- É um pouco difícil porque, nós, como atletas, queremos sempre superar o corpo. A gente acaba renunciando a um montecoisa para estarquadra, mas chega uma horaque a conta pesa. O lado físico falou muito mais alto, acordar e não conseguir sair da cama. Tenho muita dor, acho que esse foi o indicativo para saber que era a horaparar - explicou Marquinhos, que trabalhou como comentaristabasquete do sportv durante as Olimpíadas.

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Maior pontuador do Vasco no clássicoestreia da competição, com 14 pontos contra o Flamengo, o ala não escondeu a insatisfação pela derrota na partida por 50 a 59, no ginásio do Tijuca Tênis Clube, neste sábado (12), e prometeu uma volta por cima da equipe.

- Acho que foi uma partida muito abaixo, não só minha, mas do time também. Foi fora da curva. A gente tem peças importantes que acho que vão conseguir suprir a diferença do ano passado para este. Então, com certeza vamos melhorar muito durante o campeonato e vamos pegar o entrosamento necessário - disse.

O carioca foi contratado pelo Vasco no retorno da equipe ao torneio, na temporada 2023/24. O convite teve um significado especial, pois apesarter passado a maior partesua carreira no Flamengo, por nove temporadas, o atleta já havia jogado pelo Cruz-maltino2003, quando disputou o Brasileiro.

Marquinhos comentou o significado pessoalfazerdespedida das quadras pelo time e lembrouquando Hélio Rubens - ex-técnico da seleção brasileira e paiHelinho, técnico do Franca - o recebeu na equipe e o incentivou no esporte.

- O Vasco foi uma equipe que eu pensei com carinho porque, lá no começo, o Helio Rubens (ex-Vasco e ex-seleção) acreditoumim, me deu uma minutagem boa. Então, eu estava pensandovoltar pra casa, tenho vários amigos ali no clube, o Gegê, o Léo, o Humberto, o Gustavo, por isso, pensei com carinho e optei por aceitar essa oportunidadejogarcasa - contou.

O anúncio da aposentadora, na última sexta-feira (11) não foi exatamente uma surpresa para a equipe, que já acompanhava o questionamento do atleta sobre uma possível horaparar. Depoistomar a difícil decisão, Marquinhos entendeu que seria interessante jogar uma temporada final, para se despedirpequenas dosescada lugar que passou.

- Eu já estava naquela'continuo ou não continuo'. Então, pensei: 'acho que é o momentoeu voltar para mais uma temporada, passartodas as quadrasque eu atuei pelo NBB, as praças pelas quais tenho muito carinho, e fazer um agradecimento por tudo que o basquete me deu' - relembrou.

Marquinhos começou a jogar basquete aos 12 anos, na escola. Destaque no esporte desde cedo, ele foi convidado a treinar no Monte Líbano, na capital paulista. Depoistrês anos, seguiu para o Corinthians, equipe pela qual fezprimeira cesta. Com passagens pela seleção brasileira e pela NBA, hoje, aos 40, o carioca coleciona recordes no NBB. Alémser o segundo maior pontuador da história, o ala foi o único jogador a ser eleito MVPtrês temporadas.

Quando questionado sobre a importânciasua longa experiênciaquadra para os colegasequipe, Marcus se diz inspirado e privilegiado por poder jogar ao ladoatletasdiferentes gerações.

- Acho que a vontade delesvencer é o que me cativa e me dá vontadeacordar no dia seguinte ao jogo, treinar, seguir a rotina. Acho que é pegar um pouco dessa energia para tentar ajudá-los nesta temporada e para eles me ajudarem também,repente, a chegar a uma semifinal ou finalcampeonato - disse, animado.

Ainda com muitas partidas pela frente, Marquinhos não definiu os planos para depoissua despedida. No entanto, o atleta deixou pistas sobre um possível rumo. Comentaristabasquete durante as OlimpíadasParis, o ala pensauma possível continuação no esporte, porém fora das quadras.

- Tive uma experiência nas Olimpíadas que jamais esperava e foi uma coisa que gostei muitofazer. Trabalhei ao ladoOdinei (Ribeiro), Marcelinho, Pedro Maia, foi legal demais. Quem sabe? É uma porta que está aberta. No futuro,repente, penso nisso - contou.