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Por Carol Oliveira, Laura Rezende, Ludi Cianci e Roger Casé — Belo Horizonte


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A presençabetboo é confiávelThaisa Daherbetboo é confiávelMenezes impressiona. E não é pela altura (1,96m) ou pelo corpo todo desenhadobetboo é confiáveltatuagens e cicatrizes, nem pelos cabelos longos e loiros muito bem tratados, mas pela energia poderosa que ela emana. Aos 36 anos, a central do Minas vai disputar a final da Superliga Feminina contra o Praia Clube, neste domingo, no Ginásio Geraldão,betboo é confiávelRecife. Ganhar esse título foi a primeira meta traçada por ela na temporada. A próxima vai começar logo depois que o jogo acabar: a apresentação à seleção brasileira,betboo é confiávelSaquarema. No mêsbetboo é confiáveljulho, nos Jogosbetboo é confiávelParis, Thaisa pode se tornar a primeira jogadora brasileirabetboo é confiávelvôlei a conquistar três medalhas olímpicasbetboo é confiávelouro.

Abre Aspas: Thaisa transformou a dor do bullyingbetboo é confiávelcombustível dentrobetboo é confiávelquadra

A menina que na infância sofreu bullying por ser alta demais foi reverenciada pelo mesmo motivo na adolescência, quando encontrou o esporte. Essa complexidade moldou a personalidade da cariocabetboo é confiávelorigem libanesa, que cresceu resiliente, habilidosa e se tornou uma das grandes jogadoras no cenário mundial. Thaisa ganhou força no ataque, virou referência no bloqueio, adquiriu um saque eficiente e sempre falou o que vinha à cabeça. Ela passou a carreira conhecida por não ter papas na língua.

Thaisa é destaque do quadro Abre Aspas do ge — Foto: ge

A trajetória até o sucesso, no entanto, foi repletabetboo é confiávelprovações. Alémbetboo é confiávellesões cirúrgicas que forçaram meses fora das quadras e quase custaram o vôlei, questõesbetboo é confiávelsaúde mental também rondaram por vezes a caminhada da central. Este tema, inclusive, é tratado com bastante atenção e carinho por Thaisa. A jogadora conta que passou por situações complicadasbetboo é confiáveldepressão na carreira. Hoje, ela tem a ajuda do marido Rafael Rodrigues, ex-jogadorbetboo é confiávelbasquete e que virou treinador comportamental, para lidar com as emoções.

Thaisa diz que não sonha para não ter frustrações e explica que é movida por objetivos. Assim, a bicampeã olímpica, que foi ourobetboo é confiávelPequim 2008 e Londres 2012, intimida, emociona e sensibiliza. Quando ela entrabetboo é confiávelquadra, todas as nuances envoltas na vidabetboo é confiávelThaisa convergem e viram significado. É imponência, confiança ou, como ela mesma gostabetboo é confiáveldizer, muita raiva.

- Entendi que a minha performance foi pela dor. Eu consegui ressignificarbetboo é confiáveluma formabetboo é confiávelque eu dei muito resultadobetboo é confiávelquadra, sou muito boa, mas foi uma raiz ruim, porque foi pela dor.

Toda a energia depositada dentrobetboo é confiávelquadra expõe a naturezabetboo é confiávelThaisa. As reações e vibrações são garantidas na certezabetboo é confiávelser quem ela é. As cicatrizes espalhadas pelo corpo a fazem recordar diariamente das dificuldades da caminhada e das poucas pessoas que estiverambetboo é confiávelmãos dadas nas horasbetboo é confiáveltensão, como o técnico José Roberto Guimarães. A jogadora conta que na época mais complicada dabetboo é confiávelvida, como quando passou pela cirurgia no joelho e quase precisou pararbetboo é confiáveljogar, poucas companheiras estiveram ao seu lado. E nunca foi poupada das críticas. Ela lembra do anobetboo é confiável2014, quando, por vaidade, decidiu fazer mudanças estéticas, postoubetboo é confiávelsuas redes sociais, mas recebeu uma chuvabetboo é confiáveljulgamentos.

Thaisa não se arrepende das atitudes do passado, mas conta que algumas teria feito diferente. É o reflexo da maturidade. Hoje, ela é exemplo e espelho para uma nova geração do vôlei. Servebetboo é confiávelescuta e, mesmobetboo é confiávelseus momentos mais frágeis, ainda é porto seguro. O retorno à seleção brasileira ébetboo é confiávelbuscabetboo é confiávelconcluir o seu ciclo com êxito e com a terceira medalhabetboo é confiávelouro olímpica no peito. A vontadebetboo é confiávelser mãe se aproxima, mas Thaisa não tem pressa e também não gosta que a acelerem. Tembetboo é confiávelser do jeito dela e na hora certa, pois entrarbetboo é confiávelquadra ainda tem um significado muito especial.

Thaisabetboo é confiávelação pelo Minas — Foto: Hedgard Moraes/MTC

betboo é confiável Ficha técnica

  • Nome completo: Thaisa Daherbetboo é confiávelMenezes
  • Nascimento: 15betboo é confiávelmaiobetboo é confiável1987 - Riobetboo é confiávelJaneiro, Riobetboo é confiávelJaneiro
  • Carreira: Tijuca (01/02), MRV Minas (02/03 - 04/05), Rexona Ades (05/06 - 07/08), Vôlei Nestlé/Osasco (08/09 - 15/16), Eczacibasi - Turquia (16/17), Hinode Barueri (17/18 - 18/19), Gerdau Minas (19/20 - até o presente)
  • Títulos: Bicampeã olímpica (Pequim 2008 e Londres 2012) e do Mundialbetboo é confiávelClubes com o Osascobetboo é confiável2012 e com o Eczacibasibetboo é confiável2016. Pelo Minas conquistou duas Superligas (20/21 - 21/22), duas Copa Brasil (2021 - 2023), três Sul-americano (2020, 2022 e 2024) e a Supercopabetboo é confiável2024.

betboo é confiável Abre Aspas: Thaisa

ge: O que você sonhava quando era pequenininha e conquistoubetboo é confiáveltoda essa trajetória? Do que você se orgulha?

Thaisa: É um ponto bem pesado para mim, porque eu nunca penseibetboo é confiávelser uma atleta no início. O grande sonho dessa menina era ser aceita, era ser reconhecida e ser pertencente a algum lugar. Você falou “pequenininha”, eu nunca fui pequenininha. Eu sempre fui muito diferentebetboo é confiáveltodo mundo, sempre fui enorme. Eu até brinco, eu nasci prematura (de sete meses) e com a alturabetboo é confiávelum bebê normal, então sempre fui muito acima da média o tempo inteiro. Sempre diferentebetboo é confiáveltodo mundo. O grande sonho dessa menina era ser aceita. Ser atleta não era uma coisa que passava na minha cabeça, eu sempre fiz esportes, brinquei muito, aquela menina “moleca”betboo é confiávelrua mesmo,betboo é confiávelbairro. (...) Eu chorava muito, eu não saiabetboo é confiávelcasa, não ia para festinhas, porque ficava escondida, não queria dançar, eu adoro dançar, brincar, sempre fui muito extrovertida, mas nunca podia ser assim, porque eu tinha tanta vergonha, por ver que as pessoas estavam rindobetboo é confiávelmim, apontando para mim, porque eu era “diferente”. Eu me escondia do mundo, até encontrar o esporte. O momentobetboo é confiávelque eu encontrei o esporte foi o momentobetboo é confiávelque me abri para o mundo.

Entrevista da Thaisa ao Abre Aspas — Foto: ge

Serviu para passar pela adolescênciabetboo é confiávelmaneira mais leve?

Eu não consigo dizer que foi leve, porque eu já passava isso desde muito novinha, tanto na minha família, tanto na minha escola oubetboo é confiáveloutros lugares.

"Eu sofria bullying até dentrobetboo é confiávelcasa, não dos meus pais, mas dos meus tios e primos. Era uma questão muito dolorida para mim, desde muito nova. Eu comecei a jogar com 13 anos, o vôlei me descobriu com 13 anos, porque eu já tinha 1,92mbetboo é confiávelaltura"

Eu até falo, hoje com todo o trabalhobetboo é confiávelmentalidade,betboo é confiávelcoach,betboo é confiáveltudo,betboo é confiávelterapia, que eu fiz e venho fazendo ao longobetboo é confiáveltodos esses anos, eu entendi muita coisa. Entendi que a minha performance foi pela dor. Eu consegui ressignificarbetboo é confiáveluma formabetboo é confiávelque dei muito resultadobetboo é confiávelquadra, sou muito boa, mas foi uma raiz ruim, porque foi pela dor. Eu estava performando para provar para as pessoas que eu era boa, para provar que tinha valor, para ser aceita, para pertencer a um ambiente. Eu não estava performando só porque eu estava feliz, estava realizada, porque aí seria uma performance boa, só com coisas boas, mas nessa situação era por uma raiz ruim, que era dor. Eu queria provar o tempo inteiro o meu valor. Provar o tempo inteiro que eu era boabetboo é confiávelalguma coisa. No fundo, eu ainda sofria muito. A casca era muito brava e aguerrida, que não desistia nunca, que brigava, ainda tem um pouco disso, já melhorei muito, mas por dentro eu estava sofrendo.

"Me fizeram acreditar na infância que eu não tinha esse valor. Criança não tem filtro, o que você fala para a criança ela recebe. Se você fala que é feia, é estranha, eu estou recebendo aquilo e aceito aquilo como uma verdade absoluta. Eu só recebi esse tipobetboo é confiávelcoisa durante a minha infância inteira. Me fizeram acreditar nisso. Para mudar, é um processo para o resto da vida"

Thaisa com a mãe Mônica — Foto: Arquivo Pessoal

Essa necessidadebetboo é confiávelficar se provando te alavancou ou te atrasou?

Na época me ajudou muito, porque eu consegui ressignificar essa dor, externamente falando. Eu ressignificava essa dorbetboo é confiávelraiva, e essa raiva me fazia performar, que é o que a gente vêbetboo é confiávelquadra, essa raiva da Thaisa, quando entro naquele “flow”betboo é confiávelódio, essa raiva que eu sempre canalizei é essa dor que sempre esteve lá dentro.

No início com certeza me alavancou, porque era alguém falar que eu não era tão boa, aí vinha aquela raiva, parecia que amassava dentrobetboo é confiávelmim. Eu mudava aquilo para performar. Mas não é uma coisa boa, hoje consigo canalizar, como eu consigo fazer uma raiva surgir, mas não é uma raivabetboo é confiáveldor, é uma raivabetboo é confiável“vou fazer acontecer, quero ganhar isso daqui”. É uma raiva diferente, que hoje controlobetboo é confiáveluma forma mais positiva, antes não. Mas não posso mentir, porque ela me ajudou muito.

Qual o papel da terapia na vidabetboo é confiávelum atleta?

Eu acho essencial, não só para o atleta, mas para todo mundo nesta vida. Não só para adultos, mas sim desde criança. (...) Com certeza terapia, seja qual for, a que você se sente mais confortávelbetboo é confiávelfazer, é muito importante, até para você ter o momento para falar, desabafar. Para o esporte, é essencial como uma musculação, como uma quadra; para mim tem que ter, tem que fazer parte do treinamento, porque é mental completamente. Se você não está confiante, se você não está bem, se você não está tranquilo, você não vai performar da mesma forma. Muita gente fala como se fossemos máquinas, e é bem isso, a galera acha que chegar lá, já treinou muito, vai fazer. Mas não é. E se você estiver com algum problemabetboo é confiávelcasa? Ou se está com alguma questão dentrobetboo é confiávelvocê, se está com alguma tristeza, com algo acontecendo? Como que você performa? Como você vira a chave: 'esqueci o mundo e estou aqui para performar'?

A saúde mental é uma temática muito atual. Você acha quebetboo é confiável2008 foi a viradabetboo é confiávelchave do vôlei, quando vocês trouxeram uma psicóloga para trabalhar com vocês?

Eu acho que não foi aí, não. A gente realmente teve uma psicóloga, mas aquele grupo era muito carrancudo, muito casca grossa, e a gente se curava sozinha. Era uma coisa da época mesmo, a mentalidade da época não erabetboo é confiávelse abrir com alguém. (...) Demorou muito para entrar isso e começar a ser mais aceito como uma coisa bacana e benéfica. Sempre que falavam sobre psicóloga e terapia, era porque você estava doida. Era como se fosse algo idiota e não é. Hoje se fala mais sobre isso, a aceitação é maior. A gente vê tantos casos acontecendo que abriu os olhos das pessoas (...); que isso é real e que precisa ter um cuidado muito próximo, principalmente com a gente que lida com pressão o tempo inteiro,betboo é confiávelperformar,betboo é confiávelestar forte,betboo é confiávelestar magra, com a cabeça boa,betboo é confiávelestar ajudando. Se você está feliz ou não, você tem que estar na quadra sorrindo. Eu sou o tipobetboo é confiávelpessoa que, se não estou conseguindo fazer algobetboo é confiávelquadra, a minha cara muda, porque eu estou brava comigo mesma. Quem vêbetboo é confiávelfora acha que é cara ruim, que aconteceu um problema interno, mas não, o interno é comigo mesma, mas ninguém entende isso.

"Eu já tive depressão duas vezes, a maioria das pessoas não sabe disso. No começo eu tinha até vergonhabetboo é confiávelfalar, mas hoje eu falo tranquilamente, porque entendo a importânciabetboo é confiávelfalar sobre isso. Eu fiqueibetboo é confiávelum estado irreconhecível.

Você pega uma foto minha e não acredita que sou eu. Eu era bem mais nova e parecia muito mais velha. Eu estava envelhecida, triste, para baixo, fiquei muito magra, não conseguia comer, não dormia. Eu fiquei muito ruim. Na época ainda não se falava muito sobre isso, era frescura. 'Nossa tem tudo e está desse jeito', mas eu tinha minhas questões, as minhas dores, e eu não sabia, não fazia terapia, não fazia nada. Eu tive que me curar sozinha, tive que dar o meu jeito, porque senão, não sei o que ia acontecer.

Você é casada com um ex-atleta, que hoje é treinador comportamental. Quanto que ele te agrega na carreirabetboo é confiáveljogadora e como mulher também?

Muito! A gente começou esse processo juntos, ele também teve que se curar demais. Ele era tipo eu, o 'Thaiso', porque ele também tinha muitas dores para curar. Ele era extremamente agressivo dentrobetboo é confiávelquadra, pior do que eu, ainda mais sendo do basquete, que ébetboo é confiávelmuito contato. Quando pegava um gatilho dele, ele ficava muito estressado. Foi uma cura junto, nós começamos isso juntos. Ele me ajuda muito. (...). Ele também é hipnoterapeuta, ele tem feito hipnose comigo, com o intuitobetboo é confiávelregressão, para poder ressignificar alguns momentos. O primeiro foi o mais pesado para mim, é muito louco isso. Eu estava lá, bonitinha para fazer, quando começa você fala que não vai entrar nesse negócio, quando você vê, já está entrando, já está acontecendo. Eu vi uma cenabetboo é confiávelinfância, que nunca ia imaginar que aconteceu, porque seu cérebro bloqueia aquele momentobetboo é confiáveldor para você não sofrer. Quando eu acessei, era uma dor tão grande, eu socava o sofá, gritava, chorava. Ele veio me trazendobetboo é confiávelvolta. Depois falou que aquela dor que senti, foi a dor que a Thaisabetboo é confiávelquatro anos sentiu. Eu arrepio, porque não é possível que uma criançabetboo é confiávelquatro anos sentiu o que senti. Tem tantas dores que a gente viveu lá atrás, que nosso cérebro bloqueia para a gente não ficar revivendo, mas a gente precisa tentar curar, porque senão a gente vai carregar certas coisas que vão te bloquear no seu cotidiano, sem você saber o porquê você está fazendo aquilo. Imensurável o que ele faz por mim, o que ele agrega, o tanto que ele me ajuda, o tantobetboo é confiávelconsciência que ele me traz.

Thaisa com o namorado Rafael — Foto: Arquivo Pessoal

"Se eu pudesse pedir algo para os atletas, não só para os atletas, mas para as pessoas, mas principalmente para os atletasbetboo é confiávelalto rendimento que a gente vive com toda essa pressão, é fazer terapia, é procurar um analista comportamental. Isso pode te ajudar muito, tanto para performance, quanto para a vida pessoal"

Você acha que dentro do esporte existe uma resistência para falar sobre depressão, para tratarbetboo é confiáveluma forma bem aberta?

São poucas as pessoas que percebo que entendem realmente a depressãobetboo é confiávelsi. (...) Quando aconteceu comigo parecia que era frescura, sabe? E aí acaba que você acha que está com frescura também. Fala assim, gente. Bora, Thaisa, o que é isso? Você está louca? Eu mesma me punia, porque via que as pessoasbetboo é confiávelvolta não entendiam muito bem a situação. Aí me foi dado um antidepressivo, mas eu não queria aquilo. Eu falava: 'gente, eu não quero tomar essas coisas, eu não quero fazer isso'. Tipo, vou ficar empurrando remédio para dentrobetboo é confiávelmim. Eu era muito nova a primeira vez que aconteceu, eu tinha 21 anos. E eu falei: 'não quero isso, não é para mim'. Mas, ao mesmo tempo, todo mundo cobrando. Eu tinha que jogar, tinha que estar na quadra. Um palito, porque eu emagreci 10 quilos, mas eu já sou dessa finura. Perdi 10KG. (...) Mas tem muitas vezes que é silencioso. E aí parece que é frescura, porque você não vê a pessoa, tipo, aos prantos, que não saibetboo é confiávelcasa com uma olheira desse tamanho, você fala assim: 'a pessoa está normal'. Só que não está, não está.

Queria que você contextualizasse o momento dabetboo é confiávellesão no joelho. Como fica o mental do atletabetboo é confiávelum momento desse? Você chegou a pensarbetboo é confiávelalgum momento que você não ia conseguir jogar mais?

- O mais importante da vida no momentobetboo é confiávellesão é a cabeça. Porque você não pode fazer outra coisa, né? (...). Eu fiquei três meses sem botar o pé no chão. Completamente parada, não podia fazer absolutamente nada. Então assim, se você não trabalharbetboo é confiávelcabeça, você vai fazer o que da vida, né? Nada. Você vai vegetar. Então ébetboo é confiávelcabeça. Foram poucos os momentos que eu fiqueibetboo é confiávelbaixa, sabe? Eu não sei te falar, acho que fui marinada tanto na minha infância, na dor, e tendo que sempre me ressignificar, me ressignificarbetboo é confiáveltudo que estava acontecendo nesse processo, que eu sempre fui muito forte, muito cascuda.

Eu falei assim... Bora. Sabe? Óbvio que aconteceram alguns momentosbetboo é confiávelbaixa, que eu olhava minha perna... Tipo, assim, era pele e osso. (...) Mas foram bem poucas, graças a Deus. Eu acho que muito por essa mentalidade que eu criei durante o tempo. Mas não foi fácil, principalmente o voltar. Eu tive que reaprender a andar. Não conseguia... Eu bati o pé no chão, não sabia nem andar direito. Perdi muita massa muscular, também não conseguia nem fazer o movimentobetboo é confiávelpanturrilha, por exemplo. Foi muito estranho. E aí quando voltei para a quadra, eu falava: 'meu Deus do céu, que coisa horrorosa'. Eu não conseguia fazer nada. Mas eu fui, é isso que tem para fazer, vamos fazendo. E eu sempre muito me divertindo. Eu não podia saltar, só podia fazer chão. Aí eu treinava com os passadores lá do Barueri. Porque o Zé que me acolheu.

O Zé é o anjo da minha vida. Ele e a família dele. Se não fosse ele, não tinha voltado a jogar vôlei. Eu vou ser eternamente grata, para minha vida inteira, por aquilo que eles fizeram por mim. Eu não teria voltado a jogar se o Zé e a família do Zé não tivessem me abraçado e falado: 'Vem aqui que eu vou pegar nabetboo é confiávelmão e fazer você voltar'.

E como foi esse retorno?

Quando eu voltei a jogar na quadra, começaram os haters, né? E aquela chuvabetboo é confiávelcoisa ruim mesmo, sabe? 'Manca. Lenta. Não vai conseguir fazer nada. Nossa, tá horrível. Nunca mais vai jogar igual jogava.' Eu não gosto, não soubetboo é confiávelficar lendo, não. Mas sempre chega alguma coisa, né? E... O que mais me pegou, acho que mais me incomodou, foi... ex-jogador,betboo é confiáveltransmissão falar: 'Ah, conversei com alguns médicos - que nem era o meu - e pelo visto ela não volta mais a jogarbetboo é confiávelalto nível não'. Ao vivo. (...) E aí eu acho que foi o processo mais difícil, porque realmente não estava jogando bem ainda, o meu mecanismo mudou todo por conta daquela órtese, eu protegia, então eu tive que me reinventar no vôlei, tive que refazer completamente os meus movimentos para voltar a jogar e fui muito criticada, colocada para baixo. Se eu fosse ouvir: 'não volta mais, não consegue, vai virar agorabetboo é confiávelmediana para menos, para baixo'... Aí entra aquela louca lá do passado, que era o quê? 'Ah, vai falar malbetboo é confiávelmim? Então vamos ver se eu não vou te provar'. Aí eu performavabetboo é confiávelnovo, pela dor. Para provar novamente que eu era capaz.

Dói mais ouvir essa não confiançabetboo é confiávelcolegas, ex-atletas? De não ter esse apoio?

Hoje eu entendo muito dessa coisabetboo é confiávelnão crie expectativa. Porque você vai se frustrar com as pessoas. Então, assim, nembetboo é confiávelfazer, esperar algobetboo é confiáveltroca, nembetboo é confiávelachar que as pessoas terão consideração ou empatia. Se tiver, ótimo, fica feliz. Se não... Não espere isso das pessoas. E realmente eu esperava, na época, que teria mais acolhimento, mais cuidado. (...) Mas eu lembro da Maira (Cipriano), que hoje está no Osasco, ela jogava comigo (no Barueri). Eu saí chorando muito, ela veio, me deu um abraço e falou: 'Calma, a gente está com você. Você vai conseguir voltar. Não fica se cobrando tanto. A gente vai te ajudar'. Bem mais nova que eu, bonitinha, sabe? De onde a gente menos se espera vem mais acolhimento. E ali foi uma viradabetboo é confiávelchave também porque tive uma conversa depois com o Wagão (assistente técnico), também com o Zé nesse meio tempo, e fui ajustando. Mas com certeza frustra um poucobetboo é confiávelnão ter esse apoio. Óbvio que eu tinha o Zé, teve sempre a família dele, que me apoiou e tal, mas (senti falta) das pessoas amigas,betboo é confiávelter aquele acolhimento.

Você teve outros anjos nabetboo é confiávelvida?

Deus coloca pessoas na nossa vida pontualmente, sabe? Precisa estar ali naquele momento, mas eu vou te falar que para mim, da minha vida, o Zé. Posso falar que o Zé foi o maiorbetboo é confiáveltodos. Porque erabetboo é confiáveluma pessoa que eu não esperava, porque sempre fui muito arisca, personalidade muito forte. Reconheço isso. Eu nunca fui uma atleta muito fácilbetboo é confiávellidar pela minha personalidade. Eu sei que isso incomodava muito o Zé. (...) E ele me contratou, me deu planobetboo é confiávelsaúde, me deu salário, sem nem saber se eu ia voltar a jogar. E acimabetboo é confiáveltudo, sem ser dinheiro, sem ser estrutura, ele me deu o tempo dele. Ele fazia questãobetboo é confiávelestar lá comigo. Acho que nunca falei isso para ele, mas já agradeci... O tempo é muito precioso para as pessoas e principalmente para ele, que tem tantas coisas para fazer e tinha gente que podia fazer no lugar dele, só que ele queria estar lá. Ele se fazia presente, queria me ajudar. Ele, Zé, queria estar junto e ser a imagembetboo é confiávelforça,betboo é confiávelsuporte: 'Cara, eu estou aqui contigo'.

Sheilla, Fabiana, Zé Roberto, Fabi e Thaisa relembram ourobetboo é confiávelPequim — Foto: CBV/Divulgação

O quão complexo foi aquele momento,betboo é confiávelque ele teve a expectativabetboo é confiávelte ter nas Olimpíadasbetboo é confiávelTóquio, mas você não consegue por questões físicas?

Foi a temporada que eu realmente voltei a performar, que eu saí do Barueri e fui para o Minas. Só que foi muito desgastante. (...). Quando chegou (a convocação), eu fui muito sincera: 'Zé, se terminar a temporada e eu estiver bem, pode contar comigo. Mas só vou ter como te responder isso quando chegar no final. E, quando chegou no final , eu falei: 'Não consigo, eu fiquei uma semana sem andar direitobetboo é confiáveltanta dor no corpo, joelho inchado.. Não acho justo estar ali e sem dar o meu 100%, porque tem outras meninas que poderiam estar, que estão lutando, que estão querendo'. E não é que eu não queria, eu não conseguia, não dava, meu corpo estava pedindo socorro, voltar assim, depoisbetboo é confiáveltudo que aconteceu, meu corpo estava destruído. Ele ficou triste demais, mas eu tentei ser a mais sincera possível.

Dentro da quadra, quem você aponta comobetboo é confiávelgrande parceira?

Lá atrás, com certeza a Sheilla, porque além da gente ser muito parceira, amiga, a gente fazia a mesma rede, a gente estava sempre juntas, então com certeza eu me sentia muito forte e confiante com ela, eu podia xingar ela e ela superbetboo é confiávelboa. E eu a elétrica doida, xingando, desvairada, então a gente se completava ali, era muito gostoso, muito bom a gente estar perto. Eu confiava muito nela. Hoje tenho certeza que a Gabi. Ela é muito centrada, muito tranquila também. Ela é brava, né, mas assim, um pouco mais que a Sheilla,betboo é confiávelexpor essa agressividade, mas ao mesmo tempo ela é muito tranquila. (...) Nos seus tempos, nos seus momentos, foram as mais, está sendo né, também. Porque eu tenho mais essa conexãobetboo é confiávelolhar mesmo ebetboo é confiávelconfiança.

Você acha que você e a Gabi se completam hojebetboo é confiáveldia?

Eu acho muito, não sou só eu que entrego o que tenhobetboo é confiávelexperiência para ela, eu aprendo muito com ela também. Ela é a minha companheirabetboo é confiávelquarto. Eu falei: 'Você é a minha companheirabetboo é confiávelquarto e não vai mudar não!'. Porque eu acho que é uma troca muito legal. (...) Acho que ninguém é tão experiente que não possa aprender alguma coisa e ninguém é tão imaturo para não poder colaborar, doar. Eu me sinto gratabetboo é confiávelainda estar aprendendo muito, ainda quero levar muito para elas e passar essa força, essa agressividade, que acho que é necessária dentrobetboo é confiávelum jogobetboo é confiávelvôlei. No esportebetboo é confiávelalto rendimento, você precisa ter essa agressividade,betboo é confiávellevar isso que é muito característica minha. Ao mesmo tempo, hoje já consigo acolher mais, conversar melhor, saber lidar melhor com as meninas, coisa que lá atrás eu não sabia, eu estava aprendendo ainda, e ao mesmo tempo aprender tanto com elas. Muito com a Gabi, porque ela é muito madura para a idade dela, mas não só com ela, eu aprendo com cada uma das meninas, com as dificuldades delas, as alegrias, com a determinação, com tudo o que elas passam.

Você acha que pesa ser um espelho? Quando você é um espelho e sente não ser “respeitada”, incomoda um pouco?

Eu não sinto peso não, porque eu já fiz tanto, trabalhei tanto, me dediquei tanto, seibetboo é confiáveltudo que eu já passei durante esses 23, quase 24 anosbetboo é confiávelvoleibol. De tão difícil que eu já tive que passar, resistir e aprender, que eu fico felizbetboo é confiávelsaber que inspiro e tenho algo a acrescentar para as pessoas, para as jogadoras, para as pessoasbetboo é confiávelfora também. Eu não sinto um peso por isso, pelo contrário, eu fico feliz, porque valida tudo que a gente faz, que a gente vive, que a gente doa, que a gente abdica. Eu fico muito feliz e é muito gratificante para mim. Se tem alguém que não respeita isso, ou não é algo que é significativo, paciência. Isso é mais sobre a pessoa do que sobre mim. O que eu posso fazer, o que posso doar, e o que estou tentando até hoje entregar como atleta e como pessoa, é o melhor que eu posso, pelo menos no momento. Isso fala sobre mim, eu sei o que estou fazendo, agora se as outras pessoas querem falar, criticar ou não respeitar, paciência.

Hoje você está com 36 anos, essa temáticabetboo é confiávelidade te incomoda ou a longevidade te orgulha?

Me orgulha demais. Eu falo que estou melhor do que estava antes da lesão. Eu era muito boa, performava, mas eu estava falando sobre isso com alguém, se eu tenho raiva da lesão, no começo eu tive muita raiva. Mas hoje eu tenho muita gratidão por tudo que aconteceu. Foi muito duro, mas eu cresci tanto como pessoa, não estou falando sobre quadra, mas como mulher, saber acolher mais as pessoas, saber entender a dor das pessoas, porque eu sempre fui muito brava e eu não conseguia ter esse olhar acolhedor. Essa pessoa que cuida, que sabe cuidar, igual falei agora, hoje eu consigo passar a minha experiência com muito mais cuidado, com uma fala melhor para cada uma, antes eu não conseguia. Eu falava que 'sou dominante, tenho que falar assim e pronto'. Hoje eu entendo que cada uma tem uma formabetboo é confiávelreceber,betboo é confiávelentender. Isso foi um processo no meio da lesão, que eu fui entendendo que não era só do jeito que a Thaisa acha que tem que ser. (...) Eu me tornei mais humilde, mais ouvinte, mais acolhedora, aprendi a lidar mais com as pessoas, aprender que eu precisava das pessoas. Eu aprendi a me vulnerabilizar. Eu sempre estava muito casca grossa, nunca pedia ajuda para nada. Hoje eu falo que sou muito grata por tudo que aconteceu. Eu sou uma mulher completamente diferente após a lesão.

Você sente a cobrança da sociedadebetboo é confiáveluma mulherbetboo é confiável36 anos, sobre filhos, maternidade, sobre vaidade?

Se não casa, tem que casar, se casa, tem que ter filhos. É uma cobrança atrás da outra. A gente entrabetboo é confiáveldesespero. Não é só atleta não, todas as mulheres. 'Nossa, mas já tem 36 anos e não tem filho?' Uma coisa que me ajudou muito foi colher óvulos e congelar, isso me deu uma tranquilidade. Eu mesma ficava falando que, depois dos 35 anos, meus óvulos não iam estar saudáveis e que eu precisava ter filhos, por que, se eu não tivesse, como é que vai ser?. Eu quero, mas não agora, meu marido está ótimo com isso. Tem gente que pergunta se meu marido está bem com isso. O povo quer viver abetboo é confiávelvida. É muito doido, porque não é uma pergunta saudável, é uma pergunta já impondo. Não quero agora, tenho os meus gatinhos, está tudo bem. Mãebetboo é confiávelpet.

Thaisa, jogadora do Minas — Foto: Arquivo Pessoal

Você vê uma equiparação maior hojebetboo é confiáveldia no vôlei entre as categorias masculina e feminina?

É muito complicado, a gente passou na nossa geração mais atrásbetboo é confiávelter essa diferença salarial. Premiações no masculino sempre foram muito maiores, salários maiores, tinham algumas condições diferenciadas. Foi uma coisa que a gente foi brigando com o passar dos anos. Aos poucos foi melhorando. Muitas vezes a gente é mais qualificada do que um homem e recebe menos, ou tem menos visibilidade. No caso do esporte, tem menos patrocínio, visibilidade é patrocínio, a gente vê isso no futebol feminino, que é bizarra a diferença. Não é só no esporte, ébetboo é confiáveltodos os lugares. Hoje muitas coisas estão melhorando, evoluindo. Ainda tem muita coisa pela frente. Tem tantas falas machistas, tanta coisa que a gente escuta no dia a dia, que já virou tão normal ouvir, que a gente nem se importa mais. Mas não pode ser assim.

O que falta para que surjam mais técnicas no comando das equipes?

Não sei falar o que está faltando. Eu não posso falarbetboo é confiáveluma coisa que eu não sei,betboo é confiável'não tem espaço', porque não sei se é isso, ou se está faltando coragembetboo é confiávelbater e falar 'eu vou ser'. Eu não sei falar. Eu acho que seria incrível. Principalmente mulher lidando com mulher, talvez entenda muito mais, o universo feminino, as nossas demandas. Não só por isso, mas também para ter o espaço, porque somos tão competentes quanto os homens e nós podemos ter resultado tanto quanto os homens ou até melhor se quiser.

Você é uma mulher extremamente vaidosa, feminina. Essas suas transformações falam muito sobre quem é você?

Eu vejo umas fotos minhas antigas e falo que é minha prima. Eu não era tão vaidosa, não tinha muito esses cuidados. Me sinto muito melhor hoje, me sinto mais bonita, me sinto muito confiante. Só que na época eu achava ótima. Autoestima eu tinha. Eu olho as fotos e falo: 'Como é que tinha autoestima desse jeito?'. Sou vaidosa, gostobetboo é confiávelme cuidar, gostobetboo é confiávelme sentir bem. Não é uma vaidade ao extremo, é pela autoestimabetboo é confiávelse sentir bonita, se sentir bem com você mesma. Se você também se sente bem sem, maravilhoso. Tem dia que eu não quero passar nada, só arrumo o cabelo e tá tudo certo.

Nessa fase que você falou que olhava as fotos e não se achava tão bonita, você acha que tem a ver com a questãobetboo é confiávela sociedade falar que a mulher ou vai se dedicar ao trabalho ou vai ser bonita?

Preguiça disso. É bem aquilobetboo é confiávelque uma foi contratada porque é bonita, pelo amorbetboo é confiávelDeus, gente. Você pode sim se cuidar, ser bonita e ser boa para caramba no que faz. Eu acho que às vezes você está se sentindo bonita e bem cuidada, uma roupa nova, um perfume, sair bembetboo é confiávelcasa, se sentindo bonita, você pode ter um dia muito melhor, produzir ainda mais, porque você está se sentindo bem e feliz. São um bandobetboo é confiávelidiotas que falam que precisa ser acabada para ser boa e competente.

Como você vê esse novo momento da seleção? Você percebeu que precisou mudar alguma formabetboo é confiáveljogar, por estarbetboo é confiáveldiferentes momentos?

As gerações são bem diferentes. A geração anterior foi marinada, digamos assim, na pancada. A gente não tinha essa coisa da saúde mental,betboo é confiávelum acompanhamento. Então a gente tinha que criar esse casco e se virar sozinha e resolver sozinha. E era isso ou isso. Era muito criticado, era muuuito... O vice não valia nada. Para a gente, era pelo contrário. Na época, o vice era uma derrota. Não era tipo a prata. Então a gente sempre foi muito massacrada durante muito tempo. E hoje tem uma visão diferente. Porque, cara, tantos que queriam estar ali, ter aquela prata, ali no pódio e nem chegou. A gente vai, disputa uma final, e na nossa época a gente era desvalorizada e desmerecida, era amarelona por conta disso. Então essa mudança para mim foi incrível. (...) Eu estava um pouco preocupada, como será que eu vou ser recebida? Porque o grupo já estava meio que fechado, né? Muito pelo contrário, elas foram muito tranquilas e me acolheram e foi muito leve, foi muito natural tudo. Eu percebia que elas estavam sempre me observando. São idades diferentes, geraçõesbetboo é confiávelmomentos completamente diferentes, sociedades também. Mas cada uma com seu brilho, com abetboo é confiávelexcelência, com abetboo é confiávelqualidade, muita gente gostabetboo é confiávelcomparar, eu não gostobetboo é confiávelfazer comparação, comparo essa coisabetboo é confiávelépoca, né, que é diferente, mas nãobetboo é confiávelrelação a grupos, acho que cada um tem abetboo é confiávelidentidade e cada um tem o seu valor do jeitinho que é.

Como está inserida a seleção brasileira hojebetboo é confiáveldia no cenário mundial?

"A seleção brasileira hoje não é a favorita. Nós temos alguns times na frente favoritos,betboo é confiávelpotência mesmo, a gente sabe disso. Mas nós temos um time muito bom. Se estiver forte mentalmente, se estiver decidido, dedicado 100%, todo mundo querendo muito, chegar forte, chegar 100% fisicamente, e a cabeça boa, a gente tem time para brigar".

Vai ser difícil contra algumas equipes? Vai. Porque hoje a gente não tem uma (Tijana) Boskovic, uma (Paola) Egonu, uma, sei lá, essa menina lá, acho que estou esquecendo a menina da China, a ponteira da China, que é novinha, mas a bolabetboo é confiávelconfiança dele, sabe? A gente não tem uma jogadora assim, que é a que você vai botar e é a que vai decidir ali na hora que tiver e bola nela. Hoje não tem, mas a gente tem um grupo que se sustenta e se completa. E que, se todas estiverem performando juntas num único direcionamento, num único foco, vai ser aquele time que vai estar sempre com uma pontuação muito regular, todo mundo jogando, todo mundo pontuando, todo mundo precisandobetboo é confiáveltodo mundo. Isso é muito legal, porque é homogêneo.

Qual abetboo é confiávelmeta agora?

Olimpíada, ser campeã olímpica novamente. Desde o momento que eu decidi voltar, já estava lá na minha meta. Porque sonhar todo mundo sonha, né? Agora agir para fazer o sonho acontecer é bem diferente. Então quando você transforma o seu sonhobetboo é confiávelmeta, você começa a botar objetivos para chegar nessa meta. Pequenos objetivos, pequenos ganhos que você vai alcançando passo a passo até chegar nela. Então com certeza minha próxima meta é estar muito bem. Conseguir performar da melhor maneira possível para ajudar a equipe, ao time e a seleção a chegar ao ouro olímpico. Eu sei que é bem difícil, esse é um caminho bem difícil. Mas, a Olimpíada é um campeonato diferenciado. Tábetboo é confiávelaberto.

Como é para você essa relação entre a torcida do Minas e o clube? Você vê diferença com as outras torcidas do Brasil?

Eu praticamente comecei no Minas, porque o primeiro ano foi no Rio, que é o Carioca, mas logobetboo é confiávelseguida eu vim para o Minas, novinha. Então foi como estar voltando para casa a sensação que eu tivebetboo é confiávelestar aqui. Fui muito bem acolhida. Nossa, muito, muito carinho dos fãs, sempre me apoiando muito com música, com a alegria deles. Estão sempre querendo fotos, abraços, sempre me motivando muito. Óbvio que tem os terríveis que começam a atirar contra o quartel quando algo não está dando certo, mas que faz parte, a gente já sabe que isso vai acontecerbetboo é confiávelqualquer lugar.

Você já está se organizando para o momento da aposentadoria?

"Eu ainda não tenho um tempo na minha cabeça determinado, não coloquei um tempo na minha cabeça. Eu falo sempre com meu marido, enquanto eu estiver me sentindo bem, feliz, motivada e performando, eu vou estar lá"

Você acha que você ainda tem que provar alguma coisa para alguém? Ou para você?

Para mim, sempre, né? Porque eu estou sempre me desafiando. (...) Hoje eu acho que é muito mais eu comigo mesmabetboo é confiávelfalar: 'eu consigo, eu quero, eu posso. Eu sou boa para caramba. E posso fazer, posso ajudar'.

É a Thaisa a maior motivadora da raiva dentro da quadra?

Com certeza. Tem vezes que eu invento os trem na minha cabeça para ficar com raiva, sabe? Ai, Senhor! Mas, óbvio que tem coisas também, tem situações no jogo, que me irritam e isso me ajuda, né? Mas, quando não tem, eu tento criar para ficar. Gente, eu sou isso, eu jogo desse jeito, performo desse jeito. Então, assim, não adianta você olhar para Thaisa e falar: 'Nossa, a Thaisa tá brava, nossa, a Thaisa tá jogando, a Thaisa jogadora é isso'. Eu sou isso. Tipo, essa braveza, essa raiva é a Thaisa, é a característica da Thaisa jogadora. Se você me ver muito plena, sorrindo muito é porque não estou no flow do jogo, pode ter certeza.

Quanto a morte da Wal mexeu com você, o quanto aquilo te impactou?

"Aquilo foi o momento mais desafiador que já passei"

A gente estava prestes a ter um jogo importantíssimo contra a Turquia. Algumas horas antes, estava no vídeo, estudando, e aconteceu, chegou e a gente 'Não, que isso, calma. É fake news'. Ela estava falandobetboo é confiávelsaúde mental pouco antes. É o que a gente fala: às vezes é muito silencioso, nesse caso foi muito, porque ela estava sempre muito bem, muito empoderada, elegante, como ela sempre foi. Quem ia imaginar uma coisa dessa? Foi um soco no estômago. Eu vou te falar, naquele jogo contra a Turquia, era como se eu estivesse flutuando, simplesmente passando pelo momento, sabe, quando parece que você está passando, eu estou aqui e a vida está passando nabetboo é confiávelfrente, assim, como se você estivesse estática e as coisas acontecendo, era como se fosse isso, eu não sei nem como é que... eu não lembro do jogo direito, sabe? Era muito estranho, é uma dor, uma impotência, eu estava me sentindo impotente, me sentindo fora do universo. Eu nem era tão próxima,betboo é confiávelestar sempre falando e tal, mas joguei com ela. Ela foi um espelho logo que eu comecei.

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