

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