O estádio foi usado como uma espéciea novibet tem pagamento antecipadoprisão improvisada nos dois primeiros meses do regimea novibet tem pagamento antecipadoPinochet. Ao todo, 40 mil pessoas passaram pelo local. Autor do livro "La cancha infame: a história da prisão política no Estádio Nacional do Chile", o jornalista e historiador Maurício Brum explica que milharesa novibet tem pagamento antecipadochilenos foram presos somente por contaa novibet tem pagamento antecipadosua orientação política, sendo que maisa novibet tem pagamento antecipadoum terço dos detidos não tinha qualquer relação partidária.

- Era bastante indiscriminado. O governo militar estava perseguindo sobretudo supostos militantes dos partidosa novibet tem pagamento antecipadoesquerda, buscavam pessoas que tinham suspeita. Do totala novibet tem pagamento antecipadoprisioneiros, 36% não tinham nenhuma relação com a militância. Claro que não seria menos problemático prender só pessoas ligadas à militância, mas esse número mostra que muitos não tinham nenhuma relação - disse Maurício ao Globoesporte.com.

Maurício explica outras construções esportivas foram improvisadas para receberem presos políticos. O Estádio Nacional, por ser um complexo esportivo, tinha outras instalações sendo usadas pela ditadura, com destaque para o velódromo, onde os episódios mais violentos foram registrados. O jornalista destaca que muitos casosa novibet tem pagamento antecipadoviolência psicológica foram reportados: militares davam tiros para o alto, simulando execuções.

"Há estimativasa novibet tem pagamento antecipadoem tornoa novibet tem pagamento antecipado400 mortos no estádio", explica Maurício.

O alto-falante que antes anunciava nomesa novibet tem pagamento antecipadojogadores substituídos, advertidos ou que balançaram as redes a passou chamar os que seriam interrogados e torturados pelos comandadosa novibet tem pagamento antecipadoPinochet.

Foi justamente o futebol que colocou um fim no uso do Estádio Nacional como prisão política. Na disputa da repescagem para a Copa do Mundoa novibet tem pagamento antecipado1974, Chile e União Soviética lutavam por uma vaga na competição. Na partidaa novibet tem pagamento antecipadoida, 0 a 0a novibet tem pagamento antecipadoMoscou. Na volta, o duelo seria no estádio. Os soviéticos, então, se recusaram a entrara novibet tem pagamento antecipadocampo, e os chilenos venceram a partida, com direito a gol sem adversário (veja no vídeo abaixo).

- Um jogo que, curiosamente, era com a União Soviética, ideologicamente o oposto do Chile. O estádio foi evacuado às pressas para o jogo acontecer. A URSS se negou a jogar, porque o local foi uma prisão e havia relatosa novibet tem pagamento antecipadoexecução. Eles disseram que jogariama novibet tem pagamento antecipadoqualquer lugar, menos ali. A Fifa não aceitou, e o Chile ganhoua novibet tem pagamento antecipadoWO e foi para a Copa - conta Maurício.

Assim como aconteceu no Brasil, os militares tentaram usar o futebol como propaganda da ditadura. Após a classificação, um amistoso com o Santos foi marcado para comemorar a classificação ao Mundial,a novibet tem pagamento antecipadoacordo com Brum. No entanto, o público não compareceu como esperado, e o time não correspondeua novibet tem pagamento antecipadocampo - o Peixe aplicou uma goleada nos chilenos.

- A ditadura tentou usar como símboloa novibet tem pagamento antecipadounificação nacional. "Vamos comemorar a classificação para a Copa." Sem os soviéticos, convidam o Santos. A ideia era ter o estádio cheio, celebrar a classificação, um Chile pacificado por uma semana. O estádio ficou bem vazio, talvez 20 mil onde cabem 80 mil. O Santos venceu por 5 a 0 e acabou com a festa - disse Maurício.

O Chile parece se esforçar para não deixar a ditadura cair no esquecimento. Dentro do Estádio Nacional, a estruturaa novibet tem pagamento antecipado1973 é preservada na "Escotilla 8" (saída 8). O corredora novibet tem pagamento antecipadoacesso também faz parte do um memorial, que conta com a seguinte frase na arquibancada:

"Um povo sem memória é um povo sem futuro"

O jornalista chileno Danilo Díaz explica que o país sempre se mobiliza nos aniversários do golpe sofrido pelo presidente Salvador Allende.

- O Chile sempre se lembra. É uma data que marca a política chilena e a convivência nacional. O país sempre se lembra dos desaparecidos, mortos e todos os afetados a tragédia que marcou profundamente a sociedade chilena.

No último sábado, partida entre Universidadea novibet tem pagamento antecipadoChile e Palestino, pela Copa do Chile, os jogadores da La U Isaac Díaz e David Pizarro levaram flores à Escotilla 8,a novibet tem pagamento antecipadohomenagem aos presos, torturados e mortos no local durante a ditadura no país (veja o vídeo abaixo).

Apesara novibet tem pagamento antecipadoas ditaduras do Brasil e do Chile terem diversos pontosa novibet tem pagamento antecipadocomum, assim como as do Uruguai e da Argentina,a novibet tem pagamento antecipadoum ponto as terras tupiniquins diferem dos vizinhos sul-americanos: a preservação da memória e a busca por responsáveis.

- Eles estao muito à frentea novibet tem pagamento antecipadonós. Não somente porque têm um museu da memória gigantesco, mas também porque têm políticas muito à frente. Em 1990, o Chile já contava com a comissão da verdade. Também tem a lei da anistia, mas casosa novibet tem pagamento antecipadodesaparecidos não contam pra lei, com isso, vários militares acabam sendo punidos. O próprio Pinochet fugiu por conta das acusaçõesa novibet tem pagamento antecipadoviolação dos direitos humano e corrupção. Há uma valorização muito mais clara da memória - afirma Maurício.