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Por Fred Gomes, Raphael Zarko e Rodrigo Cerqueira — Rioaposta no esporteJaneiro


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Junior entra naaposta no esportecasa pela TV há quase três décadas. Certamente você sabe que o comentarista do grupo Globo foi um craque, ídolo do Flamengo e da seleção brasileira. Mas talvez nunca tenha ouvido falar que ele vendeu maisaposta no esportemeio milhãoaposta no esportecópias num samba que uniu a naçãoaposta no esportetorno do futebol encantador do Brasilaposta no esporte1982.

Menos ainda sabe que Leovegildo Lins Gama Júnior nasceuaposta no esporteJoão Pessoa, veio para Copacabana ainda criança e seguia a carreiraaposta no esporteestudanteaposta no esporteadministraçãoaposta no esporteempresas quando decidiu se arriscar nos campos.

Junior completou 70 anos no último dia 29aposta no esportejunho — Foto: André Durão

O Capacete, que mais tarde também ficou conhecido como Maestro, jogou até os 47 anosaposta no esportealto nível na praia,aposta no esporteprimeira e grande paixão. Conheceu a esposa num pagode às vésperasaposta no esporteviajar para a Espanha. Sofreu ofensas racistasaposta no esportecampo na Itália e alimentou as chancesaposta no esporteir para a Copaaposta no esporte1994, a do tetra, até leve atrito com Zagallo próximo do Mundial.

Na semana passada ele completou 70 anosaposta no esporteviagem a trabalho na cobertura da Copa América nos Estados Unidos e repassou a trajetória no Abre Aspas do ge.

aposta no esporte Ficha técnica:

  • Nome completo: Leovegildo Lins Gama Júnior
  • Nascimento: 29aposta no esportejunhoaposta no esporte1954aposta no esporteJoão Pessoa (PB)
  • Carreira: Flamengo (865 jogos, recordista), Torino e Pescara. Na Seleção, foi a duas Copas do Mundo (1982 e 1986), fez 69 jogos e seis gols. Foi treinadoraposta no esportecurtas passagens por Flamengo e Corinthians. No Rubro-Negro, também foi diretoraposta no esportefutebol. É comentaristaaposta no esportefutebol desde 1998.
  • Principais títulos: Libertadores e Mundialaposta no esporte1981; quatro títulos brasileiros (1980, 1982, 1983 e 1992); seis títulos Cariocas (1974, 1978, 1979, 1979, 1981 e 1991); Copa do Brasilaposta no esporte1990. No Beach soccer, conquistou inúmeros títulos internacionais e continentais na segunda metade da décadaaposta no esporte1990.

aposta no esporte Abre Aspas: Júnior

ge: como você chega aos 70 anos?

Junior: — Se tem uma palavra que eu posso falar é gratidão. Eu consegui fazer aquilo que gostaria, que é uma coisa muito difícil você trabalhar naquilo que você gosta, tendo resultados, tendo alcançado objetivos e principalmente ter o reconhecimento das pessoas pelo trabalho que foi desenvolvido e que foi feito. É realização junto com gratidão, porque nessa trajetória toda foram muitas pessoas que, desde láaposta no esportetrás, quando a gente começa, que te ajudaram.

Como se relaciona com essa passagem do tempo?

— Talvez até pelo fatoaposta no esporteeu ter tido uma longevidade acima da média dos meus contemporâneos, não sofri tanto. Pareiaposta no esportejogaraposta no esporte1993. Mas no mesmo ano começou o futebolaposta no esporteareia. Pude prolongar minha carreira, até os 47 anos ainda estava competindo. Tive um processo bem tranquilo. É lógico que existem os limitesaposta no esportefunção da questão física. Eu brinco sempre, toda vez que eu entro no Maracanã. A gente fica pensando: "caramba, o Maracanã está cada vez maior. Como é que a gente virava o jogoaposta no esporteum lado para o outro, né?" Lógico, muito menos idade, você estava preparado pra aquilo ali. Eu procuro, por uma questãoaposta no esportesaúde, sempre fazer alguma atividade física. Seja jogando um vôleizinho na praia, seja andandoaposta no esportebicicleta, sempre fazendo alguma coisa, porque eu acho que o próprio corpo da gente, quando você passa muito tempo fazendo essas coisas, sente falta. E eu sinto falta. Quer dizer, para mim foi tranquilo, não tive, vamos dizer, esse problemaaposta no esporte"ah, porque vou chegar aos 70..." Se eu estou chegando aos 70 anos bem, então é exatamente porque eu devo ter feito alguma coisa lá atrás que me deu essa possibilidade.

Junior comentarista no Abre Aspas — Foto: André Durão

No fimaposta no esportecarreira, o Fernando Vannucci falava muito "Junior, o Vovô-garoto". Incomodava?

— Muito pelo contrário, quando o Fernandinho falava isso, o vovô-garoto, que não era pejorativo, ele estava exaltando um cara com mais idade e ainda conseguindo acompanhar principalmente a rapaziada mais nova. Isso veio também até mesmo pelas companhias que eu tive no finalaposta no esportecarreira. Júnior Baiano, Djalminha, Marquinhos, Nélio, Piá, essa molecada toda. Quer dizer, a cabeça vai tentando acompanhar um pouco tudo aquilo que eles faziam.

O apelidoaposta no esporteMaestro também já surgiu mais velho e reflete bem essa fase né?

—Acho que os grandes responsáveis (pelo apelido) foram exatamente os garotos, essa molecada toda ali, né? Porque pra que eu pudesse ter rendimento, comportamento forte naqueles anos, eles foram grandes responsáveis não só dentroaposta no esportecampo, mas fora também. Porque eu acho que era uma obrigação, não só minha, mas também dos mais velhos, por tudo que a gente armazenou durante a nossa carreira, poder passar para esses caras. Dizer para eles da importância, a dimensão que era jogar no Flamengo e buscar objetivos, como a gente alcançou durante aquele período. E eu acho que essa obrigação, ela se transforma numa coisa extremamente gratificante. Eu acho que o fatoaposta no esporteestar com eles no dia a dia,aposta no esporteorientar, principalmente, e dizer pra eles.

Junioraposta no esporte1993, no último anoaposta no esportecarreira pelo Flamengo — Foto: Neal Simpson/EMPICS via Getty Images

— Eu era o irmão mais velho deles. Porque eles estavam começando uma coisa que eu já estava terminando. E contava histórias pra eles. A gente teve a sorteaposta no esporteter um treinador, um cara também que os conhecia muito bem, que era o Carlinhos. Quer dizer, as coisas se encaixaramaposta no esporteuma forma que a gente pode conduzir,aposta no esporteuma maneira, que até hoje a gente tem o nosso grupo no celular, a rapaziada se fala, caso alguém tenha alguma dificuldade, alguma coisa, a gente mantém o contato.

Foto históricaaposta no esporteJunior com garotada do Flamengo inspirou criaçãoaposta no esportedocumentário "A Turma do Maestro Junior" — Foto: Divulgação

Você veioaposta no esporteJoão Pessoa, na Paraíba, para o Rio com cinco, seis anos. Lembraaposta no esportealguma coisa dessa transição? Seu pai cuidava da fábricaaposta no esporteazulejos do seu avô.

— Lembroaposta no esportepouca coisa. O meu avô tinha essa fábricaaposta no esporteazulejos, era mestreaposta no esporteobra. E quando ele faleceu, deixou para o meu pai. Só que o meu pai não tinha tino comercial. Quem não tem tino comercial, normalmente, não consegue continuar com o negócio. O meu avô vendeu e a gente se transferiu, a família, aos poucos veio para o Rio.

— Eu morava na rua Domingos Ferreira,aposta no esporteCopacabana. Quando cheguei eu era muito pequeno, as coisas só foram acontecendo, na verdade, 3, 4 anos depois.Comecei a sairaposta no esportecasa com o meu irmão mais velho. Ele jogava no infantil do Juventus (da praia), então eu o acompanhava para ver os jogos na praia. Ali você vai tomando gosto. É aquela coisa que a gente nem sente quando acontece. Quando eu tinha 9 para 10 anos já estava jogando no infantil do Juventus.

Você tinha mais paixão pelo futebolaposta no esportepraia do que do campo?

— Tinha não, tinha não... Tenho, porque até hoje o nosso pessoal lá do Juventus, láaposta no esporteCopacabana, a gente tem uma pelada. Na verdade a pelada é um motivo pra gente se encontrar, que é tudo amigoaposta no esportemaisaposta no esporte50 anos, que crescemos juntos aliaposta no esporteCopacabana. E aí a gente se junta pra jogar essa peladinha, mas na verdade é pra tomar um chope depois e falar um pouco da vida. E o futebolaposta no esportepraia para mim foi a primeira grande diversão que eu tive. Acompanhando o meu irmão, conhecendo as pessoas. Eu não gostava muitoaposta no esportejogar futebolaposta no esportecampo, porque as chuteiras naquela época eram muito arcaicas mesmo. Toda vez que eu calçava uma chuteira era bolha pra tudo quanto é lado, quer dizer, eu não me ficava muito à vontade, mas por contingências da vida acabei indo para o campo.

Você também se apaixonou cedo pelo samba. Como entrou a música naaposta no esportevida?

— Meu tio Vavá, irmão da minha mãe, fazia umas rodasaposta no esportesambaaposta no esportecasa. A gente já tinha essa idade (de acompanhar), mais ou menos. Quando minha mãe deixava a gente ficar acordado, eu ficava acompanhando ele. E ele tocava muito bem pandeiro. Eu aprendi a tocar olhando ele tocar. Outra coisa que veio junto também foi o fato de, como a gente morava ali perto da Ladeira dos Tabajaras, tinha a escolaaposta no esportesamba, a Vila Rica láaposta no esportecima. Então muita gente que morava lá no morro jogava com a gente no Juventus. Quando começava o períodoaposta no esporteCarnaval, dos ensaios, a gente ia lá para cima, para a quadra. O futebol e o samba começaram juntos na minha vida.

Junior comentarista no Abre Aspas — Foto: André Durão

Você chegou a iniciar faculdadeaposta no esporteadministração e sempre teve marcação duraaposta no esportecasa para estudar. Era coisa daaposta no esportemãe?

— Minha mãe trabalhou no Banco Nacionalaposta no esporteHabitação, o BNH, durante um bom tempo, era Caixa Econômica Federal, depois trabalhou no BNH. Esse era o compromisso que a gente teve que assumir junto com ela. Porque nunca teve esse negócioaposta no esporte"ah, não vai jogar futebol", isso nunca teve. A obrigação primeiro, na verdade a prioridade, pode colocar assim, era o estudo. Tanto que eu fiz Primário, Ginásio, Científico na época sem repetiraposta no esporteano. Era aquele 5,5 ou 6 que passavaaposta no esporteano. E tinha a grande paixão que era exatamente futebol, mas o boletim no final do ano ele tinha que ficar azul, senão... Se fizesse alguma coisa errada, a primeira coisa cortada era a bola. "Não vai jogar na praia". "Não vai jogar salão, não vai fazer nada disso". Era a forma que eles encontraram, na verdade, para que a gente tivesse responsabilidade.

Como foiaposta no esportechegada no Flamengo?

— Eu tinha feito teste no Botafogo, levado pelo Neném Prancha, que era muito amigo do Tião, que era dono do Juventus, né? Fiquei um período no Botafogo. Depois fui levado pelo irmão do Giulite Coutinho, que era nosso vizinho, para ficar no América. Mas, na verdade, já estava desistindo porque a concorrência era grande, as dificuldades eram grandes e tal. E eu já estava com 18 pra 19 anos. Aí eu resolvi, "vou parar, vou fazer vestibular". Mas terminou um amigo do meu tio, que jogava vôlei com ele na (rua) Constante Ramos, "ah, vamos lá no Flamengo, vou te levar, o (Modesto) Bria (ex-jogador e treinador paraguaio) é meu amigo..." Eu fui muito mais pra agradar meu tio.

— No primeiro dia para ir ao teste, o seu Bria olhou pra mim - eu com aquele cabelo black power: "isso aí é guitarrista ou é jogadoraposta no esportefutebol?" E eu pensei: "meu Deus do céu, onde é que eu fui meter?"

— Aquilo foi uma forma atéaposta no esportedescontrair, porque o seu Bria foi muito importante quando cheguei no clubeaposta no esporte1973. Ele e o Jaime Valente me convenceram a mudaraposta no esporteposição, porque eu jogava no meioaposta no esportecampo e tinha feito jogo no juvenilaposta no esportelateral-direito: "ó, você está na idade que vai subir para o profissional, a concorrência no meio-campo é muito grande e a lateral direita tá com uma certa carência". Terminei aceitando. Eu joguei o segundo turno todo do Campeonato Carioca como lateral-direito e no final do ano subi para o profissional como lateral-direito..

Você estudante na facultade certamente teve que fazer escolha difícil para conciliar estudos e uma vidaaposta no esportejovemaposta no esporteCopacabana e o futebol, que requer sacrifícios. Como foi isso?

— Na verdade, o diabinho ficou aqui, né? No ombro.Eu treinava no sábadoaposta no esportemanhã. Eaposta no esportetarde tinha os jogos do Juventus, na praia. Quando eu estava indo pra concentração, o pessoal estava no bar. Normalmente comemorando. Eu ia para a Atlântica, pegar um ônibus para São Conrado. E a galera com aqueles convitesaposta no esportesempre (risos).

— Só que, na minha cabeça, era questãoaposta no esporteoportunidade. Depois eu não teria maisaposta no esportefunção da idade. Isso que me moveuaposta no esportenão parar ali. Conheci muitos outros que tinham condiçãoaposta no esporteserem profissionais só que se deixaram levar por essa fragilidade, entendeu? Eu acreditei sempre que poderia. Até mesmo pelas pessoas que me orientavam. Para estudar eu tinha oportunidade depois. Mas mesmo assim eu terminei passando para administração, fiz quatro períodos na Cândido Mendes... Só larguei porqueaposta no esporte1976 eu fui convocado para a Seleção Olímpica. Ia ficar um grande período fora. E eu me lembro que o reitor se chamava Sérgio Pereira. Eu falei: "vou ter que trancar a faculdade." Ele falou: "não, a gente ajuda daqui, ajuda dali. Dá pra você continuar". Eu falei: "não dá, pô. Vou fazer um mêsaposta no esporteexcursão. Depoisaposta no esportetem mais dois meses e pouco com a preparação para Olimpíada." Mas eu falei: para estudar eu vou ter tempo, essa oportunidade que está aparecendo para mim, não sei se vai acontecer novamente. De repente eu até volto, mas não consegui voltar, porque depois a carreira deslanchou.

Junior comentarista no Abre Aspas — Foto: André Durão

Você desenvolveu praticamente uma ambidestria. Como treinou para se tornar lateral-esquerdo?

— Eu usava a perna esquerda para fazer lançamentos, para chute a gol, mas era muito mais para passar com a pernaaposta no esporteapoio. Estava há dois anos no profissional na lateral direita, aí me aparece doutor Francisco Horta com aquela história do troca-troca. Só que ele manda para o Flamengo o Toninho Baiano, que era jogadoraposta no esporteseleção brasileira. Eu falei: "caramba, agora que estou ambientado, vou ter que esperar. Chegou um cara com muito mais bagagem que eu". Só que nesse período o nosso treinador era o Carlos Fromer. Ele me perguntou se eu jogaria na lateral esquerda. Eu falei: "posso tentar, mas nunca fui lateral-direito, agora o senhor está querendo que eu vá para a esquerda..." E tinha o Vanderlei (Luxemburgo). Ele jogou o primeiro tempo num jogo contra o Brasilaposta no esportePelotas e eu joguei o segundo tempo. Aí vi que tinha condição. Só que eu tinha essa dificuldade muito grandeaposta no esportechegar na linhaaposta no esportefundo e fazer o cruzamento com a esquerda. Tinha um paredãoaposta no esportemadeira lá na Gávea, que a gente ficava batendo - como se fosseaposta no esportetênis mesmo. Fui treinando, praticando. Até o dia que você consegue fazer o cruzamento do jeito que você quer. Terminei até batendo córneraposta no esportecanhota.

Sócrates uma vez disse você era o mais completo entre todos os craquesaposta no esporte1982. Concorda?

— O Magrão era amigo mesmo (risos). Eu fui aperfeiçoando, vamos dizer, todos os fundamentos pelo fatoaposta no esporteter começado na praia e como ponta-direita. Depois passei a jogar no meioaposta no esportecampo, quando fui para o campo fui para a lateral. Joguei bom tempo futebolaposta no esportesalão no qual você precisa ter noçãoaposta no esportemarcação. Tudo isso me ajudou para que eu pudesse desenvolver todas essas ferramentas para poder chegar onde cheguei. E aquela coisa, eu era bem objetivo. Não coloca desafio que eu topo. Eu fui sempre movido a esses desafios.

— Até mesmo para poder chegar jogando até os 39 anos. Cada contrato que eu renovava eu falava: "vou parar esse ano". Mas aí tinha desafio a mais. E fui movido a esses desafios. Mas o Magrão foi extremamente generoso.

Na final contra o Botafogo,aposta no esporte1992, são dois dribles seus que parece que transformam aquele duelo. Você nunca encarnou no Renato Gaúcho com aquele lance?

— Nunca falamos sobre aquele lance porque não tem nada a ver, né? Renato era meu vizinho, jogamos juntos na Seleção e tivemos várias passagens. É um lance atípico. Lembro que fui na palestra do Pedrinho Salomão, que é amigo do meu filho, e ele disse: "Eu tenho uma coisa para te contar. Em 1992, eu tinha 12 anos e estava subindo a rampa com meu amigo, nós entramos atrasados, e tinha um senhorzinho na frente quando escutamos esse urro. Encostamos e perguntamos: o que houve, quem foi que fez o gol? E o senhorzinho respondeu: "Não foi gol, não. Foi o velho que deu dois dribles no Renato (risos)".

— Ficou marcado porque o Renato era a grande referência do Botafogo naquele ano. O Botafogo vinha fazendo um ano excepcionalaposta no esportetodos os sentidos, e o Renato era o cara do momento. Aquele drible e aquela jogada certamente criaram um climaaposta no esporteconfiança na torcida do Flamengo que fez com que o jogo descambasse para um resultado que a gente jamais poderia imaginar, que seria fazer três golsaposta no esporte23 minutos.

Imagem Peter Robinson/EMPICS via Getty Images Imagem Juha Tamminen - https://juhatamminen.photoshelter.com/
Junior pela Seleçãoaposta no esporte1982 e, dez anos depois,aposta no esporteação pelo Flamengo, no penúltimo ano da carreira — Foto 1: Peter Robinson/EMPICS via Getty Images — Foto 2: Juha Tamminen - https://juhatamminen.photoshelter.com/

Em 1992, já existia fisioterapia e alguns cuidados. Mas muito pouco comparado a hoje, que tem nutricionista etc. Como eram seus cuidados para chegar com quase 40 bem fisicamente?

— Eu sempre disse para a garotada: você tem hora para tudo. Não adianta você querer fazer uma coisa na véspera do jogo porque a consequência vai ser no dia do jogo. Sempre tive uma vida social tranquila, mas toda regrada. A gente não tinha acompanhamentoaposta no esportenutricionista, no finalaposta no esportecarreira já tinha uma pessoa que fazia todo um cardápio para que se pudesse ter o melhor rendimento. Acho que é muito mais orientaçãoaposta no esportedentroaposta no esportecasa,aposta no esportefazer as coisas certas nas horas certas. Mais do que qualquer outra coisa, o fatoaposta no esporteeu ter começado a jogar na areia desde os 8 anosaposta no esporteidade me deu a possibilidadeaposta no esportepassar toda a carreira sem ter um problemaaposta no esportejoelho ou tornozelo.

— Eu não machucava, não tive o que meus colegas e amigos tiveram,aposta no esporteter contusão grave e ter que parar por muito tempo. Nunca tive contusãoaposta no esporteter que parar por um mês. Acho que exatamente porque toda minha estrutura muscular e óssea foi formada na areia. E isso me deu a possibilidadeaposta no esportepoder jogar aos 39 anos com um bom nível.

"É guitarrista ou jogadoraposta no esportefutebol?": Junior Capacete ouviu quando chegou ao Flamengo. Como ídolo, Muhammad Alli: "Principalmente pelas brigas que sempre teveaposta no esportefunção do lado racista que nos Estados Unidos é uma coisa muito mais evidente há muito tempo. — Foto: Peter Robinson/EMPICS via Getty Images

A gente lembrou da final contra o Botafogo, masaposta no esporte1989 tem outro jogo marcanteaposta no esporteque falavam do Flamengo "dos velhos", com você, Zico, na estreia do Bebeto pelo Vasco. O que lembra daqueles 2 a 0 com gols do Bujica?

— Eu quase briguei com o Valdir Espinosa (risos). Na concentração, ele falou: "Sabe como é que é... Dois caras com 35 anos jogando no meio-campo..." E eu falei: "Ô, Valdir, que história é essa?. E ele: "Não, não dá". E eu: "Como não dá?". Ele: "Então eu vou te botar para jogaraposta no esportebeque central". Eu falei: "Táaposta no esportebrincadeira, né? De beque central para marcar Bebeto e companhia?"

— Ele falou: "É, po, eu vou deixar o Zico no meio e coloco você ali atrás para fazer a saídaaposta no esportebola". Aquelas coisasaposta no esporteconvencimento. Eu falei: "Tá bom, vai ser a primeira e a última". Aí termina com a gente fazendo um jogo realmente espetacular, com o Bujica fazendo os dois gols. Mas não foi a última, não. Depois na despedida do Zico,aposta no esporteJuizaposta no esporteFora, contra o Fluminense, eu também jogueiaposta no esportebeque central.

— Na Itália, eu tinha jogadoaposta no esportelíbero, que é diferente. Eu não precisava sair caçando os centroavantes, ficava muito mais na sobra. Usei um pouco daquela experiência que tive no Pescara,aposta no esporteque jogueiaposta no esportelíbero duas vezes. Porque quando o cara ia fazer o lançamento e baixava a cabeça, eu já tinha ideiaaposta no esporteonde ele ia lançar. Eu saía na frente, ganhava uns dois segundos, que era o suficiente para poder ganhar dos caras muito mais jovens do que eu. Mas aquele jogo ficou marcado porque os dois veinhosaposta no esporte35 anos conseguiram dar conta do recado.

Você gravou antes da Copaaposta no esporte1982 o samba que marcou aquela geração. O "Povo feliz", do refrão "voa, canarinho, voa". Como surgiu aquilo?

— Eu tenho um discoaposta no esporteouro,aposta no esporteplatina,aposta no esporte500 mil cópias vendidas. É um privilégio. Um dos compositores dessa música é o saudoso Memeco, que foi contemporâneo do meu irmão jogando vôlei. O Alceu Maia, que é meu compadre e jogou salão comigo no Flamengo, recebeu esse cassete e ligou para a Toca da Raposa, onde a gente concentrava: "Pô, cara, tem uma música para a Seleção que é a tua cara. Quem fez foi o Memeco, amigo do teu irmão Lino e do Nonô do Jacarezinho".

— Eu falei: "Pô, Alceu, estou aqui na Toca, a Copa do Mundo é daqui a 15, 20 dias, estou mais preocupado com isso". Ele falou: "Eu vou te mandar, escuta aí". Ele mandou o cassete, e eu chamei o Edevaldo, lateral do Fluminense, meu parceiro. Quando a gente escutou, o Edeva falou: "Isso aí é a tua cara". A gente foi escutando, e o refrãozinho vai entrando naaposta no esportecabeça.

— Aí Alceu me liga, e eu disse: "A música é legal, Alceu, mas não tem tempo. Estou aqui treinando, vou chegar na sexta-feira, e a gente embarca domingo para Portugal". Aí ele falou: "Deixa isso comigo, canta o refrão para eu poder pegar o tom". Aí eu cantei o refrão, ele pegou o tom e falou: "Deixa comigo"- E eu estou levando isso muito mais numa brincadeira, num hobby. Cheguei na sexta-feira e tinha um pagode na Bartolomeu Mitre, no Bar do Kalil, e lá tinha o Telinho, que tocou cavaquinho com a gente lá no Japão. Fui com o Edevaldo. Por coincidência, nesse dia conheci minha mulher. A gente ficou e se conheceu nesse dia.

Junior com a esposa: eles se casaram no início dos anos 1980 — Foto: Reprodução Placar

— No outro dia, eu tinha que gravar e botar a voz. O Alceu falou: "Fica devagar na sexta-feira porque você vai botar a voz no sábadoaposta no esportemanhã". Falei: "Tá legal, Alceu". Que nada, emburaquei no pagode, chegueiaposta no esportecasa três ou quatro horas da manhã. Eaposta no esportemanhã cedo já estava na RCA Victor para gravaraposta no esportemanhã.

Mas saiu boa a gravação...

— Quando chego na gravadora, eu ainda estava com a voz quente do pagode do dia anterior. A gente matou o negócio e,aposta no esportetrês ou quatro horas, o disco estava pronto. Eu sempre digo que o "Voa, Canarinho" ("Povo feliz") pegou uma senhora carona na seleção brasileira. Conforme ia ganhando, os caras iam me mandando um telex: "Aí, já vendeu 150 mil". Eu não tinha ideia o que era aquilo. As pessoas foram me falando: "Você sabe o que é isso, cara?". Terminou com o disco vendendo 750 mil cópiasaposta no esporte23 dias, que foi o período do início da Copa até sermos eliminados.

Como é a história do Moisés, zagueiro, que ficou na bronca com você?

— (Risos) Quando eu volto da Copa do Mundo, encontro o Moisés, o Xerife (zagueiro). E o Moisés diz: "Pô, você me arrebentou, cara". Eu falei: "Eu, cara? Faz tempo que eu não te vejo". Ele falou: "É, sabe por quê? Eu ia na Zona Sul, comprava aquele monteaposta no esportedisquinho, levava para a Zona Norte, vendia pelo dobro do preço e ia me arrumando. Quando vocês perdem para a Itália, eu tinha comprado uma quantidade que pensei que ia me dar bem. Aquela porcaria encalhou, eu tive que sentar no meio-fio e pegava aqueles disquinhos e dizia "Voa, seu canarinho filho da mãe" (faz o gestoaposta no esportearremessar o disco). Eu falei: "Bem feito, você não me pediu autorização para vender os discos" (risos).

Abre Aspas: Júnior falaaposta no esportecasoaposta no esporteracismoaposta no esportequando jogava na Itália e rixa com Juventus

Hoje existe muito esse debate sobre comportamentoaposta no esportejogador foraaposta no esportecampo, se isso tira foco, etc. Isso também aconteceu naquela época. Você escutou muito issoaposta no esporte1982?

— É normal. Mas um problema muito grande é que eu não recebi um centavoaposta no esportedireito autoral da música que vendeu discos e era tocada nas rádios. Quem falou isso foi o cara que era o presidente do Ecad (Escritório Centralaposta no esporteArrecadação e Distribuição) na época. Ele dizia: "O cara quer cantaraposta no esportevezaposta no esportejogar bola". Que que tem uma coisa a ver com a outra?

— Eu tinha direito a receber e recebi da gravadora, a RCA Victor. O negócio não era para mim porque eu tinha outro atividade, mas sim para os compositores. Eles, sim, deveriam ter recebido pela quantidadeaposta no esportevezes que a música foi tocada no Brasil todo. E não era pouca coisa, não, a receber. Infelizmente faleceram os dois e não receberam os direitos que eram devidos através da música.

"Voa, canarinho": disco tinha Junior na capa e o refrão que ficou famoso — Foto: Reprodução

Você também gravou o CD do centenário do Flamengo. Como foi?

— Ali foi o seguinte: somente trabalhou naquele CD quem era rubro-negro. Tanto que teve muito amigo que ficou na bronca. A gente chama João Bosco, Ayrão, Neguinho da Beija-Flor, Bebeto... Tem uma música que adoro que é Flamengo e Mangueira, que essa é um pouco da minha vida. Fala exatamente da paixão pelo clube e pelo samba. Eu adoro aquele CD. É um CD que as pessoas até hoje procuraram exatamente porque tem um lado muito sentimentalaposta no esporterelação ao clube.

A gente falou pouco daaposta no esportepassagem pela Itália, que também foi importante, depois da Copa. Eu liaposta no esporteentrevista que você sofreu episódio duroaposta no esporteracismo lá. O que aconteceu?

— Eu era do Torino e a torcida da Juventus, no dérbi da cidade (de Turim), colocou uma faixa: "Junior negro sujo". Aí meu colega falou: "Você já viu aquela faixa?". E eu disse: "Ah, deixa isso pra lá, a gente tem que jogar e ganhar o jogo". Termina, a gente ganha o jogo, e um jornalista vem e me pergunta: "Você viu a faixa?". E eu respondo: "Melhor ser negro sujo do que ser juventino". O cara falou: "Ah, é assim?". E eu falei: "É assim". Ofensa vai por ofensa. Hoje eu não responderia dessa forma, mas foi a única maneira que encontreiaposta no esporteretribuir a ofensa que tinham feito à minha pessoa.

Junioraposta no esporteTurim: passagemaposta no esportedestaque eaposta no esportesondagens, mesmo queaposta no esportebrincadeira, para servir a Itália — Foto: Reprodução Placar

Você foi a duas Copas, mas tinha esperançaaposta no esporte1990 e atéaposta no esporte1994?

— Quando o treinador na Seleção, no caso o Lazaroni, diz que não vai olhar para idade e vai dar possibilidade para todo mundo, e você jogando num bom nível, naturalmente você alimenta a esperançaaposta no esportefazer parte. Até mesmo porque na despedida do Zicoaposta no esporteUdine teve uma convocação oficial da seleção brasileira, e eu estava lá. Joguei aquele jogo. Depois as escolhas foram outras, lógico que você fica meio chateado porque você passa fazer certas coisas com a esperançaaposta no esportepoder acontecer, mas sabe que isso e injustiças fazem parte do futebol. E acontecem muito.

— Depois,aposta no esporte1992, eu fiz parte do grupo que jogou eliminatórias. Participei da formatação daquele grupo. Teve torneio nos Estados Unidos, excursão para a Europa. Mas no jogo contra a Inglaterra, o Zagallo falou para mim: "Em 1994, não vai ter ninguém com 40 anos jogando no meio-campo e tal".

— Respondi: "Não estou entendendo". Ele falou: "Não é?". Falei: "Não sei, estou aquiaposta no esporteatividade e ainda fazendo a minha parte". Terminou com eles fazendo outras opções.

— Não estou dizendo que iria para jogar, mas que eu poderia estar no grupo contribuindo, eu poderia. Terminou que eles me chamaram para participar do grupoaposta no esporteoutra função, que eraaposta no esporteobservador. Tive uma conversa com o Parreira, ele perguntou se eu gostariaaposta no esporteir, eu estava como treinador do Flamengo. Eu falei: "Claro, vai ser uma experiência legal, vou fazer outra função e vou ver a coisa como funcionar". Terminou sendo uma experiência extremamente agradável, até porque o objetivo foi alcançado, que era ser campeão.

Como foi estar naquele grupo, por que na época existiu um debate inflado até na imprensaaposta no esportechoqueaposta no esporteestilos - 1982 x 1994? Romário chegou a falaraposta no esportegeração perdedora... Houve conversa entre vocês, houve algum problema?

Junior no Jogo das Estrelasaposta no esporteZico: amizade que começou aos 15 anosaposta no esporteduelos no futebolaposta no esportesalão — Foto: André Durão

— Não, zero (problema). Isso foi declaração externa. Nunca escutei isso. Comigo nunca teve esse problema. Até mesmo porque esse tipoaposta no esportediscussão eu não vou entrar, jamais. Cada um pensa aquilo que acha.

— Você pode ser vencedor sem ganhar título. E isso tenho certeza que a gente foi. É lógico que nós gostaríamos muitoaposta no esporteser campeões do mundo. Mas você ser vencedor sem ganhar título não é fácil. Quando você vê o maioraposta no esportetodos, dos últimos tempos, o Pep Guardiola, falar que o avô e o pai falavam daquela seleçãoaposta no esporte1982 já reconforta um pouco. Se o maioraposta no esportetodos fala isso, não tem motivo nenhum para que qualquer um daqueles que participaram daquela seleção se sintam inferiores.

Numa entrevista um tempo você disse que ali, no Sarriá, aprendeu a jogar com o regulamento, pois o Brasil precisava do empate. Foi uma lição?

— Aquele time foi orientado e marcado para jogaraposta no esporteum jeito. Episódios durante o jogo terminaram fugindo completamente daquilo que foi planejado. Não vou falar dos episódios, mas quem acompanhou viu. Naturalmente isso tem peso grande no final. Pelo que vinha se fazendo e pela evolução durante a competição, isso deixa um pouquinhoaposta no esporte"será que?". O "se" não adianta, tem que ser no momento. Falavam do Batista, e o Batista não estava nem no banco.

Maradona, Zico e Junior: lateral fez um dos gols do Brasil na vitória contra a Argentinaaposta no esporte1982 — Foto: Alessandro Sabattini/Getty Images

— (O Brasil) ia jogar 50 vezes naquele dia, mas acho que infelizmente a coisa não iria acontecer.

À Placar, Junior fala sobre as lições da Copaaposta no esporte1982 — Foto: Reprodução revista Placar

Você foi treinadoraposta no esportepassagens curtas, mas nunca pensouaposta no esporteseguir carreira?

— Nunca tive essa vontadeaposta no esportevirar treinador. A minha ideia maior, como viaposta no esportealguns trabalhos durante cinco anos na Itália, era o trabalhoaposta no esportediretor esportivo, que é o cara que monta a comissão técnica e, junto com ela, monta o elencoaposta no esportejogadores para disputar a temporada. Era uma coisa que me fascinava muito mais e que acabou acontecendo só láaposta no esporte2004 com a ideia do Márcio Bragaaposta no esportefazer o Fla Futebol, um departamento todo profissional.

Mas você foi treinador do Flamengo pouco depoisaposta no esporteparar. Como te convenceram?

— Vieram na minha casa Cantarele, que era treinadoraposta no esportegoleiros, com Paulo Angioni e o Paulo Dantas, que foi meu vice-presidente nas grandes conquistas do clube. Disseram: "Só tem você para assumir aquilo ali". Eu disse: "Gente, vocês estãoaposta no esportebrincadeira comigo. Primeiro que eu não fui preparado para assumir uma coisa desse tipo". Uma coisa é você ser líder, outra é você ser comandante. Aí eles falaram: "Só pode ser você". Terminei aceitando.

— Primeiro diaaposta no esportetreinamento estão na porta do vestiário Junior Baiano, Marcelinho e Marquinhos. Quando estou chegando para entrar no vestiário, não sei qual deles falou: "Ih, lá vem o homem". Eu falei: "Que homem, cara?". É o mesmo homem que há dois meses estava com vocês aqui.

— A cabeçaaposta no esportequem está do outro lado começa a funcionaraposta no esporteoutra forma. Tinha o Cantarele, que era um amigoaposta no esportemuito tempo e ajudou nesse período. A gente vai tentando ajustar as coisas com pessoas que têm mais experiência. Fui pego meioaposta no esportesurpresa até aparecer o convite do Parreira para ir trabalhar na seleção brasileira durante a Copaaposta no esporte94. Acho que isso veioaposta no esportefunção até mesmo das boas apresentações que o Flamengo fez durante aquele período, inclusive fazendo com que tivesse um poucoaposta no esportevisibilidade porque foram resultados bastante expressivos logo no início.

Acha que um título da Supercopa ou do Brasileiroaposta no esporte1993 salvaria aquela geração?

— Não sei seria o suficiente para eles permanecerem no clube, porque naquele período já tinham saído Leonardo, Zinho e depois Djalminha e companhia. O clube passava por um período financeiro bastante complicado. Na verdade, essas vendas foram para tapar alguns buracos naquele momento. Não sei, mas que eles mereciam, mereciam. Principalmente pelas campanhas, ainda mais na Supercopa,aposta no esporteque a gente fez dois ótimos jogos com o São Paulo e acabou perdendo nos pênaltis.

Depoisaposta no esporteparar, você se torna comentaristaaposta no esportefutebol. Existiram espinhos nessa transição?

— Não era normal jogadores se transformaremaposta no esportecomentaristas naquele período. Eu tinha tido experiência lá na Itália, comentei alguns jogos da Liga dos Campeões da Uefa. Comentei alguns jogos com a RAI e com a Telemontecarlo, que era uma repetidora da Globo. Tinha o Ricardo Pereira como diretor, e ele me chamou algumas vezes para eu comentar. Eu até gostava porque sempre fui um cara que busquei o lado tático do jogo. Aquilo ali me deixava bastante satisfeito. É lógico que o maior prazer é jogar. Depois as coisas foram acontecendo naturalmente.

— Em 1995, foi a minha primeira participação comentandoaposta no esportealguns jogos da Supercopa da Libertadores. O segundo jogo da final do Campeonato Brasileiroaposta no esporteSão Paulo, entre Santos e Botafogo, eu já estava comentando pela TV Globo juntamente com o Galvão. Aíaposta no esporte1998 foi quando eu fui contratado pela primeira vez para trabalhar na Copa do Mundo. Foi quando o Armando falou comigo issoaposta no esporte"elogiar sem bajular, criticar sem ofender". E ele falou para mim muito mais no sentidoaposta no esporteser um ex-jogador, porque talvez isso não servisse muito para um jornalista, mas para um ex-jogador. Para um ex-jogador serve muito, acho que é uma linha que a maioria dos ex-jogadores que se transformamaposta no esportecomentaristas precisam ter isso na ideia.

Isso era algo que te preocupava?

— Porque você já passou por essa situação. Eu falo sempre o seguinte: se você pode fazer uma colocação que "hoje o fulano não está bem" é diferenteaposta no esporte"hoje o fulano está mal". Isso soa diferente no ouvido da mulher, da mãe, da namorada eaposta no esportequalquer. Acho que como os jogadores estão sempre na miraaposta no esportetodo mundo, quando você tem uma palavra um pouco menos agressiva te ajuda, te humaniza. Teu comentário fica muito mais humanizado. Não é que estou dizendo que quem faz diferente está errado. É um estilo. Eu procuro, através dessa frase que o Armando falou, seguir um pouco essa linha. Já tem bastante tempo que sigo essa linha. Acho que fui pela linha correta, independentementeaposta no esportequalquer coisa.

Obviamente você é identificado com o Flamengo, mas respeitado pelos torcedores. A que atribui?

— Eu sou pago para comentar, não sou pago para torcer. É para ver, analisar e buscar para quem gostaaposta no esportefutebol uma alternativa ao pensamento do cara. Porque tem muita gente vendo o jogo querendo que você diga aquilo que ele gostaria. Às vezes não é assim. Você tem formas e formasaposta no esportefazer essas colocações. O grande lance é você procurar simplificar um pouco.

— Lógico que o cara que vai assistir a um canalaposta no esporteesporte, ele está querendo assistir ao futebol. Se você está num canal que não é somenteaposta no esporteesportes, tem variedades, é preciso ter um coloquial diferente. Nem todo mundo está ali para assistir ao futebol, está por uma circunstância.

— Já num canalaposta no esporteesporte você pode falaraposta no esportetática e ir muito mais pelo lado técnico porque as pessoas estão ali solícitas para que você fale alguma coisa. Não vou dizer que é fácil ainda mais hoje com rede sociais, mas acho que se você for por uma linha simples e objetiva, as chancesaposta no esportepoder dar certo acho que são muito grandes.

Junior, ex-jogador e comentarista, no Abre Aspas — Foto: André Durão

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