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Na década1 better1990, Enderson foi aprovado no curso1 betterEducação Física da Universidade Federal1 betterMinas Gerais (UFMG), uma das mais renomadas do país e referência a nível internacional. A paixão pelo futebol levou o mineiro1 betterBelo Horizonte à beira dos gramados antes mesmo1 betterpegar o diploma.

Sob orientação do professor Jurandy Guimarães Gama Filho, Enderson acompanhou o início do Projeto Esporte Universitário, o Proesp, uma iniciativa que surgiu1 better1996 com a intenção1 betterformar equipes universitárias para competir1 bettercampeonatos profissionais. O primeiro time, criado1 betterparceria com o América-MG e o Sete1 betterSetembro, foi campeão da segunda divisão do Campeonato Mineiro já1 better1997.

- O Enderson participou1 betterum determinado período como atleta, mas logo ele já se transformou1 bettertreinador. Ele foi muito bem dirigindo a equipe sub-17, passou para a equipe sub-20 e dali foi um pulinho pra ele sair. Foi dirigir o América nas categorias1 betterbase, foi pro Cruzeiro também na base, depois seguiu a carreira1 betteruma forma extremamente brilhante. Pra gente é um orgulho muito grande ver o profissional1 betterque ele se transformou - disse Jurandy1 betterpapo com o ge.

- Todos nós que trabalhamos1 betterníveis1 bettermaior exigência nos baseamos no chá da competência, e o conhecimento é sempre um dos maiores pilares dessa competência. A UFMG sempre foi uma das maiores escolas1 betterEducação Física do Brasil e do mundo, referência1 betterníveis1 betterpesquisa, extensão e ensino. A pessoa que estuda, que pesquisa e que procura se informar abre esse leque do conhecimento e está disposta a estudar e aceitar as evoluções tecnológicas que o mundo hoje impõe - completou o professor.

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E Enderson é um estudioso daqueles que acredita que conhecimento nunca é demais. A formação acadêmica abriu portas para o professor atuar também como preparador físico e auxiliar técnico. Os ensinamentos adquiridos1 bettersala aliados à experiência1 betteranos no futebol são trunfos para o trabalho, que agora é focado no acesso do Botafogo à Série A do Brasileirão. Os números do técnico apontam para uma lição1 bettercasa bem feita desde que chegou ao time alvinegro.

- Sou um treinador com uma essência formadora muito forte, tenho a questão do trabalho1 betterequipe, não deixo nenhum jogador pra trás. Tenho algumas dificuldades quando trabalho1 betteralgumas equipes, porque não sou uma pessoa que dou privilégios a jogadores renomados, trato todos da mesma forma, valorizo cada um, sei que cada um tem seu percentual1 bettercontribuição na equipe, mas dou muita atenção praqueles também que jogam pouco, que tem pouca participação. Sou um treinador, um formador, um professor que valorizo muito o grupo - declarou Enderson ao ge.

A história1 betterEnderson como professor e treinador começa bem antes do ingresso na UFMG. Aos 12 anos, o mineiro montou o próprio time1 betterfutsal. Como não podia jogar, decidiu administrar. Depois veio o período como atleta no futsal e na base1 betterclubes tradicionais1 betterBelo Horizonte. Como jogador, também tinha vocação para comandar e pegar no pé dos companheiros.

- A essência1 bettertreinador na verdade veio comigo muito antes1 bettereu imaginar qualquer coisa. Eu acompanhava um time1 betterfutsal na minha rua, mas eu era muito novinho pra poder participar com essa turma, e como não podia participar montei um time. Eu que fazia tudo, administrava, convidava os jogadores, marcava os jogos, arrumava uniforme - contou.

- E me transformei num jogador muito chato pra jogar, porque tinha tanto amor por jogar futebol que eu cobrava dos meus companheiros essa mesma dedicação. Eu me matava dentro1 betterquadra pra que o time ganhasse, fazia1 bettertudo, porque queria muito vencer e às vezes tinha muito problema com os meus colegas, porque eles queriam brincar, jogar, e eu queria ganhar. Eu posicionava os jogadores, falava como ia ser, fazia jogadas - acrescentou Enderson.

Foi quando buscava o sonho1 betterser jogador profissional que Enderson se deparou com a figura que o inspirou a buscar o conhecimento para seguir carreira à beira do campo. No sub-15 do Venda Nova, ele foi treinado por Ricardo Drubscky, que acabou se tornando referência1 bettertécnico e professor para o comandante do Botafogo.

- Ali eu pensei: "se eu não for jogador, quero ser como ele". Ricardo era muito inteligente, sabia falar, sabia cobrar, sabia posicionar, sabia passar o conhecimento do futebol e isso era muito importante pra mim. Fui fazer Educação Física1 betterfunção dele também, porque na época ele estava na escola1 betterEducação Física. Acabei trabalhando como preparador físico dele, nós tivemos uma relação muito próxima no futebol, é como se fosse um pai pra mim no futebol. O Jurandy (professor na UFMG) foi muito importante também porque me deu a primeira oportunidade como treinador.

Como professor1 bettereducação física, Enderson deu aula durante alguns anos no Colégio Magnum Agostiniano, tradicional1 betterBelo Horizonte. Nesse período, orientou os alunos1 bettercompetições e conseguiu a segurança financeira para buscar a formação no futebol.

- Foi o que me deu a oportunidade1 bettervirar um treinador, porque até então quando você começava nas categorias1 betterbase você não recebia nada ou recebia muito pouco, e eu precisava manter a minha família. Então nesse colégio eu trabalhava quase todas as noites e algumas tardes com aulas1 bettereducação física. O volante Fred, que hoje é da seleção brasileira, foi meu atleta no colégio - lembrou.

Entre os ensinamentos que a universidade e a experiência como professor proporcionaram, a didática é um dos pontos fortes1 betterEnderson. O treinador tem o prazer1 betterensinar e o objetivo1 betterse fazer entendido.

- Muitas vezes o atleta não consegue aprender não é porque ele tem alguma limitação, mas é porque você não está conseguindo atingi-lo. O processo todo da formação como professor me possibilitou buscar outros caminhos. Eu não quero que o atleta faça dentro1 bettercampo aquilo que eu peço, quero que ele entenda a importância1 betterfazer. Se ele entende essa importância ele vai conseguir executar com muito mais precisão, com muito mais interesse e ele começa a fazer parte1 bettertodo o processo, ele faz parte da construção desse conhecimento.

Com uma carreira1 betteranos no futebol e com o trabalho1 bettersucesso que realiza no Botafogo, Enderson sonha além dos campos e do acesso à Série A nesse dia 151 betteroutubro. O professor quer que os colegas sejam reconhecidos e que a profissão seja valorizada no Brasil.

- Eu fico mais chateado como o professor1 betteruma maneira geral é tão desvalorizado no nosso país. Ele ganha mal, ele trabalha muito, ele tem uma responsabilidade enorme, porque não é só a responsabilidade1 betterpassar conteúdo, é a responsabilidade1 betterfazer com que os nossos filhos possam se relacionar1 bettersociedade. São os primeiros passos pra que eles possam desenvolver essa que pra mim é uma grande qualidade do ser humano, saber se portar perante outras pessoas, saber respeitar as diferenças. A gente chegou num ponto que hoje ser professor é uma profissão extremamente desvalorizada no mercado.

- Eu tenho vários professores que foram tão importantes na minha vida e não vejo um reconhecimento com eles. A gente usa tanto o termo influenciador hoje, que particularmente não gosto muito, eu acho que as pessoas precisam não influenciar, mas inspirar acima1 bettertudo. Fico triste quando alguns treinadores vão ainda pros cursos simplesmente pela licença, eu acho que é muito mais do que isso, é um momento ímpar que a gente tem1 betterconversar,1 bettertrocar ideia,1 bettercrescer,1 betterdesenvolver,1 bettermostrar o nosso trabalho - concluiu Enderson.

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