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Por Ana Paula Simões

Professora instrutora e mestresite aposta1Ortopedia e Traumatologia do Esporte pela Santa Casasite aposta1São Paulo e diretora da Sociedade Brasileirasite aposta1Medicina do Esporte

São Paulo


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O pé é uma estrutura complexa, que nos sustenta no esporte e que possui muitas articulações e vários graussite aposta1mobilidade que desempenham um papel importante na postura estática e atividades dinâmicas como a corrida. O desenvolvimento evolutivo do arco do pé coincidiu com as maiores exigências feitas ao pé quando os humanos começaram a correr. O movimento e a estabilidade do arco são controlados por músculos intrínsecos e extrínsecos. No entanto, os músculos intrínsecos são amplamente ignorados pelos atletas.

É importante treinar os músculos intrínsecos dos pés para funcionarem conforme foram projetados — Foto: Istock Getty Images

Esses músculos raramente são tratadossite aposta1programassite aposta1reabilitação e na base das assessorias, e só são lembrados por nós, médicos, quando chegam lesionados na consulta. As intervenções para problemas relacionados aos pés são mais frequentemente direcionadas para apoiar externamente o pé,site aposta1vezsite aposta1treinar esses músculos para funcionarem conforme foram projetados.

Portanto, vou dar algumas dicas para a compreensão da função do pé. Começamos com uma visão geral da evolução do pé humano com foco no desenvolvimento do arco. Isso é seguido por uma descrição dos músculos intrínsecos do pé esite aposta1relação com os músculos extrínsecos. Traçamos os paralelos entre os pequenos músculos da região do tronco que constituem o núcleo lombopélvico e os músculos intrínsecos do pé, apresentando o conceitosite aposta1núcleo do pé.

  1. A primeira atenção é para asite aposta1existência!
    Comece a pensar nos seus músculos e ativá-los quando estiver descalço. Ao integrarmos o conceitosite aposta1núcleo do pé na avaliação e no treinamento, tudo se conecta. Tendo uma maior consciência da importância da estabilidade do centro do pé para o funcionamento normal do pé e dos membros inferiores, você vai ganhar estabilidade.
  2. A relevância da estabilidade do núcleo para o pé
    A estabilidade do core da coluna tem recebido muita atenção no mundo esportivo. O interesse tem se concentrado principalmente no papel da estabilidade lombo-pélvica do quadrilsite aposta1padrões normaissite aposta1movimento dos membros inferiores, o que deve ser incluído nos exercícios. Esses estabilizadores locais têm pequenas áreassite aposta1seção transversal e pequenos arcossite aposta1momento. No entanto, eles agem para aumentar a estabilidade intersegmental. O funcionamento adequado dos estabilizadores locais fornece uma base estável para os motores primários do tronco, aqueles com áreassite aposta1seção transversal e maiores arcossite aposta1momento. Quando os músculos centrais estão fracos ou não são recrutadossite aposta1forma adequada, a base proximal torna-se instável e desalinhada, resultandosite aposta1padrõessite aposta1movimento anormais do tronco e das extremidades inferiores. Isso pode levar a uma variedadesite aposta1lesões nas extremidades inferiores por uso excessivo.
  3. Comece a ativar!
    Propomos que o conceitosite aposta1estabilidade central (core da coluna) também pode ser estendido ao arco do pé (core do pé) . O arco é controlado com estabilizadores locais e motores globais do pé, semelhantes ao núcleo lombopélvico. Os estabilizadores locais são as quatro camadas dos músculos intrínsecos plantares que se originam e se inserem no pé. Os motores globais são os músculos que se originam na parte inferior da perna, cruzam o tornozelo e se inserem no pé. A cada passo, as quatro camadassite aposta1músculos intrínsecos agem para controlar o grau e a velocidade da deformação do arco. Dica: ande descalço e ative-os! Quando eles não estão funcionando corretamente, a fundação torna-se instável e desalinhada; e segue-se um movimento anormal do pé. Isso pode se manifestarsite aposta1problemas relacionados aos pés.
  4. Importância na prevençãosite aposta1lesões
    A fascite plantar é uma das lesões por excessosite aposta1uso mais comuns do pé. É reconhecida como uma lesão por esforço repetitivo devido à deformação excessiva do arco. A importância da musculatura do arco nesta lesão prevalente no pé é atualmente subestimada. Isso é ressaltado por artigos recentes que descrevem evidências clínicas e diretrizes para fascite plantar, assim como a disfunção do tendão tibial posterior, síndromesite aposta1estresse tibial medial e dor crônica na perna, que não mencionam o fortalecimento do pé como um componente das intervenções.
  5. Como ativar?
    O exercício terapêutico dos músculos plantares intrínsecos do pé tem sido tradicionalmente descrito como ocorrendo durante os exercíciossite aposta1flexão dos dedos dos pés, como enrolar com toalha e pegar bolinhasite aposta1gude. Embora esses exercícios certamente ativem alguns dos músculos intrínsecos plantares, eles também envolvem uma ativação substancial dos músculos flexor longo do hálux e flexor longo dos dedos. Recentemente, o "exercíciosite aposta1pé curto" foi descrito como um meiosite aposta1isolar a contração dos músculos intrínsecos plantares. O pé é "encurtado" usando os músculos intrínsecos para puxar a primeira articulação metatarsofalangianasite aposta1direção ao calcâneo conforme o arco longitudinal medial é elevado.

Músculos e ossos dos pés — Foto: BMJ Journals

Gostaram das dicas, valentes?

Mandem seus comentários e dúvidas!

Ana Paula Simões CRM 108667 (com a colaboraçãosite aposta1André Setti @andresetti_tornozeloepe)

Referência:

  1. The foot core system: a new paradigm for understanding intrinsic foot muscle function

* As informações e opiniões emitidas neste texto sãosite aposta1inteira responsabilidade do autor, não correspondendo, necessariamente, ao pontosite aposta1vista do Globoesporte.com / EuAtleta.com.

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