E é uma boa notícia não por algo que tenhamos vistocampo no jogo pela Copa do Brasil, não porque ele tenha se mostrado o salvador da pátria, o novo gênio definitivo. É boa notícia por um motivo mais prosaico: porque ele tem potencial para ser uma figura diferente das demais.

Não é todo dia que vemos o clube mais popular do Brasil ser treinado por um cabeludo apaixonado por astrofísica, cubo mágico, cinema e bandasrock. Mas são as ideiasFilipe Luís como treinador que vão importar. É aí que devemos torcer por algo novo.

O Brasil vive um momentoque seus principais técnicos se assemelham muito – eque o comandante da Seleção parece feitolaboratório para representar essa média. Fernando Diniz quebra essa mesmice. Alguns treinadores estrangeiros também. E Filipe Luís tem condiçõesfazer o mesmo. Justamente por isso, gostei da decisão do Flamengocolocá-lo como substitutoTite.

A primeira impressãocampo foi positiva. Duas decisões técnicas do novo comandante se mostraram acertadas. Léo Ortiz (Fabrício Bruno foi para o banco) teve atuação segura na defesa e ajudou o time na saídabola. E Gabigol, retirado do ostracismo, quase fez um golaçoletra, teve um gol anulado por milímetros pelo VAR e, ainda foraritmo, conseguiu participaralgumas jogadas ao ladoBruno Henrique e Arrascaeta – mexendo com a nostalgia do torcedor.

Outra mudança, essa jáordem tática, foi a pressão alta na saídabola do Corinthians, vista especialmente no primeiro tempo, quando o Flamengo foi muito dominante. Mas é difícil sustentar isso o tempo todo – o time precisa estar muito organizado e no auge físico. No segundo tempo, o Corinthians cresceu com a mudança táticaRamón Díaz (que reforçou o sistema defensivo com a entradaum terceiro zagueiro) e com um aparente desgaste do Flamengo. Quase empatou o jogo.