O folclórico ex-pedreiro que o Brasil aprendeu a admirar pelos nocautes e declarações tão hilárias quanto humanas nas décadas passadas encarava naqueles momentos a maior e mais importantezebet websitetodas as suas batalhas: pela vida. Sua sobrevivência dependiazebet websiteuma combinação improvável que reunia mudança no tratamento, reabilitação do organismo e contenção das avariaszebet websiteseu cérebro, condenado após uma carreira toda dedicada ao boxe.

Pouco maiszebet websiteoito meses após ser praticamente desenganado naquela chegada ao centrozebet websiteItu, Maguila enfim conseguiu sair das cordas.

- É mais uma luta que eu tenho que enfrentar e mais uma luta que vou vencer. Já venci essa luta - afirmou o ex-pugilista ao GloboEsporte.com. - "Tava" meio fraco, meio debilitado. A pessoa meio debilitada fica meio fracazebet websitecabeça, mas agora "tô" bem, graças a Deus.

Maguila sofre há anoszebet websiteencefalopatia traumática crônica (ETC), doença gerada pelas incontáveis pancadas que levou na cabeçazebet websiteseus 60 anoszebet websitevida - completados no dia 12zebet websitejunho. O mal lhe acarreta severas dificuldades motoras e distúrbioszebet websitememória. Antes também conhecida como demência pugilística, a ETC é uma enfermidade neurodegenerativa evolutiva e incurável.

Seu oponente é muito mais encardido que qualquer outro peso-pesado que já encarou. E por isso surpreende como,zebet websitefato, Maguila tem domado o avanço da doença desde que entrou na clínica. Com a fala ligeiramente arrastada, mas segura, contou que considera o local "sua casa".

Ele ocupa sozinho um quarto no centro terapêutico. Segundo seus cuidadores, houve um pedido para que fosse colocado um sacozebet websiteboxe para dar jabs e diretos eventualmente, embora nem sempre tenha disposição para se exercitar. Maguila também pede para rever algumaszebet websitesuas lutas, sobretudo as contra Andre Van Den Oetelaar e o argentino Daniel Falconi - ele julga o combate contra o holandês, a quem venceu por nocautezebet website1986, seu preferido.

- "Tô" com sessenta anos, mas "tô" interaço. Tem menino novo que não "tá" igual a mim. Eu nunca bebi, nunca fumei, nunca joguei, nunca gosteizebet websitevício nenhum. Sózebet websitelutar. Agora eu já "tô" outro homem. Meu filho caçula me fala que depois dos 60 eu sou tiozão. Eu digo "é, eu sou tiozão, mesmo. Mas sou um tiozão inteiro". Inteiraço - disse.

Quando sai do quarto, preenche seu tempo com caminhadas pelo lago ou pelo campozebet websitefutebol que ficam bem à vistazebet websitequem entra na clínica. Mas gosta mesmo ézebet websitever as vacas que ficamzebet websiteum aclive. Sua preferida é a que atende pelo nomezebet websitePaloma. Geralmente, é dela que vem o leite fresco, recém-ordenhado, que ele gostazebet websitetomarzebet websiteum gole só.

- O corpo "tá" bem e a cabeça "tá" boa. Quando a cabeça "tá" boa, o corpo "tá" bom. Aí "tô" legal aqui. Tranquilo e favorável.

O sergipano é acompanhado intensivamente por um cuidador, médicos e outros profissionaiszebet websitesaúde. Submete-se diariamente a sessõeszebet websitefisioterapia e toma inúmeros remédios para frear a ETC. Anteszebet websitechegar ao Centro Terapêutico dos Anjos, ele ficou dois anos internado na Santa Casazebet websiteSão Paulo, prejudicado por um renitente pneumonia. Depois da alta, permaneceu um anozebet websitecasa, enfraquecido e com pouco contato com o mundo.

Hoje, os especialistas que o acompanham creditam muito da debilidade a um problemazebet websiteavaliação. O ex-boxeador tinha recebido o diagnósticozebet websiteMalzebet websiteAlzheimer, cujos sintomas sãozebet websitefato muito parecidos com os da ETC. As suspeitaszebet websiteque não se tratava dele começaram porque Maguila não apresentava qualquer melhora, mesmo bombardeadozebet websitemedicamentos.

- Não foi um erro médico, porque é facilmente confundível. Mas, pela atividade do Maguila, a gente tinha obrigatoriamente que desconfiar que poderia ser alguma outra coisa, como a encefalopatia traumática crônica. Foi conversado com a esposa dele [Irani] e houve uma trocazebet websitepostura medicamentosa. E, com a mudança,zebet websitepoucos meses ele passou a ter uma grande recuperação. O Maguila teve oportunidadezebet websitereassumir essa alegria. Então, fico contentezebet websiteajudar uma pessoa que é ídolozebet websitetanta gente - afirmou o médico Renato Anghinah, que atende o ex-boxeador.

Apesar da melhora, Maguila ainda inspira cuidados. E muitos. Sua saúde ainda é débil. Sua família quis organizar um evento na região metropolitanazebet websiteSão Paulo para comemorar seus 60 anos, mas tevezebet websitecancelá-lo porque ele estava resfriado. Depois, remarcou a confraternização, mas novamente a adiou porque o ex-boxeador ainda não estava recuperado.

Ou seja, todo cuidado é pouco,zebet websiteque pese a euforia pela reabilitação. Não há previsãozebet websitesaída da clínica e tantozebet websitemulher quanto os médicos preferem que ele fique por lá.

- Ele chegou na ambulância, acamado, e lentamente nós fomos trazendo elezebet websitevolta. Bem lento. Me surpreende porque eu mesma, quando ele chegou, não acreditei muito na recuperação tão ligeira. E foi ligeiro. Não deu muito tempo. Eu acho que é a forçazebet websitevontade dele também, né? -afirmou Norma Vieira, outra médica, que o trata na clínica.

Maguila levouzebet websitecarreira profissional por 17 anos, entre 1983 e 2000. Somou 77 vitórias, das quais 61 por nocaute, e amargou sete derrotas e um empate. Conquistou um título da inexpressiva Federação Mundialzebet websiteBoxezebet website1995, maszebet websitepersona única, a quintessência do "cabra-macho" humano e cheiozebet websitedeliciosos defeitos, foi muito além no imaginário social. Cheiozebet websiteconfiança, ele proclamou que ainda vai viver muito, ainda que forçosamete longe do boxe:

- Tem muito chão. Eu acho que eu vou chegar aos 100 anos. Se cheguei aos 60, vou chegar aos 100. Vivendo assim, vou chegar lá. Que Deus abençoe a todos e a mimzebet websiteprimeiro lugar, né? Porque não dá para abençoar os outros e me deixar sem a bênção - brincou.