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A não ser que você seja um fanático por lutas, daqueles que consome diariamente notíciasaposta virtualboxe e MMA,aposta virtualreação ao saber da despedidaaposta virtualAnderson Silva do Brasil,aposta virtualnovo confronto com o americano Chael Sonnen, foi provavelmente algo como: "mas eles vão lutar boxe? Por que?"

Você acompanha a luta entre Anderson e Sonnen no sábado (15/06) ao vivo na TV Globo depois do Altas Horas e todas as lutas da noite ao vivo e na íntegra a partiraposta virtual22h no canal Combate.

De fato, a rivalidade entre o "Spider" e o "Gângsteraposta virtualWest Linn" se desenrolou toda no MMA, e teve seu capítulo derradeiro há 12 anos. Anderson até já vinha lutando boxe nos últimos três anos, com vitórias sobre Julio Cesar Chavez Jr. e Tito Ortiz e uma derrota para Jake Paul, mas Sonnen jamais competiu profissionalmente no ringue da "nobre arte".

- Todo lutadoraposta virtualMMA quer ser boxeador e nenhum boxeador quer fazer MMA. Tem algumas coisas na vida que não dão certo. Todo atleta quer ser ator e todo ator quer ser atleta, é uma coisa estranha. A propósito, não tenho nada contra! Eu sempre quis lutar boxe também. Eu gostoaposta virtualtudo no boxe. Gosto do robe, estou tentando arrumar um, ainda não tenho. Talvez eu use uma camiseta, mas não quero, quero usar um robe! - conta o lutador americanoaposta virtualentrevista ao Fantástico.

Anderson Silva (dir.)aposta virtuallutaaposta virtualboxeaposta virtual2023: veteranoaposta virtual49 anos migrou para a "nobre arte"aposta virtual2021 — Foto: Getty Images

Os dois são exemplosaposta virtualuma tendência que tomou o boxeaposta virtualassalto desde a pandemia da Covid-19: as lutas entre famosos, que têm ou não relação prévia com o esporte. Confrontos especiais entre celebridades acontecem há muitas décadas - um exemplo foi o duelo beneficente entre o campeão mundialaposta virtualboxe Éder Jofre e o cantor Nelson Gonçalvesaposta virtual1967 - mas decolaram depois que Mike Tyson anunciou um retorno aos ringuesaposta virtual2020, aos 54 anosaposta virtualidade, contra Roy Jones Jr.

Aquela luta gerou maisaposta virtual80 milhõesaposta virtualdólares (cercaaposta virtualR$ 448 milhões no câmbio da época) e vendeu 1,6 milhãoaposta virtualpacotesaposta virtualpay per view. Naquele mesmo evento, um nocaute imposto pelo youtuber Jake Paul ao ex-jogador da NBA Nate Robinson viralizou. A partir daí, os torneios entre celebridades ganharam projeção e assiduidade maiores. O irmãoaposta virtualJake, Logan Paul, encarou Floyd Mayweather Jr, outro aposentado do boxe,aposta virtualuma lutaaposta virtualexibiçãoaposta virtual2021. Outro youtuber, KSI, fundou no mesmo ano a Misfits Boxing, uma liga especializadaaposta virtualcombatesaposta virtualboxe entre influenciadores digitais.

E Jake mergulhou fundo no mundo do boxe. Inicialmente, com duelos contra outros influenciadores; depois, contra ex-lutadoresaposta virtualMMA, incluindo Anderson Silva, a quem impôs um knockdown e venceu por pontos. Agora, quatro anos depoisaposta virtualdespontar nas preliminaresaposta virtualuma lutaaposta virtualMike Tyson, ele vai enfrentar o próprio ex-campeão mundial dos pesos-pesados, agora com 58 anosaposta virtualidade,aposta virtualum mega evento programado para 15aposta virtualnovembro.

No Brasil, a onda chegouaposta virtualvezaposta virtualjaneiroaposta virtual2022, com a realização do primeiro Fight Music Show, ou FMS. A luta principal, entre o tetracampeão mundialaposta virtualboxe Acelino "Popó" Freitas e o humorista Whindersson Nunes, foi um sucesso estrondoso. Segundo dados oficiais da organização, o evento gerou vendasaposta virtual200 mil pacotesaposta virtualpay per view (números que não incluem a vendaaposta virtualassinaturas do canal Combate, que também transmitiu a luta) e lucroaposta virtualmaisaposta virtualR$ 13 milhões.

Popó, que não lutava profissionalmente havia cinco anos, engatou um "revival"aposta virtualsua carreira, agora com seguidores mais jovens que passaram a acompanhá-lo após o confronto com Whindersson. Ele virou o rosto do Fight Music Show, com outras três lutas desde então: contra o ex-lutadoraposta virtualMMA José "Pelé" Landi, o youtuber Junior Dublê e o ex-BBB Kléber Bambam. O tetracampeão mundial explana por que optou por esses desafios contra influenciadores sem experiência prévia.

- Porque não tenho mais nada a provar pra ninguém pra estar fazendo lutas oficiais. Quatro títulos mundiais, supercampeão do mundo, campeão mundial unificado... Provar o que, para que, para quem? Lutar com esses caras está dando mais ênfase. Vou lutar com quem hoje aqui no Brasil, a nível internacional como eu fui, que tem o mesmo respaldo que eu, que fez o mesmo que fiz pelo boxe? Com 48 anos? Não tem por que eu lutar com carasaposta virtual20, 25 anos, até porque minha era passou. Essa é a era agoraaposta virtualeu brincar e bater. Quem quiser desafiar, venha! - diz Popó.

Popó (esq.) enfrentou Whindersson Nunes (dir.)aposta virtual2022; desde então, eventos do Fight Music Show não pararamaposta virtualcrescer — Foto: Caio Florentino

Já lutadoresaposta virtualMMA veem no boxe uma possibilidadeaposta virtualestender a carreira sem o desgaste extraaposta virtualtreinar múltiplas modalidades - afinal, MMA é uma siglaaposta virtualinglês para "artes marciais mistas". O boxe é apenas um dos seus elementos, que podem incluir desde o jiu-jítsu e a luta livre até o muay thai e o caratê, entre outras.

- É um pouquinho mais fácil por quê? Porque quando você está treinando pra um campaposta virtualMMA, você precisaaposta virtualum pouquinho maisaposta virtualatençãoaposta virtualalgumas coisas. Você precisa ter os treinadores certos pra não passar do limite. E é legal porque no MMA você treina diversas modalidades, né? Você treina muay thay, boxe, jiu-jitsu, wrestling, diversas modalidades e é um pouco mais complexo. Então você tem que ter um time muito bem centrado, todos os professores muito bem conectados, todos na mesma sintonia pra você não se lesionar. E no boxe, não. No boxe, você tem o professor (Luiz) Dórea e dois auxiliares que fazem a mesma coisa. Então você não muda muito - destrincha Anderson Silva.

E para os famosos, por que se expor a um esporte tão brutal quanto o boxe? Segundo Mamá Brito, presidente do FMS, o motivo vai além da bolsa paga pelo evento e passa pela fantasiaaposta virtualviver a experiênciaaposta virtualser atleta profissional por um dia.

- Não necessariamente dinheiro, mas a gente gera conteúdo. No mundo dos influenciadores, eles precisamaposta virtualgeraçãoaposta virtualconteúdo e ainda mais o desafio. Tem gente que não quer só gerar conteúdo, ele quer realmente se testar. Por isso eles vão para o boxe, porque quando você sobe lá dentro, num ringue, você vai ter que fazer alguma coisa, o cara vai te bater! Então se você não treinou pra fazer alguma coisa, vai ficar feio pra você - explica.

Popó nocauteou Bambamaposta virtualapenas 36 segundos no FMS 4 — Foto: Mariana Lima/FMS

Para fazer um combate desses vingar, porém, não é questãoaposta virtualsimplesmente colocar dois famosos no ringue e esperar que o público apareça. Mamá frisa que é importante que haja uma narrativa, um motivo para que os dois estejam no ringue.

- Geralmente nós temos o radar ligado para ver o que está acontecendo no mundo do entretenimento e treta. Nós temos um profissional que é especialista nisso,aposta virtualficar vendo o que está acontecendo e depois a gente fomenta o que já existe. A gente não cria do zero - detalha o dirigente.

Bambam estava atento a isso. Após assistir ao combate entre Popó e Whindersson e perceber o interesse nos duelos internacionais dos irmãos Paul, o ator e fisiculturista decidiu embarcar na ideia. Para isso, passou a provocar intensamente o pugilista baiano nas redes sociais eaposta virtualprogramasaposta virtualTV e rádio.

Deu resultado. A luta entre eles,aposta virtualfevereiro, trouxe alcance inédito para as redes sociais do FMS: 19,1 milhõesaposta virtualcontas atingidas no Instagram e 15,4 milhões no Facebook.

- Eu me denominei o rei da marketing porque eu fiz a venda da luta. Eu que fiz o trash talk, eu que fiz a polêmica, eu criei a situação. (...) O cara polêmico vende. Eu sou um cara polêmico. O (Conor) McGregor é um cara polêmico, vende. O Chael Sonnen, que vai lutar agora com Anderson Silva, é um cara polêmico, vende. Muhammad Ali vende, é um cara polêmico. O polêmico vende. Só que você tem que ser polêmico com solidez e ter uma identidade, não adianta você ser polêmico sem ser uma pessoa pública - ensina o ator e fisiculturista.

Com a ampla atenção midiática e do público, vêm grandes ganhos financeiros. Bambam afirma que ganhou maisaposta virtualR$ 10 milhõesaposta virtualfunção da luta com Popó, número que, segundo ele, inclui contratos a longo prazo firmados após o combate.

- Eu assinei contratoaposta virtualjaneiro pra até janeiro do ano que vem. Não foi a luta só, foi o montante do ano inteiro. Eu não fiz na luta R$ 10 milhões. No montante, até passa, vai passar mais até. Recente agora eu fiz R$ 240 mil numa semana, sóaposta virtualpublicidade eaposta virtuallançamentoaposta virtualfilme - diz Bambam.

Chael Sonnen bate manoplaaposta virtualtreino para a lutaaposta virtualboxe contra Anderson Silva — Foto: Adriano Albuquerque

Para a luta principal do Spaten Fight Night, no próximo sábado, a organização conta com todos os elementos: ex-lutadores famosos, narrativas envolventes - a despedidaaposta virtualAnderson Silva, a trilogia com o arquirrival - e a personalidade provocadora. Chael Sonnen não luta há cinco anos, mas quando pega num microfone, parece se teletransportar para o passado e reassume a persona do "vilão".

- Eu vou trapacear! Não sei como. Eles têm luvasaposta virtual14 onças, vou tirar o acolchoado delas, ou vou enfaixar minhas mãos como um gesso, vou trapacear nesta luta. Mas ele sabe que vou trapacear! Ele sabe muito bem disso! Por que eles diriam as regras para mim? Por que eu quero saber das regras? Eu não sigo regras! - dispara o "Gângsteraposta virtualWest Linn".

* colaboraram Gabriel Oliveira, Gleidson Venga, Lucas Tieppo e Samara Figueiredo

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