logo bet7k A favela venceu: Du Queiroz superou dispensa, dias sem almoço e lutou por chance no Corinthians

– Para nós, que somos nascidos e criados na comunidade, é difícil chegar até aqui. É difícil para um favelado chegar até aqui. Não tenho nem palavras para descrever o que é isso – declarou o atleta.

Du cresceu na zona oestelogo bet7kSão Paulo, no Butantã, numa comunidade chamada bairro BNH. Pai do jogador, Paulo Queiroz,logo bet7k40 anos, é motoboy e conta que o jovem teve uma infância difícil por conta da pouca idade que ele e a esposa, Tatiane dos Santos, tinhamlogo bet7k2000, quando ele nasceu.

– Minha esposa ficou grávida aos 16 anos, e eu tinha 17. Ela morava num barraco na Favela do Sapé e não tinha como a gente morar lá, era muito pequeno. Minha mãe nos acolheu na casa dela. Num quartinho dormia eu, minha esposa, o Du, minha mãe e mais um primo. Quando ela engravidou, teve que largar os estudos e eu também. Quando Du nasceu, eu tinha 18 anos – relembra o pai.

– Não tínhamos estudo e nem suporte para arranjar emprego. Fiz vários bicos para comprar fralda e mantimentos. Quando consegui comprar uma moto, virei motoboy. Depois, ela trabalhou como caixalogo bet7ksupermercado,logo bet7kpostologo bet7kgasolina... – disse ele, que mantém o emprego.

Leia também:
+ Paulinho, centroavante e mais: os planos para 2022
+ Veja como o Corinthians se prepara para os jogos
+ Róger Guedes recebe proposta, mas Timão recusa

Du aos poucos foi se destacando no futsal. Aos sete anos, ganhou uma bolsa para jogar na escolinhalogo bet7kfutebol do São Paulo. Na época, fez vários testes para a base, avançavalogo bet7kfase, mas era sempre recusado. Levado para jogar na Ligalogo bet7kFutsallogo bet7kOsasco, foi ganhando destaque.

– No salão, ele jogava como pivô ou ala. Era o matador do time. Dava caneta, elástico, fazia muitos gols pelo Pacífico. Na época, o Antony (hoje no Ajax, da Holanda), chamava a atenção no Velozinho. Os dois jogavam muito bonito, eram sensação no campeonato – recordou-se o pai orgulhoso.

O garoto chegou ao CFAlogo bet7kCotia aos oito anos,logo bet7k2008. Lá ficou até os 13 anos, quando o telefone tocou e interrompeu um sonho que parecia promissor.

– Ele chegou no São Paulo como atacante, virou meia, virou volante e depois lateral-direito. Aos 13 anos, a gente sabia como funcionava: se o São Paulo não ligasse nas férias, era para se reapresentar. Se ligasse, ele seria dispensado. O Geraldologo bet7kOliveira (ex-gerente da base do São Paulo, já falecido) ligou e explicou que ele não tinha atingido as metas. E assim ele saiu do São Paulo – contou.

Du disputou um Paulista Sub-13 pelo ECO (Esporte Clube Osasco) até ter uma chancelogo bet7kfazer um teste no Corinthians, ainda como atacante. Aprovado, tevelogo bet7kencarar um novo desafio: o deslocamento da Zona Oeste para a Leste.

– Nosso sonho era vê-lo jogar no Corinthians, nossa família é corintiana roxa, e pelo estilo aguerrido dele sabíamos que daria certo. Mas era muito longe. Ir da Zona Oeste para a Zona Leste era complicado, o treino era à tarde, a gente trabalhava, não tinha como levar e buscar. Aos 13 anos, ele teve que aprender a pegar metrô sozinho, fazer baldeação e chegar no Parque São Jorge. Como saía da escola direto, muitos dias ele nem almoçava antes do treino, que era às 13h. Não era fácil.

Campeão paulista sub-13 com Vitinho, Du foi mudandologo bet7kposição, passando a jogar como volante e, no sub-15,logo bet7klateral-direito. Fez uma boa Copa São Paulologo bet7k2018, com o técnico Eduardo Barroca, como primeiro volante. No fim do sub-20, achou que subiria ao profissional, mas ficou no sub-23.

– Ele ficou triste. A intenção era já chegar no profissional junto com os outros garotos, mas não deixou a peteca cair, trabalhou e deu a vida por uma oportunidade. Danilo (técnico) e Alex (ex-coordenador e hoje auxiliarlogo bet7kSylvinho) viram qualidade nele e a chance veio. Ele estava buscando isso – disse Paulo, que hoje é pai tambémlogo bet7kduas meninas, umalogo bet7k14 e umalogo bet7k1 ano e oito meses.

Aos 21 anos, Du Queiroz segue morando no mesmo local da infância. O terreno da avó hoje abriga várias casas da mesma família. Emocionados, todos choram pela vitória do menino da favela.

– Vários moleques bons conhecidos nossos, que jogavam junto com o Du e que iam nos camposlogo bet7kcomunidade, não tiveram a mesma oportunidade e sorte que ele, escolheram outro caminho, o mundo do crime, o mundo da droga, do tráfico, um mundo que eles pensam que é o mais fácil para ter alguma coisa. Graças a Deus fui blindando ele sobre essas questões do dia a dia da periferia, da nossa comunidade. Muitos amigos que a gente conhecia hoje nem estão mais no nosso convívio, ou estão atrás das grades ou estão até mortos. Graças a Deus, ao empenho dele e aos conselhos do pai e da mãe, ele não virou mais uma estatística para o Governo.

Desde que estreou, Du fez 13 partidas pelo Timão na temporada. Neste ano, renovou o seu contrato até o fimlogo bet7k2024.

+ Assista abaixo: tudo sobre o Timão na Globo, sportv e ge

+ Leia mais notícias sobre o Corinthians