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realsbet nao consigo sacarO grandalhão Anderson Daronco tem 1,88m e pesa maisbetesporte aposta inicial90kg. Mas na maior parte do tempo, “ele é um amor”, como se resumiu no meiobetesporte aposta inicialquase duas horasbetesporte aposta inicialentrevistabetesporte aposta inicialSanta Maria (RS), cidade natalbetesporte aposta inicialque vive até hoje.
Fontes de referência
Abre Aspas: Anderson Daronco fala sobre começo na arbitragem e reclama da famabetesporte aposta inicialfortão
No Abre Aspas, o gaúchobetesporte aposta inicial43 anos, filhobetesporte aposta inicialum alfaiate e uma costureira, contou que tem a metabetesporte aposta inicialchegar aos 300 jogos no Campeonato Brasileiro. Fãbetesporte aposta inicialBebeto e Romário, da Geraçãobetesporte aposta inicialOuro do vôleibetesporte aposta inicial1992 ebetesporte aposta inicialAyrton Senna, ele virou árbitro quase por acaso.
Educadamente, avisou que não podia falarbetesporte aposta iniciallances específicos e nembetesporte aposta inicialpersonagens que amanhã pode cruzar novamente. Um deles, do caso que mais desperta memes e curiosidades, o atacante Hulk – que o criticou duramentebetesporte aposta inicialentrevista na beira do campo em julhobetesporte aposta inicial2022. Daronco foi punido pelo STJD. Ele já apitou 37 jogos da Série A depois daquele episódio. Nenhum do Atlético-MG.
No futuro, com o livro que começou a escrever, perdeu o arquivo, mas está na cabeça, ele promete contarbetesporte aposta inicialtudo um pouco. Mas só quando encerrar a carreira.
- Não tem nenhuma caixa preta. Mas dá para falar com um pouco maisbetesporte aposta inicialliberdade (depoisbetesporte aposta inicialpararbetesporte aposta inicialapitar).
- Nome completo: Anderson Daronco
- Nascimento: 5betesporte aposta inicialjaneirobetesporte aposta inicial1981,betesporte aposta inicialSanta Maria (RS)
- Carreira: formadobetesporte aposta inicialEducação Física pela Universidade Federalbetesporte aposta inicialSanta Maria, desde 1999 pertence ao quadrobetesporte aposta inicialárbitros da Federação Gaúchabetesporte aposta inicialFutebol.
- Desde 2008 é da Seleção Nacionalbetesporte aposta inicialÁrbitrosbetesporte aposta inicialFutebol (SENAF) da CBF.
- Desde 2014, é árbitro Fifa.
- Maisbetesporte aposta inicial230 jogos apitados na Série A do Brasileiro e já atuoubetesporte aposta inicialdiversos jogosbetesporte aposta inicialLibertadores e das Eliminatórias sul-americanas para Copas.
- Eleito melhor árbitro do Campeonato Brasileirobetesporte aposta inicial2015,betesporte aposta inicialeleição da CBF
ge: Você é nascido, criado e formadobetesporte aposta inicialSanta Maria. Como é a vida do Anderson Daronco por aqui?
— Soubetesporte aposta inicialum bairro chamado Itararé. Tive uma infância feliz, sempre pratiquei muitos esportes. Chegava do colégiobetesporte aposta inicialmanhã, almoçava e já saía correndo para a rua porque queria jogar bola. Às vezes jogava vôlei também. Eu tinha 11 anos quando teve a medalhabetesporte aposta inicialouro nas Olimpíadasbetesporte aposta inicialBarcelona. Jogava handebol, taco também. Tenho muita saudadebetesporte aposta inicialjogar taco na rua. Sou o filho caçula, tenho quatro irmãs mais velhas e sou nove anos mais novo do que a minha irmã mais nova. Fui a última esperança dos meus paisbetesporte aposta inicialterem um filho homem. A raspa do tacho, como dizem (risos).
Fontes de referência
Abre Aspas: Anderson Daronco relembra histórias e brigasbetesporte aposta inicialaeroportos
Era bombetesporte aposta inicialbola?
— Eu nunca tive muita habilidade não, mas era muito inteligente para jogar. Futsal, principalmente. Tinha muita força e inteligência para ocupar os espaços da quadra, mas no campo eu não tinha muito tempobetesporte aposta inicialbola e confesso que eu era um zagueiro-volante que apelava. Eu deixei algumas cicatrizesbetesporte aposta inicialalguns jogadores (risos).
Seus pais também sãobetesporte aposta inicialSanta Maria?
— Sim. Os meus pais vieram da roça. Na regiãobetesporte aposta inicialSanta Maria, a gente tem sériebetesporte aposta inicialpequenos municípios que sãobetesporte aposta inicialdescendência italiana,betesporte aposta inicialonde veio a família e meus avós. São da região que se chama Quarta Colôniabetesporte aposta inicialImigração Italiana. Meu pai veio para Santa Maria com 18 anos para servir o quartel, para fugir da roça, né? Minha mãe veio junto.
O que eles faziam?
— Meu pai foi a vida inteira alfaiate, um dos últimos alfaiates vivos ainda hoje no municípiobetesporte aposta inicialSanta Maria. Minha mãe é costureira. Trabalham até hoje, por mais que tenham uma idade avançada, com comércio aquibetesporte aposta inicialSanta Maria.
Fontes de referência
Abre Aspas: Anderson Daronco diz que pessoas não estão prontas para ouvir os árbitros
Você ajudava seus pais?
— Eu ficava louco. Era comérciobetesporte aposta inicialbairro e a loja era anexa à casa. Minha mãe muitas vezes pedia para eu cuidar da loja. Eu, criança, com 14, 15 anos, e cuidava da loja enquanto ela ia cozinhar o almoço, lavar alguma roupa. Algumas irmãs já moravam fora, só tinha uma que morava ali junto, mas ela trabalhava fora, então eu era o único que convivia o tempo todo na casa. Aí ia atendendo as pessoas assim que chegavam para comprar alguma coisa. Recebia dinheiro, anotava. Eu ficava muito bravo com isso, porque era um tempo que eu podia estar na rua jogando bola, andandobetesporte aposta inicialbicicleta. Isso acho que acaba me marcando um pouco e acabou me afastando um pouco dessa partebetesporte aposta inicialseguir os negócios da família.
Como você iniciou no cursobetesporte aposta inicialEducação Física que depois te levou à arbitragem?
— Eu tive um grande professor no Primeiro Grau, que é meu amigo até hoje. Me espelhava muito nele. Também tinha um paibetesporte aposta inicialumbetesporte aposta inicialum amigo meubetesporte aposta inicialinfância que dava aula no cursobetesporte aposta inicialEducação Física e eu frequentava muito a casa deles. Ele já era professor na Universidade Federalbetesporte aposta inicialSanta Maria. Eu me lembro que queria ser como eles, eu já tinha essa paixão pelo esporte. Prestei vestibular e passeibetesporte aposta inicialprimeira na Universidade Federalbetesporte aposta inicialSanta Maria. Foi quando acabei sendo apresentado à arbitragem.
Como se tornou árbitrobetesporte aposta inicialfutebol?
— Eu nunca desejei ser árbitrobetesporte aposta inicialfutebol. Minha única experiência com arbitragem até então, e não arbitrando e sim olhando, foibetesporte aposta inicial1998. Teve um jogo da segunda divisão aqui na cidade, foi a primeira vez que eu fui num estádiobetesporte aposta inicialfutebol. Claro que, sendo apaixonado por futebol, eu tinha meu time na infância, mas eu nunca tinha ido a um estádio assistir a uma partidabetesporte aposta inicialfutebol. Fui ver Interbetesporte aposta inicialSanta Maria contra o Guaranibetesporte aposta inicialVenâncio Aires. Quem ganhasse subia. O Interbetesporte aposta inicialSanta Maria perdeubetesporte aposta inicial1 a 0. Veio a subir num jogo que eu fui assistir também, no ano seguinte. Eles ganharam do São Paulo do Rio Grande também num jogo decisivo aquibetesporte aposta inicialSanta Maria.
— Foram as únicas duas vezes que eu fuibetesporte aposta inicialum estádio assistir uma partida como torcedor ou sem o olharbetesporte aposta inicialárbitrobetesporte aposta inicialfutebol. E ali eu já via como as pessoas tratavam o árbitro, o bandeirinha. Via as pessoas na tela (grade). Pareciam uns animais. Esbravejando, gritando e tacando mijo. Jogavam na própria torcida, xingavam a torcida do outro lado. Ali que eu comecei a pegar um ambientebetesporte aposta inicialfutebol.
Você reagiabetesporte aposta inicialalguma maneira?
— Não, nunca debati. Eu só olhei e guardei para mim. Lembro também que tinha muita hostilidade com a presença feminina. Era uma épocabetesporte aposta inicialque as mulheres não iam tanto e as poucas que iam, quando levantavam para comprar uma coisa ou para ir no banheiro, a própria torcida xingavabetesporte aposta inicialtudo quanto é tipo. Xingavam quem era da própria torcida do outro lado, no pavilhão social, que é onde, teoricamente, senta quem tem condiçãobetesporte aposta inicialpagar ingresso mais caro. Fui sendo preparado já sem saberbetesporte aposta inicialcomo funcionava um pouco esse climabetesporte aposta inicialarquibancada.
Você xingava o juiz também?
— (Risos) Cara, tive alguma oportunidade. Mas eu não frequentava estádio, eu assistia muito pela TV. Mas logo depois eu acabei fazendo o cursobetesporte aposta inicialarbitragem, logobetesporte aposta inicialseguida dessa época e quando eu assistia a um jogo e eu acabava reparando num errobetesporte aposta inicialum colega ou alguma coisa eu também sempre procurava me colocar no lugar. Via que era um erro, claro, mas procurava entender.
Fontes de referência
'Apitobetesporte aposta inicialLuxo': Anderson Daronco apita final do amadorbetesporte aposta inicialSumaré
— Mas o meu pai xingava muito (risos). Ele era daqueles que pensa que tem uma teoria internacional contra o time dele, sabe? Eu era completamente o contrário, eu olhava sempre assim, “você só pode estar ficando louco, tchê”.
Quando você falou "vou ser árbitrobetesporte aposta inicialfutebol, vou seguir essa carreira"?
— Não foi uma decisão que eu parei para pensar. Aconteceu naturalmente. Eu estava no cursobetesporte aposta inicialEducação Física e fiz o curso só para cumprir uma carga horária que tinha lábetesporte aposta inicialatividades complementaresbetesporte aposta inicialgraduação no curso. Só aquele cursobetesporte aposta inicialarbitragem matava metade dessas horas. A maioria dos meus colegas da minha turma, do meu semestrebetesporte aposta inicialfaculdade, acabaram fazendo esse curso. Só que eu não tinha dinheiro. E eu me lembro até hoje quanto custou certinho o cursobetesporte aposta inicialarbitragem naquela época. Era um valor o curso e mais um valorbetesporte aposta inicialum kit lá para apitar, ganhava uma meia, uma bermuda e uma camiseta.
Quanto era?
— O curso custava R$ 330 e o kit custava R$ 100. Isso lábetesporte aposta inicial1999. Eu não tinha essa grana, até que uma irmã minha bancou, ela e meu cunhado. Tinha 18 anos, carabetesporte aposta inicialguri, fiz o curso e meu grande interesse era no final pegar aquele diploma e registrar na coordenação do curso e dizer assim: “Não me incomoda mais com essa carga horária”. Mas durante o próprio curso realizei algumas práticas na faculdade. Tinha alguns jogos que te convidavam para apitar e já ganhava um troquinho. Conheci pessoal da arbitragem aquibetesporte aposta inicialSanta Maria e estava apto a atuarbetesporte aposta inicialjogos oficiais pela Federação Gaúchabetesporte aposta inicialFutebol.
— Inicialmente eu trabalhava muitobetesporte aposta inicialpartidasbetesporte aposta inicialfutebol amador, futebolbetesporte aposta inicialcriança. Saía no nosso inverno rigoroso aqui, numa época que não tinha telefone celular, não tinha nada, ia na sexta-feira, depoisbetesporte aposta inicialreceber a escala: “Olha, Anderson, tu vai trabalhar lá como bandeirinha no campo tal, jogo tal, 8h da manhã”. Aí no sábado chovia, domingo chovia, nem sabia se ia se ia ter jogo ou não. Ninguém te comunicava. Aí chegava, não tinha ninguém no campo e, “opa, cancelaram o jogo”. E na época era para ganhar R$ 10, também me lembro até hoje. Era a taxa para esses jogos assim.
Já era árbitro principal do jogo?
— Não, eu comecei como bandeirinha. Eles achavam que eu tinha cara muitobetesporte aposta inicialguri, com 18 para 19 anos. Trabalhava nesses jogos, mais como necessidade mesmo. Não tinha muita grana para comer na universidade. Às vezes ou não almoçava ou comia uma bolachinha recheada. O dinheiro da arbitragem já me dava a possibilidadebetesporte aposta inicialalmoçar um pouco melhor na faculdade. Dava uma possibilidadebetesporte aposta inicialem vezbetesporte aposta inicialtirar cópiabetesporte aposta inicialum material do curso já poder comprar um livro. Já dava oportunidade tambémbetesporte aposta inicialcomprar um tênis mais legal, um dinheirinho para poder sair da noite e se divertir com a galera, já dava um certo arbetesporte aposta inicialirbetesporte aposta inicialindependência.
Tomou gosto, então...
— Eu pensei: “Poxa, nessa fase que eu tô aqui, eu ganho X. Eu tô vendo aquele cara ali do meu lado, ele tá ganhando 2X porque já tá um bom tempo nisso. Daqui um pouco ali na frente eu posso ganhar isso aqui, com possibilidadebetesporte aposta inicialascender”. Fui tendo pequenos objetivos na arbitragem.
— Meu grande sonho quando eu comecei na arbitragem não era apitar no Maracanã. Isso para mim era completamente inatingível. Principalmente por como funcionava a sistemática da arbitragem aqui no RS,betesporte aposta inicialque o pessoal do interior era deixadobetesporte aposta inicialsegundo plano.
Fontes de referência
trecho anderson daronco melhor juiz 2015
— Os meus sonhos iniciais eram apitar jogobetesporte aposta inicialPelotas,betesporte aposta inicialCaxias, era conhecer o estádio Bento Freitas, do Brasil. Conhecer o estádio Boca do Lobo lá do Pelotas. Conhecer o estádio do Juventude, do Caxias, aqui que eram situações mais fáceisbetesporte aposta inicialserem atingidas por mim. E olha que tinha aqui ainda o Olímpico, o Beira-Rio, que que eu teria possibilidadebetesporte aposta inicialquem sabebetesporte aposta inicialvir a apitar uma primeira divisão um dia, mas isso também era praticamente impossível.
— A primeira vez que eu pisei nesses palcos do nosso futebol aqui foi como se fosse a minha grande Copa do Mundo. Depois fui colocando pequenos objetivos que eu felizmente consegui indo ultrapassar todos eles.
Soube que você coleciona camisasbetesporte aposta inicialfutebol. Tem quantas?
— Ah, tenho bastante. Não consigo falar quantas, mas tenho bastante. Era um sonhobetesporte aposta inicialcriança. Meus pais não tinham dinheiro para me dar a camisa. Não vou falar também, obviamente, as primeiras que eu tive (risos). Mas ébetesporte aposta inicialpraxe ganhar uma camisa aqui, outra ali. É situação completamente normal no meio dos jogos. Fui guardando, essa paixão foi se alimentando e hoje eu coleciono também camisas muito antigas dessa épocabetesporte aposta inicialquando eu era criança nos anos 1980. Eu tenho contato com muitos colecionadores, quando eu vejo algo dessa época eu vou lá e cato. Porque é um sonho lábetesporte aposta inicialtrás que eu vou conseguindo realizar. Alémbetesporte aposta inicialhoje, é claro, também ter camisetasbetesporte aposta inicialgrandes craques da nossa da nossa época.
Você apitou jogo do Cristiano, do Messi. Pegou camisa deles?
— Tenho do jogo da Arábia Saudita com o Cristiano Ronaldo. Eu fiquei conversando com ele no final do jogo.
— Isso até virou meme, né? As pessoas aqui no Brasil, acho que para ganhar alguns likes, criaram lá uma manchete: “Cristiano Ronaldo briga com Daronco”. Não brigou, não teve nada. O cara protestou por uma situaçãobetesporte aposta inicialjogo, assim como aqui no Brasileiro tem toda hora. Então os caras estão toda hora brigando comigo? E felizmente eu estava certo também na minha tomadabetesporte aposta inicialdecisão (risos).
— No final do jogo a gente teve a oportunidadebetesporte aposta inicialconversar e falei que ficaria muito muito honrado se ele pudesse me presentear com a camiseta. Ele ainda assinou um parbetesporte aposta inicialcartões. Nesse jogo também acabei ganhando a camiseta do Firmino, que ele era do outro time. Dois grandes craques, um da nossa Seleção e um dos gênios da modalidade.
Os jogadores eu sei que ganham muito bem para atuar lá. E a grana para o juiz, foi boa?
— Eu preciso voltar. Preciso voltar mais vezes (risos). Não chega nem perto do que os caras estão ganhando para jogar lá, na arbitragem a realidade é um pouquinho diferente.
Foibetesporte aposta inicialprimeira classe no avião?
— Sim, a viagem é boa. Eu captei todos os chocolates que eu podia no avião. Eu sou tarado por chocolate. Eu queriabetesporte aposta inicialchampanhe a chocolate. “Opa, manda, manda, vem, vem”.
Foi mais calmo apitar lá?
— Devem ter me xingadobetesporte aposta inicialtudo quanto é língua (risos). Mas foi muito bacanabetesporte aposta inicialtermosbetesporte aposta inicialexperiência.
Os brasileirosbetesporte aposta inicialcampo te ajudaram?
— Foram os que mais incomodaram (risos). Jogou Alex Telles, e eu conheciabetesporte aposta inicialapitar pelo Juventude, antes do Grêmio. Tinha o Otavio, que jogou na base do Inter. Eram os que mais falavam no jogo. “Tchê, vocês são os que mais falam. Era para estar me ajudando, vocês são os primeiros a estar me f..., c....” (risos). P..., me ajuda”. Já chega o croata, que não entendo nada. Eu ainda cheguei para o Firmino no intervalo, “vem cá, é normal isso aí que foi no primeiro tempo ou é por que sou eu que estou apitando?” Ele: “Não, pior que é sempre assim”.
E a camisa do Messi você também pegou?
— Não, do Messi só peguei a assinatura na minha camiseta. Ele é supereducado. E isso não é uma situação que é corriqueira no meio da arbitragem,betesporte aposta inicialpedir algo pra um jogador. Não é algo que acontece toda hora. Mas é uma situação diferente. São situações únicas. Uma, tu tá pedindo uma camiseta do Cristiano Ronaldo. E a outra tá pedindo uma assinatura do Messi. Algo que está acimabetesporte aposta inicialqualquer levantamentobetesporte aposta inicialsuspeita, inclusive,betesporte aposta inicialrelação à arbitragem.
Do Messi foi aquele jogo que ele arrebentou contra o Equador. Como foi?
— Até ganhar a Copa, tinha sido uma das maiores atuações dele com a camisa da seleção argentina. E era um jogo recheadobetesporte aposta inicialpressão, tinha chancebetesporte aposta inicialnão ir para a Copabetesporte aposta inicial2018, contra o Equador lá na altitude. Tinha um mundobetesporte aposta inicialolho nesse jogo, torcendo, os brasileiros secando e botam um brasileiro lá no meio da fogueira: “Te vira, apita esse jogo”. Era sem VAR, a gente tinha que fazer um jogo extremamente limpo e foi um dos grandes jogos que eu tive a oportunidadebetesporte aposta inicialapitar na carreira. Mas confesso que eu estava um pouco assim, ansioso. Tive muita dorbetesporte aposta inicialbarriga antesbetesporte aposta inicialo jogo começar. Eu dava voltas no quarto do hotel, sozinho, girava. Acho que eu gastei o chãobetesporte aposta inicialtanto que eu circulava naquele quarto.
Falandobetesporte aposta inicialarbitragem. Essa pressão que os clubes fazem para vetar árbitro, como chega para vocês? Você é comunicadobetesporte aposta inicialque, por exemplo, um clube veio reclamar do seu trabalho?
— Não, não precisa nem avisar (risos). O site já dá, o ge já fala, já noticia. Mas eu procuro ficar um poucobetesporte aposta inicialafastado disso porque não agrega nada. Não constrói para o próximo jogo que tu for apitar. Isso só cria uma pressão desnecessária. Claro que com uma bagagem que a gente já tem, com experiência, esse tipobetesporte aposta inicialpressão já não te afeta. Mas a gente entende também que muitas vezes a insatisfação do torcedor com determinada tomadabetesporte aposta inicialdecisão, que às vezes até está correta, não tem polêmica nenhuma, mas aos olhos do torcedor ou da mídia foi uma decisão polêmica, gera essa notícia. Os torcedores se revoltam e eles protestambetesporte aposta inicialalguma forma.
— O dirigente, muitas vezes, se obriga a fazer uma situação como essa para dar satisfação para esse torcedorbetesporte aposta inicialir lá bater na porta e pontuar abetesporte aposta inicialinsatisfação. Mas isso não vai mudar os critérios da Comissãobetesporte aposta inicialArbitragem.
— Infelizmente na nossa culturabetesporte aposta inicialfutebol brasileiro isso é algo que se tornou comum, não é algobetesporte aposta inicialagora, é algo que lá atrás se permitiu que se começasse a fazer. É algo que talvez a gente ainda demore algumas gerações para conseguir desencravar isso do nosso sistema, porque não agregabetesporte aposta inicialnada.
Você não falabetesporte aposta iniciallances ebetesporte aposta inicialjogadores. Mas te vi comentar publicamente sobre aquele jogo do Bolaños no Gre-Nal,betesporte aposta inicial2016, quando ele toma pancada e você não vê. O que aconteceu ali?
— Os caras até esquecerambetesporte aposta inicialmim, tu vai lembrar disso? (risos). Eu não fiquei marcado. Tenho a felicidadebetesporte aposta inicialnão ter nenhuma restrição nos clássicos que apitei até hoje. Não foi algo que somente eu não vi, foi algo que todo mundo que estava no estádio não viu. Era uma época sem VAR, mas confesso que se tivesse VAR também não se enquadraria... Mas se eu falar isso aí, um montebetesporte aposta inicialgente agora vai ficar louca. Foi um lance que não tinha realmente como ver, erabetesporte aposta inicialmuito difícil visualização. Nem o próprio jogador teve esse protesto. Foi uma situação que aconteceu no início do jogo. ninguém no estádio protestou, nada. O jogador seguiubetesporte aposta inicialcampo. E o curioso desse jogo é que o segundo tempo não foi fácilbetesporte aposta inicialapitar (risos). Gre-Nal nunca é fácil.
Gre-Nal é o pior para apitar?
— É o piorbetesporte aposta inicialtodos, é o mais difícil. Pela rivalidade, é muito grande.
Quais são os mais difíceis?
Eu não queria entrar nesse mérito, não. Mas eu posso pontuar, já apitei todos os clássicos do futebol brasileiro. E acho que depois do Gre-Nal, vem, pelo menos das experiências que tive, o Atlético-MG x Cruzeiro. Foi muito difícil atuar também nesse jogo. E Corinthians x Palmeiras também.
No Riobetesporte aposta inicialJaneiro é mais tranquilo então?
— Eu fiz Fla-Flu, Vasco x Flamengo, Fluminense x Botafogo. Achei um pouco mais “tranquilo”. É claro que tudo depende do momento, das equipes, do que que está valendo. A gente conversa também com os colegas que vêm apitar aqui os Gre-Nais do Campeonato Brasileiro. Eu digo para eles: “Cara, vocês estão pegando a tetinha (risos). No Brasileiro é tranquilo, cara. Eu quero ver do Gauchão que vale a taça. Ali os homens se matam”.
Muito jogador questiona a súmula dos árbitros. É possível ser totalmente fiel na súmula ao que acontece no jogo? O árbitro lembrabetesporte aposta inicialtodos os xingamentos ali?
— Ah, mas se lembra, se lembra, se lembra... não sei se eu posso entrar muito nessa seara, mas muitas vezes as próprias imagens comprovam. A leitura labial hojebetesporte aposta inicialdia está comprovando tudo e eu posso garantir que nenhum árbitro coloca ali, nenhum escreve o que não aconteceu. É mais fácil às vezes que faltem palavras ali do tanto que é dito, mas não tem nada ali que seja irreal. Em alguns momentos um atleta ou outro acaba se excedendo e para chegar um pontobetesporte aposta inicialuma expulsão é porque aconteceu algo grave. Uma ofensa muito forte, direcionada, te olhando no olho ali, querendo te atingir.
Aí o jogador fala que “mandou tomar naquele lugar”, mas diz “não foi para você, foi para o cara do meu time...” Isso acontece também?
— Ah, toda hora isso acontece também. Tem (risos). Ele está te olhando no olho, mas não foi para ti. É normal, é normal, mas eles sabem que fizeram.
Eu te vi contarbetesporte aposta inicialtorcedores mexendo com vocêbetesporte aposta inicialaeroporto. Isso você levabetesporte aposta inicialletra hojebetesporte aposta inicialdia?
— (Risos) Primeiro que o carinho das pessoas é muito grande. Até surpreende. Porque o árbitro ele é visto muitas vezes como um anti-herói, como um vilão do futebol. As pessoas abordam na rua, restaurante, aeroporto, principalmente para dizer “eu gosto muito do teu trabalho, sou teu fã”. “Gostei daquilo, gostei disso”. É muito bacana, isso aí é 95% dos casos. Raramente acontece uma situação ou outrabetesporte aposta inicialalguém te cobrar, algobetesporte aposta inicialuma forma mais séria.
— De aeroporto tenho duas histórias muito marcantes. Uma até foi desse episódio que a gente conversou, do Bolaños, que tinha sido no Gre-Nal. Na terça fui apitar a Libertadoresbetesporte aposta inicialMedellín. Era Nacional x Peñarol. Quando estou voltandobetesporte aposta inicialum voo da Colômbia até São Paulo tinha um torcedor do time, era 6h da manhã. E eu mal dormido ainda do voo e, imagina, apanhando desde o momento do apito final do jogo. Na entrada do freeshopbetesporte aposta inicialSão Paulo, um carabetesporte aposta iniciallonge começa um protesto um pouco mais pesado. Para me tirar do sério foi algo que que atingiu. E eu já estava louco.
— Fui para cima do cara assim: “Quem é tu para ficar gritando comigo no aeroporto? Vai resolver o problema do domingo agora?”
Isso cara a cara?
— Isso. Mas aí apartaram. Não que fosse acontecer muita coisa. Mas vontade não faltava. E o Heber (Roberto Lopes, ex-árbitro, hoje VAR) estava junto, me empurrava (risos), era o demoninho no meu ouvido. “Vai lá, Daronco, vai lá”. O outro, que era o (Marcelo) Van Gasse e Fabrício Vilarinho, os dois atuantes ainda: “Pelo amorbetesporte aposta inicialDeus, pensa na tua carreira”. Aí uma ou duas horas depois tinha um voobetesporte aposta inicialGuarulhos para Porto Alegre. Esse cara estava na fila e começou a me encarar assim. Ele e um amigo.
Bem próximos?
— Estavam a três metrosbetesporte aposta inicialmim. Aí eu já abri a caixabetesporte aposta inicialferramenta. Xinguei todos os palavrões que eu tinha. Até que fui fazer um raio X do cara para ver se aguento (risos). Aí eu olhei assim, quando eu cheguei nos pés ele estavabetesporte aposta inicialpantufa. Esses chinelinhosbetesporte aposta inicialvó que aqui no Rio Grande do Sul a gente faz muita piada que é para no inverno não gelar os pés. Eu comecei a rir, pareibetesporte aposta inicialxingar e disse: “Na na na na na na... te largueibetesporte aposta inicialmão. Para, rapaz. Qualquer um aqui pode me xingar, mas menos tubetesporte aposta inicialpantufa”. Aí o amigo já começou a rir. Virou piada.
Você era brigão na adolescência?
— Eu sou um amor, cara. Se a pessoa vem falar comigobetesporte aposta inicialboa, nós vamos ficar conversando até amanhã. Mas se vem com uma pedrada muito forte, ela bate no peito e volta. Era um pouco nervoso (na adolescência), mas eu sou da paz.
Você foi eleitobetesporte aposta inicial2015 o melhor árbitro na eleição da CBF. E numa eleiçãobetesporte aposta inicialjogadores você foi eleito o melhor e o pior.
— Eles precisam se definir (risos). Mas eu acho que tive muito mais voto para melhor do que para pior. Eu vou confiar nisso.
Os jogadores te respeitam, mas alguns te enfrentam. Sentem que às vezes querem enfrentar essa tua imagem do cara que é forte e tal, como por te desafiar?
— Eu não tenho imagem nenhuma. Os craques que são os caras, são os grandes atores do espetáculo. Nosso grande objetivo é entrar no jogo e passar sem ninguém se lembrarbetesporte aposta inicialti. Só que isso é impossível no futebol brasileiro. Mas não vejo isso como enfrentamento. Às vezes um jogador que não tem o perfil disso numa determinada partida, seja por uma pressão que a equipe está sofrendo ou algum determinado contexto ali dos últimos jogos, leva ele ter algum tipobetesporte aposta inicialcomportamento que não seja o comportamento habitual deles. Claro que tem uns que são sempre assim, mas a grande maioria não é. Todos estão buscando fazer ali o seu melhor, a gente entende também que eles estão defendendo o seu lado naquele momento.
— A gente só pede que tenham um pouquinho maisbetesporte aposta inicialcompreensão, às vezes que não ataquem tanto o lado pessoal do cara numa entrevista no final do jogo. Mas na grande maioria das vezes o que acontece ali na partida termina ali.
Acha que o árbitro deveria dar entrevista depois do jogo sobre o que passou?
— Já pensei muito sobre isso. Nos prós e nos contras e, na verdade, a gente sabe que muitas vezes o nosso silêncio permite inúmeros ataques. Tu vai ser atacadobetesporte aposta inicialtudo quanto é lado sem ter o direito a se defender ou sem ter o direito a dar o teu pontobetesporte aposta inicialvista sobre determinada situação. Mas a gente também sabe que tudo aquilo que eu falo hoje vai ser utilizado sempre. Não vai ser utilizado só para essa situação aqui específica, vai ser utilizado por um montebetesporte aposta inicialcoisa. Talvez as pessoas não estejam preparadas para escutar o que o árbitro tem a dizer.
Como assim?
— Uma situação hipotética, eu apitei jogobetesporte aposta inicialA contra o B. Porque cobram muitas vezes quando o árbitro toma uma decisão ali que errou ou foi uma decisão, sei lá, polêmica, digamos assim. Aí o árbitro vem e explica: “Tomei essa decisão porque para mim foi assim, assado, foi dessa forma”. Ou até chega daqui um pouco e assume um erro. Mas isso vai ser sempre utilizado contra ti porque o A vai utilizar isso, porque tu já deu uma declaração que tu errou contra eles. Então eles vão utilizar isso todos os outros jogos que tu for apitar daquele time A. Depois quando esse B que foi favorecido for jogar contra um outro, o time C vai utilizar essa declaração também para dizer que tu já favoreceubetesporte aposta inicialalguma oportunidade.
— É muito complicado essa questãobetesporte aposta inicialdar entrevista, mas eu sou favorável que aconteça maior aproximação. Acho que tem acontecido mais, da arbitragem com os torcedoresbetesporte aposta inicialgeral, com a imprensa, mostrar um pouco mais como as coisas funcionam, dar mais transparência para o nosso trabalho, que é um trabalho forte, muito pesado. É muito duro ser árbitro, principalmente no Brasil. Hojebetesporte aposta inicialdia também com essas divulgações dos áudios, a própria Comissãobetesporte aposta inicialArbitragem fala. Rodada após rodada eles chegam e dizem: “Olha, o árbitro poderia ter tomado uma decisão diferente naquilo ali por isso”. Por isso que às vezes é até melhor o silêncio. Deixa as pessoas debaterem,betesporte aposta inicialdomingo até terça-feira, quarta-feira vai vir uma nova rodada e o assunto vai ser outro.
Família sofre muito com as críticas?
— Eu tenho dois filhos já adolescentes, que acompanham futebol e muitas coisas acabam chegando até eles. Nunca se queixaram para mimbetesporte aposta inicialsituações na escola,betesporte aposta inicialalgum pai oubetesporte aposta inicialalgum coleguinha vir protestar para alguma decisão minha. O que os pais mais fazem é ir perguntar para os meus filhos o meu time da infância. Só. É o que mais fazem. Só que meus filhos já foram extremamente bem treinados para responderem.
O que eles dizem?
— Quando alguém tiver esse tipobetesporte aposta inicialpergunta tu diz assim, ó: “Tu certamente tem uma coisa mais inteligente para me perguntar do que isso”. Daí funciona, deu certo até hoje.
Você é árbitro e se dedica apenas a isso, como muitos hoje no Brasil. Essa profissionalização que as pessoas cobram já existe nesse sentido para você?
— A gente já tem um comportamento profissional. O árbitrobetesporte aposta inicialelite hoje, no futebol brasileiro, já tem esse comportamento. Ele só não tem este reconhecimento. É possível que num futuro próximo a gente debata mais sobre essa profissionalização. Ano passado a gente teve uma audiência no Senado sobre isso. Só que vamos ter que debater isso com todos os agentes do meio esportivo. A própria CBF entra nessa nesse meio, os clubes... Não é algo tão simples também. O Brasil é um paísbetesporte aposta inicialdimensões continentais, a gente teria que que prover meios para que pudesse haver esse acompanhamentobetesporte aposta inicialtodos, do Oiapoque ao Chuí. Pelo menos aqueles que fossem profissionais.
— Mas quem seriam os árbitros profissionais, que número seria, só os árbitros Fifa, só os da primeira divisão, só os árbitros do quadro da CBF? Como ficariam as federações? Onde a gente ia treinar, qual ia ser a nossa base, quem pagaria essa conta? A gente tem que avançar na conscientizaçãobetesporte aposta inicialque isso realmente traria melhora muito grande para um serviço que ébetesporte aposta inicialmuita qualidade, sim. Embora a gente veja rodada após rodada algumas polêmicas, a arbitragem brasileira é sim muito boa.
— A gente faz algo muito próximo da profissionalização, por exemplo, nas fases finais da Copa do Brasil, ali a partir das oitavasbetesporte aposta inicialfinal. Vemos vídeos dos jogos, ficamos concentrados, vamos a campo, treinamos situações com jogadores similares aos que a gente vai ter na partida. Está aí mais uma prova que quando o arbitragem tem a oportunidadebetesporte aposta inicialtreinar e se dedicarbetesporte aposta inicialuma forma muito mais profissional, o nosso rendimento é muito melhor.
Outro dia você disse que pegava 100 kg no supino. É isso mesmo?
— Ah, respondi qualquer coisa para as pessoas pararembetesporte aposta inicialme incomodar. Não sei por que tanta curiosidade que as pessoas querem saber quanto que eu levanto na p... do supino, c... (risos)
Mas essa coisa da musculação começou quando?
— Eu fazia estágio na academia da Universidade Federalbetesporte aposta inicialSanta Maria. Já aproveitava e treinava. As pessoas que me veem e fazem algum tipobetesporte aposta inicialjulgamento do tipo: “Ah, toma isso, usa aquilo, é o suco daquilo, não sei o quê, é fake...” Como se fossebetesporte aposta inicialontem para hoje. Eu comecei a treinar com 20 anosbetesporte aposta inicialidade. Eu tenho 43. São, no mínimo, 20 anos fazendo a mesma coisa. Se minimamente eu treinei certo, meu corpo vai desenvolver.
— Isso sempre foi uma curiosidade das pessoas. Até as inúmeras matérias que fizeram comigo, assim que eu surgi na arbitragem, quiseram levar muito para esse lado: “Ah, a gente quer mostrar como é um treino teu”. Não vou mostrar como é. Nunca quis isso, não interessa como eu treino. Eu não vou fazer videozinho.
— Não sou o cara que vai pegar e vai fazer um supino ali, uma puxada, algum exercíciobetesporte aposta inicialbíceps, vou filmar e vou postar. Não é isso que eu quero. Eu treinava porque era um tipobetesporte aposta inicialatividade física que me satisfazia porque eu gostava muitobetesporte aposta inicialjogar futsal, handebol. Depois que eu comecei a apitar um pouco mais sério tive que parar porque corria riscobetesporte aposta inicialme machucar. A academia foi algo que que na época supriu essa carência e peguei gosto.
— É claro que eu gostobetesporte aposta inicialtreinar, mas nunca fui esses monstrosbetesporte aposta inicialacademia. Eu me considero um cara normal, sou apenas um cara alto, um pouquinho grande, mais largo do que o normal, mas para o meio do futebol, onde os jogadores já têm uma estatura um pouco menor, um corpo um pouco diferente,betesporte aposta inicialmenos peso. É claro que eu acabo destoando, mas eu também sou bem diferente desses monstrosbetesporte aposta inicialacademia. O que eu mais escuto às vezes quando eu estoubetesporte aposta inicialaeroporto, algum restaurante: “Nossa, eu pensei que você fosse maior, pelo que vejo na TV”. Claro, né, não sou um monstro, sou um ser humano normal.
Acha que no seu início você intimidava os jogadores?
— Não sei, pode ser que sim, mas o objetivo nunca foi esse. Mas pode ser que tenha acontecido e até pela repercussão midiática que teve pode ter acontecido issobetesporte aposta inicialuma forma indireta.
Como acompanha as denúnciasbetesporte aposta inicialmanipulaçãobetesporte aposta inicialpartidas?
— Eu nunca presenciei nada nesse sentido, mas claro que a gente conversa, a gente debate sobre as situações que aconteceram e foram noticiadas. Algo que nos enchebetesporte aposta inicialmuito orgulho é quebetesporte aposta inicialtudo isso que mexeram com essas questõesbetesporte aposta inicialapostas não tem nenhum árbitro. Não citaram nenhum. E é a categoria que é mais falada, considerada a maior vilã no meio do futebol. Te chamambetesporte aposta inicialtudo,betesporte aposta inicialladrão,betesporte aposta inicialcorrupto e durante toda essa discussão e repercussão que teve desses casos todos ninguém citou nenhum nomebetesporte aposta inicialárbitro e não chegaram nem perto da arbitragem. Tenho certeza também que não vão chegar pertobetesporte aposta inicialninguém nesse sentido. Mas é uma pena que alguns jogadores tenham se deixado levar. Tira o brilhobetesporte aposta inicialum esporte que todos nós somos apaixonados. Acho que a gente tem que caminhar juntos para terminar com isso. Quem sabe fazer campanhas educativas e cada vez procurar erradicar isso no meio do futebol.
(Nota da redação: a entrevista foi realizadabetesporte aposta inicial27betesporte aposta inicialjaneiro, antes das denúncias mais recentesbetesporte aposta inicialJohn Textor, do Botafogo)
Você está com 43 anos, é uma idade difícilbetesporte aposta inicialir para a próxima Copa. Qual o futuro do Daronco?
— De verdade eu não parei pra pensar nisso ainda. Não estou querendo me aposentar, tenho muita lenha pra queimar, ainda tem alguns objetivos na carreira a atingir. Tem um número determinadobetesporte aposta inicialjogos aí que eu quero fazer aindabetesporte aposta inicialCampeonato Brasileiro.
Você tem quantos?
— Eu tenho 223 jogos. Quero chegar no mínimo a 300. Mais uns 3 ou 4 anos eu consigo. A partir daí eu começo a pensar. Ver como é que o meu corpo vai estar se sentindo também, como é que a paciência vai estar (risos), mas até lá o foco é total na arbitragem.
Você pensabetesporte aposta inicialcontar sobre a arbitragem num livro?
— Vou escrever um livro. Eu já tinha uma partebetesporte aposta inicialum livro escrita. Alguns capítulos sobre a vidabetesporte aposta inicialarbitro, sobre situações na arbitragem que foram acontecendo,betesporte aposta inicialjogos, situações curiosas. Mas infelizmente acabei perdendo o arquivo.
Mas você está dando o nome aos bois?
— Claro, claro. Não tem nenhuma caixa preta. Mas dá pra falar com um pouco maisbetesporte aposta inicialliberdade. Eu sei que as pessoas são um pouco curiosasbetesporte aposta inicialrelação ao universo da arbitragem. Eu vejo pelos programas que às vezes tenho a oportunidadebetesporte aposta inicialparticipar, como isso chama a atenção das pessoas. Então poder aproximar e trazer um pouco mais dessa realidade é muito bacana. O árbitro não é um ser humano que caibetesporte aposta inicialparaquedas e depois é abduzido e some do mapa. Sou um ser humano que vai no restaurante, vai no mercado, caminha na rua, que brinca com os colegas, que faz zoeira. Uma pessoa como qualquer outra e a gente também tem muita história para contar.
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